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História Twenty-Two - Now or Never


Escrita por: Moomsen

Notas do Autor


Olá minhas amoooras <3
Cá estou eu para trazer mais um capitulo hoje <3 SOMOS 80 <3 muitisimo obrigada por tudo amoras, vocess não sabem o quanto eu fico feliz com todo esse apoio <3
E maiiis uma vez quero dedicar esse capitulo a ~MrsHanerr, voce é demaaais <3

Não se esqueçam de ler o cap com a Playlist do capitulo, e me digam o que estão achando, o que estão esperando que aconteça, quero saber de tudo.
Peço desculpas se houver algum errinho ortográfico, ainda não foi feita a betagem.


Fatos sobre a fanfic para vocês conseguirem se situar e não se perder.
- Sempre prestem atenção nas datas, por que a fanfic sempre vai e volta no tempo. <3
- Se tiverem mais de quatro comentários eu vou postar o próximo no dia seguinte, se não o próximo capitulo saira dentro de 3 a 4 dias <3
A fanfic já está totalmente terminada, então eu simplesmente irei acompanhando a história com vocês <3
Acho que é só isso mesmo, espero que gostem do Capitulo.
Até as notas finais.

Capítulo 21 - Now or Never


Fanfic / Fanfiction Twenty-Two - Now or Never

No Capítulo anterior…

— Eu aposto tudo — Ele disse debochado. Taylor estava prestes a perder 50 mil dólares, eu só conseguia sentir o coração bater acelerado em minha garganta. O homem colocou as cartas na mesa, ele tinha em sua mão uma sequência 5 de paus, seis de copas, sete de ouros, oito de paus e nove de paus.

E em seguida Taylor soltou na mesa um Full House, e tive que me conter para não comemorar, a loira ao meu lado sorria discretamente.

— Não pense que eu não sei o que você fez — O homem disse com as costas contra a cadeira, e tinha um sorriso no rosto. — Você conseguiu me fazer cair direitinho. Parabéns.

Disse e se levantou, Taylor o acompanhou e eles deram as mãos se comprimentando.

— Espero nos encontrarmos novamente, para quem sabe uma revanche?

— Esperarei ansiosa. — Disse enquanto o homem lhe dava as costas e seguiu seu caminho. Ela se virou para traz e com um sorriso no rosto disse:

— Pode me dar a minha grana Abel.

Sábado, 31 de Dezembro 2015, Huntington Beach, Califórnia.

Eram exatas 6h da manhã quando Brian estacionou o carro em frente a portaria do meu prédio, ele desligou o carro, e abriu a porta saindo. Eu soltei o ar que prendia, a viagem inteira havia sido em completo silêncio, era quase como se sentíssemos a realidade voltar a vida, abri a porta do carro com a minha bolsa nas mãos e saí, Brian abria o porta malas para tirar as minhas malas de lá.

will leave my heart at the door

Eu vou deixar meu coração na porta

Ele estava tão quieto e impassível, do outro lado da rua, vi Jesse sair do mercado. Ótimo, era só isso que me faltava mesmo. Ele tinha a cabeça baixa enquanto digitava no celular. Suspirei e caminhei até o porta malas, Brian já tirava a última mala e o fechava. Ele suspirou e se virou para mim.

— Quer que eu te ajude a levar as suas coisas? — Ele perguntou cauteloso, sabia qual seria a resposta mas mesmo assim fez a pergunta, eu dei dois passos na direção dele e então suspirando disse.

— Não precisa, eu tenho que desfazer as minhas malas, e comer alguma coisa, tomar um banho seria legal também e.... — Parei a frase na metade, quem eu estava querendo enganar a final? Suspirei e olhei para o homem de cabelos negros a minha frente, amanhã ele não seria mais meu.

Ficamos ali nos olhando em silêncio, o nosso relacionamento parecia pesar em nossas costas. Do outro lado da rua Jesse parou no meio fio e levantou o olhar, suspirei.

— Vai ser a primeira vez em um mês que não estamos juntos — Disse ao meu namorado que abaixou a cabeça. Embora parecesse horrível deixá-lo ir para sua casa e eu ficar na minha, sabíamos que era a coisa certa a se fazer, agora que tínhamos voltado, o conto de fadas havia acabado, não havia até que a morte nós separe ali e nós dois tínhamos a garganta entalada de coisas que queríamos dizer, mas não tínhamos coragem.

Ele olhou para baixo, e colocou as mãos nos bolsos, do outro lado da rua, Jesse olhava para todos os cantos tentando achar uma saída.

— Eu sei disso — Brian falou, parecia desanimado. Respirou fundo e me deu as costas, para caminhar até o lado do motorista — Vai passar lá em casa antes de irmos para… — E foi quando Brian viu Jesse.

Os dois pares de olhos castanhos se pregaram um no outro, e eu andei até Brian tocando seu braço. Depois de alguns segundos de silêncio, o homem ao meu lado respirou fundo e voltou a caminhar até a porta me ignorando, eu fui seguindo ao seu lado.

— Vai passar lá em casa antes de irmos para o Matt, ou nós encontramos lá? — Ele perguntou enquanto abria a porta do carro e me olhava.

— Lógico que vou passar na sua casa antes — Disse o óbvio, e ele abriu um sorriso contido para mim. Do outro lado da rua, podia sentir Jesse nós olhando enquanto acendia a um cigarro. Ótimo já não bastava estarmos estranhos um com o outro ainda tínhamos que lidar com a presença dele ali.

Não que ele me incomodasse, pelo contrário, era grata a tudo que ele tinha feito por mim, e a minha quedinha por ele ainda não tinha passado. Só que no momento, eu queria me concentrar no homem que passou 7 anos ao meu lado, queria me concentrar no nossos últimos momentos juntos, queria que fossem perfeitos.

Brian se inclinou e me beijou nos lábios, suas mãos foram parar a lateral da minha cabeça onde me prenderam no lugar, eu fechei meus olhos aproveitando a sensação que era beijá-lo, enquanto um choque passava a correr pelo meu corpo. Ele voltou a me soltar e depois de nossos olhares se encontrarem por um momento entrou no carro.

