História Twenty-Two - My Perfect Boyfriend

No capítulo anterior…

“Eu não te mereço, sou um covarde e viciado, como eu poderia sequer lhe dar um futuro digno? Eu não tenho coragem de dizer isso para você, mas eu não posso ter filhos com você, não importa o prazo que você me de, hoje e sempre a minha resposta vai continuar sendo não. Mas como eu posso dizer isso olhando em seus olhos? Tenho poucos meses com você, e quero aproveitar cada segundo deles. Eu vou fazer esses serem os meses mais recordáveis de toda a sua vida. Igual você fez comigo, ao entrar na minha vida, esses sete anos foram tudo para mim, e sempre vão ser. Acho que no final não éramos para ser, por mais que isso doa.”

Ele disse tudo que tinha para dizer e continuou acariciar meus cabelos quando ele finalmente parou, foi que eu deixei as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, e atingirem seu peito nú.

Acariciei seu tórax e lhe dei um beijo no peito.

— Eu te amo muito mais, Brian — Falei baixinho, querendo que ele não ouvisse.

...

Domingo, 20 de setembro de 2015, Huntington Beach, Califórnia.

Um mês depois...

Estava deitada no sofá de couro do quarto de Brian, meus pés estavam esticados até a outra extremidade do sofá onde o dono da casa estava sentado com uma guitarra no colo, eu tinha uma xícara de chá quente nas mãos, estava com um sutiã sem bojo e vestia uma calça de pijama confortável, Brian estava somente de cueca box, enquanto dedilhava alguma notas na guitarra. Tomei um gole do chá e fiquei apreciando a visão que era meu namorado.

É domingo a tarde, e não temos nada para fazer, ficamos na cama a manhã inteira, e transamos até simplesmente não aguentarmos mais, o que para a gente é quase raro. E agora estávamos tentando matar o tempo que parecia não passar.

Brian mudou, quer dizer ele não mudou drasticamente, mas algo em nossa briga daquele dia mexeu com ele, nós três primeiros anos da nossa relação, Brian foi o melhor namorado que qualquer mulher poderia ter, ele me mimava, me dava presentes, me levava a lugares românticos, era literalmente o cara dos sonhos de qualquer mulher, claro que eu não fazia grande questão de tudo aquilo já que eu estava acostumada com um tipo diferente de homens, mas adorava quando ele fazia aquelas coisas.

Então depois que terminamos pela primeira e única vez em todo o nosso relacionamento, algo ali se quebrou, não que Brian tenha parado de me mimar, ele só parou de querer me agradar tanto. Eu não liguei pois como eu disse não fazia grande questão de tudo aquilo.

Mas agora um mês depois daquela briga na minha casa, Brian tinha me levado para jantares surpresas, tinha me comprado presentes, e estava muito mais doce. O cutuquei com meu pé e ele parou de dedilhar e olhou para mim, com aqueles olhos castanhos hipnotizantes. Meu deus como eu o amo.

— O que você acha de darmos mais uma rapidinha? — Sorri safada para ele, mas quando sua expressão se transformou em pânico eu gargalhei.

Coloquei a xícara em cima da mesinha de centro, e fui engatinhando até o seu lado sorrindo.

— Relaxa, amor. Estava só brincando — Falei.

— Você quase me matou do coração. — Eu ri da reação dele.

— Amor não me entenda mal, poderia passar o dia inteiro vendo você tocar, mas eu estou quase surtando de tanto tédio — Falei, e ele suspirou colocando a guitarra de lado.

— Tudo bem o que você quer fazer? — Perguntou, colocando o braço no encosto do sofá e me olhando, e eu me sentei direito ao seu lado, me aconchegando em seu peito, respirei fundo sentindo o cheiro dele antes de responder.

— Não faça pergunta difícil, por favor — Disse fechando os olhos, ele riu do que eu falei, e seu braço caiu por cima do meu ombro, me apertando contra ele, colocou o rosto nos meus cabelos e inspirou, depois deitou a cabeça sobre a minha.

— Huum, que tal irmos a praia? — Ele perguntou e eu resmunguei um pouco.

— Não estou a fim de sair de casa.

— Você é uma pessoa difícil de agradar Taylor. — Ele falou e eu sorri, abri meus olhos e levantei a cabeça em sua direção.

