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História Twenty-Two - Prólogo


Escrita por: Moomsen

Notas do Autor


Olá amoras, então essa não é a minha primeira fanfic, mas é uma das minhas ideias favoritas, e espero que no final acabe se tornando uma de suas histórias favoritas.
Bom, eu quero estipular umas regrinhas para uma boa convivência.
- Eu super aceito críticas, mas desde que sejam construtivas.
- Não xingue ninguém nos comentários
- Plágio além de ser crime não é uma coisa legal. Gostou da história? Compartilhe dando os devidos créditos.
Fatos sobre a fanfic para vocês conseguirem se situar e não se perder.
- Sempre prestem atenção nas datas, por que a fanfic sempre vai e volta no tempo. <3

Os capítulos vão ter em média de 3 a 4 mil palavras, mas pode ser que alguns mais outros menos.
Por conta de os capítulos serem bem detalhados, e eu quero que tudo fluía com muita calma, a fanfic tem bem mais de 50 capítulos.
Se tiverem mais de quatro comentários eu vou postar o próximo em seguida. Se não o próximo capitulo será postado até amanha, vou postar sempre sem falta, mas pode acontecer de atrasar.
A fanfic já está totalmente terminada, então eu simplesmente irei acompanhando a história com vocês <3
Acho que é só isso mesmo, espero que gostem do prólogo.
Gostaria de agradecer a Narniana pela betagem do cap. <3
E a pessoa que fez a sinopse que infelizmente não lembro quem foi <3
Até as notas finais.

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Twenty-Two - Prólogo

PLAYLIST DO CAPÍTULO: https://www.youtube.com/watch?v=qN4ooNx77u0&list=PLau6aZAxZ_Kp4QLqtEvg7xyB1T5FqJNWv

 

Sábado, 26 de Julho de 2009, Huntington Beach, Califórnia.

Seis anos antes...

 

Feliz Aniversário para mim. Estou fazendo 19 anos, e comemorando a única forma que eu sei, bebendo até cair. É a primeira vez que reúno todos os meus amigos desde que estou na cidade. Minha assistente e relações públicas, isso mesmo eu tenho uma relações públicas, me disse que eu deveria fazer uma festa e das grandes. Olha não me entenda mal eu conheço muita gente ainda mais aqui em Huntington Beach, mas não quero fotos minha no meu estado de bêbada na internet. Sei que não ligo para a minha imagem, mas é legal preservá-la como alguém que deve ser levada a sério.

Todo ano nessa mesma época eu tinha as minhas benditas férias, a temporada da minha série acabava e tínhamos um tempo, eu então voltava para minha casa. Tudo bem que eu nem cheguei a crescer aqui, minha mãe estava sempre me arrastando de um lado ao outro do país, procurando a porcaria da oportunidade de me deixar famosa e fazer ela ganhar dinheiro, embora não precisássemos.

E está noite o bar do Johnny estava lotado, puxei Jimmy pelo braço e o avisei que iria lá para fora para fumar, ele abanou as mãos de um lado para o outro dizendo que tanto faz. Jimmy é quase como um poste gigante. Alto, magro os cabelos negros compridos até o queixo, o corpo todo tatuado e com um piercing nos lábios, o cara é um completo bobão.

Ao lado dele estava sentado Johnny, baixinho com um moicano. Do lado de Johnny estava Matt ou Armário como eu o chamo, e tenho que dizer é um apelido bem apropriado. O cara é enorme, o braço dele parece do tamanho das minhas duas pernas juntas, mas aposto que você nunca vai conhecer ninguém mais doce que ele. Ao seu lado está Valary uma de minhas melhores amigas e sua namorada, os dois se conhecem desde o colegial, e são o casal mais fofo que já conheci.

Ao lado deles estão Zacky e Gena, conheço Gena desde meus cinco anos, ela cuidava de mim sempre que eu estava em casa, e nós crescemos juntas, ela é como minha irmã mais velha. E então no penúltimo ano de colegial Gena conheceu Zacky, os dois se apaixonaram e Zacky nos apresentou o resto do pessoal, todos esses caras aqui tem uma banda, na verdade tem mais um cara, mas pelo que eu entendi dele, a namorada é obsessiva demais, e simplesmente não o deixa em paz, então nunca cheguei a conhecê-lo. Claro Também tem o fato de que eu moro o ano inteiro em NY.

