História Tudo culpa do cio - Oi meus amores!

  Passei a mão pelo colchão e percebi que estava sozinho na cama, me levantei com cuidado e me dirigi ao banheiro para poder fazer minha higiene pessoal. O moreno tinha saído para trabalhar e eu fiquei sozinho, nesse tempo de gravidez ficar sozinho é tão triste, meu lobo se remexia querendo carinho e amor, então eu tinha que fazer algo para me distrair, mas não tinha nada pra fazer, a não ser arrumar o quarto dos meus bebes.

  Me levantei animado e corri para o pequeno quartinho, de começo eu quero que eles durmam juntos, mas depois eu dou um jeito de mudar de casa e dar um quarto para cada um deles, mas por enquanto é o que temos. Abri as varias sacolas que estavam espalhadas pelo quarto, pequei as cortinas de cor branca, sem esquecer do blecaute acinzentado, não queria que o quarto ficasse claro quando eles estivessem dormindo.

  Depois de ajeitar as cortinas, me virei com as mãos na cintura olhando tudo em volta para ter uma noção de onde as coisas iriam ficar. Eu sei que eu não devia fazer isso, mas eu estou ansioso e me sentindo sozinho, to carente, gordo e enjoado, e nesse momento ninguém me diz o que fazer.

  Arrastei os berços deixando eles um de cada lado da janela e no meio coloquei uma pequena cômoda ali, a mesma era em um tom meio bege puxando para o salmão, me afastei e observei com atenção, pensando em todos os detalhes e foi ai que eu percebi que deixá-los muito perto da janela não vai dar muito certo. Arrastei novamente os berços, os deixando mais afastados da janela e novamente coloquei a cômoda no meio deles.

  No canto próximo a janela coloquei uma cadeira para amamentação, ali seria um ótimo lugar para eles pegarem um sol enquanto se alimentam. No outro lado do quarto estava o guarda roupas branco com detalhes em um dourado meio apagado, nas portas tinham alguns ursinhos e bonequinhas pendurados em um lindo enfeite.

  Pequei um carpete bem fofinho e coloquei no meio do quarto, enquadrado na reta dos berços, deixei um baú em frente a cada caminha dos bebes, os dois era em cor de madeira entrando em contraste com as paredes pastel e os berços branco. Eu estava ficando feliz com toda a arrumação, só de pensar que daqui a alguns meses meus bebes estarão aqui para dormi em suas caminhas.

  Depois de arrumar toda a parte do chão, comecei a colocar algumas prateleiras e enche-las de ursos e alguns outros bichinhos, me certificando que a poeira não acumularia e cairia sobre meus filhos, nas paredes coloquei alguns adesivos  e desenhei alguns kanji, eu gosto bastante do Japão, vou ensinar meus filhotes a apreciarem sua cultura também. Bem na porta de entrada coloquei um enfeite com dois bonequinhos que estava escrito, aqui dorme um príncipe e uma princesa, bem clichê eu sei mas eu gosto.

    Depois de arrumar toda a decoração, parti para as roupinhas, as que eram maiores eu guardei no fundo do armário, pois eles usariam só mais tarde, as menores eu fui guardando cada uma em seu devido lugar, as roupinhas que eu queria levar para a maternidade fui separando e colocando em minha perna para poder lavar tudo e guardar na bolsa deles. Para o pequeno Abner eu separei um macacão de tigre um orelinhas e um rabinho, luvinhas laranja e uma meia preta, algumas fraldas, fradas de boca, mantas e outras coisinhas a mais que também serviria para Charlotte, e para a menina eu estava levando um macacão de panda também com orelinhas.

  Levantei-me após guardar e separar tudo, levei as coisinhas para lavar ate a área de serviços e coloquei primeiro as brancas para lavar em modo leve. Enquanto estava tudo na máquina fui para cozinha fazer algo para o almoço, kai chegaria com fome e teria um almoço quentinho o esperando. Eu queria experimentar meus dotes culinários, então pensei em fazer comida brasileira, me recordo de uma vez ter comido comida brasileira, uma amiga estrangeira tinha feito para mim, e só de lembrar o gosto minha boca salivava.

