História Twenty-Two - New Game (3-3)

No Capítulo Anterior…

Meus pensamentos voltaram para a carta, ela esperava mais de mim, mais do que eu mesmo. Não me sentia preparado para seguir em frente, a dor que se acumulava em meu peito não me deixaria ir em frente, eu precisava me anestesiar do que estava sentindo, e o único jeito que eu conhecia de fazer isso, não era nada bom. Engoli em seco e fechei meus olhos, tentando amenizar minha consciência, e fazê-la dormir.

Foi completamente em vão. Depois de rolar na cama até as 10h da manha, eu tinha jogado a toalha e desistido de tentar dormir, como último recurso, abri a primeira gaveta da cômoda ao meu lado, e tirei de lá uma cartela cheia de comprimidos, não costumava tomá-los odiava remédios, mas mesmo assim tirei dois da embalagem, e soltando a respiração pelo nariz, joguei os dois dentro da boca engolindo em seco.

Voltei a colocar a cabeça no travesseiro, e rapidamente senti os remédios fazerem efeito, e finalmente consegui dormir.

...

Sábado, um de Janeiro de 2016, Huntington Beach, Califórnia.

JESSE

— Você o deixou... — Eu disse a olhando de olhos arregalados e queixo caído. Ela soltou o ar que prendia, e nisso algumas lágrimas desceram silenciosas pelo seu rosto, enquanto desviava o olhar do meu — Que merda Taylor… — Suspirei fundo, e deu alguns passos lentos até ela, limpou os olhos e me dei um sorrisinho.

— Eu só não quero falar disso também — Falou, engoli em seco, sabia como términos poderiam ser devastadores.

— Tudo bem então — Comecei, e caminhei em direção a mala ao seu lado, puxei ela enquanto seguia em frente andando, Taylor não demonstrou surpresa ao me seguir — Nós conversamos sobre outras coisas.

Disse para ela sorrindo, e ela me lançou o melhor sorriso que conseguia, que na verdade era só uma lateral da sua boca subindo.

Just stop lookin' for love

Apenas pare de procurar pelo amor

Girl, you know you still got time

Garota, você sabe que ainda tem tempo

— O que você está planejando fazer hoje? — Taylor pareceu pensar por um momento enquanto cruzava seus braços na frente do peito.

— Não sei — Falou suspirando — Acho que vou me sentar em frente a TV com um pote cheio de sorvete, e assistir algum filme que me faça chorar — Ela então fez um biquinho lindo enquanto pensava, e não pude evitar em abrir um sorriso, ela sempre fazia o mesmo biquinho quando parava para pensar — Tem algum filme que te faça chorar?

Eu ri, dando de ombros.

— Qualquer um em que um cachorro morra, normalmente consegue arrancar algumas lágrimas de mim— Ela não pode evitar em deixar o queixo cair, e logo depois abriu um sorriso sincero.

— Por que é que eu estou muito ansiosa para assistir a filme desses com você? — ELa perguntou me tocando, é tão fácil simplesmente estar ali do lado dela, e ao mesmo tempo é tão tranquilo.

— Vai ver é porque você está louca para me ver chorar — Eu disse, e o sorriso no rosto dela se abriu mais ainda.

— Você só pode ser vidente, é impossível — Eu ri dela, enquanto chegavamos em frente ao elevador, e eu apertava o botão para chamá-lo.

— Bom, eu tava aqui olhando na minha bola de cristal — Comecei fazendo gestos como se tivesse realmente uma bola em minhas mãos — E ela me disse que você não deve ficar trancada em casa hoje.

As portas do elevador se abriram e nós entramos, Taylor revirou os olhos para mim.

— Jess… — Ela começou, mas eu fui rápido

— Não, me deixe terminar… — Ela revirou os olhos novamente e me olhou dando liberdade para mim continuar, eu a olhei enquanto as portas se fechavam, nós deixando trancafiados no pequeno cubículo. E simplesmente era impossível controlar a vontade que eu tinha de jogar-lá naquelas paredes e beijá-la. Taylor não precisava de mais confusão em sua vida, ela precisava de algo que fosse duradouro, algo em que pudesse se apoiar e finalmente descansar de todos os anos que passou lutando naquele relacionamente, engoli em seco com raiva. Não precisava nem conhecê-lo direito eu já o odiava. Limpei a garganta e tentei concentrar meus pensamentos na loira que me olhava com uma sobrancelha arqueada.

— Eu não acho que seja uma boa ideia você ficar trancada sozinha em casa — Falei para ela mais sério.

— Não é assim que as pessoas curtem o final dos seus relacionamentos? — Ela me perguntou arregalando os olhos.

— Bom, — Disse e engoli em seco — se achar melhor, acredite na palavra de quem passou uma semana desse jeito, achando que era a coisa certa de se fazer. — Ela me olhou mais suave dessa fez — Ficar em casa se lamentando por uma coisa que acabou só te atrasa, só faz você ficar se martirizando e pensando que tudo foi culpa sua.

Vi o lábio dela tremer com violência e a loira voltou o olhar para frente. Eu virei minha cabeça mais para o lado.

— Acho que não preciso te contar nenhuma dessas coisas — O elevador parou e as portas dele se abriram, nós caminhamos para fora dele em silêncio, e eu continuei empurrando a mala dela. — Eu sei que é difícil, mas sair com alguns amigos provavelmente é a melhor opção.

Pude escutá-la rir ao meu lado.

