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História Twenty-Two - Game Over (2-3)


Escrita por: Moomsen

Notas do Autor


Advinha quem voltooou??
Não adianta não consigo ficar muito tempo longe, e estuooou louca para voces descobrirem o que acontece , haaaaaa

Bom, como já disse no capitulo anterior, esse é de um conjunto de tres, ele conta o mesmo dia, só que por tres personagens diferente, esse é contado pelo Brian <3

Não se esqueçam de ler o cap com a Playlist do capitulo, e me digam o que estão achando, o que estão esperando que aconteça, quero saber de tudo.
Peço desculpas se houver algum errinho ortográfico, ainda não foi feita a betagem.


Fatos sobre a fanfic para vocês conseguirem se situar e não se perder.
- Sempre prestem atenção nas datas, por que a fanfic sempre vai e volta no tempo. <3
- Se tiverem mais de quatro comentários eu vou postar o próximo no dia seguinte, se não o próximo capitulo saira dentro de 3 a 4 dias <3
A fanfic já está totalmente terminada, então eu simplesmente irei acompanhando a história com vocês <3
Acho que é só isso mesmo, espero que gostem do Capitulo.
Até as notas finais.

Capítulo 25 - Game Over (2-3)


Fanfic / Fanfiction Twenty-Two - Game Over (2-3)

No Capítulo Anterior…

Mordi minhas bochechas por dentro, e o olhei impassível.

— você realmente é meu amigo? — perguntei seria

—claro que sou — disse bufando.

— então... — comecei sentindo o choro chegar a garganta mais uma vez naquela manhã, tentei engolir só que foi em vão — se eu te contar que não estou afim de ter essa conversa agora, sem precisar de mais detalhes você me deixa em paz?

Ele me olhou de cima em baixo e voltou a olhar para a mala.

— você o deixou... — Ele afirmou, tinha a boca levemente aberta e os olhos cheios de preocupação, soltei o ar e algumas lágrimas escorreram livres pelo meu rosto, desviei o meu olhar do dele não aguentando mais tudo aquilo.

...

Sábado, um de Janeiro de 2016, Huntington Beach, Califórnia.

BRIAN

Escutei o barulho de um carro cantando os pneus, continuei olhando para a parede a minha frente, não conseguia nem piscar.

Ainda podia sentir o perfume dela pelo quarto, podia ouvir suas risadas, e ver seus cabelos platinados pelos cantos dos meus olhos. Ainda podia sentir a presença dela, só que agora ela não está mais aqui.

Senti meu coração parar de bater por um segundo, e uma dor no peito me atingiu.

Pela primeira vez em 7 anos eu estava sozinho. Estava solteiro. Não tinha ninguém.

Continuei ali olhando para a parede a minha frente enquanto sentia um burraco em meu peito crescer, eu sabia que dessa vez ela não voltaria, e eu não poderia fazer nada para tê-la de volta. Só que como eu posso não ir atrás dela?

Não sabia quanto tempo havia se passado quando escutei a porta do meu quarto abrir, senti meu coração crescer dentro do peito cheio de esperança. Fechei meus olhos querendo fingir estar dormindo. Só que depois de dois minutos quando não ouvi passos ou a porta voltar a se fechar, eu soube que não era ela.

Ela não tinha voltado para mim, e nunca voltaria.

Hey, what's up? It's been a while!

Hey, e aí? Quanto tempo!

— Ela se foi de verdade não é? — Perguntei a pessoa que continuava na porta, não queria realmente ouvir aquilo, mas eu precisava.

— Sim, ela se foi — Escutei a voz do meu amigo dizer e abri meus olhos voltando a encarar a parede. Como eu poderia viver em um mundo onde ela podia estar atrás da próxima porta sem ao menos surtar? Engoli em seco, não queria chorar, mas sentia a vontade crescer dentro de mim. — Precisa de alguma coisa?

Matt me perguntou com cautela. Preciso. Eu preciso dela. Preciso do seu cheiro de jasmim invadindo minhas narinas, preciso do seu sorriso e dos seus olhos azuis desconfiados, preciso dos quilômetros de pele que ela tem.

— Não — Falei somente, e continuei parado no mesmo lugar olhando para o mesmo ponto na parede, onde eu podia ver que o papel começava a se descolar. Matt continuou na porta, e eu continuei ali.

— Se precisar de alguma coisa é só falar — Ele disse, e então eu ouvi passos e a porta se fechou atrás dele.

Eu continuei ali, sentindo meu peito pegar fogo. Precisava beber, precisava ir atrás dela, precisava tomar um banho, precisava sair. Só que nenhuma dessas coisas parecia o suficiente para tapar o vazio que eu estava sentindo. E me perguntei naquele momento como seria daqui a uma semana. A dor seria pior? Ou já teria me acostumado? Eu sentiria saudades? Conseguiria respirar da mesma forma?