Jimmy bateu bruscamente na mesa me tirando dos meus devaneios, ficou de pé e pegou seu enorme copo de cerveja, apontando para o teto ele disse:

— Um brinde às férias da Taylor, que a fizeram finalmente ter tempo para seus melhores amigos! — Ele gritou, ele voltou a se sentar e eu dei um forte soco no meu braço esquelético. Ao meu redor meus amigos começaram a brindar e eu só consegui ficar vermelha igual a um pimentão e a sorrir.

As coisas não andavam muito boas para mim nos últimos tempos, parecia que tudo resolveu ir ladeira abaixo, terminei com meu relacionamento de dois anos, comecei a realmente odiar atuar, NY parecia me sufocar, meus colegas e amigos simplesmente resolveram me tratar como um lixo, e para colocar a cereja no bolo meu avô faleceu, mas aqui em HB tudo parece diferente.

Meus amigos se acalmaram e voltaram a conversar entre si, olhei ao redor da mesa e sorri para mim mesma, eles não prestaram a atenção em mim, estavam ocupados demais gritando uns com os outros e rindo, sai da mesa caminhando em direção a multidão. Quanto mais eu ia abrindo caminho entre o mar de pessoas mais eu conseguia tropeçar e mais eu começava a duvidar se não tinha dois pés esquerdos, ou talvez seja o fato de que eu já tenha passado da minha cota de álcool por hoje. Quando coloquei os meus pés para fora do bar, continuei caminhando reto e me sentei no meio fio e estendi meus pés, tirei da cinta liga um maço de cigarros, peguei um e coloquei na boca, voltei a colocar a carteira na cinta-liga.

Acendi, soltando a fumaça e olhando ao meu redor, até mesmo fora do bar se tinha um punhado de pessoas, algumas bebendo sozinhas, outras conversando e fumando, mas mesmo com tantos carros estacionados na rua ainda estava deserta, traguei novamente e olhei para a praia na minha frente. Já estava indo para o segundo cigarro, quando um rapaz... Rapaz não, ele não tinha cara de moleque. Era um homem, seus cabelos pretos me lembravam o breu da noite e estavam um estardalhaço em cima de sua cabeça como se ele tivesse levado um choque, seus olhos castanhos escuros, eram penetrantes, eu não consegui não olhá-los, quando desci os olhos para seus lábios finos eles estavam formando o que era para ser um sorriso safado, mas que parecia um sorriso bêbado, o cara era o mais lindo desastre.

— Olá. — ele disse se sentando ao meu lado, desajeitado por conta de estar bêbado, e senti o hálito de Uísque e menta. — O que uma mulher tão linda faz tão sozinha? — Não consegui evitar, então dei um sorriso, o cara era gato demais.

— É uma preferência. — Disse e ele levantou uma sobrancelha — Mas eu acho que você está um pouco bêbado demais para me cantar. — E talvez seja um pouco velho demais para me querer. Ele começou a balançar a cabeça freneticamente.

— Nunca se está bêbado demais para flertar com uma garota loira e gostosa em um meio fio — uma risada espontânea saiu de meus lábios, fazia muito tempo que eu não tinha uma risada daquelas, ele era divertido isso eu não poderia negar. Ele se remexeu tentando tirar algo do bolso, logo eu vi uma carteira de cigarros em sua mão, ele pegou um e o pousou nos lábios e então se virou para mim — Você pode me emprestar o fogo? — levei o isqueiro até ele e acendi, deu uma tragada forte no cigarro, e se inclinou para trás, e foi aí que eu vi uma garrafa de cerveja ao seu lado, suas mãos davam apoio atrás de seu corpo e ele esticou os pés bem ao lado do meu. — Então por que você está sozinha aqui?

Ele perguntou, me olhando e tragando o cigarro.

— Não estou sozinha, meu amigos estão lá dentro, só sai para tomar um ar. — Ele balançou a cabeça afirmando e olhou para o mar, eu fiquei ali olhando seu rosto, ele parecia estar sofrendo — E você o que faz aqui sozinho?

— Meus amigos me trocaram por uma festa de aniversário — Ele disse soltando a fumaça no ar.

— Não acredito que eles fizeram isso — Disse rindo um pouco pela coincidência — Você acreditaria se eu dissesse que hoje é meu aniversário?

Ele me olhou e sorriu.

— Não acredito — Ele se sentou mais perto de mim — Parabéns. Quantos anos está fazendo?

— Infelizmente 19 aninhos — Eu disse virando o rosto para ele, que bateu a mão na testa.