— Que amigos? — Perguntou me olhando, pude ver seus olhos azuis pegarem fogo como em uma floresta, rápido e mortal — Os que são amigos de Brian também? E tocam na mesma banda que ele? Ou você tá falando da minha amiga que foi traída pelo ex-marido? — Então ela deu uma risada crua — Há desculpa talvez você esteja falando dos meus colegas de banda, que neste momento estão curtindo o primeiro dia do ano com a própria família.

Ela engoliu em seco, e foi reto na sua porta, colocando a chave ali.

— Que bom então que você não tem só eles de amigos — Falei para ela, que se virou em minha direção prestes a terminar de cortar a minha cabeça, só que quando viu que eu tinha um sorriso no rosto, sua expressão de raiva murchou. — Sorte que você me tem como amigo.

Ela abriu a boca para contestar, mas não saiu nada, engoliu em seco e voltou a abrir a sua porta. Passou por ela a deixando aberta, e eu a segui.

— Não sei, Jess — Ela começou, eu larguei a mala de rodinhas ao lado do sofá e fechei a porta atrás de mim. — Eu realmente não estou muito no clima para sair hoje.

Disse enquanto começava a tirar o salto que usava o deixando em algum canto, soltou os enormes cabelos platinados, que caíram perfeitamente até a sua cintura, meu pau acordou dentro da calça e tive que desviar meu olhar para outra coisa, e foi para a paisagem maravilhosa atrás dela, contei de do 10 para trás enquanto respirava fundo.

— Eu acho que agora você não tem mais opção — Falei e consegui sentir a ereção ir embora, olhei ao redor do apartamento dela com as mãos nos bolsos, e foi quando eu vi o controle da TV sobre a mesa de centro, pulei sobre o encosto do sofá me jogando no estofado, e então pegando o controle e ligando a TV — E enquanto você se arruma eu vou assistir um pouco de Netflix.

Disse e continuei com os olhos pregados na tela gigante enquanto tentava descobrir como se entrava na Netflix naquela TV. Pude ver Taylor entrar em meu campo de visão, ela tinha os braços cruzados em frente ao peito, e até podia imaginar que ela arqueava uma daquelas sobrancelhas loiras e perfeitas para mim.

— Eu não disse que ia — Ela falou calma.

— Mas eu sei que você vai ir — Disse e finalmente vi o emblema da Netflix abrir enorme na TV, então virei meu olhar para ela — Vamos Taylor — resmunguei a ela — Conhecer gente nova, olhe que dia lindo — Disse e apontei para as janelas, e do outro lado delas, HB se estendia em um céu límpido e azul até a praia — Você vai me dizer que quer mesmo ficar em casa enquanto esse dia maravilhoso te espera lá fora?

Vi ela engolir em seco, e levou o olhar para a janela, quando respirou fundo e voltou a olhar para mim, percebi um olhar mais brando em seu rosto.

— Tudo bem — Ela falou — O que eu devo vestir? — Perguntou arqueando as sobrancelhas.

— Nós vamos andar de skate então…

— Andar de skate? — Ela me interrompeu arregalando os olhos — Por acaso eu voltei a ter 16?

— Olha aqui, — Comecei lhe apontando um dedo comprido, e sorrindo para ela — andar de skate não é só para crianças não tá?

— Aposto que se seu eu de 17 anos te escutasse falando isso ele iria rir da sua cara — Ela falou me lançando um sorriso maldoso.

— Pode acreditar que você tem razão — Disse e rindo voltei meus olhos para a televisão, e ali bem grande estava pronto para continuar sendo reproduzido Scandal. — Não taylor, me diz que você não assiste essa série.

Disse virando meu olhar para a loira, que me dava as costas enquanto entrava para o corredor da sua casa.

— Assisto, e amo — Ela gritou para mim, e eu revirei meus olhos, virei eles para a TV começando a procurar algo que eu gostasse para assistir, Taylor acabou demorando bem mais do que eu achava, 30 min depois e ela ainda não tinha vindo, comecei a ficar preocupado, talvez eu devesse ver como ela está.

This could be something

Isso pode ser uma coisa séria

If you let it be something

Se você deixar isso se tornar uma coisa séria

Respirei fundo e olhei sério para o corredor, não queria parecer inxerido ou até mesmo folgado, mas se algo tivesse acontecido? Tomei coragem, e levantei do sofá caminhando corredor adentro, e me lembrei da primeira vez em que estive ali, quando Taylor desmaiou em meus braços, ela parecia tão frágil e sem vida, engoli em seco, rezando para que nada tivesse acontecido.

Cheguei até a primeira porta que estava aberta, adentrei o quarto calmamente e não foi nada difícil acha-la. A loira estava sentada de cabeça baixa na cama, olhava vidrada para um ponto fixo, um calafrio se espalhou pela minha espinha, e eu me arrepiei inteiro.

— Taylor? — Disse parado perto da porta, de repente eu não me sentia muito à vontade de me aproximar dela, Taylor levantou o olhar para mim, e novamente um calafrio se espalhou pelo meu corpo. Seus olhos azuis estavam sem vida, mas ela levantou uma sobrancelha para mim.

— Sim? — Perguntou, sua voz saindo totalmente de modo robótico, minha mente tentava fazer uma conexão entre essa Taylor que estava na minha frente agora, e a Taylor de 30 min atrás, e elas não pareciam nenhum pouco a mesma pessoa. Eu abri a minha boca tentando falar alguma coisa, só que nada saiu. De repente eu já sabia o que tinha acontecido.

Taylor continuou ali me olhando fixamente com seus olhos mortos, enquanto eu engolia em seco, ela tinha tido um ataque, então era assim que ela ficava? Isso era horroroso. Limpei a garganta me aproximando calmamente, me sentei ao seu lado, e ela ainda me olhava fixo, eu tentava não reparar em seu olhar.