Não queria levantar dali, só que eu sabia que precisava, tinha minha vida para viver, coisas para fazer e compromissos a cumprir. Meus olhos continuavam pregados no mesmo ponto na parede, enquanto a única coisa que eu conseguia pensar era nos lábios de Taylor.

Me forcei a virar para o seu lado da cama, e senti me deitar em cima de um papel, o cheiro do perfume dela invadiu forte meu nariz e eu me sentei na cama.

Colocado no meio do seu travesseiro havia uma carta, levei minha mão até o papel e senti a textura com a ponta de meus dedos, peguei ele em minha mão e o levei até o nariz, com certeza era o cheiro dela.

Me acomodei sentando contra a cabeceira da cama, e peguei o grosso envelope com as mãos, olhei mais uma vez a frente dele e o virei.

A letra desenha de Taylor que eu conhecia tão bem decorava o papel, bem ao lado de uma marca de batom preto, sorri comigo mesmo. Isso era tão ela.

“Para sempre o amor da minha vida, Brian Elwin Haner Jr.”

Senti meu estômago afundar e prendi a respiração. Não estava preparado para aquilo. Não sabia se conseguiria ler, o peso da carta em minhas mãos dobrou de repente. Joguei longe o envelope e soltei o ar que prendia.

Talking 'bout it is not my style

Falar disso não é meu estilo

Joguei as cobertas o mais longe que consegui e pulei da cama, pegando uma cueca que estava dobrada ali em cima e colocando-a. Passei a mão com mais violência do que o necessário no rosto. Fui caminhando até o corredor, passei pelo enorme closet e continuei andando até a porta do banheiro, passei por ali e sem nem olhar para lugar nenhum adentrei o cômodo onde ficava os chuveiros, fechei a porta  com violência.

Como eu lidaria se o lado da pia dela estivesse vazio? Sem as suas maquiagens e suas frescuras? Mas pior ainda, o que eu faria se ela não tivesse levado nada, como não levou da última vez que me deixou?

Dei um soco forte na parede, estava com tanta raiva e mágoa. Meu peito se enche e eu sinto que não conseguia respirar. Olhei para baixo e em frente a banheira, estava o roupão de seda dela, jogado ali como se tivesse acabado de entrar na mesma, o que eu sentia era parecido com uma chute no saco.

Quis dar mais um soco na parede, quando a sua voz chorosa chegou aos meus ouvidos.

“Um motivo, me de um motivo pra ficar”

Poderia dar a ela pelo menos uns mil motivos, só que nenhum deles adiantava, ela ia continuar com o sonho vivo dentro dela, e eu não poderia fazer nada pra mudar isso, e nem queria. Só que ouvir ela me implorando, ela pedindo. Quase a pedi em casamento ali mesmo, e sabia que ela teria aceitado na hora, só que não é o jeito certo de fazer aquilo.

Não poderia prendê-la a mim, porque no final só havia um jeito de tudo isso terminar, seja hoje ou daqui a anos. Taylor não ficaria e eu não poderia fazê-la ficar nem se eu tivesse coragem.

Senti uma coisa estranha me subir na garganta e já sabia o que era. Eu não posso chorar, não poderia. Rapidamente entrei com violência dentro do box do banheiro e liguei a água, que passou a correr violentamente sobre meu corpo. Fechei os olhos e levantei o rosto pra cima.

A risada dela invadiu meus ouvidos, doce e infantil. Lembrei do seu sorriso, dos seus cabelos platinados ao vento na praia. Meu coração se apertou. Como fazia para parar de pensar? Tentei esvaziar meus pensamentos, só que ela voltava cada vez com mais violência para eles.

Terminei o banho rapidamente e saí do box, pegando uma toalha que estava pendurada ao lado e me secando com ela. Talvez se eu fingisse que ela ainda está aqui, eu consiga fazer a dor parar.

Suspirei e terminei de me secar, enrolando a toalha na cintura eu saí porta afora e não teve como não parar no meio do próximo cômodo. A pia dela não estava totalmente vazia, ali em cima do balcão eu pude ver algumas coisas, me aproximei curioso, e encontrei uma das meias arrastão dela, adorava quando ela usava só aquilo na cama. Meu coração parou por um momento vendo seu perfume colocado ali, larguei as meias no balcão novamente e peguei o perfume levando para perto do nariz, o perfume de jasmim se espalhou pelo meu nariz, eu tinha lhe dado quando fizemos uma semana juntos, e ela desde lá sempre usou esse mesmo perfume. Respirei fundo e tentei me manter são. Talvez eu devesse ir atrás dela e lhe dizer que eu desisto.