— Você namora comigo a 7 anos, achei que já sabia disso faz tempo — Ele riu, e me abraçou mais forte.

— Eu sempre achei bem fácil de te agradar, — Levantou uma sobrancelha e me lançou um sorriso sapeca — Principalmente na cama.

Eu abri um sorriso para ele.

— Engraçadinho — Cerrei meus olhos para ele, e encostei minha cabeça em seu ombros, colocando as minhas pernas sobre as suas, ficamos olhando um para o outro, sem desviar os olhos por momento nenhum. Ele levou a mão até meu rosto, colocando meu cabelo atrás da orelha, e acariciando levemente meu rosto.

Sabia que se continuássemos assim, a tensão sexual ao nosso redor só aumentaria e acabariamos transando novamente, mas não ligava, eu até queria. Brian puxou meu rosto para o seu colando nossos lábios, eu um beijo saboroso.

Ficamos ali nos beijando, e só aproveitando a sensação que era estar um com o outro. Brian acariciava minhas coxas subindo até a minha bunda e a apertando.

E foi quando “acidentalmente” a sua mão escorregou para o meio das minhas pernas e por dentro da calça ele começou a estimular meus clitoris, gemia em sua boca sentindo a luxuria se espalhar pelas minhas veias e o desejo crescer dentro de mim.

Ao começar a tirar as pernas do colo do meu namorado minhas pernas roçaram em seu pênis duro, isso despertou em mim o que faltava.

Rapidamente me sentei sobre a sua cintura ligando a parte em nossos corpos que queriam se unir mais que tudo.

Nossos beijos se tornaram mais urgentes e desesperados, Brian levou a mão até a calça do meu pijama atirando até a bunda, ficando meio em pé consegui me livrar rapidamente dela e agora a única coisa que nos separava era o tecido fino de sua cueca.

Me sentei sobre seu pênis e comecei a mexer a minha cintura em cima dele, passando minha boceta encharcada por toda a extensão do seu pau. Ia rebolando cada vez mais rápido e mais urgente sentindo que só assim já estava quase chegando ao ponto de ebulição, e foi quando Brian levou as mãos aos meus seios abaixou o tecido fino do sutiã e beliscou o bico de um deles que eu explodi contra o tecido de sua cueca.

E no mesmo instante meu celular começou a tocar. Eu estava entorpecida e com a respiração ofegante. Tentando me acalmar me joguei no sofá ao lado dele que me olhava divertido, rapidamente olhei para sua cintura e a ereção parecia ainda maior.

Ignorando totalmente o celular me inclinei sobre ele prestes a pegar em seu pau para recomeçar a brincadeira, Brian me segurou e fez não com a cabeça e indicou o celular.

— Eu vou tomar um banho e lá eu resolvo — Disse sorrindo e antes de se levantar me deu um beijo rápido nos lábios, eu cai jogada no sofá enquanto via meu namorado maravilho caminhar até o corredor do banheiro com uma baita de uma ereção e eu não poderia resolver. Meu celular continuava berrando na mesinha e com raiva alcancei ele rapidamente atendendo.

— Taylor Momsen — Disse do melhor jeito profissional que pude tentando disfarçar a raiva, e nem parecia que três minutos atrás eu tinha gozado sob a cueca do meu namorado, com esse pensamento sorri travessa para mim mesma.

— É bom saber que você está viva — A voz do outro lado disse, e congelei, quem era? Rapidamente tirei o celular da orelha olhando no identificador de chamadas. E na tela havia escrito “Pai <3”. Levei o celular a orelha e respirei fundo.

— Sinto muito papai — Disse com a voz doce — As coisas têm estado conturbadas ultimamente.

— Para você as coisas sempre estão conturbadas, Tay — Ele disse e eu sorri, era verdade.

— Como o senhor está? — Perguntei a ele me sentando confortavelmente no sofá. Ainda estava só de sutiã mas não ligava, tinha esperanças de que quando Brian saísse do chuveiro eu pudesse terminar o que havia começado.