I won't say a word

Eu não vou dizer uma palavra

 

Eu me afastei atravessando a rua paralela a Jesse, Brian deu partida no carro e fez a volta, eu continuei parada ali vendo-o ir embora, enquanto o cara com a calça rasgada e cigarro entre os dedos atravessava a rua até o meu lado.

— Agora eu descobri aonde foi que você se meteu — Por mais que eu e Jesse tenhamos algum lance meio estranho, não achei que seria uma boa ideia contar a ele sobre a minha viagem com Brian, por que além de ter aparecido em todas as redes de comunicação, não queria que ele colocasse nada na cabeça. Não faço a menor ideia de qual é a extensão de seus sentimentos por mim, mas não posso arriscar em magoar mais alguém, já tem gente demais saindo machucada desse meu relacionamento com o Brian.

— Não quero falar sobre isso — Anunciei a ele suspirando.

— Tudo bem, nós não falamos sobre isso. — Disse dando risada e jogando o cigarro no chão. — Quer ajuda para levar as malas?

Ele perguntou incidindo na direção delas, suspirei e balancei a cabeça.

— Na verdade quero sim — Ela bateu as mãos e sorrindo caminhou até as minhas quatro malas ainda colocadas na calçada.

— Ótimo — Ele falou, pegando duas, eu o acompanhei e fomos entrando na recepção. Jesse passou comprimentando o jovem porteiro com um aperto de mão, eu me contive a sorrir a ele.

— Vem cá — Falei me dirigindo a Jesse que apertava o botão do elevador, ele me olhou atento — O que você está fazendo acordado às 6h da manhã de um sábado?

Ele riu e abaixou a cabeça, a nossa frente o elevador abriu e embarcamos ali dentro.

—Todos os sábados eu acordo bem cedo, e vou tomar café da manhã com Carmen — Ele disse, e eu levantei uma sobrancelha, Carmen é a dona da pequena lojinha em frente ao prédio.

— Sério? — Perguntei rindo sem acreditar.

— Sério, — Ele falou balançando a cabeça e olhando para frente. — desde que eu me mudei nós tomamos café da manhã juntos todos os sábados.

— Mas por que? — Perguntei virando a cabeça para ele, que sorriu abertamente para mim.

— Eu gosto bastante de plantas, na época em que morei em uma casa com Anabel, eu tinha um jardim com algumas coisas minhas — levantei uma sobrancelha para ele, isso era incrível, porque eu simplesmente não esperava por essa — Então eu acabo indo até lá para matar um pouco da saudade de ter um jardim.

— Você não se arrepende de não ter comprado uma casa? — Perguntei a ele, que suspirou pensando enquanto as portas se abriam.

Fomos caminhando lado a lado no corredor até a minha porta.

— Na verdade não — Ele falou convicto disso, eu levantei uma sobrancelha para ele.

— Por que não? — Perguntei me inclinando, quanto mais conhecia Jesse, mas eu conseguia me interessar por tudo nele. Ele riu e me olhou travesso.

— Porque se não, eu não teria te conhecido — E isso foi na lata, eu arregalei meus olhos, o olhando espantada, o sorriso em seu rosto se tornou tranquilo, e ele se inclinou tocando no meu ombro — Relaxa, por mais que seja verdade, você não precisa ficar com essa cara de fantasma.

— Eu só não sei o que dizer — Disse para ele e ri, que me acompanhou.

— Eu não preciso que você diga nada — Ele disse sussurrando e deu dois passos se aproximando de mim, nossos corpos estavam frente um ao outro, eu só precisava ficar na porta dos meus pés para beijá-lo. Senti um sentimento dentro de mim crescer, enquanto olhava dentro de seus olhos castanhos, não conseguia entender o que era, mas não conseguia desviar os olhos dos seus. Pude sentir Jesse aproximar ainda mais meu rosto do seu. Sua mão pousou levemente na minha cintura, e ele puxou meu corpo para o seu.

Nossas respirações se esbarraram, e eu prendi minha. Fechei lentamente meus olhos, esquecendo de que Brian, deveria estar chegando em sua casa agora, e que logo receberia uma mensagem sua. Esqueci que esta noite seria uma das piores da minha vida.

why they've all been said before, and you know that

por que elas já foram ditas antes, e você sabe disso

Naquele momento éramos só nós dois, meu coração batia acelerado, e ele chegava cada vez mais perto, até que finalmente nossos lábios se encontraram. Levei minha mão a sua nuca e puxando-o contra mim, e ele levou a outra mão ao meu rosto. Nosso beijo era urgente e sedento, nossas bocas brigavam em sintonia, enquanto tentávamos em vão nós unir.

E foi quando a minha ficha caiu... O que eu estava fazendo?

Me afastei dele rapidamente, desvencilhando-me de seus braços fortes e calorosos, levei minha mão a boca, e olhando para o chão senti a culpa me consumir.

— Desculpe — Disse a ele, pegando a chave do bolso e caminhando até a porta para abri-la o mais rápido possível — Eu não deveria ter feito isso — Disse enquanto escancarava a porta, e rápido pegava minhas malas para colocá-las para dentro.

— A culpa foi minha eu que não deveria de ter feito isso — Ele parecia verdadeiramente arrependido, quando pegou uma de minhas malas que faltava e levou para dentro da minha casa saindo dali o mais rápido possível, senti meu coração pesar. — Eu que tenho que te pedir desculpas.

Disse enquanto estava parado em pé a minha frente, eu pigarreei e olhei para o meu apartamento.

— Bom, eu tenho uma coisas para fazer e… — Não conseguia nem terminar meus pensamentos, o toque de seus lábios ainda queimava os meus, eu queria mais.

— Tudo bem, eu entendo que tenha suas coisas para fazer, eu vou….