Thought I'd see what's up

Pensei que eu veria o que estava acontecendo

While I'm lightin' up

Enquanto eu acendia um cigarro

Pensar em perder ela estava me matando, e não fazia um dia que ela havia ido embora. Larguei o perfume ali novamente e dei as costas saindo rapidamente do cômodo, que se foda fazer a barba.

Entrei no closet e foi simplesmente doloroso não ver sua bolsa jogada, juntos com as roupas no sofá que havia ali. Engoli seco e peguei a primeira roupa que vi na frente querendo correri, e foi exatamente o que eu fiz.

Só conseguia sentir que tudo ali de repente não era mais meu. Era tudo um conjunto de momentos e memórias que criamos que ia se perder para sempre, de um dia para o outro. Sentia que ia vomitar. Isso não podia estar acontecendo.

Cheguei ao meu quarto e parei bem no meio dele.

As roupas escolhidas de baixo do braço e uma toalha na cintura. Eu me sentia vazio? Eu achava que sim, só que não tinha certeza. É uma combinação estranha de sentimentos dolorosos e profundos que eu não entendo, mas me fazem sentir terrivelmente mal.

Lembrei-me de quando chegamos em casa ontem, Taylor tinha parecido um robô a noite inteira, embora ela ainda estivesse lá conversando com todos, e pareceu estar se divertindo, seus olhos azuis olhavam sem vida para tudo, até mesmo para mim. Na metade da noite foi quando eu entendi o que estava acontecendo, lembrei de como Taylor falou de seus ataques para mim, na hora em que percebi a trouxe para casa.

Acontece que eu nunca estaria preparado para tudo que aconteceu. Taylor acabou virando uma máquina de verdades, ela as fala e não se importa se você quer ou não ouvir o que ela tem a dizer, e aposto que a mesma nem faz ideia disso.

Ela me contou sobre Jesse, e sobre o beijo deles, me contou como ele a faz se sentir jovem e viva, e que eu a fazia se sentir assim, mas a tempos não faço mais. Me contou como foi importante a nossa viagem a mônaco para ela, e admitiu que uma parte dela me odiava por ter a feito passar por tudo o que passou, mas que sempre me amaria muito mais.

It's cold-hearted, cold-hearted

É insensível, é insensível

No final ela não tinha só quebrado meu coração, como tinha levado uma parte dele e da minha alma consigo. Eu me sentia bem menos humano. Taylor não havia sido a primeira mulher para quem eu tinha falado eu te amo, mas com certeza era a que eu realmente tinha amado.

Joguei as roupas na cama e caminhei até o bar, eu precisava beber. Abri o armário debaixo da pia atrás de uma bebida forte escondida, e vi uma caixa que tinha escondido ali.

Foi impossível não pegar. Tirei ela dali colocando-a em cima do balcão, abri a caixa com um sorrisinho no rosto. Lá estava a única cópia que se tinha em todo mundo de uma sextape nossa, e foi simplesmente impossível não rir lembrando daquilo.

Coloquei o pen drive de lado e me voltei para dentro da caixa, ali se tinha muitas fotos nossas, Taylor adora bater fotos, por mais que as mantenha em segredo. Fotos nossas na cama, de manhã cedo. Fotos da gente no natal passado, com meus pais. E foi então que vi ali um pacote fechado, ele era bem grosso abri-o querendo saber o que havia dentro.

Fui olhando uma foto atrás da outra quando as peguei. Não podia ser verdade, eram nossas fotos de Mônaco. O dia em que fomos pular de paraquedas, o dia em que escalamos, nossas fotos na praia, fotos com o gato da casa que acabamos adotando lá, eram todas nossas, Taylor não tinha me falado que tinha revelado elas. Joguei as fotos na caixa com as outras fotos antigas e olhei ao redor novamente, passei a mão no rosto respirando fundo.

Saw your face and got inspired

Vi o seu rosto e fiquei inspirado

Foi então que uma voz sussurrou uma ideia insana no meu ouvido. Fui procurando nas fotos nossas e separei todas as que tinha a Taylor, eu sentia que precisava fazer aquilo. Caminhei até a parede ao lado, onde havia um quadro gigante, o tirei dali colocando-o ao lado, voltei a caminhar até o bar atrás de uma fita quando achei, peguei as fotos e comecei a colá-las ali, desde cima até em baixo. Foi então que eu percebi que teria que ter mais, as fotos só tapavam metade da parede, não queria usar as que me tinham, queria que esse quarto fosse a minha loucura para ela.

It's probably gonna sound wrong

Isso provavelmente vai soar errado

Já comecei a pensar também em qual dos dois outros quartos eu irei pegar para mim, e reformá-lo. Passei a mão no rosto pensando, foi quando eu percebi que teria que tirar todas as fotos dali e levar para fazer cópias, e foi o que eu fiz, tirei tudo e fiz um mole de fotos dela, coloquei dentro de uma sacola, e caminhei até a cama finalmente me vestindo.