Passei meu braço sobre seu ombro, a trazendo para perto de mim abraçando-a, talvez isso ajudasse a fazer passar tudo isso. Suspirei esperando pacientemente.

— Não quero ir — Ela disse com a sua voz mortificada.

— Aonde você não quer ir? — Perguntei apertando meus braços contra seu corpo, e olhando para alguns violões que havia perto da parede.

— Não posso sair com você, — Ela falou sem nenhuma emoção na voz — Não posso fazer isso com Brian.

Don't scare me away

Não me afaste

Turning somethings into nothing, babe

Transformando as coisas em nada, amor

Um ponto de interrogação se formou em meus pensamentos. O que?

— Tay, você não está mais com Brian, ele não tem nada a ver com isso.

— Você não entende, — Ela disse e respirou fundo — eu estou começando a realmente gostar de você — Ela falou com a mesma voz robotizada, e eu fiquei estático no lugar, ela realmente tinha dito isso? — E acabei de terminar com Brian, não posso ficar com você agora, eu preciso dar um tempo.

Eu precisei parar um tempo e pensar, ela realmente achava que eu iria dar em cima dela hoje? Acha que eu seria capaz disso? Engoli em seco, era bom saber o que ela pensava de verdade de mim. Quando eu ia respondê-la, Taylor se levantou rápido, olhando em volta enquanto levava a mão na cabeça.

— Nossa que dor — Ela gemeu, e então olhou ao redor — O que aconteceu?

A olhava de queixo caído, eu não estava acostumado com nada daquilo, parecia tudo surreal demais.

— Você não lembra? — Perguntei a ela, que se afastou caminhando até a cômoda ao lado da cama, abriu a gaveta tirando dali algumas cartelas de remédios, a loira coloco quatro comprimidos do mesmo na palma da mão, e jogou-os dentro da boca engolindo em seco.

— Não, eu não lembro — Ela disse respirando fundo e me olhando, seus olhos azuis estavam cansados, e sua expressão era triste. Engoli em seco.

— Você acha mesmo que eu tentaria dar em cima de você logo hoje? — Perguntei, isso fez a mulher a minha frente arregalar os olhos, e se aproximar.

— O que? Como você… — Ela não terminou a frase, estava surpresa demais.

— Você literalmente acabou de me falar isso.

— Aposto que eu não disse isso, não — Ela falou me olhando seria.

— Tá, você não disse exatamente isso, mas insinuou — Eu falei para ela apontando um dedo em sua direção. Ela respirou fundo e desviou os olhos de mim.

— Jesse, — Ela começou suspirando — É simplesmente impossível ignorar o beijo que tivemos ontem, e tendo ou não um relacionamento por um fio, eu o traí — Disse e escutei sua voz embargando, meu coração se apertou e desviei o olhar para minhas mãos, já me sentia culpado o suficiente por aquilo — Em sete anos eu nunca tinha feito isso, me orgulhava muito de ser fiel a ele,  e no último minuto eu fiz merda. — Ela me olhou nós olhos e pude ver convicção neles — Só que eu posso mudar isso. Posso dar um fim mais digno ao nosso relacionamento.

— Taylor, cala boca — Falei sério a ela, que arregalou os olhos para mim — Eu não consigo acreditar que você acha que não consigo diferenciar situações. — Revirei meus olhos para ela — É o beijo de ontem aconteceu, e daí? Por que temos que fazer disso algo grande? Se podemos deixar isso no passado para ser esquecido? — Suspirei suavizando mais a minha voz — Não pense que não gostei, ou que não queria que se repetisse, independente de tudo isso, eu nunca seria capaz de tentar algo com você em um momento assim. — Disse e a olhei com dor nos olhos, a loira me olhava de sobrancelha franzida prestando atenção

“Eu estou olhando para você, e não vejo… Eu não vejo alegria Taylor, você está devastada demais para aguentar mais problemas no momento, e eu quero ser seu amigo, te ajudar a passar por isso, não causando mais problemas. — Lágrimas se formavam nos olhos da loira, ela afirmou com a cabeça e voltou a olhar para baixo. — Se você quiser realmente ficar em casa, tudo bem eu não vou te impedir, — Disse e me levantei da cama, caminhando de costas para a porta olhava dentro dos olhos da loira — só que eu não acho que você deva se fechar para o mundo logo agora, você está livre a final,  e pode acreditar que ele não vai ficar em casa chorando.”

Me virei para sair dali, e ir para minha casa, passei pela porta e quando estava no fim do corredor, escutei a voz rouca me chamar.

— Jesse, espera — Ela falou, e veio correndo até mim, enquanto eu me virava em sua direção — Só me deixa colocar um tênis.

Foi impossível não sorrir.

— Demore o quanto precisar — Falei, ela passou por mim seguindo reto na cozinha, eu caminhei até o sofá pegando o controle e desligando a TV.

Taylor entrou em uma porta que havia ali, e menos de 5 minutos depois voltou, ela vestia um shorts jeans de cintura alta que marcava maravilhosamente bem suas curvas, e uma camiseta com mangas curtas e mais folgada, em seus pés ela usava um tênis skatista.

— Pelo jeito você até que levou a sério o negócio de andar de skate — Disse apontando para o tênis dela, a mulher revirou os olhos e seguiu caminho até a sua bolsa.

— Eu não sei andar de skate — Ela falou para mim, mas sem me olhar, levantei uma sobrancelha.