— Valeu… é… — Ficamos ali tentando se despedir mais não querendo ir. O que é que eu estava fazendo? Gritei para mim mesma em pensamentos

Sem dizer mais nenhuma palavra, eu engoli em seco e fechei a porta olhando nós olhos dele. O que é que eu tinha feito? Em que merda de momento eu achei que isso seria uma boa ideia?

Respirei fundo me encostando na porta, não conseguia decidir se estava ou não estava com peso na consciência. Fui soltando o ar que prendia devagar. Amanhã eu sabia que Brian não seria mais meu, só que isso não amenizava o fato de que tínhamos passado um maravilhoso e perfeito mês juntos, e foi só chegarmos aqui que tudo parece desandar.

Me deixei cair no chão, e ali com as costas contra a parede, eu fechei meus olhos e levei os joelhos ao peito, me abraçando apertado eu deixei os sentimentos me possuírem, deixei as lágrimas escorreram pelo meu rosto, enquanto eu tentava em vão me acalmar.

A minha frente eu tinha malas para desfazer, tinha que tomar um banho e dormir um pouco, só que eu não tinha forças para isso. Toda vez que eu fechava meu olhos podia ver os olhos castanhos escuros de Brian me olhando, me julgando, me odiando. Só que também conseguia sentir o toque gentil dos lábios de Jesse nós meus. Como eu tinha deixado chegar a isso?

Não poderia fazer ele me odiar. Brian é tudo para mim, e mesmo assim estou perdendo-o. Um soluço alto escapou de meus lábios, e ecoou pelo apartamento escuro, frio e vazio.

E eu não consegui mais segurar choro nenhum, foi como se tivesse rompido uma barreira, eu fiquei ali, perdida no tempo e no espaço. Não queria levantar, não queria desfazer as malas, e muito menos ter que olhar para os olhos castanhos hoje.

Queria que tivesse um caminho alternativo a se seguir, um caminho onde eu parasse de fazer escolhas erradas, onde eu poderia ficar com quem eu amo e formar a minha família.

Eu não senti quando foi o momento exato em que cai no meu abismo. Não percebi o momento em que cansados de chorar, meus olhos se fecharam, e eu me deitei no piso frio de madeira, dormindo ali mesmo. Mas quando eu acordei o mundo lá fora estava escuro, e as luzes das casas e apartamentos ocupados, brilhavam pelo mundo a fora. Me sentei com as costas contra a porta, enquanto sentia fisgadas serem desferidas em meu cérebro como machadadas, em um pedaço de madeira.

Precisava tomar meu remédio, com dificuldade levantei do chão e caminhei até o sofá, minha bolsa estava ali. Alcancei ela e tirei de la uma cartela com remédios, peguei quatro para dor, e coloquei as pílulas na palma da minha mão, engolindo todas elas juntas, senti o gosto amargo do remédio. Voltei-me a minha bolsa, pegando meu celular.

Somente acende a tela querendo ver quantas notificações tinham, e me deparei com o horário, eram 18h da noite, o jantar começava às 19h, eu estava bem atrasada. De 100 notificações, somente 3 mensagens eram de Brian. Suspirei e desbloqueie a tela, indo até a conversa com ele antes de qualquer coisa.

Brian — “Cheguei em casa agora, amor. Tudo bem aí?” — mandado às 6:30 da manhã.

Brian — “Bom, acho que você deve estar ocupada e não quero te atrapalhar, quando puder conversar me menda um oi.” — Mandado às 7:20 da manhã.

Brian — “Eu te amo” — Mandado às 7:20 da manhã.

So why don't we just play pretend

Então, por que não apenas fingimos

Like we're not scared of what's coming next

Que não tememos o que está por vir

Senti meu estômago afundar. O que eu tinha feito? Senti as lágrimas molharem meus olhos, mas não me deixaria entrar naquela novamente, eu tinha coisas para fazer. Mandei rapidamente uma mensagem a Brian.

Taylor — “Desculpe meu amor, acabei me distraindo em desfazer as malas e quando vi já não aguentava mais, e acabei dormindo”

Taylor — “Vou começar a me arrumar agora, em 30min mais estou ai”

Taylor — “Te amo mais que tudo”

Soltei o ar e me sentindo culpada, bloquei a tela, joguei o celular dentro da bolsa novamente. Caminhei até as quatro malas, e preparada para a primeira viagem peguei duas as levando para o quarto.

Depois que voltei da segunda viagem as coloquei no meu closet, desfaria elas amanhã, hoje eu só queria me concentrar na nossa última noite juntos. Com o coração apertado eu vasculhei meu closet atrás de algo que eu pudesse usar. Achei um macacão preto e estiloso, separei ele e fui até o banheiro, enchi a banheira e me coloquei ali, sabia que havia demorado mais do que deveria no banho, mas não liguei eu precisava daquilo.

Quando finalmente saí da banheira, me enrolei na toalha me secando em seguida, caminhei até o quarto e coloquei a roupa, fazendo minha maquiagem. Fechei a fivela do salto e coloquei os pés  no chão ficando de pé e me olhando no espelho.

Sabia que deveria estar bonita, mas não me sentia assim. Me sentia suja. Respirei fundo, e passei no closet pegando uma bolsinha menor, fui até a sala e comecei a trocar de bolsa, e foi só então que percebi que não havia comido o dia inteiro, mas não estava com fome. Me sentia tão nervosa, quase podia escutar meu cérebro dizendo que eu não merecia comer.

Respirando fundo, tomei coragem, e com a chave do meu carro entre as minhas mãos, eu saí pela porta do meu apartamento, pronta para encarar os olhos castanhos.

Scared of having nothing left

Tememos que nada tenha sobrado

Estacionei na garagem de Brian, desci do carro enquanto caminhava até entrada, a única coisa que se passava pela minha cabeça é “Devo tocar a campainha ou ir entrando?” Não conseguia decidir qual me deixava mais envergonhada.