Calcei rapidamente um tênis, e peguei a sacola, eu tinha algumas coisas para fazer hoje a final, infelizmente não vai dar para ficar na cama me martirizando por algo que… Algo que o que? algo que não teve valor? Nunca falaria isso. Era a porcaria mais importante que eu já tive na vida.

Promise it won't last long

Prometo não demorar

Novamente quis socar alguma coisa de raiva, por que a minha mente não poderia me levar para um lugar melhor? Com uma raiva fora de mim, desci as escadas para o primeiro andar, e entrei no hall da minha casa, pegando as chaves do carro e saindo para fora, e então eis quem eu encontro ali fumando um cigarro?

— Você ta fumando? — Perguntei indignado, afinal Matt tinha virado a perfeição da saúde.

— Cala boca Syn — Ele falou, levou o cigarro a boca e tragou, quando soltou a fumaça se virou para mim apontando o dedo — Se contar para Val eu te mato.

Foi então que eu ri, uma risada totalmente espontânea e feliz, isso é bom não é?

— Bom, de qualquer jeito eu to saindo cara — Falei caminhando em direção a garagem, passando por ele.

— Você vai aonde? — A sacola com as fotos passaram em minha mão, e eu tentei bolar uma desculpa. Me virei de frente a ele e dei de ombros.

— Estou indo me internar periodicamente em uma bar qualquer, e então sei lá… — levantei os braços exageradamente — Quem sabe comer alguma mulher já que estou solteiro? — Terminei deixando-os cair novamente na lateral do meu corpo e me virando para frente continuei seguindo meu caminho.

— Taylor estava preocupada com você, — Matt falou aumentando a voz, já que eu me afastava com rapidez — e talvez eu ache que ela tem razão. — Respirei fundo e me virei para ele novamente, Matt começava a caminhar na minha direção, o cigarro já não estava mais entre os dedos.

— Não sou uma criança eu sei me cuidar, — Disse para ele o olhando indignado — não é a primeira decepção amorosa que eu já tive na vida. — Voltei a lhe dar as costas.

— Brian — Ele chamou minha atenção, e eu revirei meus olhos.

— Tá bom, olha só — Disse me virando novamente, estava quase ficando tonto — Eu aprendi a minha lição, se eu beber juro que não dirijo, mesmo se tiver tomado só um gole o dia inteiro, eu prometo voltar de táxi para casa, e qualquer coisa que eu precisar ou se me meter em alguma encrenca, eu prometo que te ligo. Pode ser?

— Gostei desses termos — Matt falou me encarando desconfiado.

— Ótimo, prometo segui-los. — Me voltei para  a garagem e dessa vez Matt não impediu. Entrei no carro e dei a partida abrindo o primeiro portão, sai dali e me encaminhei para o outro abrindo-o e saindo para a rua.

Dia primeiro de janeiro, em que planeta eu acho que estou para ter alguma loja que revele fotos aberta hoje? Ótimo missão impossível, vai me distrair pelo menos.

———

Caminhei por toda a extensão do centro, até a praia, umas duas vezes, e só então, depois de umas duas horas andando de rua em rua, eu achei uma loja de fotos 3x4 pequenina em uma rua residencial deserta. Entrei ali e uma mulher me atendeu, mostrei as fotos e pedi a ela se não conseguia revelar cópias delas para ainda hoje mesmo, e lhe ofereci um bom dinheiro para aquilo, ela concordou com a proposta, e eu lhe paguei a metade.

Fui caminhando pelas as ruas que tinha vindo, com as mãos nos bolsos me sentindo eufórico, tinha que encher a cara, se chegasse a conseguir voltar para cá depois seria um milagre. Continuei caminhando pelos bairros até chegar no centro, lá eu andei até a praia, tinha sido onde eu estacionará.

Quando finalmente cheguei ao carro já passava das 14h da tarde, e tratei de ir direto ao bar do Johnny, estava totalmente quebrado, quase não sentia meus pés, só que não ligava.

Entrei no bar, já comprimentando uma galera, era fácil ser conhecido por ali a final, sentei no balcão e o velho Johnny veio andando com um meio sorriso debaixo do bigode branco.

— Olhem só o que temos. Faz tempo que não vejo um de vocês por aqui.

— Pois é a vida anda bem corrida, — Disse e já querendo mudar de assunto — Quero uma garrafa inteira do uísque mais forte e antigo que o senhor tiver aí.

O velho a minha frente sorriu e me deu as costas indo pegar alguma coisa do outro lado do balcão.

