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História Twenty-Two - New Perspective


Escrita por: Moomsen

Notas do Autor


Olá amooras, cá estou eu para mais um capitulo que voces não pediam, mas precisavam <3
Desculpem os erros de portugues, não foi feita a Betagem ainda <3

Fatos sobre a fanfic para vocês conseguirem se situar e não se perder.
- Sempre prestem atenção nas datas, por que a fanfic sempre vai e volta no tempo. <3
- Se tiverem mais de quatro comentários eu vou postar o próximo no dia seguinte, se não o próximo capitulo saira dentro de 3 a 4 dias <3
A fanfic já está totalmente terminada, então eu simplesmente irei acompanhando a história com vocês <3
Acho que é só isso mesmo, espero que gostem do Capitulo.
Até as notas finais.

Capítulo 10 - New Perspective


Fanfic / Fanfiction Twenty-Two - New Perspective

No capítulo anterior…

“Eu já estou cansado de tanto ouvir isso, então eu vou te dizer a mesma coisa que disse a ele. — Fez uma pausa e se virando de frente para mim ele continuou. — Tentem, porque eu nunca vi isso na minha vida, e eu vejo que vocês dois tem um brilho no olhar quando falam um com o outro, e eu acho que isso pode ser o amor, e se for juro que eu quero ser o padrinho do casamento de vocês.”

Disse e apontou para mim rindo em seguida, eu dei uma risada seguindo Jimbo.

— Hey, vai com calma, só tenho 19 anos, não quero me casar tão cedo não. — Sorri para Jimmy que me olhou com uma cara engraçada. As palavras dele ecoavam altas em meus pensamentos.

...

Sábado, 02 de Julho de 2015, Huntington Beach, Califórnia.

Seis anos depois…

Jesse abriu a porta de sua casa enquanto me olhava atento, tocando em meu braço com carinho ele me acompanhou enquanto entrávamos, e admito que não esperava ver o que eu vi. Tinha visto a planta com o projeto final da casa, mas tinha imaginado algo totalmente diferente com a decoração dali, mas desse jeito deixa tudo mais harmonioso e tranquilo.

No canto em frente às enormes janelas de vidro, havia um bar super moderno, e então ao redor do cômodo várias mesas estavam espalhadas, junto com alguns instrumento musicais. Jesse continuou seguindo em frente até uma porta de vidro, passei o seguindo por elas, e chegamos a sala e a cozinha.

Que novamente eram decoradas com cores claras, a única cor que eu via no cômodo eram das enormes plantas espalhadas, e dos quadros com molduras vermelhas nas paredes.

— Sua casa é muito bonita. — Eu disse tentando quebrar o gelo,  só então percebi que ainda abraçava minha bolsa, a soltei rapidamente e o olhei com os olhos arregalados, ele sorriu para mim.

— Muito obrigado. — Falou  fazendo um  sinal em direção a bancada da cozinha. — Pode se sentar aí.

Eu confirmei com a cabeça sentando-me ali, coloquei minha bolsa na cadeira ao lado. Jesse contornou o balcão e então começou a mexer nas sacolas que tinha em cima da mesa, tirando um monte de comidas estranhas dali.

Estávamos quietos,  olhava-o enquanto ajeitava as coisas,  ele parecia esperar eu falar alguma coisa, e continuamos assim por um tempo. Até que eu suspirei fortemente, e me inclinei até a minha bolsa tirando de lá a carteira de Marlboro de Brian, junto com o seu porta-óculos com maconha.

— Você se importa se eu fumar aqui ? — Perguntei para ele, que levantou o olhar para mim junto de uma de suas perfeitas sobrancelhas, logo depois abriu um sorrisinho, metendo a mão embaixo do balcão onde eu estava sentada e tirou de lá um cinzeiro o colocando em cima da mesa. — Maconha também?

Perguntei dando um sorriso amarelo, ele riu, tirando uma enorme alface da bolsa  levando-a até a pia.

— Você pode fumar o baseado, mas vai ter que dividir comigo. — Dei uma risada.

— Bom, acho que posso concordar com esses termos. — Falei abrindo a caixinha e pegando outro beck pronto. — Fumei um baseado antes, mas nem consegui ficar chapada. - Falei para ele, que me olhou sorrindo.

— E então vai me contar o que aconteceu? — Ele continuava andando de um lado ao outro de sua cozinha,  já havia cansado de tentar entender o que ele fazia.