Parei em frente a enorme porta, e fiquei a olhando. O que eu deveria fazer? Suspirei frustrada comigo mesma, e tentei abrir a porta, que estava aberta. Adentrei o hall e continuei caminhando até o corredor, e olhei ao redor. Agora só faltava encontrá-lo. Testando uma teoria minha, resolvi subir as escadas, não fui para seu quarto, quando cheguei até ali fui pelo pequeno corredor até a área da sacada que havia ali.

Passei pela porta de vidro e o vi sentado em uma das mesas, em silêncio ele olhava para o céu. Pude ver um cigarro em sua mão, e eu sabia o que era. Fiquei um tempo ali, parada na porta olhando para as costas daquele homem, eu podia sentir os efeitos que ele tinha em mim terem efeito até mesmo ali a metros de distância dele.

Sem motivo aparente nenhum, sendo que eu tinha a intenção de não fazer barulho, e realmente não havia feito. Brian virou para trás, e nossos olhos se encontraram. Senti na hora lágrimas subirem involuntárias aos meus olhos, e tive de morder o lábio inferior para me conter. E como se tivesse apertado um botão, senti minha vista escurecer, meus joelhos fraquejaram, e antes mesmo de chegar ao chão eu já havia desmaiado.

Acordei, com alguém chamando alto meu nome, o lugar onde estava deitada não era tão confortável embora fosse almofadado, estava escuro e eu não conseguia ver nada.

— Onde estou? — Perguntei me sentindo totalmente desnorteada, dois desmaios em um dia, não deveriam significar algo bom.

— Não ouse se levantar — Escutei a voz de Brian gritar, ele parecia estar em desespero. — Eu estou te levando para o hospital.

— Não — Gritei me sentando rápido, e senti uma forte fisgada em minha cabeça, e a bile me subir a garganta por consequência disso. Brian ainda estava saindo da garagem e agradeci por isso, ele se virou para trás me olhando com os olhos arregalados de preocupação.

— Você acabou literalmente de desmaiar do nada, acha mesmo que eu não vou te levar para o hospital? — Ele não desistiria, me olhava impassível, bufou e voltou a dar ré no carro. Engoli em seco e respirando fundo toquei levemente em seu braço, isso chamou a sua atenção.

— Eu sei o que aconteceu — Disse seria a ele, que parou o carro e me olhou nós olhos — Será que podemos entrar e conversar?

Ele ponderou por alguns instantes, e depois de respirar fundo desligou o carro.

— Se qualquer outra coisa acontecer, eu vou te levar correndo para o hospital.

— Não será preciso — Disse com firmeza na voz.

Saimos do carro e Brian veio até o meu lado e segurou em mim como se estivesse prestes a desmaiar novamente e ele estivesse ali para me segurar se fosse preciso, caminhamos em silêncio até a casa, virou em direção a cozinha e eu o segui.

Brian me ajudou a sentar em um dos bancos do balcão embora eu não precisasse de ajuda, e caminhou até o fogão pegando a chaleira e indo até a pia enchendo-a com água.

Eu fiquei quieta esperando ele, que colocou a chaleira no fogão ligando o fogo.

— Pode falar — Ele disse, e eu olhei por mais alguns segundos em seus olhos antes de desviar meu olhar.

Durante todo o tempo em que estivemos juntos, eu sempre pensei em como seria contar a ele, o que eu lhe falaria, e na minha cabeça, eu tinha todo um texto pronto, mas ali de frente para seus olhos castanhos, e prestes a receber o último “não” dele, o texto que havia preparado parecia inútil. Pigarreei e então comecei a falar rezando para dizer a coisa certa, para dizer o que precisava para ele não me odiar, e se conseguisse que ele mudasse de ideia como bônus, eu estaria muito mais que feliz.

— Quando eu era criança, — Engoli em seco — Fui diagnosticada com uma doença rara, sem tratamento e sem cura, eu tinha 5 anos, e naquela época a doença era horrível, não conseguia passar um dia sem te-la. — EU olhava para minhas mãos me lembrando de uma época em que hospitais eram quase normais na minha vida — Na época eu ainda ia para a escola, e costumava ter muito dos meus ataques lá. A maioria das crianças tinham medo de mim, e não brincavam comigo. E isso durou até os meus 10 anos, quando eu chorei tanto para minha mãe que ela me tirou da escola, só que claro, para me castigar ela resolveu que era uma boa ideia terminar os estudos em casa. — Dei de ombros sorrindo fraco e o olhando, não tinha como mudar o passado.

“Então com o passar dos anos, eu fui aprendendo a controlar os ataque. — Brian estava totalmente impassível, com os braços cruzados rente ao peito forte e escorado no balcão ele me olhava em silêncio — Descobri o que fazia os episódios acontecerem, e consegui viver minha vida com essa coisa toda.”

Engoli em seco, não conseguia decifrar a expressão em seu rosto. Continuei quieta esperando-o falar, ao seu lado a chaleira começou a apitar, já deveríamos estar atrasados para o jantar, mas ele parecia não ligar.

Se voltou para o fogão tirando a chaleira dali, a colocou sobre um pano, e alcançou duas chicaras, foi até aonde guardava os chás, e colocou um pacote em cada uma, colocando a água quente ali. Depois de alcançar uma das xícaras para mim ele caminhou até a minha frente se sentando.

Ele me lançou um olhar que dizia para mim continuar, soltei o ar e foi o que fiz.

Lhe contei de algumas das vezes em nosso relacionamento que tinha tido os ataques, e lhe expliquei quais as variações que os eles poderiam, e que normalmente eram de acordo com o meu grau de desespero na hora. O tempo todo ele ficou quieto e escutou atento, quando terminei dei um gole no chá que ele havia feito e esperei. Brian olhava para um canto pensativo.

— Achei que você me contava tudo — Ele falou e virou o olhar para mim, engoli em seco lembrando-me do beijo com Jesse instantaneamente, e senti minha mão começar a suar frio. Eu abri um sorriso de canto para ele, e levei a xícara até os lábios antes de tomar um gole eu falei;

— Eu também sempre achei que você me contava tudo. — Disse a ele e seu olhar endureceu.