Eu olhei para minhas mãos esperando, não muito depois ele colocou uma garrafa de Barber Shop Old School na minha frente, junto com um copo com dois gelos, serviu e saiu deixando a bebida ali. Peguei meu celular no bolso, e resolvi que seria assim que passaria um pouco do tempo. Fiquei ali olhando algumas coisas na Internet por algum tempo, e depois então me aproximei de uma rodinha de amigos meus que tinha por ali, e ficamos conversando. Eu já estava um pouco bêbado quando começou a ficar escuro lá fora, mas o importante é que eu estava começando a me sentir bem.

Estava sentado no bar conversando com o velho Johnny enquanto víamos algo na TV. Ri do que ele disse e pelo meu canto de olho pude ver uma morena linda sentar apenas a um banco de mim, foi impossível não olha-la.

Guess you let it go, now you're good to go

Acho que você ja se desapegou , agora está pronta para ir

It's cold-hearted, cold-hearted

É insensível, é insensível

Seus cabelos ondulados cor de chocolate iam até de baixo dos ombros delicados, tinha os lábios fartos, e olhos verdes como duas safiras. E a culpa me tomou, o que eu estava fazendo? Engoli em seco e abaixei o olhar, mordendo o lábio inferior, comecei a sentir a vontade de ir até ela crescer.

Olhei na direção dela que me olhava, me deu um sorrisinho e se voltou para frente pedindo a Johnny alguma bebida. Tomei o resto do Uísque em meu copo que desceu na garganta queimando.

Talvez eu devesse fazer isso, era estar seguindo em frente não era? Pensei olhando para baixo.

— Está tudo bem ? — A morena disse se inclinando e tocando no meu braço. A olhei e dei um sorrisinho.

— Na medida do possível sim — Eu disse a ela, que me devolveu um sorriso.

Ela tirou a mão do meu braço e eu pigarreei me inclinando, puxei assunto com ela que fez questão de colaborar na conversa, e ficamos ali por boa parte da noite. E então certa hora da noite, ela me perguntou se eu tinha namorada, e eu acabei rindo da pergunta.

If we can never go back

Se nós nunca mais voltarmos

Thought you'd like to know that

Pensei que você gostaria de saber que

— O que foi? — Ela me perguntou com um sorriso divertido.

— Desculpa, é só que acabei de sair de um relacionamento bem longo, e é estranho quando alguém pergunta.

Conversamos então superficialmente sobre isso, eu até nem queria entrar em detalhes, e comecei a manerar na bebida, se a noite terminasse do jeito que eu queria, eu tinha que estar bem são.

Ela terminou seu quinto drink naquela noite e se virou em minha direção.

— Está afim de ir para outro lugar? — Perguntou com um sorriso tranquilo no rosto.

— Acho que seria incrível um pouco mais de privacidade — Eu disse me aproximando dela, que pegou sua bolsa no balcão e ficou de pé, eu fiz o mesmo e caminhamos juntos e quietos para fora do bar.

———

Haviam duas carreirinhas de cocaína colocadas em paralelo sob a tela do meu celular, enrolei uma nota de cem que havia na minha carteira, e me inclinei sobre a pia, cheirando a primeira com vontade, virei  o lado do rolinho e cheirei o resto dali, e sem mais delongas cheirei a outra e repetir cada passo. Limpei a tela do celular e guardei-o, coloquei dinheiro na carteira, saindo para o corredor em direção ao bar.

Depois de ter levado a morena para um motel a deixei na porta da sua casa e voltei para cá, não estava preparado para enfrentar o vazio da minha casa, mas estava preparado para ficar ainda mais bêbado.

Me joguei na cadeira em frente ao balcão, e dei um tapa na mesa, sentia a cocaína correr pelo meu sangue me deixando eufórico.

Been thinkin' it over, but I prove

Penso que está tudo acabado, mas eu vou passar por essa

— Dessa vez quero uma garrafa de Chivas, a mais velha que você tiver — Disse sorrindo ao velho Johnny, que me olhou de canto, mas foi buscar a bebida.

Quando voltou colocou a garrafa com força sobre a mesa, e enquanto abri começou a falar.

— Vai me contar porque está agindo assim garoto? — Perguntou me olhando sério.

— Assim como? — Perguntei fazendo sinais com as mãos — Eu estou completamente normal.

— Você era um dos que menos vinha aqui, de repente do dia para a noite resolve passar o dia inteiro no meu bar. Pega uma mulher qualquer e leva ela daqui, o que me diz muita coisa já que eu sei que você tem namorada, e então volta para a mesma mesa de bar — Ele disse e empurrou o copo cheio em minha direção, tirou o pano que tinha nos ombros e jogou sobre a mesa a limpando — E então fillho?

Suspirei pesadamente e tomei metade do liquido do copo em um gole, quase me senti cuspindo fogo.

