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História Twice. - Omen


Escrita por: annyclass01

Notas do Autor


Hello, it's me~
E aí, galera! Super obrigada pelo apoio, que só vem crescendo. Vocês são demais <3
Espero que vocês estejam preparados para mais um pouco de Twice!
Gente, acabei de ler um capítulo de uma fanfic, ai meu coração. Não queria farofar, mas é mais forte do que eu, então para quem gosta de JiKook e incesto, supeeeeeeer recomendo Illegal. Loucura de fanfic!
Mas, em fim, voltando á Twice, espero que vocês gostem do capítulo de hoje, não curti muito ele, mas espero que esteja do agrado de vocês.

Ps: Fiquem atentos, tem muita informação importante aí.
Ps²: Trecho em itálico dentre asteriscos é um sonho.
Ps³: MinSu e MinJee na capa.
|ENJOY|
|PELA PRIMEIRA VEZ, BETADA, IGUAL A MINHA CARA|

Capítulo 5 - Omen


Fanfic / Fanfiction Twice. - Omen

 

Gangnam-gu, residência dos Kim, 09h23min.

Uma semana depois.

 

    - Vocês chegaram cedo. – A figura pequena e sorridente de minha mãe surgiu assim que a porta principal fora aberta. – Cadê o meu abraço? – Questionou de braços abertos.

 

    Não demorei á me aconchegar nos mesmos, mas fui o único que o fizera.

 

    - YoonGi, é melhor você fazer isso logo. – Ordenou a mais velha. – Não quer que eu vá até você, certo?

 

    - Tia... – Resmungou o loiro.

 

    - Não me desobedeça. – Ainda aproveitando do calor que o corpo de minha progenitora emanava ri da discussão infantil dos mesmos. Era sempre assim, mesmo á contragosto o outro sempre se aninhava no colo da senhora Kim após uma discussão que adiava por pouco tempo a ação. – Bom menino. – Ditou após se afastar de nós tendo seu olhar direcionado ao menor. – Onde está NamJoon? – Desta vez a fala fora direcionada á mim.

 

    - Escritório. Como sempre. – Completei. – Mas não se preocupe, talvez ele venha, já que mandou lhe avisar que chegaria atrasado.

 

    - YoonGi, vá chamar TaeHyung e HoSeok. Eu preciso ter uma conversinha com meu filho. – Ditou, não de forma rude, mas sim, inquestionável. – Vamos subir. – Assim que o outro sumira de nossas vistas subimos a escadaria e fomos em direção ao quarto que pertencia aos meus pais.

 

   Adentramos o mesmo e me acomodei sobre o colchão macio, enquanto a figura feminina se sentara com as pernas esticadas em cima do mesmo, o que me fizera posicionar minha cabeça em cima delas. Fechei os olhos quando senti os dedos finos acariciarem meus fios.

 

    - O que está havendo com vocês dois? – Ela fora a primeira á se pronunciar.

 

    - Hum? – Murmurei confuso.

 

    - Você sabe do que eu estou falando. – Bufou. – Jin, há tempos eu venho percebendo que há algo de errado entre você e o NamJoon, não adianta negar.

 

    - Eu- Suspirei. – Mãe, eu não queria preocupar você com isso.

 

    - Você está me deixando preocupada, exatamente, por estar omitindo o que te aflige. Justo de sua mãe que lhe apóia em tudo!

 

    - Eu sei.

 

    - Então, por que não me conta o que está acontecendo de uma vez? – Insistiu. Ainda hesitante resolvi abrir o jogo, afinal, ela tinha o direito de saber, já que éramos tão próximos.

 

    - Eu acho que NamJoon está me traindo. – Ditei sem pausas vendo-a arregalar os olhos.

 

    - O quê? – Balbuciou um pouco aérea pela informação. – Por que você acha isso?

 

    - Eu não sei, ele tem estado diferente. Não que ele tenha se tornado frio, mas sim, distante, como se nossa relação não fosse importante sabe? E isso me machuca em proporções gigantescas.

 

    - Ele tem te recusado? – A voz suave se fez presente de novo.

 

    - Não exatamente. Nós ainda transamos, mas são raras as vezes em que isso acontece, a última vez fora á mais de oito dias.

