1. Spirit Fanfics >
  2. Tudo o que eu preciso >
  3. Choque de Realidade

História Tudo o que eu preciso - Choque de Realidade


Escrita por: multifandom0514

Capítulo 30 - Choque de Realidade


Fanfic / Fanfiction Tudo o que eu preciso - Choque de Realidade

Passaram 3 meses depois de tudo o que aconteceu. Nada foi igual desde esse dia. Eu e S/n estamos diferentes um com o outro. Eu acho que devíamos ter-nos aproximado mais e tentar ultrapassar tudo isto juntos, no entanto, não acho que isso esteja a acontecer. Neste tempo todo que passou parece que S/n tem estado ausente, o seu corpo está cá mas parece que anda sempre perdida em pensamentos, parece que a sua mente não está presente em nenhum momento. Durante a noite, puxo-a para o pé de mim, ficamos com os nossos corpos colados, e na maior parte das vezes em que estamos assim ela chora. Nada foi igual desde o dia em que a nossa filha nasceu morta… tudo parece estar… sem sentido nenhum. Eu não sei o que fazer para ajudar a S/n e também não sei o que fazer para ficar melhor. Estou realmente a dar em maluco, não aguento mais isto…

São neste momento 19:30. Eu acordei da sesta que fiz, e vi que S/n também estava a dormir. Fiquei a observá-la durante algum tempo. Mesmo que não se esteja a alimentar como deve ser, mesmo que chore todos os dias… ela continua linda. Ela é sempre linda aos meus olhos e isso nunca vai mudar. Dei-lhe um beijo na testa e sussurrei-lhe um “amo-te” ao ouvido. Vesti outra roupa e quando estava na cozinha a comer qualquer coisa, o Minhyuk ligou-me a perguntar como as coisas estavam. Os nossos amigos têm-nos ajudado bastante. O Jooheon e o I.M foram estudar para o estrangeiro e o Shownu trabalha num ginásio, portanto apenas Hyungwon, Kihyun e Minhyuk é que têm estado mais próximos de mim e da S/n.

- Não vais fazer nenhuma asneira pois não? – Perguntou-me Minhyuk e eu suspirei profundamente. – Wonho, responde-me por favor. Tu não faças nada que te possas vir a arrepender…

- Eu não vou fazer nada, só vou ver o pôr-do-sol, mais nada. Não te preocupes comigo. – Disse eu.

- Como é que tu queres que eu não me preocupe? Tu vais para uma ravina, Wonho. Não estás bem… nem tu nem a minha irmã e mesmo que digas para eu não me preocupar eu vou continuar a fazê-lo. Eu vou para a tua casa agora com o Kihyun e o Hyungwon. O Kihyun não pára de me chatear e dizer que quer ver a S/n e zangar-se com ela. Não saias de casa.

- Tarde demais, acabei de sair e já não vou voltar atrás. A S/n está a dormir, mas daqui a nada deve acordar. E mesmo que não acorde antes de vocês chegarem eu aposto que o Kihyun vai fazer questão de a acordar porque pronto… é o Kihyun…

- Tem cuidado…

- Tudo bem, não te preocupes. Vemo-nos mais logo.

Desliguei o telemóvel e continuei o meu caminho. Não ia de carro, mas sim a pé. Queria ver tudo há minha volta, sentir o ar a bater na minha cara à medida que eu andava até ao meu destino. Sei que provavelmente a S/n ia ficar preocupada se eu lhe dissesse que fui até à ravina por isso eu escrevi um bilhete a dizer que ia comprar alguma coisa que fazia falta e pedi ao Minhyuk que não lhe dissesse onde eu tinha ido. Eu não vou fazer nenhuma asneira, apenas quero ir lá para poder ver as coisas há minha volta. Daquele sítio tenho uma vista excelente para o mar e também para parte da cidade, é realmente uma coisa autêntica. Consigo pensar com clareza cada vez que lá vou, respirar ar puro, esvaziar a mente… coisas que eu preciso muito neste momento depois de tudo o que vem a acontecer.

Cerca de 10 minutos depois cheguei ao meu destino. Como de costume, não está aqui ninguém. Meti as mãos nos bolsos e fiquei a observar a paisagem e a pensar em tudo o que aconteceu… a morte da minha bebé… a minha relação com a S/n… o facto de estarmos afastados… tudo isto são coisas que me incomodam e me perturbam bastante.

Wonho off

S/n on

Acordei com os gritos de alguém que presumo ser o Kihyun, afinal de contas, ele é o único que acorda as pessoas dessa forma. Abri a porta de casa e ele estava a sorrir para mim como se não tivesse feito nada de mal.

- Criatura pequena e parva, eu estava a dormir. – Disse eu. Olhei para Hyungwon e para o meu irmão e sorri. Deixei os 3 entrar e fomos para o sofá.

- Eu sei, fiz de propósito. – Disse Kihyun. – Como é que estás?

- Chateada por ter acordado com alguém aos gritos.

- Sem ser isso. Sei que não tens andado bem com o Wonho.

