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História Tunnel Vision - Parte 5


Escrita por: Sunkrich

Capítulo 11 - Parte 5


Três dias haviam se passado e eu não o vi mais. Nem um telefonema, um recado, uma visita rápida, NADA. Passei os dias no hotel esperando-o, indo trabalhar sem a mínima vontade… Algo tinha acontecido, era fato. Minha ansiedade estava no grau mil, tentando imaginar o porquê desse desaparecimento repentino. Talvez ele tenha se arrependido de tudo e se reconciliou com ela. Era uma hipótese bem provável até. Eu estava completamente desesperada, aflita, triste… (…)

Passei o sábado todo na cama, vendo TV. Ás 19h, comecei a me arrumar pro trabalho, havia mais um dia de casa fechada pra alguma festa e eu devia comparecer. Coloquei uma saia preta de couro, justa, blusa branca frente unica de seda, meia calça, scarpin, prendi o cabelo num rabo alto, brincos, pulseiras e saí ás 22h em ponto.

Cheguei à boate e fui encarregada do de sempre, recepcionar os convidados. O lugar estava lotado e como de costume, eu poderia aproveitar depois que terminasse meu trabalho!

Pouco depois da meia noite, vi Justin e Jessica chegando. Um soco em meu estomago! Mais uma vez, tive que engolir toda a minha decência e os cumprimentei amavelmente. Eu já não estava suportando mais vê-lo com ela e isso não era um bom sinal… Um passo em falso e eu colocaria tudo a perder. Não que fosse premeditado, uma trama, mas havia muito em jogo e eu sabia disso.

Não muito mais tarde, Nick me dispensou e me convidou pra irmos até o bar tomar uma bebida, Aceitei. Ficamos conversando e percebi que ele mostrava certo interesse em mim… Nick tinha a pele morena, alto, forte, olhos castanhos, boca fina, sorriso branco e perfeito. Era difícil não se sentir atraída por ele, fora que, ele tinha uma personalidade única: simpático, sensível e sempre de bem com a vida!

Olhei pro lado e vi que Justin e ela falavam, gesticulando muito. Pareciam estar… Brigando. Não pude deixar de olhar, tentando entender, quem sabe, o motivo de sua ausência em relação á mim… Ele tentava, em vão, acalma-la, tentando se aproximar dela enquanto ela se esquivava… Notei que ele estava com um copo de bebida na mão e estranhei. Nunca o tinha visto beber. Foi então que ele a beijou, agarrando-a pela cintura… Tive vontade de berrar, de desaparecer dali, de parar com toda a dor…

Sem pensar duas vezes, puxei Nick pela mão e o levei até a pista de dança, bem perto de onde eles estavam. Comecei a dançar e a me insinuar pra ele, colando nossos corpos, fazendo caras e bocas… Vi que Justin me olhava, perplexo. “Agora ele vai saber como me sinto”, penso. Nick me beija e eu retribuo, calorosamente, colocando minhas mãos em sua nuca… Olho de novo, mas eles não estão mais lá. Os vejo saindo, Jessica o seguindo a passos largos até a saída.

Nick me convida pra ir até seu apartamento, mas eu digo que não, que estou emocionalmente comprometida com alguém. Ele se chateia, mas não insiste. Uma hora depois me despeço de Nick, pego um taxi e volto pro hotel, alegando enxaqueca.

Entro no quarto e o vejo parado em frente á janela, as luzes apagadas. Sinto um calafrio me percorrer e sei que algo não está bem. Tenho medo. Sento na cama, cruzando as mãos e espero que ele diga alguma coisa… Não tenho coragem de me dirigir á ele. Como dois estranhos agora, sim. Afinal era isso o que éramos e eu temia, mais do que tudo, de que nenhum sentimento nos ligasse apenas o sexo casual em um quarto de hotel.

- Chegou cedo- ele diz, sem me olhar.

- Nick me dispensou- respondo rápido.