 

    - Você quer que eu converse com ele? Talvez-

 

    - Não, mãe. – Interrompi. – Não é necessário e eu também quero mantê-los distantes de toda essa história. Principalmente, TaeHyung e o papai, por isso prometa que essa conversa ficará apenas entre nós dois. – Fiquei de joelhos alcançando suas mãos enquanto fazia o pedido.

 

    - Filho... – Ela tentou insistir, mas quando vira os meus olhos implorando por sua colaboração a mesma acabou por ceder. – Tudo bem, mas prometa que você ficará bem.

 

    - Eu prometo, serei forte por você. – Nos abraçamos assim que finalizamos o assunto logo após indo em direção ao jardim, onde se encontravam YoonGi, TaeHyung e o namorado, os dois últimos brincando com dois filhotinhos de Pomerânia.

 

    Sem motivo algum acabei me sentindo um pouco cansado, o que fizera com que me sentasse ao lado do loiro que estava esparramado sobre um extenso banco de madeira.

 

    Próximo ao horário do almoço fomos para o interior da residência observando alguns empregados se movimentarem fervorosamente enquanto arrumavam a refeição e as porcelanas sobre a mesa. Exceto minha mãe, todos nos encontrávamos em frente a entrada da sala de jantar e o cheiro característico de comida enfeitava o ambiente sem igual. O problema era que os odores se misturavam o que acabou por me causar um pequeno e instantâneo mal estar.

 

    - Hyung? – Olhei para minha esquerda notando o olhar preocupado de TaeHyung sobre mim, só naquele momento percebendo que havia me sustentado sobre seu ombro. – Está se sentindo bem?

 

    - Estou, não preocupe. Foi só uma tontura.

 

    - Tem certeza? Você está pálido.

 

    - Tenho. – Persisti e sorri fraco para confirmar minha fala.

 

    Quando a dona da casa retornou ao cômodo, se acomodou á mesa á espera de que fizéssemos o mesmo, o que não tardou a acontecer. Servimo-nos com os derivados alimentos cujos possuíam origens bastante variadas que estavam dispostos sobre a extensa mesa.

 

    Nos alimentamos bem, mesmo que sem a presença de meu pai e meu marido, dentre conversas sobre assuntos variados. Passadas meia hora resolvemos experimentar a sobremesa, com a brincadeira interna de verificar se a cozinheira da casa sabia preparar doces “tão bem” quanto eu.

 

    Estava tudo bem até os bolinhos serem postos sobre a mesa. O forte cheiro da pasta de feijão impregnou minhas narinas sem piedade, o mal estar voltou com muito mais força me nauseando, o que me fizera questionar se os ingredientes utilizados não estariam estragados.

 

    - O que é isso? – Questionei com o cenho franzido.

 

    - Como assim o que é isso? – YoonGi questionou irônica e retoricamente. – Você brigava comigo quando éramos mais novos, só para ficar com a maior quantidade possível de Tteok.

 

    - Tteok? – Franzi o cenho, o cheiro que aquilo emanava não se parecia em nada com o doce típico de nosso país.

 

    - Sim, hyung. Tteok. – Fora meu irmão quem pronunciara desta vez. – O seu preferido, prove. – Direcionou a goma rumo aos meus lábios, o que me fizera, instintivamente, cobrir os mesmos com ambas as mãos me levantando desajeitado.

 

    - Hyung, o que houve? – Ouvi a voz de HoSeok e logo depois a dos outros, mas ignorei os chamados enquanto procurava incessantemente o sanitário mais próximo.

 

                                                                                 ∞

 

    Eu não sabia á quanto tempo estava debruçado contra a privada colocando para fora tudo aquilo que, provavelmente, fora ingerido por mim durante a semana inteira. Estava, completamente, fora de mim, pois os chamados nada mais eram do que zumbidos distantes agora.

 

    Por algum motivo desconhecido por mim, MinSu e MinJee não saiam de meus pensamentos. Meu coração estava apertado, não sei explicar ao certo, mas era deveras angustiante, temia estar acontecendo algo com os mesmos, mas se fosse isso, alguém do hospital me contataria urgentemente, assim como lhes fora ordenado por mim.

