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História Tudo Sobre Nós - Tudo sobre nós.


Escrita por: Nilin

Notas do Autor


It's aaaaall, about uuuuus. /canta
Olá, olá! Tudo bacana?

Tudo Sobre Nós é mais um fruto da minha falta do que fazer, apesar de ser um trabalho.
Isso mesmo, um trabalho... Este foi o meu trabalho de literatura para a faculdade e por isso não está grande coisa, pois realmente fiz com pressa, mas espero do fundo do coração, que gostem.
A princípio, minha ideia era fazer um narrador oculto que ficasse a critério da imaginação de vocês, e deixo-lhes à vontade para escolher quem é, porém como SeKai é meu tudão, a capa vai ser deles sim! Me processa, bj.

Tenham uma ótima leitura!

Capítulo 1 - Tudo sobre nós.


Era quase o fim do inverno quando nos conhecemos.  Poucas folhas se moviam nas árvores devido ao vento, já que a maioria delas voavam de encontro ao chão. Apenas as mais fortes resistiam e sempre que eu via aquela cena pela janela da biblioteca, desejava um amor como as únicas folhas que se mantinham presas aos galhos, que apesar do zéfiro soprando constantemente, continuavam firmes, lutando para se manterem no alto. O que eu não imaginava era que encontraria isso nele. O belo garoto alto, esguio e de rosto pálido, com sua expressão fria como o clima e seu grande sobretudo negro, como a imensidão de seus orbes que sempre me olhavam de cima a baixo quando eu passava, carregando vários livros de forma desajeitada, já que era esse o meu trabalho. Seus fios loiros às vezes caiam sobre seus olhos enquanto lia, e ele estava sempre tão preso a história que sequer percebia. Eu sei, porque em todas as horas que podia, eu o observava. Seja no balcão, enquanto computava algum empréstimo, ou entre os livros nas prateleiras.

Lembro-me da primeira vez que nós nos falamos. Ele dormia, debruçado sobre a mesa e eu precisava fechar a livraria. O chacoalhei levemente e ele acabou resmungando baixo, dizendo que sentia sono. Acabei rindo por ver aquele garoto tão sério parecendo mais uma criança que não quer acordar para ir à escola. Quando ele se deu conta do que acontecia, abriu os olhos e sua primeira visão, foi meu rosto, sorridente e um tanto desnorteado por não saber o que fazer. Ele então se ajeitou na cadeira, passou a destra em seus fios, talvez tentando manter a compostura, e em seguida coçou os olhos minimamente inchados. Aquela cena me fez prender um riso na garganta e foi quando repeti minhas palavras. Obtive um pedido de desculpas como resposta e logo em seguida me perguntou as horas. Já era realmente tarde, provavelmente passava das onze da noite e foi o que lhe disse. Ele se levantou, pegou o livro que lia, me agradeceu e seguiu rumo à porta. Assenti e fui apagando as luzes de todo o local, distraído e nervoso pela situação a qual havia passado, e quando cheguei à entrada da biblioteca, me deparei com ele, tentando abrir seu guarda chuva, pois fomos igualmente surpreendidos pelo temporal que resolvera cair. Xinguei-me mentalmente por esquecer em casa todos os meios preventivos contra a chuva, pensava até na gripe que provavelmente me atingiria alguns dias depois. Era inverno, o frio era cortante e a chuva espessa, porém, apesar da aparência que combinava com a estação, a alma daquele garoto, era quente como o verão.
"Diga-me onde é sua casa que te levo até lá. O guarda chuva não é tão grande, porém é o suficiente para nós dois."
A princípio, fiquei sem reação, havia perdido até o rumo e sequer me lembrava onde eu morava. Mas tudo ficou claro quando a voz grossa e ao mesmo tempo doce preencheu meus ouvidos ao dizer: "Me chame de Sehun."

Era o começo da primavera quando todos os dias tomávamos café juntos. O clima já não era tão frio, o adorado sobretudo preto já não era mais necessário porém suas roupas ainda beiravam essa mesma cor. Acho que nunca lhe disse o quão bem ele ficava em cores frias.

Foi sentindo a brisa fresca da estação que nos beijamos pela primeira vez, debaixo de uma cerejeira que florescia graciosamente. Ele pegou uma das flores rosadas que havia brotado recentemente em um dos galhos da árvore e delicadamente a colocou sobre minha orelha, entre meus fios escuros, minutos antes de tomar meus lábios para si. Ao se afastar, o sorriso mais lindo e sincero que já vi, nasceu em seu rosto, iluminando meu dia e toda a minha vida. Foi no final da estação, quando todas as árvores estavam completamente floridas e coloridas, na frente daquela mesma cerejeira, que ele se ajoelhou aos meus pés com um par de alianças prateadas e me pediu para ser exclusivamente seu. Ali, selamos nosso compromisso com um beijo, e horas depois eu me entreguei a ele, de corpo e alma. Lembro-me perfeitamente dos seus lábios tremendo ao dizer: "Eu não vivo sem você."
Naquele momento percebi que a vida só começa a fazer sentido quando realmente começamos a viver ela da maneira que queremos, e eu queria viver a minha ao lado de Sehun. Ao lado de meu Sehun.