Eu e papai sempre conversamos periodicamente no telefone, e as nossas ligações duravam horas, e o tudo isso por causa de Brian, depois dos meus 15 anos, papai tinha me declarado como a ovelha negra da família, e essa concepção dele durou anos, até que Brian entrou no meu caminho, ficando muito amigo do meu pai, e fazendo meu pai achar que eu tinha crescido e me tornado uma adulta de carácter. Eu não ligava, se era para ter uma relação boa com meu pai, aceitaria qualquer coisa.

20 minutos depois quando Brian adentrou o quarto novamente, eu ainda conversava ao telefone. Meu namorado veio sorrindo sapeca para mim, notando que ainda estava só de sutiã em seu sofá, e eu fechei a cara. Brian estava completamente vestido, e bem arrumado parecia pronto para sair. Vestia uma camiseta branca meio furada gola V, e um shorts jeans.

— um momento, por favor papai — Pedi o interrompendo, coloquei no mudo e olhei para o homem na minha frente, ele se inclinou sobre mim, e me deu um beijo rápido nos lábios.

— Você estava uma delicia sentada aí seminua no meu sofá — Ele olhava para mim, como se estivesse pronto para abrir minhas pernas e me fuder com força. Senti o olhar dele junto de meu pensamento obsceno terem efeito sobre mim, mas não deixei isso me afetar.

Cruzei os braços em frente ao peito e levantei uma sobrancelha para ele.

— Posso saber onde o senhor pensa que vai? — perguntei indicando as roupas dele, que riu de mim e se afastou, tocando meu joelho.

— Eu não vou a lugar nenhum — Ele disse sorrindo — Termine a sua ligação que te espero lá fora.

Me deu um rápido selinho se afastando e passando pelas portas do quarto, não me dando tempo nem de responder. Bufei frustrada e tirei o celular do mudo levando a orelha.

— Desculpe, papai — Disse suspirando — Estava resolvendo algumas coisas com Brian.

10 minutos depois finalmente encerrei a ligação com meu pai, um pouco apressada já que estava curiosa para saber o que Brian aprontava. Depois que desliguei fui até o banheiro onde tomei um banho rapido, sai de la caminhando de toalha até o enorme closet de Brian, onde procurei meu biquini e uma saída de praia, o dia estava maravilhoso para um mergulho na piscina, e o traje poderia me ajudar a infernizar meu namorado.

Sorri diabolicamente para mim mesma, e coloquei as pequenas peças colocando a saída de praia de crochê, que acompanhava muito bem as minhas curvas. Peguei um óculos e sequei rapidamente meus cabelos os deixando soltos, passei perfume e desci para o primeiro andar descalça e caminhei cantarolando até a área da piscina, quando cheguei lá Brian estava sentado de costas para mim em uma das mesas ao redor da piscina.

Fui caminhando em direção a ele silenciosamente, e quando mais ia me aproximando mais podia ver da mesa, onde havia um lindo buquê de flores e diversas comidas gostosas. Eu tinha demorado tanto assim lá em cima? Brian lia atentamente a um jornal, e quando cheguei bem perto pude ver uma garrafa de Chivas na mesa, e um copo com o líquido amarelo queimado. Passei meus braços lentamente pelos seus ombros, e fiz uma massagem nele antes de continuar, me inclinei sobre ele e coloquei minha cabeça em seu pescoço sentindo seu cheiro maravilhoso.

— Acho que nunca vou me cansar do seu cheiro — Falei a ele com os lábios contra a sua pele, dei uma mordidinha e ele riu divertido, e só então me afastei dele caminhando calmamente até a cadeira a sua frente.

Quando me sentei cruzei as pernas e peguei um bolinho cheio de chantilly que estava em uma travessa na mesa, levando a boca o comendo, e só então olhei para brian, que olhava vidrado na minha boca. Terminei de mastigar e engoli, depois levei os dedos melecados a boca os chupando com gosto, quando terminei abri um sorriso de gato da Alice.

— Acho que você está vidrado demais na minha boca — Terminei a frase com o mesmo sorriso do início, Brian finalmente piscou e olhou para os meus olhos azuis.

— Você é um completo filme porno — Ele disse para mim e eu inclinei a cabeça para trás gargalhando, por essa eu não esperava.

— Ai meu deus Brian, que comparação — Disse enquanto negava com a cabeça ainda rindo.