— Tudo bem, essa eu mereci — Ele falou e desviou o olhar voltando a ficar em silêncio. — Eu entendo que por um lado você não tenha me contado, por vingança. Só que como pode não ter me contado isso quando estávamos começando a namorar?

Suspirei quieta por um momento, eu tinha a resposta na ponta da língua, mas precisava organizar meus pensamentos antes de falar.

— Eu acabei pegando um pouco de trauma com isso — Disse a ele, enquanto o olhava — Toda vez que eu conto às pessoas, o jeito com que elas me olham muda. — Pigarreei e abaixei o olhar — É como se de repente, eu mudasse e passasse a ter uma doença contagiosa. E eu odeio com todas as minhas forças quando isso acontece, e não poderia ver esse olhar nos seus olhos. — Voltei a olhar para ele, e o encarei profundamente — O olhar que você tinha no carro, o olhar que está agora em seu rosto. De repente eu não passo mais de uma boneca de porcelana, que precisa que tenham cuidado com seus sentimentos para não pirar. Eu ainda sou uma pessoa e ainda quero ser tratada assim.

— Também não é assim né, Taylor? — Brian falou um pouco grosso se inclinando para trás.

— É assim sim, Brian — Falei me inclinando e sorrindo na direção dele. — Eu tenho uma doença rara, que não tem tratamento e muito menos um nome. Eu vou ter isso para o resto da minha vida. E eu sei como as pessoas mudam quando falo isso, Matt mudou, você mudou. — Mordi a língua para não falar o nome de Jesse, embora ele tenha sido um dos únicos que não mudou.

Brian balançou a cabeça de um lado para o outro e fechou a cara abaixando o olhar.

— Eu só não consigo acreditar que dentre todas as pessoas na sua vida, você não tenha contado isso para mim — Bufou. Engoli em seco, e respirei fundo. — Eu sempre estive do seu lado, sempre te apoiei, eu poderia te ajudar a passar por tudo isso — Falou, podia ver a frustração esvaindo dele, e no final até o entendia.

— Agora isso já não importa mais, importa? — Perguntei a ele, me inclinando e tocando levemente seu braço — Não quero estragar nossa… — Parei a frase na metade olhando dentro dos olhos castanhos do homem à minha frente, não tinha coragem o suficiente para dizer aquilo em voz alta.

— Pode falar — Ele disse debochando e se virando para frente — Não é como se isso tornasse tudo menos real. — Ele estava com raiva, era nítido em seu olhar isso.

Look, don't get me wrong

Olha, não me leve a mal

I know there is no tomorrow for both of us

Eu sei que não haverá um amanhã para nós dois

Ele estava sendo estúpido, depois de um mês sendo o homem dos meus sonhos, me iludindo, ele tinha voltado ao normal. Engoli em seco e me afastei dele, levantando da cadeira.

— Bom, então eu acho que não tenho mais nada para fazer aqui — Disse, ele não ousou olhar em minha direção, mas vi ele passar a mão pelo rosto com força, estava frustrado. Pigarreei e fui indo até a porta da cozinha.

Uma parte de mim queria que ele lutasse, eu tinha vindo até ali, tinha passado os últimos meses com ele ao invés de ter ido embora atrás do que eu realmente queria, então pensar que ele me deixaria ir assim, doia.

— Taylor, não — Ele falou, eu parei de costas para ele e antes de me virar soltei de vagar o ar que prendia, com o maxilar trincado o olhei no fundo dos olhos. — Desculpa, eu não queria dizer aquilo.

Eu poderia respondê-lo com algo do tipo “ Você nunca quer dizer nada” ou outra resposta maldosa que chegava até a ponta da minha língua, só que ao invés disso engoli o que queria dizer e balancei a cabeça.

— Bom, — Respirei fundo e juntei as minhas mãos na frente do corpo — Se quisermos ir com eles ver os fogos na praia, nós temos que ir — Disse confirmando o horário no relógio, já passava das 20h.

All I ask is

Tudo que eu peço é

If this is my last night with you

Se esta é a minha última noite com você

Brian, se levantou da cadeira, e veio até mim, pegou com rosto com suas enormes mãos, e direcionou minha boca para a sua, nossos lábios se encontraram e o choque se espalhou pelo meu corpo, relaxando meus músculos, e amolecendo meu coração, passei meus braços sobre seus ombros o abraçando.

Ele nos separou e colocou uma mecha dos meus cabelos atrás da orelha olhando fundo em meus olhos.

— Desculpa — Ele falou, sua expressão estava séria, suspirou antes de continuar — Eu não estou conseguindo lidar bem com nada disso.

Lhe lancei um sorriso compreensivo.

— Eu também não estou sabendo como lidar com tudo isso — Disse a ele, sentindo as lágrimas virem.

— Por favor, não — Brian disse de repente com a voz embargada — Não chore, eu não vou conseguir... lidar com mais isso.

Então eu engoli o choro, e balancei a cabeça para cima e para baixo. Brian me puxou contra seu peito me abraçando fortemente.

Hold me like I'm more than just your girl

Me abrace como se eu fosse mais do que apenas sua garota

Atravessamos a casa de Matt pelo pequeno corredor na lateral, eu estava de mãos dadas com Brian que suava frio nas mãos, no final ele parecia estar quase mais nervoso que eu. Será que ele considerava aceitar? Soltei o ar devagar, se continuasse desse jeito perderia a cabeça até o final da noite.

Chegamos então até a enorme área de festas de Matt, e todos já estavam ali. Quando Matt percebeu a gente, ele jogou os braços para o alto e gritou para todos ouvirem.

— Vejam só, resolveram finalmente sair da toca de amor em que se enfiaram? — Eu sorri para o cara enorme na minha frente, e me soltando da mão de Brian o abracei.

— Eu contei a ele — Disse sussurrando no ouvido de Matt, que quando se afastou de mim tinha um sorriso orgulhoso no rosto, acontece que só contei porque sabia que depois de amanhã eu não o veria mais.