Quando o verão começou, nós éramos como um só. O calor do nosso amor aumentava gradativamente. Costumávamos sair para dançar e Sehun sabia bem da minha dificuldade por isso sempre me dizia: "Pegue minha mão, eu te farei girar e não te deixarei cair. Quer me deixar guiar? Você pode subir nos meus pés. Tente, vai ficar tudo bem.", e ficávamos daquela forma a noite toda, ele me guiando em seu próprio ritmo. Em nosso único ritmo. Eu nunca caí, pois ele me segurava como se eu fosse o bem mais precioso e valioso que possuía. Quando dançávamos era como se o tempo parasse, era verão para sempre. Nossas roupas leves, nossas peles expostas, as juras de amor que fizemos um ao outro, as noites que passamos juntos, todas quentes como a estação.

Eu sempre acreditei que nada durava para sempre, porém, nosso amor era forte o suficiente para existir enquanto houvesse fôlego de vida em nossos pulmões, enquanto nossos corações batessem. Mas o outono chegou e com ele, o frio.
Sehun se distanciava aos poucos. Já não tomávamos nosso café juntos, como de costume. As rotineiras horas no telefone não existiam mais. Sua desculpa era sempre o cansaço. Os livros que ele lia, estavam todos empoeirados sobre a mesa que ele costumava se sentar. Eu sequer tinha coragem de tirá-los de lá, convencido de que ele voltaria e brigaria comigo se caso seu precioso Harry Potter não estivesse onde sempre deixava.

Eu não via mais ele, ele não me via mais. 

Certo dia, fui até a casa dele. Sem avisar, sem bater, apenas entrei com a chave que me dera. A visão que tive foi com certeza a pior em todos os anos que vivi. Sehun estava magro, muito mais magro do que quando o conheci, debruçado sobre o vaso sanitário. Eu o chamei, ele me olhou, como se suplicasse por ajuda e segundos depois voltou a vomitar. Pude ver o sangue escorrer por seu queixo quando ele olhou para cima, puxando o ar com dificuldade.
Sehun estava doente e eu não sabia o que fazer.
Tentei o ajudar e obtive gritos como resposta. A sua teimosia me deixava enfurecido. Apenas estranhei quando ele passou a dizer, repetidamente que não aguentava mais. A cada minuto que passava, eu me desesperava, e foi quando ele me mandou calar a boca.

Lembro-me de Sehun cerrando os punhos ao dizer: "Eu não amo mais você."
Naquele instante, meu mundo desabou. As cores abandonaram seus respectivos donos e eu passei a enxergar tudo em cinza. Minha vida perdeu o sentido e a única coisa que fui capaz de fazer foi ligar para uma ambulância e sair dali. Sem rumo, sem cor, sentindo apenas o vento gelado atingir meu rosto. O outono chegou e com o ele, o frio em meu coração.

Era começo de inverno e aquela noite não poderia estar mais fria. A neve caía freneticamente lá fora, pintando as ruas com um branco passageiro. A lareira não era o suficiente e mesmo estando com roupas quentes, o frio ainda se fazia presente e não era unicamente no clima. Tudo dentro de mim eram gelo, vento, chuva e escuridão. Era inverno, e não era somente lá fora.

O telefone tocou, porém eu não fazia questão de atender. Talvez fosse meu chefe, me demitindo por não aparecer mais no trabalho, ou alguma cobrança por não sair mais de casa para pagar as contas. Ligou uma, duas, três vezes e eu resolvi então ceder.
"Hospital da Universidade Nacional de Seul. Oh Sehun, 22 anos. O senhor é o único que deixou o telefone para contato e precisamos informar que o caso do paciente vem se agravando gradativamente. Retiramos o tumor no cérebro, porém ele contraiu uma infecção que não estamos conseguindo conter. Presumimos que até ao amanhecer, ele possa entrar em óbito. O que o senhor é do paciente?" "Ex namorado."
Foram as únicas palavras que consegui pronunciar e assim que informei meu nome, disseram-me que fazia meses que Sehun não parava de chamar por mim.

Senti minhas pernas fraquejarem e as lágrimas tomarem meu rosto. Corri em direção ao hospital com a força que me restava e quando entrei no quarto estava lá meu amado, com a foto que tiramos em nosso aniversário de cinco meses em mãos.
Aproximei-me da cama, acariciei os poucos fios loiros que se mantinham em sua cabeça, firmes como as últimas folhas nas árvores do inverno, beijei seus lábios sem cor e em um sussurro disse o quanto o amava. Ele abriu os olhos, pude ver lágrimas escorrer por sua face ainda mais pálida do que há um ano atrás e com o pouco de voz que tinha, disse: "Eu nunca deixei de te amar. Queria apenas te poupar do sofrimento de me ver morrer, pouco a pouco. Você foi o que eu tive de mais precioso e enquanto houver fôlego de vida em nossos pulmões, nosso amor permanecerá vivo."
Ele apertou minha mão e eu me deitei com ele. Passamos a noite ali, jogando conversa fora e ressaltando o quanto nos amávamos até pegarmos no sono. Ao amanhecer, despertei e o coração do homem que mais amei, não batia mais. Parte de mim morreu com ele, porém nosso amor continuará até meu último suspiro.

Meses depois, voltei ao trabalho. Ainda mantinha os livros de Sehun sobre a mesa e nunca mais esqueci o guarda chuva em casa.
No inverno, nós nos conhecemos; na primavera, nos apaixonamos; no verão,  ele me fez seu; no outono, tudo desandou e quando a neve voltava a cair, ele me deixou para sempre.
Hoje, independente da estação, todos os dias são frios como o inverno. Eu vivo preso na estação que combina com você, que combina com a gente.


Notas Finais


Existem partes na história de uma música que eu ouvi (e chorei, confesso), enquanto escrevia.

"He Is We - All About Us."

E partes modificadas de Diga (Parte 2) do Fresno. [Recomendo]

Espero que tenham gostado.
Beijos de luz. <3


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