— Isso por que você não viu o que eu acabei de ver. — Apontou para mim com as sobrancelhas franzidas, eu continuei rindo e balancei minha cabeça — Você gosta de me deixar com os piores casos de saco roxo da história, não é?

Ele me disse, e eu já não me aguentava de tanto rir, olhei para ele rapidamente e ele também sorria divertido. me acalmei aos poucos, e limpei o canto dos olhos que já lacrimejavam, e levantei da cadeira, deixei a saída de praia cair pelos meus ombros e dando um sorrisinho caminhei até a cadeira de meu namorado. Passei uma de minhas pernas por um lado da cadeira e me sentei em seu colo.

Olhei nos olhos do homem à minha frente, que me olhava com desejo, suas mãos foram parar em minhas coxas onde começou a acariciá-las, enquanto descia o olhar queimando pelo meu corpo. Gemeu e fechou os olhos colocando a testa na minha clavícula, eu fui acariciando seus enormes braços com as pontas afiadas de minhas unhas, ele gemia rente a minha pele, e eu tinha um sorriso vitorioso no rosto, a coisa que eu melhor sabia fazer é deixá-lo louco.

Cheguei minhas unhas até a sua nuca onde brinquei com alguns fios macios dos seus cabelos negros, e sem nenhum aviso, engatei minha mão em suas madeixas e puxei a cabeça dele para trás pegando-o desprevenido, que gemeu gostando daquilo.

Levei minha boca a sua as envolvendo em um beijo perfeito e fogoso. Brian subiu sua mãos para minhas costas me puxando contra si, e gemeu em minha boca. Suas mãos passavam por todo o meu corpo, sentindo minha pele na ponta de seus dedos.

— Não queremos atrapalhar nenhuma festinha particular — escutei uma voz conhecida dizer da área de festa acima de gente e separei meu rosto do de Brian olhando na direção da voz. Gena e zacky estavam bem ali rindo da situação — Matt e Val estão esperando na sala com Cash.

Zacky gargalhava da cena enquanto Gena tinha um sorrisinho cúmplice no rosto. Me sentei direito no colo do meu namorado e olhei para ele, com a expressão confusa.

— Você nem me deu chance de falar — ele disse levantando os braços e dando de ombros, no rosto eu podia ver uma diversão escondida em seus olhos castanhos e um sorriso se formando nos lábios.

Eu cerrei meus olhos para ele e sai do seu colo, pude ver que Brian tinha uma enorme ereção pressionando o shorts jeans e já fiquei mais feliz.

Peguei minha saída de praia e fiz um nó com meus cabelos no alto da cabeça. Gena vinha em minha direção enquanto eu ia na sua, paramos no meio do caminho e ela ainda tinha o mesmo sorriso no rosto.

— Arrasou — ela disse rindo, eu revirei meus olhos para ela, e lhe dei um beijo no rosto.

— não quero falar disso — disse e ela riu, Zacky passou pela gente sendo seguido por Johnny que tinha cabeça baixa enquanto se aguentava para não rir.

Zacky quando chegou perto de Brian fez sinal como se estivesse com calor e Brian somente riu e balançou a cabeça para o amigo. Os dois se sentaram à mesa e começaram a atacar a comida.

Eu toquei levemente em Gena e olhei para eles por mais um segundo antes de virar o olhar para minha melhor amiga.

— Vou ir me desculpar com Matt e Val — falei e ela sorriu tranquila para mim — quer vir ? — perguntei indicando a mesa dos garotos com a cabeça.

Gena revirou os olhos e concordou. Enganchamos nossos braços e fomos juntas para dentro da casa, caminhamos em silêncio até a sala e quando eu entrei ali Val estava sentada no chão enquanto tentava distrair Cash mas assim que ele me viu veio correndo na minha direção.

— Tia Tay — ele gritou e se amarrou nas minhas pernas, eu ri adorando aquilo e me abaixei para pegá-lo no colo.

— Cash? — chamei a atenção dele que olhou para mim atento — você andou comendo fermento?

Disse levantando as sobrancelhas, ele sorriu e negou com a cabeça.

— Acho que então sou eu que estou diminuindo — disse e ele deu uma risada gostosa. Eu levei meu rosto para a dobra do seu pescoço e esfreguei meu nariz ali, fazendo-o rir ainda mais.

