Ele estava bem fraco. Os batimentos cardíacos já estavam quase se esgotando e eu sentada olhando para ele tentando não acreditar que aquilo de fato era inevitável. Deixava escorrer lágrimas pelo meu rosto, as mesmas seguiam para meu o queixo onde caiam e molhavam o lençol. Sentia um tremendo desconforto, acho que nenhuma filha se sentiria bem em ver seu pai daquele jeito, numa maca sebendo que a qualquer minuto ele podia ir.
- Alisa. - Ele me chamou com a voz fraca.
- Estou aqui, pai. - Respondi.
- Eu sinto muito, filha. - Ele disse pegando minha mão. - Não vou vê-la crescer, não vou ver seus belos filhos, não vou mais coloca-la na cama. - Minhas lágrimas aumentaram o ritmo. - Te abraçar, te acariciar... te beijar.
- Pai. - Disse entre as lágrimas. - Eu não quero que o senhor vá. - Me desabei em lágrimas.
- Filha.. - Ele colocou a mão no meu rosto e limpou uma de minhas lágrima que escorria entre tantas outras. - Eu vou sempre estar no seu coração e Deus também, Ele vai sempre te manter de pé seja com amizades, seja com a família, sempre... - Ele tossiu. - Ele nuca vai te deixar.
- Mas pai...
- Filha não se preucupe tudo vai ficar bem... - Ele falou com a voz mais fraca ainda.
- Pai?... Pai.
Não havia mais nada a ser feito, meu pai se fora e tudo que ficou naquela sala foi seu corpo, eu chorando silenciosamente e um som do aparelho cardíaco em um fino e infinito barulho de um coração que não batia mais.
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