— Você fez o certo — Ele falou, e eu sorri para ele, caminhando para comprimentar o resto da galera. já tinha comprimentado Val e sua enorme barriga, comprimentei Cash que parecia ainda maior depois de tanto tempo, e foi então que me virei para comprimentar a proxima pessoa.

Zacky tinha um sorriso enorme em seu rosto, estava um pouco mais afastado, mas era a próxima pessoa que deveríamos comprimentar, ele enquanto ria de algo que a garota loira em seus braços falou, eu congelei dos pés a cabeça, encarei pasma aquela cena não conseguindo desviar o olhar. Senti uma mão pousar na minha cintura, e Brian se aproximou do meu ouvido.

— Você precisa se mexer — Ele disse baixinho.

— Aquela dali é, quem eu acho que é? — Perguntei a Brian. No final ele estava sabendo do caso de Zacky desde o início, e eu briguei feio com ele por causa disso, mas não pude deixar de entender o seu lado. Se fosse ao contrario, eu com certeza teria ficado bem quieta.

— É ela sim — Ele disse suspirando pesadamente.

— Que canalha, filho de uma puta… — Comecei a dizer, e estava prestes a gritar um monte de xingamentos para Zacky, quando Brian segurou forte em meus ombros e me empurrou pelo jardim a fim de me fazer terminar de comprimentar as pessoas, e não arrajar baraco.

— Só peço que não faça isso hoje — Ele me pediu, eu olhei em seus olhos, e ia xingá lo também, Gena é minha melhor amiga, ela não merece ser tratada assim. Só que os olhos castanhos tão conhecidos passavam dor e angústia, engoli em seco, e concordei com a cabeça voltando a comprimentar o resto das pessoas que haviam ali.

Meu coração parecia estar sendo apertado por cordas, engoli o choro em minha garganta mais uma vez naquela noite, e estava vendo que não iria sair nada de bom hoje.

Terminamos de passear por ali, e fomos para perto da nossa turminha. Matt contava uma história enquanto parecia fazer algo na churrasqueira, me sentei ao lado de Val, e peguei Cash no colo, enquanto prestava atenção em Matt, só que foi só Brian entrar no campo de visão da criança, que ele começou a reinar no meu colo, revirei os olhos, vi o homem de braços tatuados batendo as mãos e chamando a criança enquanto tinha um sorriso bobo no rosto, suspirando cansada passei Cash para os braços de Brian.

Continuamos ali conversando e rindo, pelo visto Brian avisou Zacky para manter a vaca longe, que eu não estava bem naquela noite. E antes mesmo do jantar ser servido, eu já estava um pouco bêbada. De repente senti falta de quando eu e Zacky fugimos para fumar um baseado nos jantares de Matt. Procurei ele pelo jardim e o encontrei com os braços ao redor da namorada. Suspirei, Brian me abraçou e deitei a cabeça no ombro do meu futuro ex-namorado, é tão estranho falar isso.

— O que foi? — Ele perguntou beijando meus cabelos.

— Zacky e a Vadia — Falei apontando na direção deles discretamente — Até que são fofos juntos.

— Meaghan, é legal. — Brian falou e pude notar um tom de modéstia em sua voz. Me sentei direito e olhei para ele seria e levantei uma sobrancelha. Brian riu de nervoso — Cala boca, Taylor

E me puxou para ele, e não pude deixar de sorrir, de repente tudo tinha parecido tão precipitado da nossa parte. Estávamos com tanto medo que nós privamos de aproveitar o nosso último dia. Eu me sentia feliz naquele momento porque tínhamos esquecido e estávamos mais relaxados.

Give me a memory I can use

Me dê uma última lembrança que eu possa usar

Take me by the hand while we do what lovers do

pegue a minha mão, enquanto fazemos o que amantes fazem

 

Nós soltamos e viramos para nossos amigos, o jantar foi servido em seguida, e logo depois de estar tudo ajeitado ali, nós saímos caminhando pela rua. Aqui vai um fato que poucos moradores dali sabiam, e eu acabei descobrindo por consequência. Se você for pela trilha na floresta você sai em uma linda parte da praia que não faz muito sentido estar ali.

Eu tinha uma garrafa de champagne na mão e todos ou outros também tinham. Alguns levavam cadeiras de praia, e outros toalha. Eu tinha em minha bolsa duas toalhas que peguei na casa de Brian, junto com um cobertor se precisasse.

O barro e o mato começaram a se misturar com uma areia perfeitamente branca, até mesmo banhada com a escuridão da noite. Continuamos seguindo em frente até as árvores se abrirem para a praia vazia. E nós a lotamos, do outro lado da praia podemos ver nitidamente os fogos, e eram mais lindos ainda de longe. Estendi as toalhas no chão e Matt e Val se sentaram com a gente, Val tocou meu joelho de leve.

— Que bom que você veio — Suspirou — Estou tentando ser legal e dar uma chance pra essa ai do Zacky, mas ela não me desce na garganta.

— O que eles fizeram com Gena foi horrível — Falei me aproximando dela, e adorando ter alguém que pensa o mesmo que eu.

— Horrível é apelido. — Continuamos sentadas ali, conversando. E quando vimos o relógio já batia 23:30.

Me virei para Brian e abri um sorriso, estava bêbada o suficiente para até ficar feliz com o ano novo, quem diria? Zacky estava em uma roda ao nosso lado e tocava violão as notas que dedilhavam eram tremendamente desanimadas, e me sentir mal por ele e Brian não estarem tocando juntos como da ultima vez. Me virei para Val suspirando e revirando os olhos.

— Eu vou ter que fazer ele vir para cá, não vou? — Perguntei baixinho, ela me olhou e fez que sim com a cabeça, enquanto fazia uma careta para mim. Revirei meu olhos e me virei para Brian.

— Chama o Zacky aqui vai — Disse a ele que me olhou de sobrancelhas arqueadas — Só não provoca, e fala para a mocreia não olhar na minha cara.

