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História Turbulências - Longa História.


Escrita por: ddwertrud

Notas do Autor


Heyyy.
Espero que gostem ;*

Capítulo 5 - Longa História.


Fanfic / Fanfiction Turbulências - Longa História.

Cidade de Munique, estado da Baviera. – 06/09/2016 12:18 p.m. -  Olympia-Einkaufszentrum.

Manuel P.O.V.

- Prometeu que iríamos almoçar juntos, Manuel - A voz de Nina invade o ambiente de minha sala que antes estava agradável. - Como da ultima vez, por que você está me evitando?

- Não estou lhe evitando Nina, apenas vou ficar trabalhando no meu horário de almoço. - Digo me enganando mais do que a ela.

- Como sempre me trocando pelo trabalho. Quando você vai ter tempo pra sua namorada? - Ela diz isso virando as costas e indo embora. Eu deveria correr atrás dela e dizer que eu só estava cheio de trabalho e que a noite poderíamos sair para jantar mas eu não posso, não posso mais enganar ela e nem a mim. Nosso relacionamento já não é mais o mesmo, eu já tentei de tudo para consertar, mas os ciúmes dela só me afastam cada vez mais e se for preciso eu limpo até os banheiros do Olympia pra ter que voltar mais tarde pra casa, e hoje não será diferente, vou ficar o máximo possível por aqui.

Cidade de Germering, estado da Baviera. - 06/09/2016 02:34 p.m. – Apartamento da Maria.

Maria P.O.V.

Depois do café com Bob aproveitei que eu não havia ido para faculdade e decidi arrumar umas caixas que eu havia deixado na dispensa com alguns documentos, que por coincidência ou por ironia do destino, acabei achando a carta de ódio que eu havia escrito para o meu pai o xingando de todas as maneiras possíveis por ele não ter ido à minha formatura do ensino médio e que felizmente minha mãe não me deixou enviar. Depois de dar uma arrumada nesses documentos eu fiz o almoço e vim trabalhar, e desde que eu cheguei não consigo parar de pensar no assunto “pai”, me sinto mal por ter excluído ele da minha vida, mas também no fundo eu guardo mágoa por ele nunca ter vindo atrás de nós, tudo bem que ele tentou contato algumas vezes mas foram só pra consertar as cagadas que ele fazia, como o fato de ele não ter ido na minha formatura, mas também me lembro da época que ele e minha mãe ainda eram casados e como nós dois gostávamos de tocar piano e desenhar, e também depois quando Bob nasceu e eu e ele costumávamos sair com o Bob pra passear no parque perto de casa, porém eu também lembro das vezes que eu espiava minha mãe chorando pelas saídas escondidas do meu pai, ou também pelas vezes que eu tive que acalmar os choros do Bob por causa das brigas dos dois. São muitas lembranças, muitas alegrias e também tristezas. E são por essas alegrias que eu resolvi dar uma chance pro meu pai, porque perder o pai já é uma tragédia e perdê-lo na infância é sentir saudade não do que viveu, mas do que poderia ter vivido, e eu não perdi meu pai totalmente, eu ainda tenho chances de viver experiências de pai e filha com ele, eu só preciso lhe dar uma chance.

Já era umas oito horas da noite quando eu chequei se Bob já havia pegado no sono e depois fui pro meu quarto. Abri minha conversa com o tio Markus, único da família do meu pai que eu tenho contato, e respirei fundo antes de apertar para ligar para o numero que meu tio havia me passado. Um toque, dois toques, três toques e nada, até que no quarto toque uma voz atende.

- Alô. – Ao ouvir essa voz é como se meu organismo gelasse e as palavras fugissem de mim como gatos fogem da água. – Quem está falando? – Meu transe é cortado depois dessas palavras e eu engulo seco antes de falar.

- Joachim. – É só isso que consigo dizer. Falta-me o ar e é como se eu nunca tivesse aprendido a falar.

- Maria. – Ele diz isso e eu consigo sentir um pouco de alegria em sua fala. Durante um tempo só se consegue ouvir nossas respirações nessa chamada, até que ele corta o silêncio. – Fico feliz que esteja me ligando. – Depois de ouvir isso meu organismo vai ficando menos tenso e me sinto aliviada por saber que ele talvez também sinta minha falta.

- Eu to ligando pra saber se o senhor ainda mora em Munique. – Digo isso tão rápido que não sei se ele conseguiu entender.

- Sim, ainda moro. – Ele diz com uma voz calma que me deixa ainda mais esperançosa de que vamos nos dar bem.

- Eu queria saber se o senhor quer almoçar em algum lugar ai de Munique no sábado. – Perguntei já me levantando e comecei a andar pelo quarto, uma característica minha muito forte de quando estou nervosa, não demorou muito e ele logo respondeu.

- Eu quero sim, e se me permitir posso escolher o local.

