História Twenty four - Sehun - Beijo

-Porque fez isso!? -Perguntei olhando em seus olhos. 

-Para ver se desse jeito você fica um pouco quieta. -Nossos rostos estavam ainda tão próximos que sentia sua respiração batendo em minha pele.  

-É difícil pedir civilizadamente como uma pessoa normal? -Sai de seus braços enquanto falava e percebi que meu rosto estava muito quente.  

-Nem assim você para. -Ela tombou a cabeça para trás e suas mãos estavam no bolso. Talvez essa seja minha posição preferida dele, ver ser pescoço todo a mostra era muito sexy. -Só quero de verdade –Ele me encarou. -que paremos de brigar.  

Fiquei chocada com suas palavras. O mesmo cara que a poucos dias foi um grosso e babaca comigo está na minha frente oferecendo uma oferta de paz. Continuei a ouvir com atenção. 

-Sabe –Ele começou a andar em seus passos lentos e o acompanhei. -é desgastante. Por mais que amo te irritar, não vai dar certo se continuar assim. -"Ama me irritar porque?" Essa é a pergunta que queria fazer, não queria saber mais de nada naquele momento mais não o interrompi. -Prometo ser mais fácil de lidar? -Ele fez uma careta estranha e olhou para mim. 

-Concordo, também vou prometer ser menos chata. -Falei sorrindo simpática. -Mas porque isso só agora?  

-Percebi que quando brigamos não afetamos só nós e sim também quem está ao redor. -Ele dizia sereno. Agora pergunta aonde estava esse homem calma e gentil nas palavras a dias atrás?  

Depois de um silêncio constrangedor, se assim posso dizer, fiquei matutando em minha mente várias coisas para perguntar para Sehun, desde de quanto tempo mora em Seul e suas preferencias de comida, esse simples jeito de falar comigo despertou a minha curiosidade sobre ele. Porém como não tinha toda essa coragem no momento perguntei apenas do que tínhamos mais "intimidade" no momento.  

-E a Vivi... 

-O –Ele me encarou sério. -O Vivi. -Não pude deixar de rir, seja por vergonha de ter confundido seu cachorro que é macho com uma fêmea ou por achar um nome muito engraçado para um macho. 

-Tá. -Ri mais um pouco. -Aonde ele está? Desde de quando ele me derrubou não o vi mais. 

-Está na casa da minha mãe. Não gosto que ele fique preso no apartamento. 

-Entendi, mas não querendo ofender, Vivi é um péssimo nome.  

-Primeiro que Vlad é pior. -Parei de rir na hora. -E segundo é um apelido para Vivin.  

-Não deixa de ser ruim. -Falei por final e ele sorriu e foi um verdadeiro.

Caminhamos lado a lado até chegarmos perto do nosso prédio, mas mesmo que tenha conversado com ele e o clima entre nos dois estar menos estressante não parava de pensar naquele beijo e precisava conversar com alguém. 

-Pode ir indo, vou para a casa de Chanyeol. -Disse parando antes de atravessar uma faixa de pedestre. Ele apenas assentiu e continuou andando. 

No caminho para a casa de Channie várias coisas passaram pela minha mente, mas entre dez, nove eram sobre Sehun. Queria mesmo conhecer ele, saber de tudo sobre ele, descobrir porque ele ama me irritar e Seoyoung teve grande parte disso quando me fez relembrar que não sabia nada dele e odiava isso. Gosto de saber de tudo sobre quem me rodeia e não saber nada de Sehun a não ser o nome, profissão e que tem um cachorro me deixava mais louca do que querer de novo aquele beijo. 

Entrei no apartamento assim que Soohyun abriu e a abracei. 

-Veio sem avisar? Coisa tem. -Ela disse comigo ainda em seus braços. 

-Você está sozinha? -Perguntei e ela assentiu. Me joguei no sofá. -Adivinha. 

-Mais uma promoção no emprego?  

-Quem me dera. -Falei desanimada. -Sehun me beijou e disse que foi só para calar minha boca. 

-Ah tá. -Ela levou a mão ao queixo e fez uma cara de quem estava pensando na origem da vida. -Porque está preocupara, nunca liga para beijos sem sentimento... Calma aí. -Ela apontou para mim. -Não me diga que já está sentindo algo? -Rolei os olhos. 

-Mas é claro que não. -Disso eu tenho certeza e mais certeza ainda era que seu beijo era viciante e queria mais, apenas isso.  

-Se você diz, então não se preocupe com esse beijo. As vezes foi realmente para fazer você parar de falar. -Ela deu risada. -Quando você e Suho brigavam ele fazia isso para quebrar seu raciocínio e você logo em seguida ficava calma. Parece que só assim você deixa a outra pessoa falar. 

-Sou uma chata. -Coloquei minhas mãos no rosto. 

-Nem sempre. -Ela riu depois que a encarei. -Só tenta ouvir mais, isso pode ajudar com seu novo hóspede.  

Fiquei tanto tempo falando com Soohyun que nem vi a hora passar, já estava tarde da noite quando voltei para casa. Cheguei e notei que minha chave não estava comigo. Bati na porta três vezes e esperei.  

-Desculpa, esqueci de devolver sua chave. -Sehun disse depois de abrir a porta com um sorriso fofo nos lábios e de toalha, de novo. As vezes acho que ele não sabe o que é roupa. 