— Não acredito nisso — E rindo tirou a mão da testa me olhando — Não acredito que estou dando em cima de uma adolescente.

Eu abri um sorriso de gato da Alice, não conseguindo evitar.

—Há um minuto atrás, eu não era uma adolescente para você, porque agora eu sou? E também aposto que você não é tão velho assim — Disse a ele, que me olhou de canto.

— Ai meu Deus, você está dando mole para mim — Eu joguei a cabeça para trás rindo. — Eu aposto que se você soubesse a minha idade ficaria de queixo caído.

— Não, — Eu disse fazendo careta e balançando a cabeça de um lado para o outro — você deve ter no Máximo uns 26 anos.

— Estou até me sentindo honrado — Colocou a mão no peito, logo tirou a mão me olhando sério — Eu tenho 29 anos. – Ele fez uma careta como se dissesse, acredite.

— Não — Eu disse perplexa, não acreditando no que ouvia. Ele não parecia ter 29, nunca pareceria. — Você não pode ter 29 anos.

Ele riu. — Pois pode acreditar — voltou a tragar o cigarro, olhando para o mar.

— Então por que você está bebendo aqui sozinho? Aposto que não têm só eles de amigos — Eu disse arrancando uns matinhos da calçada, eu tinha gostado dele, era lindo, tinha charme e me fazia rir, não me importaria em ir para cama com ele.

— Minha noiva terminou comigo — Ele disse bebendo um gole da garrafa que tinha na mão.

— Sinto muito — Ele deu de ombros e resmungou um “acontece”. Fiquei algum tempo em silêncio olhando para o mar, e então voltei meu olhar para ele. — Há quanto tempo estavam juntos?

— Há 10 anos — Ele disse, sem olhar para o meu rosto, seu olhar era distante e pensativo. Eu assobiei.

— Isso é muito tempo — Ele mexeu a cabeça dizendo que sim, o assunto parecia machucá-lo. — Eu sei que vou parecer encheria, mas eu gosto mais de pensar que quero ajudar — Me inclinei para trás me apoiando nos cotovelos, e olhando para o céu que brilhava com milhares de estrelas em cima de nós, e meu pensamento foi que amanhã daria um lindo dia de sol. — Por que vocês terminaram?

Voltei meu olhar para ele, que se mexeu desconfortável, balançou a cabeça de um lado ao outro, e fez uma careta. Parecia considerar a resposta, deu um longo gole na sua bebida e suspirou me olhando em seguida, ele olhou tão fundo dentro de meus olhos que eu quase pude o sentir lendo todos os meus pensamentos.

— Digamos que eu não consigo manter o meu pênis dentro da calça. — E voltou a beber de sua garrafa, eu me segurei para não rir, o jeito bêbado dele tornava tudo que ele falava hilário.

— Por quê? Você ia se casar com ela devia amá-la. — Eu disse. É eu posso me vestir como uma prostituta e agir como se nada me machucasse e achar que nunca vou encontrar algo nessa vida que valha a pena, mas porra eu acredito no amor. Acredito que quando se ama não se tem olhos para outra pessoa. Ele abriu um sorriso triste, e se ajeitou colocando os cotovelos no joelho. Começou a cutucar o rótulo da garrafa querendo tirá-lo.

— É bem mais complicado que isso — Ele disse, parecia quase deprimido. E foi quando minha ficha caiu, ele não a ama. Ele suspirou e me olhou, eu fiquei ali olhando para ele e ele olhando para mim. Ficamos um bom tempo assim até ele desviar o olhar e beber o último gole de sua garrafa, depois de jogá-la na calçada ele se virou para mim.

— E você o que faz aqui sozinha e não curtindo seu aniversário com seus amigos? — A pergunta pareceu pesada demais para um simples precisava respirar e fumar um cigarro, ele queria saber o porquê de eu estar ali tapando minhas feridas com bebidas.

— Você quer que eu comece por onde? A morte do meu avô? A minha carreira que tem tudo para ser um sucesso mas eu só consigo odiar o que faço? A droga dos meus pais? O fato de que estou sempre drogada ou bêbada? — Eu disse desviando os meus olhos dos dele, sabia o que ele iria fazer, ele iria rir. E foi exatamente isso que ele fez. Soltou uma risada e falou:

— Você só tem 19 anos, sua vida nem começou, seus problemas nem começaram. — Olhou para frente junto a mim.

