História Twin Skeleton's - Hold On

Você sabe que está morrendo, que ela o está matando. Sabe que seu cérebro já não é o mesmo, que não está pensando claramente, mas não se importa. Enquanto você for dela, estará tudo bem.

Há um hotel em Nova Iorque, em um lugar afastado. Não é cinco estrelas, mas foi tudo o que seu dinheiro conseguiu pagar. Você tinha chego tão longe, não iria desistir agora. O quarto era pequeno e parecia mais antigo do que você gostaria, mas não se importou.

Tudo começou na segunda noite. Você ouviu uma risada que parecia sair das paredes, mas pensou ter sido só sua imaginação. Então, quando estava prestes a dormir, você a viu.

Cabelo negro, olhos azuis, pele branca. Talvez fosse naquele momento que se deu conta de que ela seria sua perdição. Você piscou e ela não estava mais lá.

Na noite seguinte ela voltou. Você percebeu a maquiagem borrada e o vestido branco e rasgado desta vez. Novamente, você piscou e ela sumiu, mas quando se levantou para ir ao banheiro, pensando estar louco, a viu no reflexo do espelho.

Os dias passavam, ela voltava e o hotel parecia cada vez mais assustador. Mas você não podia ir embora. Precisava saber quem era ela. Precisava dela.

Apenas depois de uma semana que ela falou com você. “Sou Thalia”, se apresentou com o mais doce sorriso. Você se apresentou também, perguntando o que ela estava fazendo ali, mas ela não respondeu, só riu.

No dia seguinte lá estava ela de novo, com um sorriso. Ela falava sobre pecados, sobre destino, e você a ouvia fascinado. Ela lhe deu um beijo na boca, apenas um selar de lábios, como despedida.

Na noite seguinte, enquanto você dormia, ela apareceu novamente, e te acordou. Ela lhe beijava vorazmente, lhe tocava em todo o corpo, chamava seu nome. E você estava drogado e ela era sua droga. Em pouco tempo, você gemia o nome dela com devoção. Ela era sua deusa.

As noites continuaram assim. Você nunca sabia quando ela iria apenas conversar com você ou quando ela lhe daria prazer, mas só saber que ela apareceria já era bom o suficiente.

“Me prometa uma coisa” ela já estava te enlouquecendo. Ela estava em cima de você, nua e ofegante, e você tão necessitado que sentia que poderia morrer. “Você é meu, para sempre.”

E você prometeu. Porque era verdade e porque estava desesperado. E ela lhe deu prazer, e você a amou.

Você percebeu que havia algo errado um mês depois. Percebeu que não saia de seu quarto de hotel há dias e que só comia o que ela lhe trazia. Com sua janela sempre fechada, você nunca sabia se era dia ou noite. Sentiu um líquido escorrer de seu nariz e levou suas mãos a ele, descobrindo ser sangue.

Naquele dia, quando ela voltou, quis questioná-la sobre que dia era, e disse que precisava sair do quarto. Ela praticamente gritou negando e, quando você começou a questionar, ela o beijou. E tudo o que te preocupava simplesmente desapareceu e você se deixou levar mais uma vez pelo corpo de Thalia, se entregando a ela.

Os dias se passavam e você piorava. Estava cada vez mais magro, com olheiras e saia sangue de seu nariz, de sua boca e de seus ouvidos. E a cada vez que você a questionava, ela fazia tudo desaparecer.

Ela ficou dois dias sem aparecer e você pôde pensar um pouco mais claramente. Não precisava ser um gênio para descobrir que ela estava te matando, que você precisava sair dali. Quando ela voltou, você disse que precisava ir embora, que ela fazia mal para você  e, quando ela tentou te beijar, você se afastou.

“Você prometeu que era apenas meu.” Ela o empurrou para que caísse sentado na cama e se sentou em seu colo, abraçando seu pescoço e aproximando a boca de seu ouvido. “Aguente só mais um pouco, meu amor. Aguente só mais um pouco e você vai poder ficar comigo para sempre!”

E ela mordeu sua orelha, fazendo uma trilha de mordidas e chupões em seu pescoço logo depois. E você apenas pôde concordar antes de tomar seus lábios e se entregar a ela novamente.

Você sentia sua vida ir a cada vez que chegava ao seu ápice com ela. Você a sentia tirando sua vida a cada vez que ela te beijava. E você passou a viver apenas de sexo, sem comer ou beber nada. E ela agora não te deixava mais sozinho, nem te deixava descansar.

Você estava morrendo. E quando sua boca sangrava durante o beijo, ela não se importava. Lambia o sangue que estava em seus lábios e voltava a te beijar vorazmente. Ela te tocava e te chupava, gemia seu nome e você não se importava.

Tudo que estava em sua mente era ela. Sua verdade absoluta, sua deusa. Ela quem controlava se você viveria ou não. E mesmo você sendo levado ao máximo que seu corpo e sua mente poderiam aguentar você ainda estava ali para ela.

“O nosso destino é ficar junto para sempre, meu amor.” Ela dizia enquanto beijava seu abdômen. “Você é apenas meu!”

E você chorava sempre. Porque você estava assustado, porque você não queria morrer, você queria parar de ser devoto a ela. Mas ela ignorava suas lágrimas, ela apenas continuava seu trabalho.

“Por que você está fazendo isso comigo?” Você perguntou um dia. Você gemia como uma prostitua e chorava como um bebê.

“Porque é nosso destino!” Respondeu calmamente, ainda te masturbando, ainda lambendo sua barriga. “Mas é nossa punição, por pecarmos.”

E você chorou mais ainda enquanto seu nariz e sua orelha não paravam de sangrar. Quando, ainda gemendo o nome de Thalia, você tossiu sangue. Você estava assustado. Ela parou o que estava fazendo, se aproximando de seus lábios.

“Está na hora” ela tinha um sorriso nos lábios e lágrimas de felicidade nos olhos. “Você vai ser meu para sempre. Nós vamos ficar juntos para sempre!”

E ela te beijou uma última vez. E você pôde sentir sua vida deixando seu corpo, pôde sentir ela suga-la com voracidade. E você chorava, você se entregava a ela, você cumpria sua promessa.

Você era dela e de mais ninguém.