— Decepções amorosas Johnny, todo mundo tem — Disse e dei de ombros.

O homem me olhou de canto e percebeu que não conseguiria resposta melhor de mim, não queria falar sobre o assunto. Quando o relógio em cima do bar marcou 5h da manhã, eu já estava bem mais que bêbado, e me sentia bem. Levantei da roda de amigos que estava sentado e caminhei até o bar, podia perceber que andava um pouco torto, e minha fala estava mais arrastada que o normal, só que me pergunte se eu ligo pra isso? Isso mesmo não ligo.

— Johnny, vê mais uma rodada para a nossa mesa por favor — Disse indicando a mesa que estava sentado a momentos atrás.

— Acho que é melhor suspender as suas bebidas, você já passou da cota de álcool por uma vida.— Ele falou e eu revirei meus olhos.

— Nem meu pai me diz quando parar, — Disse e dei de ombros — Vamos Johnny, eu só estou me divertindo. Prometo ir de táxi para casa.

Johnny bufou e confirmou com a cabeça.

— Já levo para vocês — Eu sorri e dei as costas para o balcão caminhando até a mesa novamente.

Quando o relógio deu 6:30, eu e mais dois bêbados éramos os únicos que ainda estavam ali. Já me sentia um pouco mais são, já que Johnny se recusaram a me dar bebidas alcoólicas desde aquela hora, e ele era esperto fizera um bêbado acreditar que água era cachaça.

— Será que agora você pode me dar um litro de uísque? — Perguntei, tinha o cotovelo no balcão e a cabeça apoiada na mão. Johnny estava limpando o outro lado do balcão.

— Acho melhor você ir para casa garoto — Falou para mim sem nem olhar na minha direção.

— Não estou afim de ir para casa — Disse entediado, Johnny não me respondeu e nem olhou na minha direção, continuou limpando o bar com a ajuda de alguns funcionários.

So stop wasting all my time, messing with my mind

Então para de me fazer perder tempo, mexendo com minha cabeça

Às 7h eles estavam fechando as portas e não tinha mais como adiar teria que ir embora. Respirei fundo e peguei meu casaco no balcão ao lado, e levantei caminhando para a saída.

— Hey filho — Escutei a voz do velho chamar, me virei na direção dele, que continuava atrás do balcão mas a sua frente havia uma garrafa de Chivas fechada. — Já chamei um táxi para você, ele deve estar chegando. — Ele então esticou a garrafa de uísque para mim — Por conta da casa.

Eu fiquei sem palavras, voltei a caminhar até o balcão e peguei a garrafa de sua mão.

— Valeu Johnny — Disse antes de voltar a lhe dar as costas, antes que pudesse sair do bar escutei o velho dizendo.

— Se cuida garoto. — E então lá estava eu fora do bar sentindo o vento gelado da praia contra o rosto, a minha frente o sol nascia no horizonte, mas eu só conseguia bufar para a visão.

Respirei fundo, abrindo a garrafa ali mesmo e bebendo um gole direto do gargalo. Foi simplesmente impossível não olhar para a calçada, onde a anos atrais eu batia meus olhos em uma loira gostosa, não sei por que fui conversar com ela, não achava que conseguiria pega-la de qualquer jeito, ela estava muito bem sozinha para se importar com um bêbado.

If we can never go back

Já que não podemos voltar atrás

Thought you'd like to know that

Pensei que você gostaria de saber que

Sorri para mim mesmo lembrando do desastre que foi aquela noite, e suspirei tomando mais um longo gole. Ainda olhava fixo para o meio fio, estava perdido em nossas memórias, que de repente estavam vividas em minha mente.Um carro então parou bem para onde eu olhava.

Tive de picar algumas vezes para sair do transe em que estava e percebi que era um táxi, quieto entrei no banco ao lado do motorista.

— Boa noite — Disse ao motorista que sorriu educado.

— Boa noite — Falou — para onde vamos?

Respirei fundo pensando, não queria ir para casa mas pelo visto era meu único destino. Dei o endereço ao homem, e conforme as ruas iam correndo pela janela meus pensamentos voavam longe.

He won't touch you like I do

Ele não vai te tocar como eu tocaria

Talvez eu devesse desistir, estar um dia sem ela já foi terrível o suficiente, não preciso mais de dias assim. Só que o desconforto que me sobre ao peito ao pensar em ter filhos, me corrói. A voz de Michelle toma meus pensamentos, e se repete infinitamente em minha mente. Engoli em seco desconfortável.

Não conseguia acreditar que estava perdendo Taylor, por causa de uma coisa idiota que Michelle falou. Eu não queria acreditar que estava sendo fraco a esse nível, só que não conseguia impedir a sensação que me tomava ao tentar me fazer mudar de ideia.