O coloquei no chão e peguei na mãozinha dele, que começou a me puxar para fora da sala em direção à área lá atrás.

Eu me virei para meus amigos que já se aproximavam da gente.

— Sinto muito pelo que aconteceu  lá fora — fiz uma cara de constrangimento e Matt começou a rir, enquanto Val me lançou um sorriso tranquilo e deu um tapa fraco no marido.

— O que foi? — ele perguntou a ela, e continuou a rir. Val revirou os olhos.

— Não fazia a menor ideia que vocês estavam vindo — disse e troquei de mão com Cash — hey garotão vai com calma, logo nós já vamos lá fora.

Disse e sorri para ele que parou de me puxar pelo braço. Me virei na direção dos meus amigos, e quando eu ia abrir a boca para falar, Cash deu um grito animado, e puxou com uma força anormal a minha mão, olhei assustada para o garotinho pequeno que olhava a frente para o final do corredor.

E lá estava, Brian entrava no cômodo com um sorriso tranquilo, e confiante, assim que viu a criança pude notar seu rosto se iluminar, ele abriu ainda mais o sorriso e se agachou abrindo os braços, Cash puxava meu braço querendo se livrar de mim e correr para ele. Sabendo que eu não tinha chance nenhuma de ganhar aquela briga, soltei a pequena mão da minha, e Cash correu de encontro com meu namorado.

Senti meu estômago afundar, meu coração acelerou e a vontade de chorar me subiu à garganta. Eu amo meus amigos, amo Cash, e amo mais ainda Brian. Só que não conseguia controlar a mágoa que sentia em momentos assim. Brian é tão bom com todos, e com crianças ele é maravilhoso. Por que eu não podia ter isso?

Lembrei das palavras de Brian na minha cama, a um mês atrás, e soube que não conseguia mais segurar meu choro. Olhei ao redor procurando uma escapatória, e meus olhos encontraram o de Val e o de Gena. Engoli em seco e passei rapidamente por elas, até o banheiro da sala, fechei a porta e me tranquei ali dentro respirando fundo.

A bile me subiu a garganta e me senti tonta. Eu iria desmaiar, que merda não tive nem tempo de tentar impedir.

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Abri os olhos lentamente, escutava alguém me chamar ao fundo, e tentava fazer meus olhos se acostumarem com a luz, minha boca tinha gosto de sangue. Me sentei no chão gelado e levei as mãos a cabeça pontadas agudas e doidas eram desferidas em meu cérebro. Respirei fundo e tentei me levantar e embora minhas pernas estivessem fracas consegui me manter de pé, ignorando as batidas na porta e a pessoa que chamava meu nome, eu caminhei calmamente até a pia, liguei a torneira e joguei água no rosto, na nuca e nos pulsos.

Pude sentir minha consciência voltar ao normal junto com a minha pressão, respirei fundo e a minha audição voltou também. As dores em minha cabeça diminuíram consideravelmente e eu suspirei.

— Taylor — Brian gritou enquanto batia na porta — tá tudo bem ai? — Pude perceber pelo tom de sua voz que ele estava prestes a entrar em desespero.

Respirei fundo e tentei falar.

— Estou, só um momento por favor — Pedi e me surpreendi com o quão firme minha voz saiu. Brian não respondeu, eu olhei para o espelho tentando decidir se eu parecia bem o suficiente para sair antes que ele surtasse de vez.

Alcancei a toalha de rosto e me sequei rapidamente, dei a descarga no vaso só para fingir e respirei bem fundo antes de destrancar a porta e abrir.

Assim que abri toda a porta soltei uma risada, todos estavam ali com cara de enterro me esperando sair.

— O que é isso uma intervenção? — Disse e sorri, olhei rapidamente para todos, e parei em Matt que me olhava de cara fechada e braços cruzados, ele sabia o que havia acontecido. Ele já tinha me visto daquele jeito. O sorriso se desfez e engoli em seco. Rapidamente desviei o olhar severo dele e olhei para meu namorado na minha frente que tinha as sobrancelhas arqueadas, ele estava tremendamente preocupado.

