História Two Lifes - "A realidade. "

¤Capítulo 1¤

~ 13 de abril de 1598 ~

Através da janela de meu quarto observo o céu azul com poucas nuvens e pássaros indo para direções diferentes. As árvores verdes no jardim com flores de cor intensa e apaixonantes. O mundo lá fora ao meu ver era bem melhor do que dentro deste castelo vazio. 

Me viro olhando-me no espelho de moldura dourada. Observei duas mechas dos meus fios de cabelo negros presos atrás, deixando-o solto onde o mesmo chegava em meu quadril, com um broche cor de vinho da mesma cor do meu vestido com detalhes pretos. Nada de um daqueles vestidos volumosos com várias camadas de pano. Era simples mas digno de uma princesa. Colado do meu busto até minha cintura e solto a partir dali. Suas mangas eram coladas dos meus ombros até meus pulsos e seu decote na frente em formado de "U". Na costa também havia o mesmo decote porém um pouco mais cavado que era coberto pelo meu cabelo ondulado. Dei leves apertos nas minhas bochechas deixando-as rosadas. Meus lábios eram médios e bem rosados. 

Olho pelo espelho atrás de mim e vejo Carmen entrando com uma cesta contendo toalhas que haviam acabado de ser lavadas. Ela para depois de ter colocado a cesta sobre a mesa ao lado da porta e me olha. 

- Está linda como sempre, minha princesa. - Vejo um leve sorriso em seus finos lábios. 

- Obrigada, Carmen. - Sorrio sem mostrar os dentes. 

- Seu vestido para o baile acabou de chegar. Está encantador! - Vejo-a animada. - Logo vou trazer pra a senhorita.

Aceno com a cabeça e a mesma sai. 

Meu pai havia chamado todos da realeza para um enorme baile. Príncipes, princesas, Reis, Rainhas, condes e entre outros. Mas o principal motivo de tanta celebração era meu casamento arranjado com o Príncipe Jeon Seok para uma aliança dos reinos. Meu pai e o rei Seok são amigos se anos. 

Aquilo me incomodava. Não aceitava o fato de ter que me casa com alguém que mal conheço. Eu era uma garota sonhadora. Queria um amor de verdade como nos livros. Algo que faça meu coração bater mais forte. Sentir as borboletas na barriga como rodos dizem. Quero um amor que me faça viver. 

Pego o perfume e o borrifo em meu colo e pescoço. O aroma era doce e cheirava como as flores na primavera. Coloco o mesmo em seu lugar e pego meu livro saindo do quarto. 

Vou andando pelo corredor olhando quadros e pequenas bandeiras do nosso reino penduradas nas paredes. Chego ao salão e vejo os servos arrumando o local. Com certeza algo grandioso sairia de tudo isso. Ando mais a frente e vejo minhas duas irmãs conversando. 

- Estou ansiosa para o baile. - Ouço Jennie. - Vários príncipes virão. Pedi a mais bela vestimenta. Quero estar bem linda. - Ela sorri. 

- Você sempre quer estar linda. Mas meu vestido será a atração da noite. 

Logo as vi discutindo quem seria a mais bela do baile. Balancei a cabeça e fui até o jardim. 

O dia estava lindo e aconchegante. O vento balançava as folhas das árvores e levava algumas consigo. Me aproximo de uma das árvores onde eu me sentava em baixo para desfrutar de meus livros. Abri meu livro seguindo de onde havia parado da última vez. Era um um conteúdo sobre amores não correspondidos. Um romance e suspense encantador. Li alguns trechos até que paro em um deles que dizia. 

"Darti-ei meu coração e do meu amor fizestes pouco. Amo-te como nunca amei a ninguém e este meu amor pra ti fora como o vento que passa despercebido. Todavia estarei a lhe esperar como esperam as árvores germinarem. Sempre meu amor será seu e meus lábios apenas serão para desfrutar do seu doce e castro beijo. 

Minha amada. Tão amada. 

Sempre serei seu até o dia em que minhas pálpebras se fechem em um sono eterno e profundo. Mas o amor em que meu coração habita, continuará a espalhar meus sentimentos por ti por tais ventos até que algum dia você o sinta e saiba o quando lhe amei."

Era um parágrafo ao qual eu sempre me perguntava como era não ser correspondida. Eu podia talvez sentir mesmo nunca tendo amado alguém. 

- Soomin! - Pisco rapidamente e avisto minha mãe. - Céus! Você estava voando. 

Me levanto rapidamente e ando até a mais velha. 

- Perdão, mamãe. Eu estava a ler um... 

- Me poupe de seus romaces idealizados. - Ela suspira. - Vamos. Seu pai está a lhe chamar.

- sim senhora. - Sigo-a até o salão onde vejo meu pai sentado em seu trono. 

- Filha! - Ele se levanta e vem até mim. - Queria conversar com você. Podemos? - Ele toca meu ombro. 

Minha mãe sai e eu e meu pai andamos até o centro do salão. Ele segura minha mão me chamando pra uma dança. Enquanto estávamos dançando ouço sua voz. 

- Ansiosa para o baile? 

Suspiro. 

- Claro. - Sorrio fraco abaixando a cabeça. 

Ele percebe. 

- Eu sei que você deve estar se sentindo estranha com toda essa situação. - O mais velho suspira. - Mas sei que com o tempo irá se acostumar. 

Fico calada. 

- Diga algo, por favor. 

Desvio meu olhar por cima de seu ombro. 

- O senhor sabe meus pensamentos sobre isso. 

Sinto ele soltar o ar fortemente. 

- Sabes que deve ser assim, filha. Tens que parar com seus romaces e abrir os olhos para a realidade. 

Paro de dançar e me solto dele. 