He won't love you like I would

Ele não vai te amar como eu amaria

Eu precisava ver Taylor, precisava olhar em seus olhos azuis, e lhe pedir desculpas. Não conseguiria viver comigo mesmo se não fizesse isso. Me virei para o motorista e pedi a ele que mudasse de rota, ele mudou me deixando em frente ao prédio de Taylor. Sai do carro logo depois de paga-lo, e adentrei a recepção, cumprimentei o porteiro e lhe disse que estava ali para ver Taylor, ele então pesquisou rapidamente no computador, e pelo jeito Taylor ainda não tinha me tirado da sua lista de passe livre, então ele me liberou para entrar.

Respirando fundo entrei no elevador e apertei o botão do andar dela. O que eu falaria? Provavelmente minha cara também não estava das melhores, ri de mim mesmo. Quase 8h da manhã, eu não dormi a noite inteira, e estou indo falar com ela desse jeito. Eu estou acabado.

He don't know your body

Ele não conhece seu corpo

O elevador se abriu e eu saí de lá caminhando até a porta da casa de Taylor, toquei a campainha e esperei. Nenhuma resposta, toquei novamente esperando, e nenhuma resposta. Resolvi bater na porta e foi o que eu fiz, esperei mais alguns minutos, mas não obtive nenhuma resposta, e isso só poderia significar uma coisa. Taylor não tinha dormido em casa.

Eu não sabia como me sentia com esse fato. Quer dizer, ela poderia estar fazendo qualquer coisa agora, o ciúmes tomou meu corpo e foi impossível fazer meu cérebro não imaginá-la nos braços de outro cara. Respirei fundo tentando controlar a raiva, passei a mão no rosto pensando. Foi quando me virei para a porta ao lado da dela. Talvez o tal do Jesse soubesse onde ela está.

He don't do you right

Ele não vai fazer direito

Só que se Taylor realmente tivesse virado amiga dele, e tivesse lhe contado que terminamos, ele não iria me contar, e provavelmente estufa varia o peito para defender a honra dela, isso se ela não estivesse atrás daquela porta.

He won't love you like I would

Ele não vai te amar como eu amaria

Bufei de frustração, pelo jeito não havia outra maneira disso terminar. Respirei fundo, podia sentir meu coração bater acelerado no peito, eu tinha que me acostumar, pelo jeito era assim que as coisas teriam que ser. Engoli em seco e dei as costas para a porta do apartamento dela, caminhando até o elevador novamente, apertei o botão e esperei, não muito tempo depois ele se abriu vazio para mim.

Entrei ali dentro me virando de frente para as portas que se fechavam, sozinho ali dentro, eu podia ouvir ao longe a risada de Taylor, e seu doce perfume chegava ao meu nariz. Talvez eu estivesse enlouquecendo.

Love you like I would

Te amar como eu amaria

Depois de pedir outro táxi, e esperar em frente ao apartamento dela por 10 minutos até o cara finalmente chegar, ele me deixou em casa, eu adentrei a porta da frente sem fazer questão nenhuma de tranca-la depois, continuei seguindo em frente até chegar a base da escada, e com a garrafa de uísque já na metade, subi elas com tremenda dificuldade. Assim que cheguei até o segundo andar caminhei até meu quarto abrindo a porta com força, e a deixando aberta.

Coloquei a garrafa em cima do balcão e me joguei com tudo na cama, estava preparado para dormir daquele jeito, quando me virei para o lado e senti deitar em cima de alguma coisa. me afastei e peguei o envelope nas maos, ainda estava completamente lacrado.

Suspirei o olhando por um longo momento, a curiosidade de saber o que tinha escrito ali estava me consumindo. Tirei os tênis com o pé mesmo, e colocando a carta de lado tirei a blusa pela cabeça a jogando longe, tirei o cinto, e a calça também os jogando pelo quarto e voltei a pegar o envelope, subi até a cabeceira da cama me cobrindo com o lençol que estava jogado sobre a cama, ajeitei os travesseiros e peguei o envelope entre as mãos, o olhando quietamente.

Respirei fundo e em um movimento rápido rasguei o lacre dele, e então tirei as folhas dali de dentro as desdobrando.

Talkin' don't want me, cause I want you

Fale que não me quer, porque eu te quero

Haviam 3 folhas lotadas com sua caligrafia desenhada, não sabia se deveria ler aquilo, talvez fosse piorar minha situação, ou talvez ajudasse. Engoli em seco decidido a ler a carta.

Sabe quando somos adolescentes, e estamos tão animados com o brilhante futuro que podemos construir e ficamos imaginando ele na nossa cabeça? Sonhando como deve ser morar sozinho, sair para festas, e ficar tão chapado sem precisar se preocupar se seus pais vão te pegar, por que bem, você já é um adulto.

