História Tudo Mudou - Tal Balada

Mais um dia vem pela frente, me levanto contra minha vontade, entro no banheiro faço minhas higiene matinais e desço para o café. Minha avó estava lavando roupa e meu avô como de costume assistindo televisão, minha cachorrinha estava pulando em mim como se fizesse dois anos que não nos víssemos.                     Sentei a mesa tomei meu café normalmente, depois que acabei me joguei no sofá com uma pequena dor no coração ao perceber que minhas ferias estavam acabando, estou ciente que depois daquela despedida com o Allan talvez que é quase ao certo, nada vai ser igual, um mês longe sem se falar, o que será que vai acontecer nessa nova "temporada" ? Será que simplesmente não vamos nos falar !? Não, tenho certeza que isso não vai acontecer, com alguns dias tudo vai voltar ao normal.
Hoje já é sábado, e por mais incrível que pareça eu vou sair com minha mãe, e nada mais nada menos que pra uma balada, sim pra uma balada !
Que tipo de mãe leva uma (o) filha (o) pra balada !? Sim a minha leva. Acho que talvez cheguei tarde nas distribuições de pais bons e peguei os piores.
A noite chega rapidamente e lá estou eu passando maquiagem pra tal "festa", visto um salto (enorme) não sei da onde tirei coragem pra ir com isso aqui, que alias nem é meu e sim da minha mãe, fazer o que, eu sou adolescente não uso isso aqui, e principalmente desse tamanho !
Ouço uma carro buzinar na frente, faço um bico por que sei que é ela que chegou e na boa não estou nem um pouco animada pra ir, acho que vou só pra beber, (Sim eu gosto de beber álcool, álcool me faz outra pessoa, que nunca fui, animada, de bem com a vida, sorridente, amiga de todo mundo e o principal me deixa de bom humor).
  Entrei no carro, e fomos conversando até o tal lugar, logo na frente vi que estava praticamente explodindo o lugar de tantas pessoas, não tinha nem como andar lá dentro, a hora que chegamos na porta ficamos parados por alguns minutos por que minha mãe e meu padrasto estavam colocando o papo em dia com alguns colegas, minha mãe de cara já pegou uma bebida laranja, e me ofereceu, eu na hora bebi um golão, afinal eu não estava sentindo meu pé, ele simplesmente tinha dormido, caraca eu estava fodida. Depois de alguns minutos falei pra minha que precisava encostar na parede se não meus pés iriam falhar por completo e eu iria cair no meio de todo mundo. Que no caso já deveriam ter percebido meu desconforto, a hora que fui andar meus pés tinham perdido a circulação e fui andando até chegar a parede como aquelas meninas de doze anos que sobe pela primeira vez num salto, uma velha atrás de mim que aparentava ter uns cinqüenta e sete anos começou segurar a risada e cochichar com uma mulher do lado, no começo fiquei  com raiva, mais depois a entendi coitada, se eu estivesse no lugar dela faria o mesmo ou até pior me conheço, ainda mais eu, com essa risada descontrola.
Logo depois da cena de pura humilhação minha mãe disse pra sentarmos numa mesinha ali fora mesmo, e ali ficamos. Estávamos conversando normal, quando um cara que aparentava ter uns vinte e três anos, com dois amigos atrás, deita no chão e começa a massagear meus pés, sim Brasil, deitado no chão dizendo estar "massageando" meus pés, com todos olhares voltado pra mim já eu meia bêbada comecei a rir igual doida, o que fez chamar mais olhares direcionados a mim, só pensava em uma coisa "isso não pode estar acontecendo, que porra é essa !?", só pensava em rir junto com minha mãe e os cara que acompanhava o tal "massageador", depois do mico da balada, ele levantou e foi embora, e eu não acreditando no que tinha acabado de acontecer.
Depois de um tempinho, e mais calma, comecei a reparar o lugar, tipo eram um bando de doidos bêbados e tarados se pegando, uns pra esquecer outras pessoas, outras pra sair da seca, outros pra se divertir, e outros simplesmente tentando esquecer os problemas na boa, que no caso era eu, sim com quinze anos nossa vida pode ser uma puta bagunça.