Não disse nada naquele momento. Kihyun tem razão ao dizer isso… afinal de contas, eu afastei-me dele… cada vez que o olho lembro-me da nossa filha que nem teve uma oportunidade de nascer como deve ser… foi-me tirada tão cedo e morreu… as únicas alturas em que eu estou mais próxima de Wonho, é apenas à noite, quando dormimos abraçados e eu choro a maior parte dessas noites… sei que provavelmente estou a fazer tudo de forma errada, mas eu não consigo ultrapassar… acho que apenas preciso de um choque da realidade para tudo voltar ao normal…

Minhyuk começou a falar comigo, eu ouvia as suas palavras mas ao mesmo tempo parecia não estar a ouvir nada. Concentrei-me nos meus pensamentos e deixei-me estar assim durante uns minutos até que senti a mão de Hyungwon no meu ombro.

- Não chores… - Disse-me ele. E foi aí que percebi que tinha começado a chorar do nada. Limpei a cara com a palma da mão e olhei para Kihyun.

- Estás a fazer tudo errado… vocês os dois precisam de se apoiar… não de estarem afastados… tu estás a sofrer mas o Wonho também está a sofrer, S/n. Vocês precisam um do outro, se continuarem assim vão estragar tudo o que conseguiram até agora. E eu sei que tu não queres isso… - Kihyun falava severamente, no entanto, eu sei que ele está a dizer a verdade. – S/n, tu estás a ouvir-me?

- Sim.

- Então fala. Toma uma atitude de uma vez por todas.

- Ei, Kihyun… - Disse Hyungwon.

- Não precisas de ser assim. – Disse Minhyuk.

- Desculpem, mas eu sempre fui direto com a S/n, sempre fomos assim um com o outro, quando um de nós está com problemas o outro tenta ajudar da melhor forma que pode. E eu estou a fazer isto porque ela tem que reagir. Não pode continuar assim… parece que está adormecida… não reage a praticamente nada. – Disse Kihyun. – Minhyuk, desculpa o que eu vou fazer agora… mas ela precisa de saber… e pode ser que assim tenha um incentivo para reagir…

- Kihyun, ele pediu-me para não dizer nada…

- Exato, ele pediu-te a ti, não a mim.

- O que é que vocês estão a falar? – Perguntei eu, confusa.

- Tu sabes onde é que o Wonho foi? – Perguntou Kihyun.

- Ele foi às compras… deixou-me um papel a dizer isso… porquê?

- Bem, isso é mentira. O Wonho foi à ravina.

- À… ravina? Fazer o quê? Kihyun, isso não faz sentido nenhum… por que é que ele iria lá?

- O Wonho vai lá para pensar S/n. Ele vai lá chorar e pensar em tudo o que aconteceu e em tudo o que está a acontecer. O Wonho não quer chorar à tua frente, ele não quer demonstrar que está fraco, que se sente embaixo, mas tal como tu, ele sente-se assim… tu não podes continuar a agir da mesma forma que tens agido nos últimos 3 meses… não podes, simplesmente. Tu não pediste a minha opinião sobre este assunto, mas eu vou dizer-ta como faço sempre… e por muito duro que seja ouvir isto… vai ter que ser… eu acho que ele pode fazer algo de mau consigo próprio.

Assim que ouvi Kihyun a dizer isto, senti um enorme aperto no coração. Como se algo estivesse errado, completamente errado. As palavras de Kihyun ecoaram na minha mente vezes e vezes sem conta. Por momentos pensei que estivesse a enlouquecer, mas depois percebi tudo. Era este o choque de realidade que eu precisava. Num abrir e fechar de olhos, saí de casa a correr.

S/n off

Wonho on

Aproximei-me um bocadinho mais da ponta da ravina. Olhei para o chão e reparei no quão alto eu estava em relação ao solo. Afastei-me da ponta para não correr o risco de cair e olhei para o céu. Estava naquela altura em que o sol está prestes a esconder-se… o céu tinha vários tons diferentes e havia nuvens. Era algo muito bonito de se ver, algo que devia ser apreciado todos os dias. Limpei as lágrimas que teimavam em escorrer-me pela cara e meti novamente as mãos nos bolsos. Tive uma sensação estranha neste momento. Ouvi o meu nome a ser chamado, mas parecia tão distante que eu pensei ser uma imaginação minha ou algum sinal de que eu estava a enlouquecer.

- Boa, agora estou a ficar maluco… - Disse eu em voz alta. Ri-me com a minha fala, mas rapidamente as lágrimas continuaram a cair. Ouvi novamente o meu nome, mas desta vez olhei para trás.

S/n estava a correr na minha direção enquanto gritava o meu nome. Vinha bastante rápido, sinceramente não sabia que ela corria assim tão rápido. Por momentos pensei que estivesse a alucinar… mas na verdade aquilo era tudo real. Ela aproximou-se rapidamente de mim e eu abri os braços para que ela me pudesse abraçar. E assim aconteceu. Abracei-a com bastante força e ela fez o mesmo comigo. Conseguia sentir o cheiro do seu champô no cabelo e senti também o seu cheiro natural, o melhor cheiro que alguma vez podia cheirar… os nossos choros misturaram-se, assim como os nossos soluços. Naquela altura, lembrei-me do sítio onde estávamos, a ravina, e afastei-me da ponta.

- Eu estou aqui meu amor. – Disse S/n durante um abraço, enquanto tentava controlar a sua respiração para falar normalmente. – Eu estou aqui, agora… não tens que te preocupar com nada… eu voltei para ti… eu amo-te tanto… desculpa-me, por favor… 


Notas Finais


Espero que tenham gostado!!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...