— Isso vai ser divertido então. — Disse rindo

———

Depois de uma longa discussão sobre quem iria dirigir, acabamos tendo que tirar no joquempô, e eu ganhei. Taylor estava sentada ao meu lado enquanto cantarolava baixinho a musica que tocava na radio, eu prestava atenção no transito, indo até a praça que tinha combinado com meus amigos.

Assim como é impossível para Taylor não me comparar com Brian, é impossível para mim não compará-la com Anabel. Ela tinha sido minha primeira garota, minha primeira mulher, e isso já bastava para ela ter sido importante na minha vida. A questão é que enquanto Anabel é fechada e tranquila, Taylor é como um terremoto, ela abala tudo aonde passa, e é difícil as pessoas não a notarem, e eu acho isso gratificante.

— Em que você está pensando? — Taylor perguntou ao meu lado interrompendo minha linha de raciocínio, olhei para ela e sorri.

— Aposto que nada que você queira saber — Disse tentando desviar da pergunta.

— Pode acreditar que eu quero sim saber — Ela falou se inclinando mais para perto de mim, suspirei apertando forte o couro do volante, enquanto entrava com o carro para a direita.

— Estava pensando em Anabel — Disse sendo sincero, ao meu lado ela soltou uma exclamação.

— Está afim de falar dela? Por que eu quero saber, só que você nunca fala dela.

— Eu não falo por que não tem nada para falar — Disse dando de ombros, Taylor bufou.

— Quer mesmo que eu acredite que um relacionamento de dez anos não tem nada para me contar? — Ela perguntou e eu tive que rir, é só que não teve nada em nosso relacionamento que valesse a pena perder tempo contando.

— Eu não estou afim de falar dela, assim como você não está de falar sobre Brian — Eu falei lhe lançando um olhar.

— Touche — Ela disse suspirando e se ajeitando no banco, eu avistei uma vaga acelerando e estacionando. Desliguei o carro e respirando fundo me virei para ela.

You're already used to the games, babe

Você já está acostumada com os jogos, amor

You play your role and I play the same

Você faz o seu papel e eu faço o meu

— O que você acha de prometermos não falar sobre eles o resto do dia? — Levantei as sobrancelhas a questionando.

— Você acha que conseguimos? — Dei de ombros.

— Não custa nada tentar — Taylor então afirmou com a cabeça, eu sorri e cuspi na minha mão a estendendo em direção a loira.

Taylor me olhava de olhos arregalados.

— Eu não vou fazer isso — Ela disse espantada, ri e procurei por um pano, não é como se eu realmente achasse que ela ia apertar minha mão com cuspe, mas a cara que ela fez deveria virar um foto para poder colocar em minha parede, limpei minha mão e estendi o dedinho pra ela — Uu, juramento de dedinho é pesado — Ela falou, cerrando os olhos.

— Você não quis o do cuspe. — Ela os revirou e juntamos nossos dedinhos.

— Você é nojento — Disse enquanto abria a porta do carro para sair, e eu ri pegando meu skate no banco de trás e saindo pela minha.

Antes de a levar até a pista de skate, eu parei com ela em uma sorveteria vazia em frente a praia, nós pedimos nossos sorvetes, e sentados do lado de fora do estabelecimento, comemos igual a duas crianças, rindo e se lambuzando. Depois que terminamos, deixamos a mesa suja para trás e nós encaminhamos para a calçada. Achei que seria divertido ir caminhando e conversando com ela, e foi mais que divertido, nós rimos o caminho inteiro até a praça.

Quando comecei a ver a praça do outro lado da rua, vi junto dela que quatro caras três estavam sentados em um banco enquanto em frente a ele Zach fazia algumas manobras com seu skate. Peguei na mão de Taylor e a puxei para a beirada da calçada, olhei para os dois lados da rua, para confirmar que não vinha nenhum carro, e então corremos de mãos dadas até o outro lado da rua, conforme fomos chegando perto do grupo de amigos, Taylor puxou meu braço colocando os lábios perto do meu ouvido e sussurrando.

— Você não me disse que íamos encontrar com mais gente — Ela falava isso quase com desespero na voz, eu ri e a olhei.

— O que foi? Virou bicho do mato? — Disse sorrindo, e a loira não conseguiu esconder o sorriso que abriu em seu rosto, revirando os olhos. Continuamos andando e conforme fomos chegando no campo de visão deles Jeremy apontou para a gente, a minha mão ainda segurava a de Taylor.

— Aaah, agora eu entendi porque ele demorou tanto — Brandon disse rindo para mim, revirei meus olhos.

— Ele não tem tanta sorte assim — Escutei Taylor falar ao meu lado para o cara de cabelos encaracolados, que abriu um sorriso com a resposta da loira.

— Gostei de você — Brandon disse para ela, e a mulher sorriu e estendeu a mão livre para meu amigo.

— Taylor Momsen — Ele apertou a mão dela boquiaberto com a mulher. Eu sorri.

— Bom, esses são Brandon — Disse apontando para o cara que agora soltava da mão dela — Jeremy, Michael e Zach — Disse apontando para cada um e terminei apontando para a loira — E essa é Taylor, a minha vizinha.

— É um prazer finalmente te conhecer Taylor — Zach disse rindo — Jesse só sabe falar de você — Empurrei o mesmo que passava com o skate ao meu lado, fazendo ele cambalear e quase cair, ainda rindo. Taylor me olhou e levantou a sobrancelha, meu amigo voltou ainda rindo e agora com o skate em baixo do braço — Agora que já estamos todos apresentados, será que podemos ir para a pista?