— Então ainda bem que já estou tratando de adiantar a minha morte, porque mais problemas como esse, — Fiz sinal com a mão indicando estar cansada — ninguém precisa. — Ele me olhou incrédulo.

— Você é muito dramática. — Ele disse cerrando os olhos.

— Sou atriz, e cantora tenho que ser dramática. — Ele levantou uma sobrancelha.

— Você é cantora? — Eu olhei para ele.

— Taylor Momsen — Estiquei minha mão para ele, que apertou — Atriz em ascensão, e cantora falida.

Ele riu pelo nariz se divertindo e disse — Brian Haner, guitarrista.

— Quem diria. — Eu disse. Joguei a chepa do meu cigarro na rua e levantei — Vou entrar, foi bom te conhecer Brian.

— Igualmente. — Ele disse acenando para mim — Nos vemos por aí.

Foi à única coisa que escutei dele antes de entrar. Ali dentro era um completo caos, bêbados gritando e cantando junto com a banda, cerveja derramada por todos os cantos que fazia meu enorme salto grudar no chão e ser extremamente nojento de pisar.

Caminhei até o bar e peguei quatro cervejas, e então continuei caminhando até a nossa mesa, e quando me aproximei meus amigos gritaram.

— Aí está ela — Jimmy disse vindo até mim, ele tirou as garrafas da minha mão e as colocou em cima da mesa, me virou para ficar de frente para a mesa e todos começaram a cantar parabéns para mim, não demorou muito para o resto do bar ouvir e se contagiar, logo até a banda tinha parado de tocar sua música para me desejar os parabéns.

Quando a música acabou, as pessoas ao redor voltaram a me ignorar, todos os meus amigos vieram me abraçar e me desejar feliz aniversário, e naquele momento meu sorriso não saiu do rosto, naquele momento eu estava feliz e bêbada. Naquele momento eu não tinha nenhum problema.

Me sentei na mesa ao lado deles, e engatamos em uma conversa animada do que faríamos no dia seguinte, eu bebi e dei risada das palhaçadas.

E então de repente comecei a me sentir esquisita, meus batimentos aceleraram, minha garganta deu um nó e uma enorme fisgada na cabeça, pedi licença aos meus amigos e dei uma escapada para o banheiro, tentando me acalmar, eu já havia tido diversos tipos de ataques, mas não fazia a menor ideia do que era isso.

Joguei uma água nos pulsos e na nuca, e esperei, respirando fundo e tentando em vão me acalmar. Depois de um bom tempo, eu já não respirava com dificuldade, e a dor tinha passado, mas ainda sentia uma sensação ruim.

Assim que parecia ter me acalmado eu respirei fundo e depois de dar uma olhada no espelho sai do banheiro, passei pelo pequeno corredor e pude começar a escutar a música alta, quando finalmente cheguei até o salão, eu simplesmente paralisei e tudo voltou só que pior e mais forte, e comecei a entrar em pânico, tudo girou e eu senti vontade de vomitar, mas invés de ir até os meus amigos pedir ajuda, meus pés praticamente correram para fora do bar, empurrava as pessoas para conseguir abrir caminho, tropeçava e cambaleava em cima dos meus enormes saltos, quase caindo diversas vezes, mas assim que passei pelas portas, foi como se estivesse me afogando e finalmente tinha conseguido ar, tudo passou, como se nunca tivesse acontecido.

Em choque olhei a minha volta e foi quando o vi. O cara com quem estava conversando antes, Brian estava com uma poça de vômito acima da sua cabeça e encolhido no chão, corri até ele e levantei sua cabeça, sangue escorria de seus lábios, um olho estava quase fechado e escorria lágrimas dele, ele urrou de dor. Ele havia levado uma surra, como em um movimento involuntário, peguei meu celular para chamar a polícia, ou uma ambulância e enquanto eu discava ele levantou a mão e muito devagar a colocou em cima do aparelho, e depois balançou a cabeça.

Eu não poderia deixá-lo ali. Eu nunca o deixaria ali. Eu não tinha ideia do que deveria fazer. Olhei para os dois lados, e vi pessoas nos olhando, algumas viraram a cara, mas nenhuma sequer veio nos ajudar, abracei sua cabeça sob meu colo, e rapidamente tentei bolar uma solução.