  Pelo o que eu lembrava o arroz deveria ser totalmente cozinho, mas tinha que ter cuidado para não queimar, o feijão tina poucos temperos e eu poderia fritar um bife com cebolas, quando comecei a preparar as coisas já estava ficando tarde e eu ainda não havia comido nada, abri a geladeira e pequei alguma fruta para ir comendo enquanto fazia as coisas em casa. Eu fazia tudo ao mesmo tempo, o dia ate estava sendo corrido, estou vendo que a vida de uma dona de casa não é nada fácil.

  Depois do almoço feito, as roupas lavadas e estendidas, eu havia aproveitado para lavar minhas roupas e as do moreno, me sentei no sofá e  liguei a televisão para ver alguma coisa, eu estava tão exausto que quase dormi ali mesmo, mas o som da minha janela se quebrando me assustou, serio cara, quebra o vidro de outro acabei de trocar o meu.

  Me levantei irritado e la estava uma pedra enrolada em um papel, me aproximei com cuidado para não machucar meus pés, abri com cautela já sentindo meu coração palpitar com mais rapidez. Quem estava fazendo isso? Não estava entendendo mais nada, eu acho que deveria esquecer isso.

  “me esperem, vou voltar por vocês”

  Alguém estava querendo brincar comigo, quem estava voltando? Revirei os olhos e joguei aquilo fora, peguei uma pá e uma vassoura, limpei os cacos e os joguei dentro de uma garrafa para não machucar os moços que cuidam do lixo, assim que voltei para sala pude ver meu alfa chegando em casa, ele colocou sua maleta perto da porta, tirou o paletó e afrouxou a gravata, ele era tão sexy. Sorri e fui correndo ate o moreno e me joguei em seus braços o enchendo de beijos, era tão bom quando ele chegava, meu lobo se mexia todinho por ele.

  -Amor, que bom que chegou- assim que fechei a boca ele me olhou estranho e eu fiquei sem entender- o que foi?

  -Você me chamou de amor- ele disse me olhando abobado aquilo fez minhas bochechas ficarem coradas

  -ah, isso...mudando de assunto, vamos comer- peguei em sua mão e o puxei para cozinha, vi ele inspirar o ar e solta-lo bem devagar- hoje o almoço é no estilo brasileiro.

  -serio?sempre quis comer comida brasileira, mas nunca tive oportunidade- fiquei feliz em ter acertado em cheio o prato de hoje.

  Comemos entra risadas e muitas brincadeiras, o almoço estava realmente bom, nunca pensei que ficaria tão gostoso, eu comi umas duas vezes, mas isso é culpa da gravidez, não tem nada haver com eu gostar de comer. Contei para o moreno sobre o papel que haviam jogado novamente pela mesma janela, ele disse pra esquecer porque era algum idiota brincando com a nossa cara, resolvi ouvi o que ele disse e fingi que nada aconteceu.

  Hoje foi a primeira vez que senti meus filhos chutando, era bem dolorido, mas ao mesmo tempo muito bom, pois eu sabia que meus bebes estavam bens, mas isso deixou o moreno irritado porque toda vez  que ele Poe a mão eles parem de chutar e ficam bem quietinhos, acho que a presença do moreno intimida eles. Quando o moreno finalmente conseguiu sentir, foi um chute tão forte que eu achei que fosse rasgar minha barriga, acho que esse foi um belo chute de um alfa.

  O resto do dia se passou com a gente assistindo televisão e rindo, o dia foi tão divertido ate eu começar a sentir enjôos e tonturas, o moreno me mandou deitar no sofá, ele iria tomar um banho e voltar para cuidar de mim, ai você se pergunta, ele não tomou banho depois do trabalho? Não, não tomou, mas deixa-o né. Quando ele desceu, sua cara estava tão emburrada, acho que ele viu o quarto dos bebes, e realmente foi isso, ele brigou comigo, disse que eu não posso fazer esse tipo de coisa, pois me faz mal, e foi ai que eu comecei a chorar, pedi desculpas. O moreno a me ver chorar me abraçou com forma e me disse que estava tudo bem e que ele não devia brigar comigo, me senti muito bem depois disso.   