 

    Juntei todas as forças restantes e me levantei com cautela assim que notei que não haveria mais para quê ficar naquela posição. Escorei no mármore negro que servia como base para a pia e alcancei minha escova de dentes para que pudesse retirar aquele gosto horrível da minha boca. Depois de feito, lavei minha face e saí do banheiro me deparando com quatro expressões preocupadas.

 

    - O que você está sentindo? Quer que eu peça para lhe prepararem um chá? Você quer se deitar? TaeHyung vá arrumar o quarto do seu irmão! Você-

 

    - Mãe, calma! – O mais novo interveio. – Não está vendo que está assustando ele e a gente com esse tanto de pergunta? E o quarto do hyung já está arrumado. – Resmungou a última frase.

 

    - Oh. – A mais velha se retraiu um pouco envergonhada pela atitude anterior. – Me desculpem.

 

    - Você está sentindo alguma coisa? – YoonGi perguntou.

 

    - Não. Só estou cansado. – Falei baixo. – Eu apenas quero me deitar.

 

    Em questão de segundos eu já estava deitado em minha cama, com meu melhor amigo do meu lado enquanto tentava supor algo que, provavelmente, seria sem pés nem cabeça.

 

    - Jin, você não acha que isso pode ser uma possível-

 

    - YoonGi, por favor, agora não. – O interrompi o quanto antes. – Isso com certeza fora fruto de algo que eu comi sem verificar, uma infecção talvez. É algo normal, não há para quê fazer alarde.

 

    Ele abriu a boca para poder falar algo mais, porém fomos interrompidos por leves batidas na porta, a qual fora aberta lentamente revelando meu marido com olhos questionadores e preocupados. Fora, também, questão de tempo para que o loiro saísse do quarto e nos deixasse á sós.

 

    O mais alto se sentou sobre o colchão levando sua mão esquerda até meus fios, após iniciar tal caricia acabei fechando os olhos, mas não por estar aproveitando da mesma e sim por não querer iniciar um diálogo naquele momento. Não agora.

 

    - Sua mãe me contou sobre o ocorrido. – Sua voz grave preencheu meus ouvidos. – Está se sentindo melhor agora? – Apenas maneei a cabeça em afirmação, escutando o outro soltar um longo suspiro e se levantar. Tal atitude me fizera levantar um olhar questionador em sua direção.

 

    - Aonde vai?

 

    - Irei voltar para o escritório. – Senti meu sangue ferver e me sentei na cama, acrescentando um sorriso irônico aos meus lábios.

 

    - Como é que é? – Questionei. – Acho que não escutei direito.

 

    - SeokJin, ainda tenho muito trabalho á ser feito. Para ser sincero, eu só vim aqui saber como você estava, já que sua mãe me ligou dizendo que não estava bem. – Respondeu naturalmente.

 

    - Eu não acredito na merda que eu estou ouvindo. – Retruquei.

 

    Como resposta ele apenas virou as costas pronto para sair do cômodo, como sempre fazia quando queria evitar o início de uma briga, quando eu me levantei abruptamente e alcancei seu pulso.

 

    - Não vire as costas quando eu estiver falando com você, NamJoon!

 

    - Então me diga, de uma vez, o que você quer! Porque eu acabei de deixar o meu escritório, no qual está acontecendo uma reunião de extrema importância neste exato momento e eu larguei tudo só pra ver como você estava! – O moreno “estourou”. Confesso que não esperava por tal atitude, eram raras as vezes em que meu marido agia de forma tão rude, até mesmo, em meio á uma discussão. Aquilo, não sei ao certo o porquê, mexera com meu emocional, não havia me dado conta de quando havia começado á chorar. – Que droga é essa agora? Hum? – Não respondi, apenas deixei que lágrimas continuassem á banhar minhas bochechas livremente enquanto me afastava.

 

    - Vai embora. – Abaixei a fronte, mas ainda pude notar sua mão passear dentre seus fios, descontando a frustração enquanto tentava voltar á se aproximar.

 

    - Olha, me desculpa. – Assim que parara á minha frente prendi a respiração sentindo o mal estar voltar com força. – Eu não queria.