— Não sei se vou. — Disse com o baseado entre os lábios, ele se virou olhando para mim,  levantando uma sobrancelha novamente. Levei o isqueiro até a ponta do baseado acendendo-o. Traguei algumas vezes tentando fazê-lo acender, e o cheiro junto da fumaça se espalharam pelo apartamento, quando ele acendeu eu me encostei mais relaxada na cadeira. Dei de ombros antes de continuar. — Olha meu dia foi uma merda, e eu só não quero ter que ficar lembrando disso outra vez.

— Tudo bem se você não quiser me contar o que aconteceu. — Ele falou de costas para mim. — Só acho que o jeito como você estava a alguns minutos atrás no corredor, não foi nada bonito de se ver. — Ele fez uma pequena pausa,  corei ficando envergonhada pela forma como agi, aquela não era eu, nenhum pouquinho. — Dá para ver de longe que tem algo errado acontecendo, e  não pode ficar se fechando para você e achar que tudo vai se resolver e ficar bem, vai ficar cada vez pior.

— Não estou procurando um psicólogo. — Falei  resmungando. Estava com tanta raiva de tudo.

— É sério Taylor,  precisa falar com alguém. — Soltei a fumaça para o ar e olhei o homem na minha frente, ele estava de costas para mim, e podia ver a blusa preta que caia perfeitamente ao redor dos ombros, ele é mais magro que Brian, mas isso não o deixava nenhum pouco menos gostoso, suspirei, ótimo, era realmente só o que me faltava, cérebro idiota.

— Quantos anos você tem? — Perguntei a ele, que se virou para mim com cara de confuso, eu sorri sentindo o THC fazer efeito em mim. — Não estou brincando, é sério. — Falei e dei uma risada.

— Tenho 26.  — Ele falou, parecendo entediado.

— Huum, mais velho que eu, mamãe sempre me disse que deveria obedecer os mais velhos. — Falei do jeito mais sexy que consegui. Traguei mais um pouco de fumaça para dentro do pulmão, prensei forte e tapei o nariz, senti a fumaça descer queimando na minha garganta. Senti a tosse subir ao mesmo instante,  tentei não tossir, o que foi um desastre, continuei naquela por mais um tempo, e logo vi Jesse colocar uma cerveja em cima do balcão,  soltei a fumaça, não aguentando mais segurar a tosse,  peguei a cerveja na mão bebendo um gole.

Me acalmando aos poucos, estiquei o baseado em direção ao Jesse, que pegou da minha mão levando até a boca e tragando. Soltou a fumaça em forma de bolinhas e fez mais algumas brincadeiras que fiquei olhando, até perder a graça, o que não levou muito tempo.

Suspirei, e então olhei o rótulo da garrafa de cerveja, enquanto ele fumava.

— Brian me traiu. — Eu disse para o homem à minha frente, ele se afogou e começou a tossir, eu ri me divertindo com cena, ele me passou o baseado, tomando um gole de sua cerveja. Quando finalmente amenizou a tosse ele se virou para mim.

— Por essa eu não esperava. — Ele falou me olhando confuso — Quando foi que isso aconteceu?

Soltei a fumaça do baseado e sorri, apontei um dedo para ele.

— Bom, para explicar isso eu vou ter que começar desde o início, ou seja, vamos ter que voltar a seis anos atrás. — Jesse assobiou e dei de ombros.

— Bom, eu tenho tempo. Amanhã não tenho nada para fazer, e hoje nós temos um baseado inteiro, mas duas metades. — Disse apontando para a caixinha do óculos ainda aberta sobre a mesa. — E mais 100 reais em maconha que eu tenho no meu quarto, comprei bastante cerveja também. Nós estamos abastecidos.

Eu abri um sorriso para ele, que fofo.

— Bom, acho melhor eu começar a contar a história então. — Jesse se virou para a cozinha e voltou a andar de um lado para o outro,  enquanto eu olhava ele ir e vir, comecei a contar a minha história.

Contei como nós conhecemos, e como foi fácil me apaixonar por Brian, contei como rapidamente engatamos em um relacionamento sério e exclusivo, e como só tínhamos olhos um para o outro. Contei o dia fatídico da morte de Jimmy, que de alguma forma mexeu com nosso relacionamento. Contei dos nossos momentos  mais felizes,  dos mais tristes também, que não eram muitos. Contei de como ele me amou e me protegeu por todos os anos que ficamos juntos.