- Eu sou assim. Não tente me mudar apenas para criar uma aliança com os Seok. 

- Não apenas para isso. Mas também para vê-la feliz. 

- Como vou ser feliz com alguém que eu mal conheço e já irei me casar? Não há o menor sentido, meu pai. 

Ele toma uma postura mais seria ponto os braços atrás do corpo. 

- Vai ser assim. Não podes fazer nada. 

- Mas o senhor pode. Por favor, papai. 

- Tem razão. Posso. Mas não irei. Pensei que já havia aceitado isso. Pelo que percebi me enganei. - Ele suspira. - Trate de aceitar. 

Apenas balanço a cabeça e sinto meu rosto arder. Corro pra fora do salão e vou até meu quarto. Em meio a tantos pensamento acabo dormindo. 

(...)

- Princesa? Acorde! Precisa se arrumar para o baile. - Ouço Carmen enquanto a mesma tocava suavemente meu ombro. 

Abro meus olhos com um pouco de dificuldade passando as mãos. 

- Já preparei seu banho com pétalas de rosa do jeito que gostas. -  A vejo sorri. - Preparei seu vestido para que possa se arrumar sozinha. Não demore. Vosso pai disse que quer pronta logo para receber os convidados. 

Aceno com a cabeça e a mesma sai. Dou um leve bocejo e me levanto cambaleando até o banheiro onde me despi, prendi meu cabelo e entrei na banheira. Passei a esponja pelo meu corpo sentindo o aroma de flores. Era extremamente bom. Assim que termino, saio da banheira e ponho minha vestimenta de seda. Saio do banheiro e observo meu vestido sobre a cadeira vermelha. 

Deixei o roupão deslizar pelo corpo ficando completamente despida. Visto as partes íntimas e fico de frente ao espelho ajeitando alguns detalhes. Logo depois vou até meu vestido. Ele era preto com detalhes dourados. Grandioso e luxuoso. 

Ponho algumas camadas por baixo e logo visto o belo vestido. Fico de frente ao espelho amarrando e ajeitando algumas coisas para que ele ficasse certo. Logo depois solto meu cabelo e o prendo em um coque folgado e elegante. Puxo duas mexas nas frente e defino-as com meus dedos. Calço meu sapato e depois dou leves apertos em minhas bochechas deixando-as rosadas. Fiz o mesmo com meus lábios deixando-os mais rosados. Borrifei o perfume em meu colo e pescoço. Pus meus brincos e um colar no mesmo tom do vestido. 

Dei uma última olhada ao espelho e suspirei. 

- Estou agradável... - Dou um leve sorriso e saio do cômodo indo em direção ao salão. 

Assim que chego lá vejo meus pais e minhas irmãs em seus devidos lugares. Me aproximo e sento ao lado de meu pai sem dizer nada. Logo todos começaram a chegar e ir até nós nos reverenciar e elogiar a festa. Meu pai de seu trono conversava com todos. Aquilo era entediante ainda mais sabendo o real motivo. 

Depois de alguns minutos um belo rapaz entra junto a seus pais e outro rapaz que aparentava ser seu irmão. 

Meu pai se inclina. 

- O rapaz de cabelos escuros é seu noivo. Sorria e seja gentil. 

Suspiro e sorrio docemente e a família se aproxima. 

- Que bela noite, meu caro rei. - Ouvi o pai de meu noivo. 

- Vamos deixar as formalidades de lado. - Meu pai se levanta e vai até eles. - És meu amigo de anos. 

- E agora vamos unificar nossos reinos. - Ele sorri e me olha. - Como és linda tua filha. É um prazer conhecê-la. 

Meu pai se virou e me chama para me juntar a eles. Me aproximo. 

O tal rapaz Jeon Seok me olhava com um leve sorriso no rosto. Estava elegante com suas vestimentas de cor preta. Seus cabelos eram escuros e estavam meio bagunçados para o lado. Combinava bem com ele. Sua maxilar marcava bem seu rosto. Suas sobrancelhas eram também escuras e grossas, seus olhos eram verde musgo e seus lábios carnudos e bem rosados. O mesmo estava em uma ótima postura e com um aceitável nível de sensualidade. 

- Boa noite. - Sorrio. 

- Boa noite, princesa. - Disse o rei Seok. - Este é meu filho Jeon Seok. 

Olho para o rapaz e ele sorri. 

- É um enorme prazer finalmente conhecer minha futura esposa. És tão bela quanto as estações. Estou encantado com vossa beleza e doçura. - Ele reverencia. 

- Igualmente. 

Eles saem e eu e meu pai voltamos a nossos lugares. 

Depois de tantas pessoas chegando e se acomodando eu já estava exausta demais. Abaixei minha cabeça apoiando-a em meus dedos. 

- Fico feliz que tenha vindo com sua família, Rei Park. 

Levanto a cabeça e meus olhos vão diretamente para um rapaz de cabelos escuros. Ele me observou e deu um leve sorriso reverenciando com a cabeça e não tirando os olhos de mim. 

- Vejo que vosso filho está um homem formado. - Ouço meu pai. 

O rapaz o olha. 

- Sim, senhor. 

- E também muito educado. Qual seu nome, meu jovem? 

- Park Jinyoung, senhor. 

Ele realmente era muito lindo. Meus olhos não paravam de admirar sua beleza. O mesmo volta a me olhar com um leve sorriso. Meu coração batia fortemente e o nervosismo corria pelo meu corpo. Eu nunca havia sentido isso antes. 

- É um prazer conhecê-lo e a sua família. - Ele diz. - Vossa família é muito bonita. - Ele me olha e antes de falar passa a língua entre os lábios. - Uma maravilhosa família.