— Vocês podem ir — Disse apontando em direção a pista — Tenho que ensinar Taylor a andar ainda.

— Haa, não — Taylor disse rapidamente — pode ir com seus amigos — Os três caras levantaram do banco pegando seus skates e esperando a gente se decidir — Eu vou ficar lindamente sentada no banco — Ela então soltou da minha mão caminhando até o mesmo e se sentando ali sorrindo para mim — vendo vocês brincarem.

Eu ri do que a loira falou e fiz sinal para meus amigos irem, e eles deram as costas para a gente.

— Você tá muito enganada se acha que vou te deixar plantada ai — Falei e estendi minha mão para ela, levantando uma sobrancelha — É melhor você aceitar agora antes que eu tenha que fazer chantagem emocional.

A loira revirou os olhos, e eu me joguei ao lado dela no banco coloquei o skate em baixo dele, e com os braços cruzados na frente do peito, virei o olhar para meus amigos que se empurravam e implicam uns com os outros.

— O que você tá fazendo? — Taylor perguntou entre dentes.

— O que parece que estou fazendo? — Perguntei olhando rapidamente para ela que levantou uma sobrancelha — Olhando meus amigos e te fazendo companhia.

A loira bufou, estava ficando irritada, e tive que fazer força para esconder o sorriso que queria se abrir em meu rosto, voltei a olhar para eles.

— Jesse… — Ela começou e parecia prestes a me incendiar vivo, mas não terminou a frase, eu voltei meu olhar para ela, que tinha o olhar mais ameno. — Ai, tudo bem.

Come give it to me, yea ah yea

Venha se entregar pra mim, sim, ah sim

Eu sorri e peguei em sua mão, e pegando o skate embaixo do banco fui levando-a para perto do deck que dava para a praia, a parte do parque onde era menos movimentada.

Joguei o skate no chão e ele saiu andando, soltei da mão de Taylor correndo até ele e subindo enquanto estava em movimento eu comecei a andar, dando a volta para perto dela.

— Na verdade andar de skate não é nada difícil, — Comecei falando e então parei perto da mulher, a olhando nos olhos — É quase a mesma coisa que estar em cima de uma prancha, você precisa ter postura, e aprender a cair do jeito certo.

— Existe jeito certo para se cair? — Ela me perguntou com as sobrancelhas franzidas, tinha os braços cruzados em frente ao peito, parecia preocupada, ri do que ela falou.

— Na verdade existe, — Desci do skate e o parei com o pé, estiquei minha mão para ela e levantei uma sobrancelha — Vem cá.

Come give it to me, play by play

Venha se entregar pra mim, parte por parte

Ela engoliu em seco olhando para o objeto no chão, depois de respirar fundo, ela pegou em minha mão subindo no skate, nós demos a outras mãos também, e agora ela estava sobre a prancha.

— Você vai mover o seu pé da frente, somente o deixando um pouco mais aberto — Ela então com cuidado fez o que eu pedi, eu continuei mantendo-a firme no lugar — Isso, — Falei e levantei o olhar para seu rosto que olhava para mim atenta. — agora a única coisa que tem que fazer é cuidar da postura, fique reta e preparada para tirar o pé da prancha, com o seu corpo impulsione o skate para frente fazendo ele andar.

Taylor então fez um movimento com seu corpo, fazendo o skate andar, eu segui o movimento e ela foi conseguindo.

— Eu vou te soltar, e você vai repetir esse movimento, e depois vai tentar se impulsionar com o pé. — E então soltei suas mãos, Taylor tentou continuar se mantendo equilibrada sobre a prancha e não pareceu grande esforço para ela.

Impulsionou seu corpo, fazendo o skate começar a andar, então tentou tirar o pé da prancha e colocá-lo no chão, e até conseguiu mas quando foi impulsionar ele no chão acabou se desequilibrando e quase caindo.

I could tell you've been bored all day

Eu posso ver que você esteve entediada o dia inteiro

Cuz you're young and you still got time

Porque você é jovem e ainda tem tempo

Depois de Taylor aprender, eu a ajudei a dar algumas voltas básicas e a fazer algumas manobras, passamos a tarde inteira fazendo isso, o sol já se punha no horizonte, e estávamos sentados no alto da pista de skate, Zach e Michael desciam e subiam na pista fazendo manobras, enquanto Jeremy e Brandon estavam sentados com a gente conversando.

Quer dizer conversando com Taylor, os três riam e conversavam como se fossem amigos de longa data.

— Eu não acho que eles toquem bem separados, parece que algo acontece quando estão tocando juntos, com toda certeza muda tudo, é o que eu acho — Taylor disse expressando sua opinião sobre a separação do Guns.

— Jesse Rutherford — Brandon disse apontando um dedo para mim, olhei para ele de olhos arregalados o que eu tinha feito? — Se você não se casar com essa mulher, eu caso.

Eu ri do que ele falou e olhei para Taylor, que tinha um sorriso sacana no rosto, ela se virou para mim e batendo o meu ombro no seu ela disse:

— Acho melhor você não deixar isso acontecer em — Riu em seguida, ao seu lado Jeremy empurrou Brandon enquanto ria histérico.

— Você acaba de levar o fora do seculo.

— Não deixaria você casar com ninguém que não fosse eu — Falei piscando para Taylor, que me lançou um sorriso contido e sério dessa vez, era possível que eu tivesse falado merda, mas ela se recuperou rapidamente.

Depois dos meus amigos ao meu lado voltarem a se acalmar, nós quatro continuamos conversando animadamente, até Zach fazer uma manobra com o skate parando ao nosso lado, nós quatro calamos a boca e o olhamos, ele olhava concentrado para o relógio.