Contei a ele como foi fácil me apegar a sua grande família e como, para eles, foi fácil se apegarem a mim. Contei a ele dos presentes e mimos que ganhava. E lhe contei do dia em que mudou todo o nosso relacionamento. Nosso aniversário de três anos, expliquei a briga a ele,  lhe contei como descobri que a anos Brian vinha mentindo para mim na minha cara. Contei também sobre a morte de minha avó.

Disse a ele, que depois daquilo nós dois mudamos, ainda éramos Taylor e Brian, só que agora algo estava faltando, algo havia se perdido entre a gente. Contei como foi quando fomos morar juntos no meu apartamento por um tempo, e como depois daquilo Brian havia me convidado para morar com ele e lhe disse que não aceitei, contei como de repente nosso relacionamento havia se tornado algo cômodo para nós dois, e então contei sobre o nosso acordo sujo, o que o deixou de cabelo em pé.

Contei a ele o dia em que bêbado, Brian, confessou na minha cara que nunca teria filhos comigo, mas que com Michelle ele iria ter tido, contei a ele que depois daquilo tentei me aproximar dela e tentei arrancar qualquer informação que pudesse, mas Michelle só usou isso para poder me humilhar na frente das outras pessoas, e também admite nunca ter contado aquilo a Brian, e saber que ele não lembra de ter me falado aquilo.

E finalmente cheguei no fatídico dia de hoje, contei das palavras duras de Michelle,  do seu olhar assassino, contei de meu namorado sentado ao meu lado calado, sem levantar um dedo, contei do soco que dei nela, que ele comemorou e falou que deveria te ter batido mais,  confessei a vontade que tive de chutá-la até ela vomitar sangue. Contei da minha briga com Brian,  do que ele me escondeu por anos, e como eu tinha quase certeza de que ele havia mentido para mim e me traído.

Quando finalmente terminei de contar tudo a Jesse, ele já estava colocando a mesa e a comida já estava pronta, o cheiro se espalhava pelo apartamento inteiro, e era simplesmente de dar água na boca.

Jesse ficou em silêncio, enquanto colocava as panelas sobre a mesa, e se sentava ao meu lado. Olhou para mim por alguns segundos, e então suspirou pesadamente.

— O que você pensa de traição ? — Ele me perguntou e se serviu da comida a sua frente, eu suspirei, não estava com nenhum pouco de fome, mas sentia que logo teria que fumar outro baseado, já sentia o efeito passar.

Dei de ombros. Nunca havia sido traída, e nunca cheguei a trair ninguém, então nunca tive uma opinião muito concreta sobre isso.

— Não sei, sempre achei errado e uma falta de carater, mas eu nunca fui a pessoa que foi traída, e nem a que traiu, nunca estive em nenhum dos lados da moeda. — Suspirei, me lembrando de que eu já havia tido uma experiência estranha nesse quesito, Jesse me olhou, sentia que ele podia ver enquanto meus pensamentos iam e vinham. — Quando eu conheci Brian ele tinha uma fama ruim, durante os 10 anos de relacionamento dele e da Michelle, ele a traiu descaradamente, mas Brian nunca foi conhecido pela sutileza, ele deixava na cara mesmo e não estava nem aí, ela sempre soube.

— Você acha que com você ele vem escondendo? — Ele perguntou e eu dei de ombros.

— Ele sabia que eu nunca levaria isso numa boa como ela. — Suspirei e finalmente comecei a me servir.

— Sei lá, Taylor. — Deu de ombros — Não quero me intrometer no seu relacionamento, porque foi você que passou seis anos ao lado dele, foi você que viveu momentos felizes e tristes, passou dificuldades e alegrias. É você quem tem que decidir o que fazer. — Ele suspirou e parou de comer me olhando — Só que eu acho que você não deveria voltar com ele, se você sente que ele te traiu, se tem certeza, acho que deveria seguir com a sua vida e parar de se magoar tanto.

Olhei para minhas mãos, a aliança que Brian me dera quando fizemos 5 anos, ainda estava em meu dedo.

— Eu sinto como se estivesse enfiando uma estaca em meu coração quando penso em terminar com ele. — Falei sendo totalmente sincera. — Mas, não me vejo em um relacionamento assim, eu estou tão cansada. Cansada de sair por turnês e ficar transando com outros caras, chegar em casa e ficar de bobeira com Brian, eu não sou mais uma adolescente, sou uma adulta, quero um relacionamento adulto. Quero um marido, uma casa e filhos. Será que é tão difícil assim?