Quando eu tinha 16 anos, eu imaginava que aos 20 sairia finalmente da casa dos meus pais, que acharia o homem da minha vida, e que aos 24 anos nós casaríamos, e esperava que não muito tempo depois, eu engravidasse. Só que nada foi assim.

Aos 17 anos, eu estava sempre chapada demais para continuar focada em conseguir essas coisas. E aos 19 anos, eu achava que não tinha mais salvação. E foi então que você apareceu, com seu sorriso sedutor, e me deixando nervosa como uma adolescente de 16 anos, de repente eu achei que tudo poderia mudar, eu vi uma esperança no fim do túnel.

Você me mudou, mudou a minha vida, me fez perceber que existe um outro lado. Quem disse que se precisa viver dentro dos padrões que todos acham ser o certo para nós? Por sua causa, eu me rebelei e comecei a levar a vida que sempre quis levar. Eu acabei encontrando o amor da minha vida.

Não dá para explicar o que aconteceu entre a gente, não dá para colocar em palavras o quanto eu te amei, e o quanto ainda te amo. Não dá para expressar o quanto você é importante para mim, e isso ninguém nunca vai entender a não ser nós dois.

{...}

Enfim, o que eu quero dizer é que você me fez ser quem eu sou hoje. Aprendi a me amar, e a me aceitar com você. Aprendi a ser uma pessoa e uma mulher melhor. E eu quero que saiba que eu nunca vou me esquecer do que tivemos. Eu amei cada segundo, até mesmo das nossas brigas. Eu reviveria cada momento para sempre se pudesse.

Peço desculpa por no fim, não ser aquela que vai ter uma aliança sua no dedo, e nem seu sobrenome depois do meu, mas espero de coração que você encontre alguém. Quero que seja feliz, mesmo que seja com outra pessoa. Sei que você acha que não merece. Sei que pensa que o fato de cheirar, fumar, beber e ter uma vida meio conturbada te faz uma péssima pessoa, só que não faz Brian.

Eu conheço você, conheço cada centímetro do seu corpo, mas também sei quem você é. E você é uma ótima pessoa, você merece sim ser feliz, e construir uma vida ao lado de alguém. Quero pedir para não se afundar, quero pedir para seguir em frente de cabeça erguida, você tem um dom, não desperdice ele e nem o jogue fora, siga em frente de cabeça erguida, e eu vou estar sempre ao seu lado, mesmo longe prometo nunca te abandonar.

Se algum dia em sua vida você precisar de mim, espero que saiba que pode sempre contar comigo, não importa o dia e a hora, se você precisar estarei sempre aqui.

Know it's late but I'm so wired

Sei que é tarde mas estou chapado

Terminei de ler a carta com lágrimas escorrendo pelo rosto. Com calma dobrei novamente as folhas e coloquei novamente no envelope, respirei fundo e o coloquei sobre a cabeceira da minha cama, me deitando de frente para a parede, voltei a encarar o ponto em que o papel de parede estava se descolando.

Meus pensamentos voltaram para a carta, ela esperava mais de mim, mais do que eu mesmo. Não me sentia preparado para seguir em frente, a dor que se acumulava em meu peito não me deixaria ir em frente, eu precisava me anestesiar do que estava sentindo, e o único jeito que eu conhecia de fazer isso, não era nada bom. Engoli em seco e fechei meus olhos, tentando amenizar minha consciência, e fazê-la dormir.

If we can never go back

Se nós nunca mais voltarmos

Thought you'd like to know that

Pensei que você gostaria de saber que

Foi completamente em vão. Depois de rolar na cama até as 10h da manha, eu tinha jogado a toalha e desistido de tentar dormir, como último recurso, abri a primeira gaveta da cômoda ao meu lado, e tirei de lá uma cartela cheia de comprimidos, não costumava tomá-los odiava remédios, tirei dois da embalagem, e soltando a respiração pelo nariz, joguei os dois dentro da boca engolindo em seco.

Voltei a colocar a cabeça no travesseiro, e rapidamente senti os remédios fazerem efeito, e finalmente consegui dormir.

He won't touch you like I do

Ele não vai te tocar como eu tocaria

He won't love you like I would

Ele não vai te amar como eu amaria

He don't know your body

Ele não conhece seu corpo

He don't do you right

Ele não vai fazer direito


Notas Finais


Mais um capitulo que chega ao fim amoras
E como sempre eu quero saber o que vocês acharam então não se esqueçam de comentar tudo que pensaram enquanto estavam lendo.
TRAILER DA FANFIC: https://www.youtube.com/watch?v=iz1gzfJx5N8&feature=youtu.be

Não se esqueçam também de favoritar a fanfic para continuar acompanhando os próximos capítulos.
Beijinhos
Momsen <3


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