-Tudo bem. Só deixe ela perto da porta amanhã saio as nove para trabalhar. -Ele me olhou curioso. 

-Outra sessão? -Perguntou. 

-Não. -Fui para a cozinha e olhava em sua direção por cima do balcão. -Sou chefe do departamento de contabilidade da minha empresa. Não trabalho com Seoyoung sempre, ela só me chama quando sua assistente foi demitida e não tem nenhuma para colocar no lugar. 

Ele colocou a mão no queixo e ficou em uma posição, muito sexy por sinal, e suspirou. 

-Que chato. -O olhei. -Por isso que é tão chata? -Agora arqueei uma de minhas sobrancelhas. De novo ele ia começar a ser um babaca e isso que falamos que íamos tentar melhorar nosso relacionamento. 

-Olha não quero discutir com você. Passei por ele e fui para meu quarto. 

Agora tenho certeza que esse Oh Sehun é louco de pedra. Aonde já se viu ser completamente fofo em uma hora e minutos depois continuar a ser um idiota. Já sabia que minha paciência não durava muito agora com ele é trinta vezes pior. 

Acordei na segunda com muita fome, noite passada esqueci de comer porque um livro tirou totalmente o meu apetite. Tomei um café bem reforçado e fui pegar minhas chaves do carro. E para minha surpresa elas não estavam aonde deixei, procurei por toda a casa e nada.  

-Ótimo. Só me faltava essa. -Peguei meu celular e liguei para Suho. -Quer ajudar uma amiga em apuros? -Falei assim que ele atendeu o segundo toque do celular. 

-Se não for para invadir a casa de ninguém eu ajudo. -Ele ria enquanto falava. -Do que precisa? 

-Carona. 

-O que ouve com seu carro? -Ele perguntou com um tom assustado em sua voz. Uma das poucas coisas que tinha muito cuidado era meu carro. 

-Não sei aonde minha chave está. -Falei em tom de derrota. -Pode me ajudar? 

-Claro! Desce que daqui a pouco estou ai. 

Desliguei o celular, peguei minhas chaves do apartamento, minha bolsa, dei tchau para Vlad que estava novamente no quarto de Sehun e fui para a portaria esperar Suho. 

-Já ligou para o seguro? -Assim que entrei no carro Suho perguntou. Fechei a porta. 

-Ainda não. -Coloquei o cinto. -Não sai com ele ontem, nem sábado. A última vez que usei foi sexta. -Suspirei triste. -Devo ter perdido em casa. 

-Não emprestou para Sehun?  

-Mal falo com ele, ainda mais emprestar meu carro. Mesmo que ontem ele tenha sido um pouco legal. 

-Devo sentir ciúmes? -Ele me olhou assim que parou no farol vermelho, apenas sua mão esquerda estava no volante a outra coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. 

-Primeiro: você e só meu amigo certo? -Ele assentiu sorrindo. -Segundo: Sehun é um idiota na maioria do tempo. -Ele continuava sorrindo. -Terceiro: é só um favor para ele, ou uma punição para mim. É acho que mais uma punição. Então não se preocupe. 

-Mesmo assim vou aparecer lá um dia desses para ver a cara desse cara e ver mesmo se ele não tem cara de assassino. -Ele dava risada. Sempre amei a risada de Junmyeon. 

-Pare de se preocupar tanto. -Bati em sua coxa. -Sabe que apesar de ser desse meu jeito sei me cuidar. 

-Tá bom. -Ele estacionou. -Vai precisar de carona para ir embora? 

-Não precisa se preocupar, volto de metro. Só não fui porque sabe que gosto de dormir o quanto posso então não sobra muito tempo para pegar o metrô de manhã. 

-Tudo bem qualquer coisa liga. -Ele me segurou pela nuca com delicadeza e beijou minha testa. -Se cuida. 

-Obrigada Suho. -Sai e bati a porta do carro. 

No meu horário de almoço meu celular tocou enquanto comia no sossego que poucas vezes tinha. Era um número desconhecido.  

-Alô. -Falei depois que escorreguei meu dedo pela tela. 

-Oi baixinha. -Como ele conseguiu meu número? Rolei meus olhos e bebi meu suco. 

-Como conseguiu meu número?  

-Chanyeol me passou. -Obrigada maninho. -Ontem ele foi na sua casa e você não estava, ficamos um bom tempo conversando e ele me passou seu número.  

-E o quer?  

-Avisar que estou com seu carro. 

-Ah legal viu. O que custava pedir? Sabia que o uso para vim trabalhar? 

-Chanyeol me disse isso, mas disse que se precisasse poderia pegar. -Vou ter que conversar com meu irmão. -E ele também disse que você odeia ser acordada. Então apenas peguei e esqueci de te ligar só lembrei agora. 

-Tá. Agora vou desligar porque quero almoçar. 

-Tá bom baixinha, mas vou te buscar hoje tá. 

-Não precisa, volto de me... -Ele me interrompeu. 

-Aigoo! Estou tentado ser legal me deixe. 

-Tá, agora tchau. 

Desliguei o celular e o coloquei em cima da mesa. Sehun ainda é uma incógnita para mim. Não o entendo de verdade. Primeiro é grosso, discuti comigo toda hora, me beija, é legal, depois um idiota e folgada e agora quer ser legal. Está complicado de entender. 
Terminei de comer e voltei para minha sala.