— É isso mesmo que você precisa falar para ele, precisa deixar claro o que quer e o que não quer. — Olhei de relance para Jesse.

— E se ele não quiser isso? — Perguntei com dor na voz.

— Ai você vai ter que decidir, se fica com ele e vive o resto da sua vida desse jeito — Ele falava como se não fosse nada de importante, como se fosse fácil jogar o meu amor e todos os nossos seis anos no lixo. Suspirei, e a minha fome já era, olhei para o prato e meu estômago se revirou.

///

Nós sentamos no sofá de Jesse e começamos a assistir algum filme na netflix, enquanto fumávamos outro baseado e enchiamos a cara de cerveja.

O filme era engraçado e nos fazia rir a todo momento, eu e Jesse não calavamos a boca enquanto comentamos sobre o filme, e eu adorei aquilo, conseguimos assistir e conversar. Quando o filme infelizmente terminou já eram 3h da manhã, e eu não estava com nenhum pouco de vontade de ir dormir.

Estiquei minhas pernas no colo de Jesse e me espreguicei. Sabia que já tinha passado da minha cota de baseados e cervejas,  que agora eu deveria me controlar. Só que não entendia o porquê de ter que fazer isso.

— O que quer fazer agora? — Eu perguntei me endireitando ao lado dele, que levantou os braços os esticando na lateral do sofá.

— Não sei. — Disse e suspirou olhando ao redor.. — Você quer dormir? — Perguntou fazendo uma careta para mim.

— Com certeza não. — Eu disse balançando a minha cabeça.

— Ótimo, eu também não quero. — Ele disse rindo. — Podemos jogar video game. — Disse e apontou em direção aos consoles em cima da lareira. Bati palmas rindo.

— Isso, vamos. — Falei e ele levantou do sofá caminhando até lá, pegou dois controles e se virou para mim.

— O que você quer jogar? — Perguntou. Suspirei, pensando.

— O que você tem aí?

— Ah, eu tenho... — Ele listou alguns dos jogos enquanto olhava algumas capinhas.

— Call of Duty com certeza. — Falei esticando minha mão  querendo o controle. Ele colocou o CD no aparelho e caminhou até o sofá finalmente me entregando o controle.

Quando ele se sentou ao meu lado, cheguei mais perto e passei minhas pernas sobre as suas me acomodando ao lado dele, percebi que no início ele ficou completamente estático, mas quando viu que eu não estava fazendo nada demais relaxou.

O jogo começou a carregar e quando abriu na página de iniciar ele nos colocou para jogar online. Logo depois da morte de Jimmy, o Avenged deu uma pausa na carreira, o que foi muito arriscado, mas ajudou bastante os meninos, e naquela época eles se juntavam na casa de um deles e passavam o dia jogando, quis entrar na onda e aprendi a jogar, acabei ficando viciada e tão boa quanto Matt.

— Hey. — Disse quando a partida início. — Faz tempo que não jogo, então me dê um desconto.

Ele deu uma risada, e a partida começou.

30min depois ainda jogamos,  eu estava notoriamente ganhando de todos no jogo, havia me sentado direito e estava com os cotovelos sobre os joelhos, atrás de mim Jesse gritava e xingava a Tv.

Me segurava para não rir, se não acabaria perdendo a minha concentração. De repente eu dei um tiro na cabeça de um cara com uma sniper, e o jogo acabou. Eu me encostei no sofá e joguei o controle no estofado ao lado, enquanto na tela a nossa frente a lista dos vencedores começavam a aparecer, eu tinha ficado em primeiro, o que me fez levantar e começar a fazer uma dancinha,  enquanto Jess ria no sofá eu olhei para a Tv, ele havia ficado em quinto lugar.

Me joguei ao seu lado de novo e toquei seu ombro.

— Relaxa,  você só precisa de um pouco de treino. — Disse sorrindo travessa.

— Cala boca. — Ele falou rindo. — Pelo que eu saiba, fazia um tempo que você não jogava.

Disse levantando uma sobrancelha para mim, meu sorriso se abriu no rosto.

— Faz mesmo, só que é igual a andar de bicicleta, você nunca esquece. — Eu disse e ele levantou uma sobrancelha para mim.

— Por algum acaso você tá debochando de mim? — Perguntou, e eu não pude controlar minhas risadas.