- Pensei que você estivesse se divertindo- ele alfineta.

- Não estava, eu… – não sei o que dizer. Lágrimas se formando em meus olhos.

- O que você pretende?!- ele diz olhando pra mim agora. Vejo decepção em seus olhos e isso me machuca feito fogo em meu peito.

- Nada, não pretendo nada, não sei o que você… - digo entre soluços.

- O QUE VOCÊ QUER DE MIM? HÃ?- ele me segura forte pelo braço- BEIJANDO AQUELE CARA, NA MINHA FRENTE… – sinto cheiro de álcool e percebo que ele está um pouco embriagado.

- Você estava com ela, você a levou lá e a beijou, na minha frente também… - digo baixo- Isso está me matando, está acabando comigo…- choro convulsivamente. Ele solta meu braço e senta no chão, perto da cama, com a cabeça baixa e as mãos sobre os joelhos.

(silencio)

- Senti ciúmes, sabia?- ele fala quase num sussurro- Você e ele, juntos…

- Senti o mesmo por você- me justifico. Uma onda de pavor e felicidade me consumindo, prestes a descobrir o que ele REALMENTE sentia em relação á TUDO.

- Não era pra acontecer, tentei de todas as formas, mas não pude. Não parei de pensar em você um segundo sequer durante esses três meses…

Me escoro na parede, chorando, feliz em saber que ele sentia o mesmo por mim. Vejo-o se levantar e parar em minha frente, me olhando nos olhos, bem fundo.

- Por mais louco que possa ser, por mais errado e egoísta, eu estou completamente apaixonado por você… Pelo seus olhos, sua boca, sua pele, seu corpo, seu caráter… – Justin diz rente á minha boca, nossos lábios quase se tocando.

- Justin…- sinto minhas pernas fraquejarem de emoção. Esperei 12 longos anos da minha vida pra ouvir aquilo, aquelas palavras que acalmavam meu coração, que me faziam ver como a vida valia a pena.

- Estou totalmente fodido, mas não dá mais pra esconder… Eu te amo pra caralho, Iasmin!- ele ri, não acreditando em suas próprias palavras.

- Como?- tento processar a informação, totalmente fora de mim.

- Eu te amo e quero ficar com você!- ele diz mais uma vez, suas mãos segurando firme meu rosto- Eu te amo… Amo!- ele repetia sem parar, lágrimas molhando meu rosto.

Agarrei seu pescoço e o abracei, o mais forte que pude. Ele não ia escapar de mim, não agora. Ele me beijou com certa violência, sedento por mim. Enlacei minhas pernas em seu quadril e o beijei com vontade, com toda a minha alma, com tudo de mim…

- Fica comigo… Pra sempre!- implorei em meio ao beijo e o vi assentir.

Escuto batidas na porta. Rápido, forte, incessante…

- EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ AÍ!- uma voz conhecida gritava do outro lado.

Justin me soltou delicadamente, prestando atenção. Mas ele sabia e acho que até esperava por isso, que ELA, uma hora ou outra, fosse descobrir. Era óbvio demais.

- ABRA A PORTA! ABRA!- ela batia, chorando, histérica.

- O que a gente…?- tentei dizer, atônita, sem saber o que fazer. “Talvez eu possa me esconder embaixo da cama ou no banheiro”, penso. Mas minha atitude é infantil e mesquinha. EU havia causado tudo isso e tinha que enfrentar- Abra a porta!- digo.

- Não- ele rebate- Fica aqui. Isso é um assunto meu!- ele diz e abre a porta, seguro. Eu diria que ele sabia como agir, que já tinha pensado em tudo caso acontecesse.

- ME DEIXA ENTRAR! QUERO VER QUEM É ELA!- ela grita e consegue me ver pelo vão da porta enquanto ele a segura, fechando a porta com força em seguida.

Deito na cama e me sinto mal. Tenho vontade de chorar e me odeio por isso. Abraço o travesseiro contra o corpo e acabo dormindo (…).

 



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