História Tudo Mudou - Dia com a Maria

 Acordo me lembrando das cenas de ontem, eu ri muito, ri sinceramente, sem esforços, sem fingimentos, que saudades disso. Fazia muito tempo que eu não ria sinceramente, pode parecer estranho, mais a vida de um adolescente não é fácil! Muitas coisas em mente, hormônios a flor da pele, problemas, aceitações ... A maior parte do tempo sorrimos forçadamente, ainda mais quando a vida pessoal e problemas familiares nos afetam desde pequeno, só sei que mesmo não tendo ficado com ninguém noite passada por insegurança de fazer algo errado, e ainda mais com aqueles desgraçados saltos, estou leve, consigo sorrir com facilidade, parece que passei por uma maquina que aliviou a minha alma, me sinto limpa, apesar de querer água toda hora por conta da ressaca e um pouquinho de dor de cabeça, ai está um privilégio da minha vida, não fico com muita dor de cabeça por causa de ressaca, e minha cólica é bem pouca, na maioria das vezes nem sinto,agradeço muito a Deus por isso, acredite.

 Chegamos tarde ontem, e ainda estou morta de sono, preciso dormir mais não quero, quero meu celular, ver coisas que estão acontecendo no mundo virtual. E querendo ou não, por fim levantei e fiquei mexendo no celular até a tarde chegar, eu sem nada pra fazer, deitada com uma das coisas mais importante da minha vida, Floquinha, a cachorrinha mais linda desse mundo, que por acaso é minha filha, ela é tão linda, apesar de não valer meu comentário sobre ela, por ser dona dessa coisa perfeita (modéstia parte). Sim eu tenho paixão por animais, ainda mais por cachorros. Tenho a ultima semana de férias, ou seja, sete dias, meu Deus, como passou rápido. Tenho que aproveitar meus últimos dias de liberdade. Resolvo terminar de ler o livro que eu tinha começado, por que sei que quando as aulas voltarem, mal vai dar pra ler ou fazer alguma coisa. Depois de ficar lendo umas cinco horas seguida e cansada de ver palavras na minha frente, ligo pra Maria, Maria é minha prima, não é a típica prima perfeita, mais mesmo assim gosto muito dela, sempre nos demos bem, quase nunca brigamos seriamente e crescemos juntas, ela é chata na maior parte do tempo, mais mesmo assim a amo, prima é prima né, apesar de eu ter muitas primas que eu não goste, a Maria é a que mais me dou bem, com as outras no máximo é um "oi" e algumas outras palavras, outras nem isso. Marcamos de nos encontrar no shopping, porque lá além de comer açaí que eu amo (por conhecidencia ela também, gostamos praticamente das mesmas coisas), podemos ver algumas tendencias de roupas e obvio que de livros, infelizmente a minha prima não gosta de ler, simplesmente ela só não achou o livro certo! Qualquer pessoa em sã consciência que ler o livro certo, vai se apaixonar pelo mundo literário.

 Entro no banheiro tomo um banho rápido, visto um vestido leve e ligo para avisa-lá que já estou indo na casa dela, por sorte ela mora a três quarteirões abaixo da minha casa, não que eu ache muito perto, mais tudo bem.Quando chego ela já me espera na frente. 

 - Eai, vamos mona? Digo sorrindo.

 - Vamos. Diz trancando o portão

 - Sério você não vai acreditar no que aconteceu ontem! Digo animadamente

 - Que que você aprontou? Ela diz soltando um sorriso malicioso 

- Dessa vez não foi eu. Digo rindo, conto a ela o que tinha acontecido, ela ria igual uma hiena alcoolizada na rua (nem parecia gente), bom, chegamos lá, pedimos açaí e obvio que ela começou a roubar minhas bananas.

 - Maria eu vou enfiar no teu cu se não parar de comer as MINHAS bananas. Digo tentando parecer séria.

 - Que delícia. -Diz na maior naturidade

 - Sério você não é minha prima, caralho, por que eu te chamo pra sair ainda?. Digo rindo.

  - Porque tu me ama,e isso é recíproco. Fala fazendo coração com as mãos, toda lambuzada.

 - Se limpa, porca. -Jogo papel nela, e ela continua comendo.

 - Gorda. Digo rindo mais.

 Depois saímos da sorveteria e fomos ver livros, mesmo com ela reclamando que queria sentar, depois de pegar uns oito livros e dar pra ela segurar, ela começa a gritar.

 - Bianca Fernanda De Oliveira, se você não parar de ver esses livros e escolher  um desses aqui que está no meu braço, que por conhecidência já está todo vermelho, vou jogar isso aqui no chão! -Diz irritada, sorrio da cara de morta dela. 

- Calma Mariazinha, sabe que te amo, só mais três minutinhos. - Digo apertando as bochechas dela. 

Depois de uns dez minutos, finalmente escolho os livros que mais gostei, andamos mais um pouco e fomos embora, depois de ela ir reclamando o caminho todo por as sacolas estar pesada, chegamos. O garota reclamona, meu Deus.