— Eu? — Apontei para mim e olhei para ele com os olhos arregalados. — Nunca faria isso. — Disse com a voz e a expressão carregada de deboche.

— Pois você vai se arrepender de ter me provocado. — Ele disse e pulou em cima de mim me deitando no sofá, suas mãos foram parar na minha cintura e ele começou a fazer cócegas,  não pude deixar de me contorcer rindo em baixo dele.

— Para! — Eu gritava em meio às risadas. — Jesse, nãaaao! — Ria  me contorcendo e ele tinha um sorriso travesso no rosto enquanto continuava sem nenhuma dó. — Por favooor, eu te imploro.

Gritei alto e ele finalmente parou. Eu fui me acalmando aos poucos, enquanto limpava as lágrimas de risada que escorreram dos meus olhos. Foi quando eu finalmente me acalmei, que eu percebi que Jesse estava sentado na minha cintura, e tinha o corpo e o rosto próximos dos meus.

Seus braços compridos e tatuados estavam ao lado da minha cabeça apoiando seu corpo. Eu fui passeando com os olhos por todo seu  corpo, até chegar em seu rosto. Os olhos castanhos mel dele olhavam fixamente para a minha boca, ele parecia hipnotizado.

Limpei a garganta e olhei de sua boca para seus olhos que agora também olhavam para os meus.

— Acho que é melhor nós levantarmos. — Disse com a voz aveludada, ele limpou a garganta e se levantou rapidamente, caminhando em direção a cozinha.

— Quer mais uma cerveja? — Ele perguntou e eu me virei em direção a cozinha ainda estava no sofá.

— Quero sim. — Eu disse e ele concordou com a cabeça, antes de ele voltar respirei fundo querendo manter a minha pouca sanidade. — Que tal fumarmos mais um baseado? — Perguntei a ele, que não demorou um minuto para me responder.

— Com certeza. — Ele disse,  me sentei no chão aproximando-me da mesinha de centro, dichavei mais um pouco da maconha que Jesse havia trazido, e quando terminei juntei toda ela na seda começando a bolar um baseado perfeito. Jesse se sentou no sofá e colocou a minha cerveja na mesinha.

Ele pegou o controle do jogo e colocou no youtube colocando musica para tocar. Eu fechei o baseado e me voltei a sentar no sofá. Jesse me passou o isqueiro que usou para acender seu cigarro e eu acendi o baseado.

Dei umas três bolas até passar para ele.

— Cara, você sabe bolar muito bem. — Ele disse enquanto olhava o meu trabalho,  então parou e me olhou — Tem alguma coisa que você não saiba fazer bem?

Dei de ombros rindo e pegando um cigarro da carteira dele e levando a boca, acendi ele e me voltei para o homem na minha frente.

— Eu não sei tocar trompete. — Falei e ri, ele riu de mim. Depois de algum tempo em silêncio ele desligou a música — Hey…

Eu disse indicando a Tv.

— Se acalme aí apressada. — Se levantou do sofá e andou com o baseado na boca pela sala meio desfilando, eu ri dele,  o acompanhei com o olhar ele caminhou até o outro cômodo e quando voltou tinha um violão nos braços, assim que adentrou a sala começou a dedilhar uma música conhecida, as notas de “About a Girl” do Nirvana era impossíveis de não serem reconhecidas.

Quando a deixa para cantar a música rolou, em cantei sem nenhum pudor, me levantando do sofá e dançando junto com Jesse. Dançavamos por toda a sala dele de um jeito esquisito, mas não ligavamos, ele cantava comigo algumas partes e desafinamos em outras de brincadeira.

Quando aquela música acabou Jesse passou a tocar outra música no violão e continuamos dançando e cantando.

Às 5h da manhã, estávamos jogados no sofá da sala mais uma vez, eu estava exausta e não aguentava nem mais fumar cigarro, sentia que poderia vomitar a qualquer instante. Mas, ali com Jesse ao meu lado, enquanto assistimos qualquer coisa na TV eu percebi que fazia muito tempo que eu não me divertia assim, que não cantava por prazer e não dançava simplesmente por dançar.

Suspirei pesadamente e a atenção dele se voltou para mim. Me olhou profundamente, e  virei meu olhos para ele. Ficamos assim por um tempo nos encarando enquanto um cara na TV tentava nos vender vitaminas poderosas.