Eu tinha que leva-lo para casa, mas não poderia ser a minha, não tinha como explicar isso aos meus pais, teria que ser a dele. Suspirei, olhei em seu rosto, ele tinha os olhos fechados e pressionados, estava em posição fetal, como se ainda estivesse apanhando. Ele deveria estar com dor, e pela primeira vez na minha vida agradeci pelo fato de ter uma mãe médica e um pai que gostava de lutas clandestinas, agradeci por minha mãe ter me feito aprender coisas básicas de médicos, e por ela ser uma cretina.

Suspirei pesadamente, e peguei meu celular novamente, digitei uma rápida mensagem para Jimmy avisando que estava indo, eu sabia que era bem capaz de ele só ver amanhã, mas pelo menos eu avisei, bloqueie o celular e coloquei ele na minha cinta-liga novamente, e me voltei para o cara deitando na minha frente.

— Eu vou te levar para sua casa, lá nós vemos o que fazer — Com muito cuidado o ajudei a levantar, cada urro de dor que ele dava, reverberou pelo meu corpo.

— A chave do meu carro — Ele dizia com os dentes trincados, seus enormes braços tatuados estavam apoiados nos meus ombros, e ele é tão pesado. Por um segundo fiquei com medo não conseguir leva-lo até o carro, e novamente pensei em pedir ajuda. — No meu bolso de trás da calça.

— Tudo bem — Disse e respirei fundo, eu conseguiria, com a mão livre alcancei o seu bolso de trás tirando as chaves dali — Onde ele está? – Sussurrei para mim mesma e olhei ao redor, eu então comecei a andar alguns passos, podia perceber que mesmo se apoiando em mim ele não estava colocando todo o seu peso, e eu sabia que isso faria ele forçar demais os machucados que já tinha.

Demos um cinco passos lentos até a beirada da calçada, eu olhei o acostamento e deveria de ter pelo menos uns 10 carros só na frente do bar, suspirei, e me arrependi de não ter vindo com o meu carro.

— Do outro lado da rua uma Ferrari preta – Balancei a cabeça concordando, ele me facilitou as coisas, atravessei a rua com ele e vi uns três carros a frente uma linda Ferrari preta. Contente pela descoberta apressei os nossos passos e ele deu um urro de dor.

— Desculpa, me desculpa — Falei e voltei a andar com passos pequenos, quando finalmente chegamos ao carro eu destravei o alarme, e abrir a porta de trás, meio desajeitada consegui fazer ele deitar no banco, ele teve de se encolher para caber no minúsculo espaço.

Suspirei aliviada por ter conseguido colocar ele ali, fechei a porta e dei a meia volta abrindo a porta do carro e me sentando no banco do motorista.

— Tudo bem, eu consigo fazer isso. — Sussurrei em desespero para mim mesma, olhei então ao redor para tentar entender o que eu deveria fazer — mas eu também nunca dirigi uma Ferrari, então acho que isso piora as coisas — sussurrei novamente, atrás de mim o cara machucado riu e logo depois gemeu de dor, eu olhei para trás, e ele estava encolhido com os olhos fechados, sabia que minha testa devia estar enrugada de preocupação — Você está rindo do meu desespero?? Eu estou tentando te ajudar. — Disse brincando tentando melhorar a situação, mas eu mesma sentia um desespero crescer.

Ele abriu os olhos, aqueles lindos olhos castanhos escuros, e ele simplesmente ficou ali me encarando, depois de algum tempo ele me lançou um sorriso cínico.

— Me leve para casa — Ele disse o sorriso na cara se dissolveu e pude ver uma expressão de dor se formar em seu rosto.

— Eu não deveria simplesmente te deixar na sua casa. Será que você não percebeu o estado em que esta? — Eu gritei para o homem no banco de trás, sangue saia de seu nariz e ele quase se contorcia de dor, mesmo eu sabendo o que fazer, não podia garantir que ele não teria nenhum sangramento interno.

— Eu não quero ir para o hospital – Ele gritou comigo, em seguida gritou de dor. Tudo bem, eu poderia fazer isso, já fiz várias vezes, conseguiria fazer de novo. Me virei para frente e respirei fundo, tentando me acalmar.