— Nós temos que ir para o Luau logo, antes que comecem sem a gente. — Zach falou levantando o olhar, sorrindo ele apontou para Taylor — Você vai Tay?

Quanta intimidada para já chama-la pelo apelido, não comentei nada e virei meu olhar para a mulher ao meu lado, que voltou os olhos azuis para mim, levantando uma sobrancelha.

— Bom não, eu não estava planejando te contar, mas sim eu ia te levar — Taylor cerrou os olhos sorrindo e balançando a cabeça — Só que como alguém estragou meus planos, você está afim de ir para um luau com a gente?

— Quem é que tá organizando? — Taylor perguntou olhando seria para mim.

— Na verdade somos nós mesmo, é mais um show íntimo para amigos e fãs — Zach contou, Taylor levantou uma sobrancelha sorrindo.

— Nossa isso é demais, com certeza eu vou — Falou rindo.

— Bom — Zach começou — Já que ela vai também acho que devemos nos mandar. Já são 20h começa daqui a meia hora.

Isso bastou para fazer o resto dos meus amigos levantaram rapidamente, tínhamos que estar antes de qualquer um chegar, precisávamos passar o som ainda.

— Você precisa passar em casa? — Perguntei a Taylor que ficava em pé rapidamente ao meu lado, e já começamos a andar, eu tinha estacionado o carro longe demais.

— Na verdade não, preciso não — Ela falou enquanto seguia ao meu lado, e como por reflexo peguei em sua mão, e não a soltei até estarmos dentro do carro.

Don't waste your time

Não desperdice o seu tempo

We been wasting away, aw yeah

Nós estamos nos desgastando, aw sim

A praia era retirada e levamos uns 10 minutos para chegar lá, saímos correndo do carro, seguimos para a calçada até o caminho que se abriria para a areia, é bem ali perto do mar umas 5 fogueiras estavam montadas, o palco não era bem um palco, era um deck improvisado montado na areia, como não iríamos tocar a noite inteira, posicionado ao lado do palco estava a nossa fogueira.

Taylor e eu chegamos lado a lado na areia e pude ver meus amigos conversaram em uma rodinha com os caras do som.

Me aproximei e comprimente todo mundo. Engatei em uma conversa com um dos caras, e depois de uns 10 minutos foi que percebi a falta da loira esbelta ao meu lado. Olhei ao redor a procurando, e não foi difícil encontrá-la sentada na areia perto da água.

Precisava passar o som, mas não podia deixá-la sozinha, tinha medo de que algo lhe acontecesse.

— Gente eu vou rapidinho ver como a Tay está — Apontei em direção para ela, meus amigos voltaram o olhar para onde eu apontava.

— Claro cara — Michael disse — vai lá.

Segui correndo em direção a ela, quando me aproximei diminui o ritmo e me sentei ao seu lado esbarrando nossos ombros.

— Tudo bem por aqui?? — perguntei olhando-a, ela virou o rosto para mim e sorriu.

— Tudo ótimo — Ela falou rindo, e me olhando — Não queria atrapalhar, sei como é ter uma banda.

Ela falava tão mais tranquila, sorri para ela.

— Nós vamos começar a passar o som, pode sentar mais perto de quiser, — comecei e me virando em direção à nossa fogueira apontei para ela — nós vamos nos sentar ali naquela fogueira.

— Você não precisa se preocupar comigo — Ela falou me olhando profundamente nos olhos.

— Bom, eu me preocupo — Disse lhe retribuindo o olhar — e você falar isso não vai mudar em nada. — Ela suspirou e sorriu voltando a olhar para frente. Fiquei de pé e lhe estendi a mão, voltou a me olhar com curiosidade no olhar.

And no matter what you say, aw yeah

E não importa o que você disser, aw sim

That smile gon' take you places

Esse sorriso aí vai te levar a vários lugares

— Vamos? — Perguntei, olhou do meus olhos para minha mão e a aceitou, eu a ajudei a ficar de pé, e ainda de mãos dadas Taylor me puxou para começar a andar. Seguimos lado a lado, com nossos dedos entrelaçados, até perto do pequeno deck, ela então soltou minha mão e eu segui até o microfone, ela seguiu até em frente da fogueira onde se sentou nós olhando.

Começamos a passar o som, o mais rápido que podemos, e alguns minutos depois, foi possível ver um carro estacionar ao lado do meu,  nós então paramos de tocar, e nós encaminhamos para a fogueira.

O Dj contratado colocou algumas músicas, apenas para não deixar o silencio se instalar ali, e logo a praia começou a encher, todos que chegavam tinham parado em nossa fogueira para conversar e bater fotos.

E então uma leva de fãs saiu nos deixando a sós novamente, ao meu lado a loira estava encolhida, deveria estar com frio.

— Não quer pegar um casaco meu no carro? — Perguntei a ela, passando meu braço sobre seus ombros e a puxando contra mim, Taylor pareceu ficar um pouco desconfortável no início, mas não deu nem um minuto depois, já estava relaxada e parecia se sentir confortável.

— Se você continuar com o braço aqui eu não vou precisar, não — Ela falou sorrindo.

— Ótimo, agora tenho uma desculpa para não tirar minhas mãos de você — Falei sorrindo, e ela riu junto comigo.

I know I'm working my magic

Eu sei que estou fazendo minha mágica

And I know you diggin' my fabric

E eu sei que você está curtindo o meu material

Do meu lado esquerdo alguém bateu forte contra meu ombro, olhei para Zach que olhava para frente, pálido igual leite, segui seu olhar, e me senti gelar dos pés a cabeça.