— ‘Tá afim de ir dormir agora? — Ele me perguntou carinhosamente, só que eu não queria ir dormir, não queria sair dali. Pensar em deitar em uma cama enorme e vazia sem o cheiro de Brain ou sem poder me deitar sob o seu peito, senti um vazio me preencher e desviei o olhar para a TV novamente. Jesse continuou ali me encarando, sabia que dentro de sua cabeça ele tentava resolver a incrível equação de matemática que eu era. — Aliás, o que aconteceu lá no corredor, você não achou a chave ou fez aquilo de propósito para poder me seduzir?

Deixei um riso escapar dos meus lábios e voltei meu olhar para ele.

— Ousado da sua parte pensar que foi por você. — Ele deu de ombros sorrindo preguiçosamente. — Eu esqueci a minha chave na casa de Brian. — Falei e suspirei. — Sai correndo de lá e acabei esquecendo junto com a chave do meu carro.

— Então você não tem lugar para dormir. — ele disse como se tivesse resolvido um caso de vida ou morte, desviei meu olhar novamente para a TV, só que ainda podia sentir os olhos castanhos sobre mim. — Você pode ficar com a minha cama se quiser, colchão de pluma. — Fez um sinal com a mão. — Maravilhoso, eu posso dormir no quarto de hóspedes.

Não respondi, suspirei fortemente e o ignorando continuei olhando para a TV. Ele continuou ali me olhando, estava começando a perder a minha paciência, quando ele finalmente se pronunciou.

— Você não quer ficar sozinha, quer? — Olhei para ele, e deixei que ele visse tudo o que sentia só com o olhar, o vi engolir em seco. Eu sabia que era pedir demais para ele dormir comigo, mas não sabia se hoje eu conseguiria dormir sozinha. — Eu durmo com você, se isso fizer você se sentir melhor.

Na realidade isso me fazia se sentir bem melhor, engoli o choro que se formava em minha garganta e afirmei com a cabeça, ele não demorou em levantar do sofá e esticou a mão para mim, eu coloquei a minha na sua e me levantei.

Ele desligou a Tv e me guiou para a porta de vidro ao lado da cozinha, quando passamos por ali e saímos em um enorme corredor com três portas, contra as paredes do prédio tinham enormes janelas do chão ao teto por todo corredor, mas aquilo não foi o que me chamou a atenção e me fez parar de andar.

Foi a visão que eu vi. HB literalmente nascia embaixo dos nossos pés, ao longe no horizonte eu podia ver os primeiros raios do sol tocarem o céu, enquanto a parte central da cidade ainda dormia, perdi o fôlego diante de toda a grandeza que era aquela cena.

— Maravilhoso não, é? — Jesse me perguntou.

— Com toda certeza. — Falei e olhei para ele, que virou o olhar para mim. — ‘Tá afim de trocar de apartamento? — Perguntei a ele, que se surpreendeu com a minha pergunta e riu, e eu não pude deixar de sorrir também.

Balançando a cabeça e ainda rindo ele entrou na segunda porta de madeira, eu entrei me deparando com uma quarto imenso e simples ao mesmo tempo.

— Se quiser tomar um banho. — Ele disse e apontou na direção de uma porta que tinha na outra extremidade do quarto. — Pode ir ali que você sai no banheiro. Se não quiser, sinta-se a vontade. — Ele disse indicando o quarto.

Olhei ao redor, me sentindo perdida e deslocada. Em uma das extremidades do quarto ele tinha uma enorme estante com diversos livros, dei as costas para ele caminhando até ali e vendo alguns dos livros.

Eu gostava de ler, embora não fosse muito ligada em leitura, tinha lido alguns livros. Só que Jesse tinha pelo menos uns 300 livros ali.

— Já leu todos? — Perguntei para ele e me virei para trás para olhá-lo.

— Já li a maioria dos livros — Ele disse, tinha tirado a camisa e segurava-a em suas mãos enquanto falava comigo, só que a minha atenção foi totalmente tomada para o seu corpo. Tintas coloridas tampavam a extremidade de seu peito, e todos os dois braços até os pulsos, no pescoço podia ver um barco em sua lateral. Tive que me virar para a estante novamente e fechar os olhos alguns segundos para me recuperar daquilo.

Que merda eu estava fazendo? Respirei fundo e me virei para ele novamente.

— Se não for pedir demais, eu queria uma camisa. — Apontei para o shorts e a camisa pouco confortáveis que eu usava. — Não queria dormir com isso.