                   ***

  Já havia se passado algum tempo e agora eu já estava com quase sete meses, tudo no meu corpo doía, estava tudo inchado, minhas roupas não cabiam mais em mim, tudo me irrita, to sempre chorando e meus bebes não ficam mais quietos, não consigo nem dormi direito. Não vejo a hora deles nascerem e ficarem maiozinhos para que eu possa dormi.

  Essa semana o menino Luhan veio me dizer que esta de mudança para outro estado e que vai morar la com o Sehun, disse que vai vim me vê quando os bebes nascerem. Fiquei bem triste mas estava feliz pois meu amigo seria feliz com o amor da vida dele, os filhos daqueles dois vão ser as coisinhas mais fofas dessa terá, depois dos meus é claro.

  Hoje eu ia sair para comprar umas coisinhas que estavam faltando para o enxoval, coisinhas poucas como uma baba eletrônica, um trocador móvel para levar para os lugares e algumas coisinhas assim.

  Procurei pelas minhas roupas algumas que eu comprei para a gravidez e as coloquei o mais rápido que eu pude, ou seja quase fiquei uma hora pra por roupa, quando me olhei no espelho quase falei que ia ficar em casa pra sempre, não me senti nada bem com essa roupa, mas tudo pelo bem dos meus amores.

  Sai de casa e fui andando pelas ruas bem tranqüilo, algumas pessoas me olhavam torto por não ser marcado e estar grávido outras me olhavam com tanto carinho, alguns chegavam perto e me perguntavam muitas coisas, alisavam minha barriga e algumas crianças me deram seus brinquedinhos mas eu recusei, não pegaria brinquedo de criança.

  Quando fui atravessar a rua, alguém que não respeita a vida dos outros atravessou no sinal vermelho e me acertou em cheio, eu voei pela rua e cai de lado machucando todo meu braço para proteger minha barriga, eu vi uma senhora sair do passageiro do caro e me olhar preocupada e apavorada.

  -Me desculpa, eu estava brigando com meu marido e o distrai, eu te levo pra o hospital, rápido – ela dizia chorando, ela logo gritou pelo marido que veio me ajudar, eu entreguei meu telefone para ela, o kai já estava na linha, eu não tinha forças para falar com ele.

  Assim que cheguei ao hospital logo fui levado para uma salinha, meu medico entrou correndo e veio ver o que estava acontecendo, ele disse que os bebes estavam bem, mas que a bolsa tinha sido estourada por causa do impacto, eu teria que ser operado, em duas horas seria levado para a sala de parte.

  A moça do caro me ajudou a me lavar a colocar a roupa de hospital, me ajudou a ficar calmo enquanto o alfa não chegava nesse tempo eu descobri que poderia a chamar de momo, ela era bem bonita, seus cabelos loiros a dava um charme a mais nela.

  Quando o maior chegou, ela foi embora dizendo que eu estaria melhor com o pai dos meus bebes do que com ela, pedi obrigada para a moça, o moreno me encheu de perguntas, ele queria saber tudo o que tinha acontecido, tentei explicar do jeito mais simples possível. Logo o medico chegou e disse que viria me buscar em dez minutos. Kai se levantou correndo e foi tomar um rápido banho e colocar a roupa de hospital para poder entrar na sala junto comigo.

  Eu estava tão nervoso, e dolorido por doía tanto, meu medico disse que os bebes estavam fazendo foca para sair, mas como eu não tinha abertura a dor era bem maior do que de uma mulher, e por falta dessa abertura o parto tinha que ser Cesário. Quando o medico veio me buscar, peguei na mão de kai e a apertei com muita força, doía tanto.

  Quando entrei na sala de perto fui colocado em uma cama dura e fria, eles tamparam da minha cintura para baixo, eu pude sentir algo na boca do meu estomago, era apenas algo me incomodando, mas eu tenho certeza de que estavam me abrindo. Logo pude ouvir um chorinho agudo preencher todo o ambiente.  Meu primeiro bebe havia nascido.