Caminhando pela areia da praia, vindo até o nosso deck, estava Anabel. Taylor tocou em meu peito, me fazendo olhar em seus olhos azuis, de repente um calor me subiu dos pés a cabeça. Que merda de confusão.

— O que aconteceu? — Ela olhou seria de mim para Zach.

— Sabe aquela loira que está vindo aqui em nossa direção? — Perguntei voltando o meu olhar para a mulher esbelta, os cabelos estava mais curtos do que da ultima vez que a vi. Os lábios brilhavam em um vermelho vivo, e era simplesmente impossível não lembrar do calor dos lábios dela em minha pele, engoli todas as nossas lembranças em seco, e Taylor virou os olhos azuis em direção a mulher.

— Aquela não é a mulher que tem no quadro da sua casa? — Ela perguntou enquanto franzia os olhos tentando enxergar melhor.

— Sim, é ela e também é a Anabel — Disse e a loira com os cabelos curtos pousou no deck, seus olhos caíram sobre mim, consequentemente foram parar em meu braço sobre os ombros de Taylor, pigarreei e comecei a tirar devagar o braço dali, mas a loira ao meu lado foi mais rápida, segurando minha mão no lugar e falando que eu deveria de ficar com braço ali.

Anabel continuava parada no mesmo lugar, com os olhos presos na gente, minha cabeça matutava tentando descobrir como que ela tinha vindo para cá, quem tinha contado a ela. Então um grupo de 3 pessoas também chegou ao deck, entre eles Mikela caminhava em minha direção.

Mikela é minha melhor amiga desde o ensino médio, e é melhor amiga de Anabel por consequência , os olhos da morena também caíram na loira ao meu lado, e não ligando me aconcheguei mais ao lado de Taylor.

Mikela parou na nossa frente com um sorriso tranquilo no rosto.

— Taylor, — Comecei dizendo — essa é Mikela minha melhor amiga, desde o colegial. — Disse apontando para a morena.

Taylor com um sorriso no rosto esticou a mão para a mulher.

— Eu adoro ver esses relacionamentos de colegial durarem a vida inteira, fico imaginando como deve ter sido legal — Ela disse rindo, a Mikela apertou a mão da loira.

— Você nunca foi para o colégio? — Mikela perguntou a olhando com interesse.

— Eu atuo desde os 3 anos, quando eu estava com algo entre 10 anos, minha mãe declarou desnecessário me fazer gastar tempo no colégio, enquanto eu estava ganhando milhões — Taylor contou como se esses fatos não fossem nada importante .

— Nossa — Mikela disse me olhando de modo engraçado, eu dei de ombros.

— Quer me contar o porquê de ter trazido a companhia ilustre dela? — Perguntei e sem nenhuma descrição apontei com a cabeça em direção de Anabel.

— Você tá brincando né? — Mikela começou se inclinando para frente — A vaca não me ligava desde que vocês terminaram, aí foi só cair na boca dela que você ia dar uma festa que ela me ligou. — Colocou as mãos no quadril levantando uma sobrancelha — Ela me contou o que aconteceu final do ano.

Revirei meus olhos e bufei.

— O que aconteceu final do ano? — Taylor perguntou me olhando.

— Olha só, — Falei tirando o braço do ombro de Taylor e me endireitando para contar a história — eu estava bêbado, podre de bêbado. — Apontei para a loira ao meu lado — Você estava ocupada viajando com o narcisista, e eu estava carente…

— Pera aí, — Me interrompeu levantando a mão — narcisista? É assim que você apelidou o Brian?

— É sim, e agora que vocês dois terminaram eu posso chamar na sua frente, e isso é ótimo — Taylor riu balançando a cabeça, e eu me voltei para frente — Como estava dizendo, eu estava bêbado e carente, e simplesmente achei que era uma boa ideia, aparecer bêbado na porta dela e lhe dizer que ainda a amava, bom, nós transamos, eu acordei no outro dia desesperado, eu não deveria ter feito o que eu fiz, e sabia muito bem disso, mas mesmo assim eu fugi.

— Você a deixou sozinha? — Taylor perguntou se inclinando e levantando uma sobrancelha.

— Claro que sim, achei que ela se ligaria que eu estava bêbado e que foi um erro — Falei aumentando a voz para a mulher ao meu lado. taylor riu, e Zach me cutucou.

— Querem falar mais baixo, aposto que da para ouvir do outro lado da praia. — Taylor ainda balançava a cabeça indignada com meu comportamento, a morena a nossa frente olhava tudo com um sorriso tranquilo nos lábios e os braços cruzados sobre o peito.

— Não tenho nada a esconder — Falei e dei de ombros, meu amigo revirou os olhos para mim e se virou para continuar conversando. Pude ver Anabel se aproximar calmamente na nossa direção.

— Jesse —Ela me olhava fixamente, e pude ver que evitava olhar em direção a Taylor, tentando ignorá-la.

— Amor — DIsse sem pensar para a mulher ao meu lado, Taylor olhou para mim com o olhar sereno, mas pude notar que ela mordia suas bochechas por dentro tentando evitar rir. — Essa é a Anabel.

I'm boyfriend material

Eu sou o tipo pra namorar

You said it yourself you digging me

Você mesma disse que estava gostando de mim

Disse apontando para a loira paralelo a nós, Taylor colocou um sorriso em seu rosto e esticou a mão para ela.