— Fique sabendo que só vou te levar para casa, porque eu vou saber o que fazer, mas você deveria ir para um hospital, onde tivesse enorme máquinas de raio-x, para saber se não é nada muito grave. — Disse e coloquei a chave na ignição, bufando de raiva dei a partida no carro e saindo dali cantando pneus. Segui em frente até perceber que eu não fazia a menor noção de onde era a casa dele. Como se tivesse ouvido meus pensamentos ele falou alto;

— Rota para casa. — E o GPS se acendeu me mostrando o caminho, soltei a respiração que eu prendia, e cortei as ruas o mais rápido que pude, minha cabeça fervia em pensamentos, e eu sabia que não podia ter um dos meus ataques agora, mas se continuasse pensando desse jeito logo eu teria.

O GPS me mandou virar em uma rua conhecida, o bairro era calmo e tinhas lindas casas extravagantes, eu conhecia aquele lugar com a palma da minha mão.  Os meus amigos moravam ali, segui adiante na rua até que o GPS me mandou entrar na garagem da pequena casa no enorme terreno, a casa da qual eu sempre fiquei intrigada, por não tinha nada haver com qualquer outra daquele lugar.

— Eu sei o que você está pensando. — Ele disse se sentando, enquanto eu estacionava o carro, desliguei o mesmo e tirei as chaves da ignição, fiquei brincando com as chaves na minha mão — Quem é que tem uma Ferrari dessas, mora em um bairro desses. E tem essa casa? — Ele riu, um riso cru e cínico, olhei para ele pelo espelho retrovisor, esperando ele terminar de falar, ele tinha o olhar longe, perdido. — Eu só não sei. — Deu de ombros e abaixou o olhar para o chão — Acho que estou esperando alguma coisa, alguma coisa realmente grande acontecer.

— Eu não estava pensando em nada. — Falei engolindo em seco — Você não precisa me dar explicações. — Disse, tentando o fazer se sentir confortável.

— Eu sei. – Parecia que tinha mais a dizer, mas depois de 1 minuto quando ele não me disse mais nada eu abri a porta do carro e sai, abri a porta dele e novamente coloquei seus enormes e fortes braços tatuados ao redor dos meus ombros e o ajudei a sair do carro, ele mordeu os lábios para não gritar de dor, e eu soube que ele deveria de ter quebrado algumas costelas. Caminhamos calmamente até a porta da casa, eu tentava não força-lo a andar, tentava somente servir como seu apoio.

Quando chegamos a frente da porta de entrada da casa, em silêncio eu levei a chaves do carro até ele, ele me apontou qual era a chave da casa e eu abri a porta para ele, entramos na pequena sala, e eu vi que por dentro a casa era aconchegante, a sala tinha um lindo sofá bege e dali eu já consegui ver a cozinha que era moderna e bem simples.

— Sua casa é linda, nem parece à casa de um homem — Falei e ele ou fingiu que não me escutou ou estava com dor demais para me responder, e continuei o ajudando a andar, paramos para eu poder fechar a porta. — Onde é o banheiro?

— Reto no corredor a primeira porta a direita — Ele falou a pequena frase com tanta dificuldade que eu fiquei preocupada. Respirei fundo mais uma vez naquela noite, e voltamos a andar, quando finalmente chegamos ao banheiro eu liguei as luzes e o coloquei sentado no vaso sanitário. O banheiro era espaçoso e bem limpo, e eu só continuei me impressionando com o cara na minha frente. Me agachei a sua frente.

— Acho que você não vai gostar do que eu vou ter que fazer — disse enquanto desamarrava os cadarços de seu tênis all star.

— O que você vai ter que fazer? — Ele perguntou apreensivo, e percebi que para ele estar sentado ajudava. Tirei seus tênis os colocando ao lado do VC. Levantei meus olhos para ele, que me olhava atento.

— Eu vou ter que te dar um banho. — Larguei a bomba, já sabendo que reação esperar.

— Não! Você não vai fazer nada – Ele então apontou o dedo para mim, e quando eu tentei levar as mãos para o cós da sua calça, ele gritou comigo e segurou as minhas mãos no lugar — Pare! O que você pensa que está fazendo? – Balancei a cabeça.

— Eu sei que você não gosta, eu sei que não vai ser o momento mais memorável da sua vida e que você vai se sentir vulnerável. — Comecei a tentar desvencilhar suas fortes mãos dos meus pulsos, mas parecia quase impossível, ele segurava forte, não chegava a doer, mas não era nada legal, parei de fazer força e olhei fundo nos olhos do homem na minha frente — Eu nem sei nada sobre você, mas eu sei que você não consegue nem ficar em pé direito provavelmente está com duas costelas quebradas, você não consegue levantar seu braço direito, porque quando eu o forço a colocar um braço no meu ombro, você quase chora de dor. Imagina para lavar os seus cabelos. E a não ser que você queira que eu inspecione o seu corpo fedendo a vômito e cheio de sangue, você vai aceitar o banho que eu vou dar em você. Eu já fiz coisas bem mais íntimas e atrevidas, sem nem conversar com a pessoa antes. Então eu vou te ajudar e você vai aceitar.