Brian riu, e me beijou saindo pulando dali, o segui com os olhos, e ele foi pegar um violão, revirei meus olho sorrindo.

Ele então com o instrumento favorito em mãos, começou a tocar de modo divertido enquanto caminhava em direção ao amigo. Zacky se virou em direção ao som, e sorriu ao ver quem era, ficando de pé os dois começaram a tocar juntos. Não consegui resistir e tive que sorrir para a cena.

Depois de alguns minutos brincando, Zacky acabou se sentando junto a nossa rodinha, Johnny se juntos com a gente e fim por mais que a mocreia estivesse longe do meu alcance, só a presença dela já servia para me irritar. Os dois agora tocavam uma melodia mais tranquila no violão, e Brian conversava entretido com os amigos.

Discretamente me afastei dele, e caminhei para longe da nossa rodinha, pegando meu celular e discando o número que sabia de cor. Na segunda vez em que chamou a pessoa atendeu.

— Feliz ano novo Momsen — Gena gritou no meu ouvido.

— Não é ano novo ainda — Resmunguei emburrada para a minha amiga.

— Huum, você está ranzinza, andou bebendo whisky foi? — Me perguntou rindo.

— Na verdade é vodka com a presença de pessoas indesejadas — Gena riu do outro lado.

— Você é uma comédia.

— Como estão as coisas em Vegas? — Gena tinha ido para mais uma viagem misteriosa, falou que recebeu uma proposta de emprego, e que tinha ido atrás dela.

— Estou em uma festa de fim de ano, onde não conheço ninguém, mas todos parecem me conhecer, estou adorando — Ela disse rindo. Não poderia acabar com sua felicidade assim.

— Bom, então se divirta bastante ai — Falei tentando sorrir — Feliz ano novo…

— Feliz ano Novo — Ela gritou do outro lado, e desligou na minha cara. Suspirando voltei a caminhar até a rodinha a tempo de escutar Matt dizer que faltava exatos 5 minutos.

Brian e Zacky largaram os violões e eu cruzei meus braços na frente do corpo enquanto via os cabelos pretos se levantaram e me procurarem no mar de pessoas, quando ele se voltou para trás e seus olhos me encontraram, abriu um tremendo sorriso vindo em minha direção.

Just it matters how this ends

Apenas importa como isso termina

Cause what if I never love again?

Por que e se eu nunca amar novamente?

 

— Posso saber o que você estava fazendo? — Perguntou enquanto levantava uma das sobrancelhas para mim.

— Estava falando com a minha amante — Disse indicando o telefone, ele abriu um sorriso compreensivo.

— Como Gena reagiu? — Ele perguntou indicando Zacky com a cabeça, suspirei e então me abraçou contra seu peito, passei meus braços pela cintura de Brian, enquanto ele colocava os braços sobre meus ombros.

— Não tive coragem de contar a ela, estava tão feliz. — Falei olhando para o longe.

— Talvez seja melhor assim, gatinha. Talvez ela queira realmente esquecer que já esteve com ele — Suspirei e me afastei.

— Não é tão fácil quanto parece ser amor, e Gena está só mascarando a dor dela, conheço a minha amiga — Ele pegou meu rosto com as mãos, e me olhou no fundo dos olhos.

— Eu acredito em você — Disse sorrindo e eu revirei meus olhos para ele que riu.

— 5 segundos pessoal — Matt gritou para todos que estivessem na praia ouvisse, levantei minhas sobrancelhas para Brian sorrindo, e o peguei pela mão o puxando até perto da água.

Todos começamos a contagem regressiva juntos, quando chegamos ao 0 os fogos começaram a estourar no céu, e rindo feliz pulei nos braços do meu namorado o beijando. Ele me segurou no ar e me girou, depois de duas voltas me colocou no chão e eu não pude evitar em sorrir contra seus lábios. Nós afastamos e abri meus olhos encarando os castanhos a minha frente.

De repente eu me lembrei de que eu tinha uma resposta para receber, e a aflição começou a me consumir. Hoje dia primeiro de Janeiro de 2016, eu teria a resposta que definiria o meu futuro, a resposta que iria decidir por mim o tipo de vida que eu teria. Brian engoliu em seco provavelmente notando o olhar em meu rosto.

I don't need your honesty

Eu não preciso da sua honestidade

 

— É agora ou nunca — Disse baixinho para ele — Você... — Minha voz ficou embargada e tentei engolir o choro, mas dessa vez fora em vão, meu olhos continuaram a ficar mais e mais lacrimejados, antes mesmo que eu conseguisse terminar a pergunta, Brian levou a mão até a lateral do meu rosto e me fez olhar em seus olhos, eles transmitiam desespero. — Você quer ou não ter filhos comigo?

Brian engoliu em seco lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto, o homem à minha frente passo levemente o dedo sobre ela tentando fazê-las desaparecer, só que novas lágrimas escorriam dos meus olhos tornando seu esforço em vão, ele não queria dizer “não” e me perder, só que também não queria dizer “sim”, para algo que não é seu sonho, sua vontade. Engoli em seco e continuei séria olhando-o, esperando por uma resposta. Brian pigarreou e piscou os olhos marejados.

— Eu… — Começou mas parou no meio da frase, engoliu em seco desviando o olhar do meu — Eu não posso Taylor. Eu amo você, só que eu não quero ter filhos, e não vou ter.

It's already in your eyes and I'm sure my eyes, they speak for me

Está tudo nos seus olhos e tenho certeza que os meus falam por mim

Ainda estávamos abraçados, mas não conseguimos olhar nos olhos um do outro, só que também não conseguimos nos soltar um do outro. Eu sentia meu estômago afundar, e as lágrimas rolarem pelo meu rosto congelado.

O que tinha acontecido com a gente? Como depois de 7 anos tudo poderia ser jogado assim pelo ralo como se não fosse nada? As pessoas ao nosso redor comprimentavam umas as outras, rindo felizes, e eu olhava aquilo como se estivesse atrás de uma parede de vidro. Eu tinha acabado de ter meu coração despedaçado bem ali no meio da praia, no meio de toda aquela felicidade.