— Você está bem? — Ele perguntou se aproximando de mim e tocando em meus braços, sorri tranquila para ele.

— Estou, só tive um probleminha feminino — Falei e pude sentir meu rosto esquentar. Brian pareceu mais aliviado, e sorriu para mim.

— Tem certeza que está bem Taylor? — Matt perguntou com a voz cheia de sarcasmo, eu congelei. Fechei a cara e levei meus olhos cheios de raiva para sua direção.

— Tenho absoluta certeza Matthew — Disse, e não consegui controlar o veneno em minha voz, ao nosso redor todos na sala ficaram quietos, enquanto nós dois lançavamos olhares raivosos um para o outro.

Conseguia ler na testa de Matt que ele queria que contasse, mas isso é problema meu. Eu que decido se devo ou não contar. Engoli em seco e voltei os olhos para Brian, sua cara não era nada boa e eu sabia que ele estava desconfiando de alguma coisa, amaldiçoei Matt, e dei as costas para todos ali encerrando aquele interrogatório horrível.

Passei rápido pela porta da sala, mas pude escutar uma coisa antes de me afastar.

— Que merda foi essa? — Brian perguntou ao amigo, e eu até já imaginava ele de olhos arregalados e semblante preocupado. Não fiquei ali para descobrir a resposta de Matt.

Já suspeitava como ela seria. “Taylor tem um problema na cabeça que a faz ter ataques, pode começar a tratá la como doente por isso”. O sangue me subiu a cabeça e tentei não pensar na minha infância. Atravessei o jardim até a mesa onde Zacky e Johnny conversavam rindo, alheios a toda a situação.

E eu me sentei na mesa ao lado de onde Brian estava sentado a momentos atrás, peguei um prato de cima da mesa e me servi de algumas comidas. Pude ouvir a movimentação de quando todos saíram de dentro da casa vindo para o jardim.

Conversavam e riam, e por um segundo tive a esperança de que Matt havia ficado de boca calada. Meus amigos passaram por mim se sentando na mesa a minha frente, e passaram a conversar junto com Zacky e Johnny, enquanto Brian, se sentava ao meu lado, lancei um olhar para Matt o questionando, mas ele me olhou somente por um segundo e estava impassível.

Brian passou a mão pelos meus ombros e eu olhei para ele.

— Gosto de pensar que você me contaria se algo estivesse errado — Ele falou, me olhava sério e preocupado. Eu suspirei pesadamente.

— Você sabe que eu te falaria, Matt é que estava exagerando — Disse tentando desviar atenção de mim. Ele confirmou com a cabeça, e me deu um beijo doce na bochecha se virando novamente para os amigos, soltei o ar calmamente me sentindo mais leve, e também me virei, desta vez Matt olhava para mim como se me julgasse. Ótimo, só o que me faltava agora.

O ignorei e me juntei na conversa com os meus amigos, com o passar do tempo Matt pareceu esquecer daquilo, e também entrou animado na conversa. E ficamos ali pelo resto da tarde inteira, sentados em baixo do sol enquanto bebíamos e conversávamos, fazia tanto tempo que não fazíamos isso só nós. Cash corria de um lado para o outro do jardim enquanto brincava sozinho.

O sol se punha e nós já estávamos discutindo o que faríamos a noite, e foi quando decidimos que iríamos fazer um churrasco ali mesmo, os quatro homens saíram para ir ao mercado, e eu Gena e Val subimos para o quarto, enquanto conversávamos animadamente.

Entramos no quarto de Brian, e Val soltou Cash no chão e foi olhando curioso o local diferente. Eu fui até o closet e troquei de roupa rapidamente e voltei para o quarto, e Gena ria histericamente de algo que Val dizia.

— Também quero rir, pode ir me contando — Disse sorrindo divertida, e Val virou os olhos divertidos para mim enquanto Gena tentava se controlar.

— Contei a ela sobre o seu vizinho gato, — Ela levantou uma sobrancelha para mim sorrindo, e eu revirei meus olhos e cruzei os braços na frente do corpo. — e aproveitei para contar como ele fica mais gato ainda de samba canção.

Eu deixei meu queixo cair em direção a loira que começava a rir da minha reação.