 

    - Por favor, sai.

 

    Não esperei por respostas suas, apenas me dirigi ao banheiro que se localizava no quarto. A sensação nauseante era extrema, mas eu não conseguia liberar mais nada, visto que eu já havia vomitado tudo mais cedo.

 

    Não sei por quanto tempo fiquei naquele lugar e nem quando NamJoon foi embora. Também não sei como retornei á minha cama e como acabei caindo no sono, sendo preenchido pela tristeza e outro sentimento desconhecido.

 

                                                                                ∞

 

    Assim que acordei, certifiquei pela vidraça da janela que já estava escurecendo. Resolvi voltar ao andar de baixo onde encontrei todos os outros assistindo, atenciosamente, algo na televisão, agora, com a presença de meu pai. Sentei-me ao seu lado aproveitando que o mesmo fora o único á notar minha chegada.

 

    - Oi, meu pequeno. – Cumprimentou baixo, para que apenas eu pudesse o ouvir.

 

    - Pai, eu sou mais alto do que o senhor. – Brinquei.

 

    - Não importa, você é e sempre vai ser meu pequeno. – Respondeu no mesmo tom.

 

    - Pensei que esse posto fosse do Tae.

 

    - O leãozinho ali? – Questionou apontando com a cabeça para meu irmão que estava esparramado sobre YoonGi e HoSeok. – Ele é o pequeno número dois, você veio primeiro, tem por direito ser só “pequeno”. – Finalizou rindo.

 

    - Nossa, pai. – Gargalhei contido. – Você não muda mesmo. – Debrucei minha cabeça sobre seu ombro.

 

    - Nunca. – Deu uma risadinha antes de voltar a falar, desta vez, de forma mais serena. – Você não sabe quem eu encontrei hoje. – Apenas murmurei para que continuasse. – Meu irmão. Ele estava bastante animado e disse que tem novas idéias para que HyoSang possa se interessar por alguma especialização no meio psiquiátrico.

 

    - Isso é bom.

 

    - Falando no mesmo, ele mandou dizer que seria interessante marcarmos um jantar com toda a família. O que acha?

 

    Ponderei, afinal não sabia o que meu marido acharia da história e o quão tensa se tornaria a atmosfera criada por ele e HyoSang. Mas era um jantar de família, não haviam porquês maiores. O que poderia dar errado, afinal?

 

    - Claro, marque. Será ótimo.

 

                                                                                   ∞

 

    Saí da casa dos mais velhos quando a penumbra já estava posta e bastante intensa, deixando o céu ainda mais bonito tendo como destaque a extensa faixa composta pelos pontinhos brilhantes.

 

    - O céu está realmente bonito hoje. – YoonGi dissera com a atenção voltada para o trânsito, enquanto eu estava no banco ao seu lado, já que uma discussão se fizera presente com o objetivo de fazer com que fosse de carona, em meu próprio carro, e o loiro me levaria para casa já que eu não estava me sentindo bem e poderia ser arriscado, ocupado demais escorado sobre a janela enquanto observava atenciosamente as estrelas. Me limitei á murmurar um sim, sem muita animação. – Certo. O céu está bonito, mas será que você pode prestar atenção no que eu digo ao menos uma vez? – Questionou elevando um pouco seu tom de voz.

 

    - Me desculpe. – Ajeitei a postura fitando seu perfil. – Do que falava?

 

    - Estou, á quase meia hora, perguntando se você acha que será capaz de comparecer ao hospital amanhã.

 

    - Claro que sim. – Respondi firmemente. – Por que não?

 

    - Jin-ah, você não estava se sentindo bem e isso perdurou o dia inteiro. Se não estiver em condições você sabe que pode descansar, temos uma extensa fileira de estagiários esperando uma oportunidade para conhecer melhor o meio. Pessoas para te cobrirem por um dia ou dois não é o que faltará.

 

    - Eu sei. Mas você sabe, mais do que ninguém, que eu odeio deixar que outras pessoas façam aquilo que é de minha responsabilidade. – Justifiquei.

 

    - Sinceramente, eu desisto de você. – Ri de sua expressão emburrada. – Seu cabeça dura.