— Magina, claro que te empresto. — Levantou um dedo e caminhou em direção aquela porta, eu sorrateiramente fui atrás dele, querendo conhecer mais da casa. Quando cheguei a porta ele já estava com uma camiseta na mão. Ali ficava o closet e podia ver mais duas porta,s uma estava fechada enquanto a outra era somente um buraco na parede.

Ele esticou a blusa em minha direção.

— Vou tomar um banho rápido, pode ficar a vontade tá? — Ele disse e eu sorri para ele afirmando que ficaria bem.

Ele passou pela porta sem porta e virou a esquerda, escutei um barulho de porta fechando. Fiquei parada ali olhando ao redor. Voltei ao quarto onde tirei toda a minha roupa ficando somente de calcinha, eu adoro ficar assim, me sinto livre e desempedida, ainda sentia o efeito da maconha sobre mim e talvez fosse isso que me fez resolver que andar pelo quarto dele somente de calcinha era uma boa ideia.

Caminhei até a estante e olhei com mais precisão os títulos dos livros. Já era a terceira vez que eu os relia, quando escutei alguém pigarrear do outro lado do quarto. Pulei levando um susto e me virei em direção ao som.

Jesse vestia uma samba canção soltinha no corpo com desenhos do bob esponja, e ficava uma delícia daquele jeito, a mão direita tampava fortemente seus olhos,  só quando ele falou que eu percebi que tinha feito merda.

— Olha, eu juro para você que vi, mas não foi a minha intenção. — Olhei para baixo vendo que eu estava somente de calcinha. — E você também não pode me culpar por ter olhado. — Ele resmungou, levou a mão livre ao pênis se mexendo desconfortavelmente, eu gargalhei e caminhei até a cama pegando a camisa dele  a colocando.

Não tinha problemas com meu corpo, sabia que era magra, pálida e esquisita como as crianças me chamavam na infância, mas eu gostava de mim mesma, não tinha problema algum em ficar nua,  isso se estendia até a minha carreira, onde eu já tinha feito algumas loucuras.

— Pode olhar. — Disse a ele sorrindo, tirei as cobertas de cima da cama me deitando logo cobrindo meu corpo. Ele havia tirado a mão do rosto mas ainda tinha os olhos cravados em mim, caminhou em direção a cama, se deitando ao meu lado. — Desculpe por isso, é uma mania que eu tenho.

— O que? Ficar de calcinha no quarto dos outros? — Ele perguntou ainda parecia meio abalado, eu ri do que ele disse.

— É que normalmente eu durmo pelada, e quando estou sozinha eu costumo ficar pelada, então é costume para mim.

Ele me encarou por mais alguns minutos e depois de rir, se virou para apagar as luzes, e voltou a se deitar na cama. Eu virei de um lado, virei de outro e fiquei de barriga para cima. Depois de suspirar pesadamente, tirei todas as cobertas de cima de mim e voltei a repetir os movimentos, de um lado de outro  então barriga para cima.

Nada parecia que iria fazer eu conseguir dormir, bufei e me cobri novamente olhando para o teto em silêncio.

— O que foi? — Jesse perguntou ao meu lado, virei o rosto na direção dele, que estava com os olhos fechados, se não tivesse falado eu poderia jurar que já havia dormido.

Suspirei, e voltei o olhar para o teto.

— Nada. — Eu disse, e então tentei mais uma vez. De um lado, do outro e então de barriga para cima. Novamente nada aconteceu. Bufei e decidi que não dormiria. Continuei olhando para o teto em silêncio, o tédio parecia me consumir e estava preste a levantar quando Jesse em um movimento rápido me puxou para ele me fazendo deitar sobre o seu peito, e foi como se tivesse apertado um botão dentro de mim.

Me aconcheguei ali, colocando minha cabeça sobre seu tórax e passei meu braço pela sua cintura e uma de minhas pernas se entrelaçou com a suas, fechei meus olhos me sentindo confortável e quentinha. E o sono finalmente começou a chegar.


Notas Finais


Mais um capitulo que chega ao fim amoras
E como sempre eu quero saber o que vocês acharam então não se esqueçam de comentar tudo que pensaram enquanto estavam lendo.
TRAILER DA FANFIC: https://www.youtube.com/watch?v=iz1gzfJx5N8&feature=youtu.be

Não se esqueçam também de favoritar a fanfic para continuar acompanhando os próximos capítulos.
Beijinhos
Momsen <3


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