— Não acredito que você não me contou isso Taylor — Gena ria histericamente enquanto caia para trás na cama, eu revirei meus olhos e um sorrisinho se abriu no meu rosto.

— Não contei por que não tem nada o que contar — Disse e sorri, não tinha como evitar.

— Taylor, ele estava andando semi nu junto com você no apartamento, só isso já é algo tremendo para se contar. — E elas continuaram a rir, eu não pude deixar de rir da histeria delas, não achei nada demais. Quando Gena ia abrir a boca para falar alguma coisa, a porta do quarto foi escancarada e Brian colocou seu corpo para dentro do quarto.

Ele parou assustado com a cena a sua frente, e minhas amigas caíram na gargalhada mais uma vez, eu revirei meus olhos e sorrindo olhei para meu namorado, que me olhou confuso.

— Só vim avisar que já chegamos, e estamos começando a fazer as coisas lá em baixo. — Nisso Cash veio andando até a mãe que o pegou no colo, e enquanto brincava com alguma coisa em suas mãozinhas ele disse.

— Maae, o que é seminu? — E foi o que bastou para nós três caímos na gargalhada, enquanto Brian ficava estático na porta do quarto olhando a cena. Me acalmando fui até meu namorado e lhe dei um selinho nos lábios.

— Nós já vamos descer — Eu disse sorrindo, ele afirmou com a cabeça e saiu do quarto fechando a porta atrás de si. — Só gostaria de deixar claro que vocês são horríveis.

Eu disse a elas, enquanto esperava elas levantarem para descermos.

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Já passava das dez horas da noite, todos continuavam ali, agora estávamos dentro da área fechada, enquanto o sereno cai silencioso pelo espaço aberto. Val tinha o filho pequeno nos braços que dormia confortavelmente, Matt olhava para a criança sorrindo tranquilo. Zacky e Brian contavam alguma história hilária para a gente que escutavamos atentos. Brian já estava mais bêbado do que são e eu também não passava muito longe disso.

Os únicos sóbrios ali para falar a verdade, era o único casal com a criança. Eu continuei olhando-os com admiração, enquanto os lábios de Brian estavam encostados em meu ombro nu. Zacky terminou a história, e todos ao redor da mesa riram, eu acompanhei todos e Brian deitou a cabeça em meu ombro. O clima estava ameno e nós sentimos relaxados por causa do álcool.

Val na minha frente pigarreou, e olhou para o marido que agora tinha um sorriso bobo no rosto, ele olhou para baixo, e se aproximou da mulher e do filho.

— Nós temos uma noticia para contar — Val disse com um sorriso de uma ponta a outra no rosto, parecia prestes a sair pulando de felicidade. Todos ao redor da mesa ficaram quietos esperando para ouvir o que eles tinham a falar. Val olhou para matt e ele olhou em volta da mesa, e ainda com o sorriso bobo estampado no rosto ele disse.

— Val está grávida — Ele disse isso com calma e com toda a felicidade estampada no olhar, e enquanto a mesa despertava em felicidade, eu me senti afundar. Tentei não tirar o sorriso da cara, e continuar feliz pelos meus amigos, sabia que eles mereciam isso, mas não pude afastar a sensação que me tomou. Brian mordeu levemente meu ombro, enquanto todos na mesa se levantaram para dar felicidades ao casal, eu olhei para meu namorado, que olhava para mim preocupado, tentei dar um sorriso confiante para ele, mas não fazia a menor ideia de como tinha saído aquilo.

Depois de me afastar de seu toque, eu suspirei profundamente e levantei da mesa caminhando até o casal. Envolvi Val em um abraço apertado e sorrindo lhe desejei sorte e felicidade, que vieram do fundo do meu coração. Depois me voltei para Matt, que sorriu para mim tranquilo o abracei e também lhe desejei felicidades, quando voltei a me sentar Brian estava os comprimentando.

Meu sorriso vacilou no rosto, e eu olhei para baixo, e comecei a cutucar o guardanapo, enquanto meus pensamentos pareciam tomar conta de meu corpo. De repente me vi em frente a um enorme abismo, e depois de respirar fundo, fechei meus olhos e pulei.

Pulei me trancando dentro de mim mesma, onde eu podia me manter segura e salva, de um mundo que gostava de me magoar e quebrar meu coração.