 

    Havíamos chegado em casa um tempo depois. Como ainda era “cedo” então resolvi convidar o menor para entrar e me acompanhar em um chá, como sempre fazíamos quando jogávamos conversa fora, vendo-o assentir visto que não teria outra programação depois.

 

    - Camomila ou maracujá? – Questionou pegando ambos os saches.

 

    - Camomila e maracujá.

 

    - Eu não vou misturar os dois, ‘ta doido?!

 

    - Não é pra misturar seu idiota. Maracujá pra mim que estou tendo sérios problemas de insônia e camomila pra você, para acalmar os nervos e parar de ser tão ranzinza. – Respondi divertido.

 

    - Haha, engraçadinho.

 

    Deixei que o menor preparasse as bebidas enquanto subi até o segundo andar e tomei um banho para relaxar, logo terminando e vestindo um pijama qualquer, mas confortável o suficiente para mim. Só depois de estar completamente vestido e parar em frente ao espelho que notei que a blusa, um ou dois números maior que o meu, pertencia á NamJoon. Não pensei em retirá-la, mesmo que estivéssemos brigados eu não era infantil á tal ponto, ainda éramos casados, de qualquer forma.

 

    - Que linda essa estampa de coelhinhos. – Me assustei ao notar YoonGi á minha espera no batente da porta.

 

    - Foi você quem me deu, lembra? Essa calça fora o último presente que recebi de sua parte, já faz alguns anos...

 

    - Não seja tão mesquinho, só tem alguns meses. – Um bico se formou em seus lábios. – Vamos descer antes que o chá esfrie.

 

    Assim que chegamos á cozinha sentamos um de cada lado do balcão aproveitando a alta temperatura e o sabor natural do líquido que descia por nossa garganta como um aquecedor natural para o corpo todo. Conversamos sobre coisas aleatórias durante um longo tempo, desde os problemas do dia a dia até os que acompanhavam nosso trabalho.

 

    Quando tocamos no último tema senti um bolo se formar em minha garganta no momento em que meu pensamento me levara até determinadas crianças, quando visitei os pequenos e o desenho com o qual me presentearam. Saí de meus devaneios quando o loiro á minha frente chacoalhara meu celular em frente ao um rosto me avisando que alguém estava me ligando.

 

    - Ow! Acorda. – Me entregou o aparelho. – É melhor você atender e finalizar a chamada antes que NamJoon chegue. Eu já vou embora, preciso descansar, já que amanhã tenho que acordar cedo.

 

    - Você não quer ir com o carro? Já está tarde.

 

    - Eu pego um táxi, eles passam aqui em frente á todo momento. – Se aproximou e me deu um abraço antes de mirar a saída. - Não se preocupe. – Falou enquanto eu apenas o observava se distanciar.

 

    Senti o celular vibrar em minha mão e me recordei de que havia alguém me ligando anteriormente.

 

    - HyoSang... – Vi o nome brilhar na tela deixando-me preocupado, ele nunca me ligava. Não tardei á atendê-lo. – Alô?

 

    - Hyung?

 

    - O que houve? Aconteceu alguma coisa? – Questionei sem pausa.

 

   - Calma. – Riu. – Eu só liguei para saber se o tio lhe informou sobre o jantar.

 

    - Ah – Murmurei envergonhado ao que me recompunha. – Falou sim.

 

    - E então? O que acha? – Ele parecia animado do outro lado da linha. – Domingo seria um ótimo dia.

 

    - Claro. – Respondi no automático. – Hum, bom, se era só isso eu-

 

    - Não! – Ele me interrompeu já sabendo que eu tinha como objetivo desligar. – Não é só isso. SeokJin, você não gostaria de tomar um café qualquer dia desses? Só nós dois. – Ele sugeriu hesitante, provavelmente, temendo uma resposta negativa.

 

    - Sang, eu não sei se seria uma boa idéia. – Tentei não parecer rude.

 

    - Não faremos nada demais, hyung. Será apenas um café, sem compromisso. – Suspirou. – Eu respeito seu casamento, principalmente, você. – Bufei sabendo que ele não desistiria facilmente da idéia.