Ele só continuou me olhando nos olhos, a expressão séria, depois de algum tempo ele soltou minha mão, e eu comecei a acariciar meus pulsos onde ele estava segurando.

— Eu acabei com o seu aniversário. — Ele disse e fechou forte os olhos, eu balancei a cabeça, negando.

— Vai ser um pouco mórbido o que eu vou te dizer, mas você o salvou — Eu ri e levei minhas mãos até o cós da sua calça, dessa vez ele não me impediu, soltei seu cinto e abri botão junto com o zíper da calça. — Tudo bem que foi antes de eu te encontrar desse jeito, mas, acho que provavelmente foram as melhores horas que eu já tive há muito tempo.

— Qual é você só tem 19 anos. — Eu olhei para ele e dei um sorriso brincalhão.

— Tudo bem então... — Falei com falsa mágoa na voz, eu já estava acostumada a ser julgada pela minha idade — A garota aqui que só tem 19 vai tirar a suas calças e te dar um banho. — Com algum esforço eu tirei suas calças, olhei de relance para seus olhos que me olhavam atentos e curiosos. — Eu vou te deixar com a cueca — Respondi a pergunta que estava explícita, e dei um sorriso para mim mesma. E internamente apreciei o volume na cueca, que mesmo mole já parecia enorme.

Minhas mãos correram pelo colarinho da camisa, até alguns colares que ele usava e os tirei colocando sobre a pia. E as mesmas mãos voaram para a barra da sua camisa, e comecei a tirá-la com cuidado para não machucá-lo. Revelando seu peito liso somente com uma frase tatuada no peito esquerdo, nada deveria se comparar a esse tórax, seus braços fortes tinham desenhos e cores vivas, e tudo o que eu queria era passar minha mão ali. Sentir a sua pele lisa e delicada, sob meus dedos, arranhar ele e ver a sua pele ficando vermelha. E foi quando eu percebi que realmente estava passando acariciando seu tórax com a ponta de meus dedos, e como se  de repente seu peito estivesse pegando fogo, tirei minha mão dali, cobri minha boca com ela, não acreditava no que eu tinha feito.

— Ai meu deus, desculpa — E embora eu estivesse envergonhada e apavorada. Ele tinha um sorriso de divertimento no rosto, como se estivesse gostando de cada segundo daquilo, em seus olhos eu podia notar um brilho safado.

— Por favor, só continue — Eu sabia que ele quis dizer um tipo diferente de continue, mas eu voltei para o que estava fazendo, ele estava só de cueca na minha frente, e eu quase não consegui resistir a tentação de tocá-lo novamente.

O deixei sentado ali e me afastei, olhando dentro de seus olhos, tirei minha blusa do Guns ficando com meu sutiã de renda sem bojo, odiei a mim mesma por ter escolhido essa exata lingerie hoje, eu sabia que depois que o vapor ou a água o molhasse, apareceria tudo. Continuei me despindo, mas não voltei a olhar para ele, tirei meu salto e minhas calças de couro.

E finalmente tive coragem de olhá-lo, ele tinha uma expressão de luxúria no rosto, secava meu corpo como se estivesse pronto para tomá-lo para si. Eu tomei fôlego para falar alguma coisa, e chamar a atenção dele, mas não sabia o que dizer, ele se despertou de seu transe e voltou a me olhar nos olhos

— Juro que se fosse uma situação normal, provavelmente eu estaria tendo a ereção mais forte que já tive, na vida. — Revirei os olhos para ele e lhe dei as costas caminhando para dentro do Box do chuveiro, liguei e me virei para ajudar Brian a entrar ali dentro, mas ele já estava de pé encostado na parede.

Continua...


Notas Finais


Então amoras é isso, esse foi o prólogo e eu espero de coração que vocês tenham gostado. E como sempre eu quero saber o que vocês acharam então não se esqueçam de comentar tudo que pensaram enquanto estavam lendo.
Não se esqueçam também de favoritar a fanfic para continuar acompanhando os próximos capítulos.
Beijinhos
Momsen <3


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