Engoli o resto do choro e funguei, peguei Brian pela mão o tirando de perto das pessoas que começavam a nós olhar questionando o que estava acontecendo.

Parei quando já estávamos longe, Brian se abraçava e fazia questão de não olhar nos meus olhos, as lágrimas voltaram a cair.

De repente eu soube. Não conseguiria deixá-lo.

No one knows me like you do

Ninguém me conhece como você

Pigarreei, mas o homem não me olhou, meus pensamentos corriam apressados tentando decidir o que eu deveria fazer, mas não adiantava, não adiantava o quanto eu queria uma outra vida, se não fosse com ele não parecia realmente valer a pena

— Tudo bem — Falei, e ri de escárnio, me aproximei dele e segurei em seu braço o fazendo olhar em meus olhos — Me dê um motivo. — Falei e fiz uma careta — Qualquer motivo. — As lágrimas saiam involuntárias, e eu me sentia chegar ao ápice do desespero cada vez mais — Só me dê alguma coisa, que me faça ficar. Qualquer coisa. Só não me deixe ir.

And since you're the only one that matters, tell me who do I run to?

E quando você é o único que importa, me diga para quem eu devo correr agora?

Brian me olhou espantado, seu queixo estava caído e ele me olhava indignado. Soltou seus braços ao lado do corpo, a expressão em seu rosto refletia desconforto e dor.

— Por favor — Eu disse em prantos.

— Você não pode fazer isso comigo — Ele disse enquanto seus olhos começavam a lacrimejar — Você não entende — Brian disse, ele colocou uma mão em cada cotovelo meu e me chacoalhou me fazendo olhar em seus olhos, que agora escorriam lágrimas por suas bochechas. — Nós não podemos mais fazer isso. — Seus olhos castanhos grudaram nos meus, e como se fossem magnéticos não conseguia desviar deles. — Você não pode mais fazer isso com si mesma. — Ele não controlava mais o tom de voz, já que falava alto o suficiente para as pessoas na praia resolverem nós olhar, soltou meus braços e colocou uma mão em cada lado do meu rosto.

“Eu amo você. — Disse enquanto lágrimas silenciosas continuavam escorrendo, e eu pude sentir todos os sentimentos no seu olhar — Amo com todo o meu ser. Só que você tem que seguir em frente, Taylor. Não pode sequer pensar em aceitar menos do que merece. E tudo que eu te dou é menos do que você merece.”

All I ask is

Tudo que eu peço é

If this is my last night with you

Se esta é a minha última noite com você

— Não — Falei fungando, e batendo o pé impaciente, ele me soltou e se afastou olhando me sério — Você não entende — Apontei um dedo para ele — Não adianta eu querer uma família se ela não for com você — Engoli em seco e voltei a olhá-lo firme — Então me dê um motivo.

— Eu não vou te dar nenhum motivo para ficar — Falou sério para mim, ele falava alto — Porque você não merece ficar com alguém como eu. — Seus olhos se enchiam de água cada vez mais e elas escorriam ferozes e rápidas por seu rosto, e as palavras dele entravam por um ouvido e saiam pelo outro — Você merece ser feliz, e realizar todos os seus sonhos que eu não sou capaz de realizar.

Give me a memory I can use

Me dê uma ultima lembrança que eu possa usar

Take me by the hand while we do what lovers do

pegue a minha mão, enquanto fazemos o que amantes fazem

 

— Só que eu não quero que mais ninguém realize eles se não for você. — Minhas pernas estavam ficando cada vez mais moles, e eu estava prestes a cair. Brian foi rápido e me segurou, nós sentou no chão um ao lado do outro, passou seus enormes braços em volta de mim, me envolvendo em um abraço de urso.

Let this be our lesson in love

Deixe essa ser a nossa lição de amor

Let this be the way we will remember our love

Deixe ser a forma a qual nos lembraremos do nosso amor

 

Com os lábios colados no alto de minha cabeça, ele me ninava, enquanto eu tentava lutar comigo mesma. A bile me subia com fervor na garganta, enquanto eu tentava em vão me mover mas nada acontecia, chorei baixinho contra seu peito, tentando lutar contra o que acontecia, só que naquele momento todos os esforços que eu fazia pareciam ser em vão.

Fechei meus olhos com força e tentei controlar a minha respiração. Meus pensamentos me atraiam, meu cérebro me dizia que Brian estava cansado de mim, e tudo isso era uma enorme desculpas para ele se ver livre. Cansada de lutar contra mim mesma, contra Brian e todo o mundo, eu me senti afundar.

I don't wanna be cruel or vicious

Eu não quero ser cruel ou vingativa

And I ain't asking for forgiveness

E eu não estou pedindo perdão

Ao meu redor tudo escureceu, a praia foi sendo consumida por si mesma, e de repente eu não estava mais nos braços de Brian, eu estava no infinito. No infinito da minha mente. Cai de joelhos contra o chão preto e duro, cansada demais para continuar lutando eu me rendi.

All I ask is

Tudo que eu peço é

If this is my last night with you

Se esta é a minha última noite com você

Give me a last memory I can use

Me dê uma ultima lembrança que eu possa usar

Take me by the hand while we do what lovers do

pegue a minha mão, enquanto fazemos o que amantes fazem

Just it matters how this ends

Apenas importa como isso termina

Cause what if I never love again?

Por que e se eu nunca amar novamente?


Notas Finais


Mais um capitulo que chega ao fim amoras
E como sempre eu quero saber o que vocês acharam então não se esqueçam de comentar tudo que pensaram enquanto estavam lendo.
TRAILER DA FANFIC: https://www.youtube.com/watch?v=iz1gzfJx5N8&feature=youtu.be

Não se esqueçam também de favoritar a fanfic para continuar acompanhando os próximos capítulos.
Beijinhos
Momsen <3


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