- Sim, sem problemas. – Digo rápido e me sento novamente na cama.

- Ótimo. Posso lhe mandar uma mensagem com o endereço e horário certinho.

- Certo. Até mais.

- Até. – Desligo a ligação e me esparramo na cama. Fico olhando pro teto por um bom tempo tentando não ficar criando expectativa, mas a felicidade era grande demais pra isso.

Demorei em pegar no sono e quando ouvi meu celular despertando só ai me caiu à ficha de que eu teria que ir pra faculdade com um mau humor do cão. Fui até o banheiro fazer minha higiene pessoal e depois fui para a cozinha. Coloquei comida para a minha gata e o café para fazer. Pus algumas coisas na mesa e despejei o café na minha caneca. Depois de dar uma olhada nas minhas redes sociais, e terminar o café, peguei a minha bolsa e corri pra conseguir pegar o trem a tempo.

Depois de quase dormir na aula de direção criativa, dei graças a Deus que já era perto do meio dia e eu ia poder encher a minha barriga de comida. Almocei no mesmo restaurante de sempre e fui andando pro trabalho. Como eu estava cheia de documentos para lançar no sistema o tempo passou voando e quando me dei conta já eram seis horas da tarde. Fiz o mesmo caminho de volta para a casa e quando cheguei em casa me deparei com a cena de Bob dormindo no sofá. Deixei minhas coisas no meu quarto e segui para a cozinha. Minutos depois meu irmão aparece por lá.

- Bob, espero que esteja com fome porque eu fiz lasanha de brócolis com cogumelos. - Falei terminando de pôr os talheres na mesa.

- Estou morto da fome.

- Ainda bem.

Durante o jantar comuniquei a Bob que visitaria nosso pai e respeitei a sua vontade de ir não junto. Ele me ajudou a organizar a cozinha e depois fomos cada um para seus devidos quartos.

Cidade de Munique, estado da Baviera. –10/09/2016 11:49 a.m. -  Olympia-Einkaufszentrum.

Um sábado nunca chegou tão rápido em toda a minha vida. E aqui estou eu, quase abrindo um buraco na mesa de tanto bater as minhas unhas contra ela, esperando o meu pai em algum shopping que ele me passou o endereço durante a semana. Odeio ser a primeira a chegar mas também não queria ter que ficar procurando ele feito uma barata tonta pela praça de alimentação. Quando deu meio dia em ponto pude reconhecer algo que deduzi ser o meu pai. Ele estava acompanhado por um homem que eu jamais havia visto. Conforme caminhavam em direção a minha mesa fui percebendo que as minhas botas, a calça, a blusa, todas na cor preta, e a jaqueta jeans que eu vestia não eram adequadas se comparadas às roupas sociais dos dois homens que estavam vindo em minha direção. Logo após os 30 segundos mais demorados da minha vida, meu pai e o homem misterioso chegam aos risos na minha mesa.

- Maria! - Meu pai diz vindo até mim me surpreendendo com um abraço? Se é que se pode se chamar essa ação de abraço. Afinal ele estava em pé e eu sentada. Foi uma coisa sinistra. - Maria esse é o Manuel. Manuel essa é a Maria… como você já sabe. - O homem ergue a mão em minha direção e eu a aperto e dou um sorriso sem mostrar os dentes.

- Bom, vou deixar vocês dois a sós. Se divirtam. - Ele se despede de nós e por alguns segundos entre mim e meu pai só se ouve o barulho das pessoas conversando na praça de alimentação.

- Bom, peço desculpas por termos que almoçar aqui, queria poder levá-la para comer em algum restaurante mas preciso trabalhar hoje e aqui fica mais prático pra mim.

- Tudo bem, sem problemas. Não me importo de comer fast food. - Solto um riso abafado e percebo que meu pai se alivia um pouco. - Está trabalhando aqui?

- Sim. Manuel contratou minha empresa para cuidar da parte de finanças aqui do shopping. - Balanço a cabeça em sinal de compreensão. Depois de alguns minutos em silêncio meu pai sugere que compremos nossos almoços e como eu já espera ele pagou o meu, e eu óbvio que não ia negar, salário de operária é foda.

Depois de jogar conversa fora sobre trabalho, faculdade, namorados e a minha vida independente, nossa conversa tomou um rumo delicado.

- E como está sua mãe? - Ele perguntou isso em meio a risos depois de eu ter lhe contado sobre a primeira faxina que eu fiz no meu apartamento e quais as táticas que eu usei para matar as baratas.

- Bom, isso é uma longa história.


Notas Finais


Demorei um pouco pra postar porque época de fim de ano eu fico cheia de coisas pra fazer.
Eu usei um trecho de uma música do Emicida na parte que a Maria fala sobre o pai.
Colocar o Joachim como pai ficou meio clichê mas eu não achei outra pessoa então foi ele mesmo.
Criticas são sempre bem vindas. Beijossss.


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