 

    - Olha... Tudo bem. – Sorri leve, não havia com o que me preocupar.

 

    - Sério? – Ele pareceu surpreso.

 

    - Sério. – Não pude evitar rir de sua euforia. – Eu preciso desligar agora, ok? Depois nós marcamos tudo direitinho.

 

    - Tudo bem. Obrigado por não recusar, hyung, eu sinto tanto a sua falta. – Senti sua voz ficar densa por um instante. – Fique bem.

 

    - Eu ficarei. – Disse por fim, logo finalizando a chamada e subindo, outra vez, as escadas rumo ao meu quarto.

 

                                                                                  ∞

 

    *Os gemidos preenchiam o ambiente que era agraciado por uma baixa luz de coloração vermelha, deixando em evidência as marcas banhadas em sangue formadas pelas unhas do moreno fincadas em minha carne, enquanto estávamos envolvidos em um vai e vem incessante.

   

    Continuaríamos aquilo se eu não fosse arrancado repentina e brutalmente de seus braços, sendo puxado por dois pares de mãos ásperas e firmes. NamJoon se distanciava cada vez mais mesmo correndo em minha direção. Não era mais iluminado pelas lamparinas avermelhadas. O local agora era, extremamente, claro e eu estava descalço, mas meu corpo era coberto por vestes leves e brancas.

   

    - Jin hyung! – Aquela voz infantil. Eu a conhecia, mas não conseguia identificá-la.

  

     - Oppa! – Sem raciocinar direito comecei á correr em direção das vozes agudas, mas não encontrando seus donos em lugar algum. Cansado, caí de joelhos no chão, descansando, também, minhas mãos sobre o mesmo. – Aqui.

   

    Levantei meu olhar encontrando-os á poucos metros de distância.

 

    - MinJee... – Sussurrei. Assustei-me quando vi que a parede branca localizada atrás de ambos estava desabando. – MinSu, saiam daí! – Gritei á plenos pulmões notando que eles não moviam um músculo se quer e mantinham a expressão sorridente. – Droga! Saiam! – Eu começava á me desesperar, o processo era lento, mas iria atingi-los em breve.

 

    - NamJoon-ah! – Gritaram animados acenando para determinado alguém que se encontrava atrás de mim. Arregalei os olhos ao ver meu marido passar por meu corpo e ir em direção ás crianças, se postando ao lado das mesmas. Todos sorriam como bobos e pareciam ignorar o fato de que a construção em breve desabaria sobre nossas cabeças.

 

    Levantei-me e comecei á correr em direção onde estavam, mas para meu espanto a distância mantinha-se sempre a mesma. Eu estava desesperado, chorava alto e angustiado, o oxigênio começava á fazer falta tornando minha respiração deveras pesada assim como minhas pernas.

 

    Vi as crianças darem passos em minha direção, mas ao contrário do que acontecia antes, eles estavam cada vez mais próximos, agora sendo apenas NamJoon distante.

 

    - Nós estaremos com você, independente do que aconteça. Não tenha medo, nós cinco ficaremos sempre ao seu lado. – Mesmo sendo uma fala extensa, ambos disseram aquilo em uníssono. Tentei agarrá-los, mas eles voltaram correndo para o lado do moreno.

 

    Tentei alcançá-los novamente, mas, agora, eu não conseguia movimentar minhas pernas. Elas estavam pesadas demais. Abaixei meu olhar para as mesmas para entender o que estava acontecendo, mas entrei pânico ao ver que as calças, antes alvas, agora estavam manchadas de sangue. O líquido carmesim banhava desde minha virilha até o interior de minhas pernas.

 

    - Ei, eu estou aqui, amor. Não tenha medo.

 

    A voz de NamJoon chegara como um sussurro aos meus ouvidos, fazendo-me voltar, mais uma vez, o olhar para ele que tinha as mãos estendidas em minha direção. Minha garganta se fechou assim que notei que a estrutura estava sobre sua cabeça, vendo-o lançar um último sorriso e segurar firme as mãos das crianças.

 

    Um grito arranhara minha garganta.

 

    Um barulho estrondoso.