— É bom finalmente conhecê-la, Jesse me contou bastante sobre você — Percebi que ela tentava ser simpática, Anabel olhou para a mão a sua frente com os olhos impassíveis, e então depois de um segundo levou sua mão até a dela a comprimentando.

— Espero que tenha falado bem — Disse sorrindo, ela levou o olhar de Taylor até os meus, e escondido bem no fundo deles, pude ver uma perguntar se formar, era quase impossível negar o quanto eu a conhecia bem.

Engoli em seco, Anabel sempre teria um efeito sobre mim.

— Pode apostar que sim — taylor falou a ela. Atrás dela um grupo a mais de pessoas se formou querendo nós comprimentar.

— Bom, — Mikela começou — acho que é melhor irmos para a nossa fogueira.

— Ha! SIm claro — Anabel disse e as duas começaram a se afastar.

— Foi um prazer conhecê-la Taylor — Mikela falou já quando estava um pouco longe.

And I'd be lying if I said it wasn't equally (equally, babe)

E eu estaria mentindo se dissesse que não sento o mesmo (o mesmo, amor)

A feeling that we both feel (both feel)

Um sentimento que nós dois compartilhamos (nós dois compartilhamos)

O sol já estava nascendo no horizonte, a noite tinha passado rápido e tinha sido muito divertida, Taylor acabou se mostrando totalmente ser totalmente diferente do que eu pensava, e agora com meu braço ao redor dela enquanto a loira ria de alguma piada que havia contado eu não sabia se era possível gostar mais ainda do que já gostava dela.

Era como se Taylor estivesse sobre um véu, eu podia vê-la e conhecê-la, mas ela não me mostrava tudo o que era, tudo o que ela podia ser. E não quero me gabar, mas eu posso jurar que vejo um brilho de Juventude em seus olhos hoje durante o dia inteiro. É como se algo me dissesse que por mais que ela amasse Brian, ele tirava a juventude dela, Taylor só tem 26 anos, ela é jovem não precisa se preocupar com todas as coisas com as quais vinha se preocupando, ela ainda tem tempo.

o Dj que controlava o som, acabou fazendo algo que fez a praia ficar em silêncio por um tempo, eu olhei para o mar ao meu lado, e para o infinito horizonte que o envolvia, e uma ideia louca me veio à cabeça.

Something that is so real (so real)

Uma coisa que é tão real (tão real)

Tirei meus braços de Taylor e bruscamente sai da nossa rodinha, fazendo com que todos me olhassem.

— O que vocês acham de tocarmos uma para fechar a noite, e começar o dia? — Perguntei levantando uma sobrancelha e sorrindo aos meus amigos, que riram e se levantaram de onde estavam sentados seguindo até o palco, eu me inclinei sobre Taylor e com um sorriso no rosto sussurrei em seu ouvido — Se prepare.

Antes que ela pudesse me responder me afastei rapidamente dela seguindo meus amigos até o palco. Cada um pegou seu instrumento, e o Dj parou a música por completo, eu andei até o microfone.

But I got to let you know slowly

Mas eu tenho que te contar aos poucos

— Nós queríamos agradecer por todos vocês terem vindo, e dizer que essa noite foi demais e por isso — Disse e apontei para Taylor enquanto sorria — para fechar em grande estilo queria pedir para Taylor Momsen, gata — Falei sorrindo enquanto olhava nos olhos da loira, que estava ficando vermelha igual a um pimentão, mas mesma assim não conseguia evitar em sorrir — sobe aqui e canta uma música comigo vai?

A plateia que continuava sendo quase o mesmo número de pessoas, começou aplaudir e a incentivá-la, e isso foi o suficiente para fazer a mesma levantar e caminhar até o palco. Alguém nós alcançou dois banquinhos e Taylor pediu por um violão.

Well, it may be truthfully

Bem, pode ser verdadeiro

Enquanto nós sentamos ali Taylor me olhou com falsa raiva.

— Já sabe que música quer tocar? —Perguntei me inclinando para ela que se sentava no banco que colocaram ao meu lado.

— Que tal “Here comes the sun” dos The Beatles? — Ela perguntou, o brilho no seu olhar me dizia que aquela música era importante para ela, e o sorriso aberto que tinha no rosto me dizia que significava coisas boas.

But you just gotta stop looking for it

Mas você precisa parar de procurar por ele

Come give it to me, yea, ah, yea

Venha se entregar pra mim, sim, ah sim

— Perfeito — Disse e levantei caminhando até o resto da banda para falar qual disse o nome da musica, me voltei a sentar no banco quando eles colocavam os microfones e pedestais para nós dois.

Os recordes da música começaram a ser tocados no violão de Taylor e logo todos os outros com instrumentos estavam a acompanhando.

A deixa para a letra começou e nós dois começamos a cantar em sintonia, não pude deixar de olhá-la sorrindo, logo ela também me lançou um sorriso timido.

E enquanto a nossa frente o sol nascia do horizonte, manchando o céu de cores vivas, nós estávamos ali na nossa pequena bolha, simplesmente em sintonia com a música, conseguia sentir meu coração inchar dentro do peito, enquanto minhas mãos suavam frio, meu coração batia acelerado no peito e de repente eu tinha 17 anos de volta, lá estava eu olhando para a garota pela qual estava me apaixonando, e tentando criar coragem para convidá-la para sair.

Isso foi a quase 10 anos atrás, e naquele momento eu tinha achado que poderia morrer de nervoso, mas ali olhando Taylor nos olhos, eu só conseguia me sentir feliz e completo.

This could be something

Isso pode ser uma coisa séria

If you let it be something

Se você deixar isso se tornar uma coisa séria