 

    Um sentimento desesperador.*

 

    Acordei em um pulo, olhando para os lados assustado. Estava em meu quarto sendo acompanhado pelo fraco fulgor do abajur.

 

    Meu coração estava apertado, minha respiração falha e a blusa de NamJoon colada ao meu corpo por conta do suor. Minha mente estava em branco tentando processar o pesadelo que acabara de ter, parecia tão real, ainda podia sentir o toque quente do mais alto e a brisa sutil que a respiração das crianças emanava. Eu estava inconformado, havia os deixado ir sem lutar.

 

    Sentei-me com as costas apoiadas na cama, os joelhos colados em meu peitoral e a cabeça dentre os mesmos. Encolhido, com medo do que poderia acontecer, assustado com algo que, mesmo tão surreal, me deixava inseguro em meio á minha própria realidade.

 

    Por que aquilo me amedrontava tanto? Eu ao menos sabia o que aquelas sensações queriam me dizer.

 

    - Jin?

 

    Ele ainda estava ali. O mesmo tom de voz rouco e a mesma firmeza, mesmo quando demonstra preocupação.

 

    - Nam? – Retoricamente questionei, ainda na mesma posição, com medo de fitar qualquer ponto á minha frente. Tudo rodava, talvez pelo estômago vazio, talvez pela pressão acarretada através da aflição que presenciei minutos atrás.

 

    Eu queria os três em meus braços, agora, demonstrando que, realmente, estariam sempre ao meu lado sempre que necessitasse. Confortando-me e repetindo que eu nada precisava e deveria temer. 

 

    Não obtendo respostas do meu marido saí da posição anterior apenas para focar meu olhar na figura devidamente vestida em um terno caro e sapatos lustrados. Os olhos que deveriam ser reconfortantes eram tão questionadores, perfurando minha alma com perguntas que não convinham e que nem eu saberia responder. Não havia ações de sua parte e aquilo era sufocante, mas ele, provavelmente, não sabia o quão sua letargia me machucava.

 

    Cansado da espera, levantei-me sem pensar duas vezes e ir, impacientemente, ao seu encontro. Rodeei com ambos os braços seu pescoço impondo força em sua cerviz para que pudesse se abaixar minimamente, apenas para que eu pudesse descansar minha cabeça em seu ombro, enquanto as lágrimas desciam em desespero, molhando seu paletó.

 

    - Shh, eu estou aqui. – Senti a caricia delicada em meu dorso, como resposta tendo meus pelos eriçados.

 

    - Promete? Por favor, promete! – Uni ainda mais nossos corpos, se aquilo era possível, questionando com a voz abafada por ter meu rosto afundado na curvatura de seu pescoço.

 

    - O quê?

 

    - Promete que nunca vai me deixar, independente do que aconteça ou deixe de acontecer.

 

    - Por quê? O que houve?

 

    - Só promete. – O cheiro amadeirado de sua pele adentrava minhas narinas, me deixando tonto, mas, também, leve. – Por favor. – Sai da posição apenas para fitar os dois círculos negros mais profundos e belos que já havia visto.

 

    - Eu prometo. – Cambaleei pra trás, sentindo uma de suas mãos ir em direção a parte superior de meu braço me segurando. – Você está bem? Está pálido. – Subiu a mesma até minha bochecha.

 

    - Melhor do que nunca. – Respondi, com a maior certeza do mundo, sentindo minha visão ficar turva. O que não me impediu de ainda sorrir.

 

    Fora questão de segundos para tudo perder a cor, um chamado de NamJoon e o aperto se intensificar para tudo ficar escuro, deixando-me mole e sem vida sobre seus braços. 

 


Notas Finais


Tem muita informação importante nesse capítulo gente, mesmo que tenha sido mais parado.
Bom, como sempre, venho mostrar minha gratidão através desta pequena nota. Cara, vocês são, tipo, muito fodas. Eu nem sei mais o que dizer a cada vez que eu posto um capítulo novo. Obrigada, de coração á todos vocês <3
Mesmo chatinho espero que vocês tenham gostado. Um super beijo e não sejam leitores fantasmas, isso desmotiva o autor.

Até breve, one kiss, one cheese <3 :*


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