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História Two Lost Souls - Drip. Drip. Rain


Escrita por: Madao-san

Notas do Autor


Mais um capítulo, hehe 😅
Eu demorei bastante dessa vez, mas eu estava realmente sem criatividade. Tentei fazer esse capítulo 3 vezes e só a última prestou.
Espero que gostem 🙃
Desculpa mesmo pela demora.
Obrigado pelos comentários e favoritos❤

Capítulo 3 - Drip. Drip. Rain


Fanfic / Fanfiction Two Lost Souls - Drip. Drip. Rain

Uma dor de cabeça dos infernos, um nariz entupido, olheiras e cansaço: consequências da noite passada. Bem, Erza já sabia que ficar perambulando na chuva não ia dar em coisa boa, mas também não esperava um resultado tão miserável. Abriu os olhos e quase caiu da cama ao perceber que não estava debaixo do teto preto salpicado de estrelas braco-azuladas pintadas no seu quarto, não estava sobre sua cama de solteiro agarrada com seus dois travesseiros, e sim em um local estranho, espaçoso e azulado. Ah, é mesmo, agora teria que morar com um estranho que não era estranho apenas por que não o conhecia, e sim porque ele era realmente "estranho" (cabelos azuis, tatuagem ao redor do olho, não se vê um homem assim todo dia, se bem que a partir de agora ela veria).

Tateou em busca do seu celular, ao abrir a tela se deparou com mais de cinquenta chamadas perdidas, vinte mensagens do seu primo, dez da sua tia, cinco do seu tio e sete de Levy. Gemeu de desgosto, se jogando novamente entre os travesseiros e pensando na burrada que havia feito. De qualquer forma, já era tarde demais pra voltar atrás, é como o velho ditado: "merdas cagadas não voltam ao cú". Agora teria que lidar com suas escolhas e fazer o que veio fazer, afinal, não veio para Londres só por achar que era uma cidade bonita.

Conferiu mais uma vez sua lista mental de afazeres:

*Sacar o dinheiro;

*Fazer a matrícula em algum colégio;

*Arrumar um emprego de meio período.

*Comprar remédio pra gripe.

*Comprar roupas.

*Arrumar aquele quarto.

Deixou a lista mental de lado, já que só a fazia se sentir irresponsável demais pra continuar vivendo. Ainda tinha muitas coisas pra fazer, portanto decidiu levantar de uma vez e ir tomar um banho, sem falar que teria que dar notícias para seus tios, primo e amigos (ela não queria que se preocupassem à toa, já bastava ter fugido). Pegou sua toalha (toalha do gostosão dono do ap, no caso) e foi para o banheiro do corredor, já que o do quarto era do cara e ela não queria abusar demais. Abriu a porta do banheiro, cantarolando um trecho de uma  música do Pink Floyd que não saía da sua cabeça. Seu tio ouvia o tempo todo, e a letra da música era muito boa na opinião da mesma: 

“Como eu queria
Como eu queria que você estivesse aqui
Nós somos apenas duas almas perdidas
Nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre o mesmo velho chão
O que nós encontramos?
Os mesmos velhos medos
Eu queria que você estivesse aqui”

Mas a letra ficou presa em sua garganta quando entrou no banheiro e se deparou com o azulado debaixo do chuveiro (nem é preciso dizer que ele estava como veio ao mundo), seu corpo congelou na entrada e sua boca fez um 'O' perfeito, enquanto via sem conseguir desviar os olhos, as gotículas de água fazendo um trajeto de tirar o fôlego pelos músculos definidos do rapaz que (graças a Deus, ou não) estava praticamente de costas. Ele percebeu sua presença três segundos depois, e parecia tão surpreso quanto ela. A ruiva finalmente caiu em sí é fechou a porta do banheiro com um estrondo. Seu rosto no mesmo tom que seus cabelos.

— DESCULPA! Eu não queria invadir seu banho! JURO QUE NÃO VI NADA, NADINHA!— Porquê ele não trancou a droga da porta?? Pensou em pânico, indo pegar um copo de água gelada. A bunda dele é maior que a minha! Lembrou com desgosto. Depois repreendeu-se pelos pensamentos pecaminosos que ameaçavam sua sanidade. A última vez que viu um cara nú foi em uma viajem para uma fonte termal com seus tios, quando acidentalmente entrou no banho masculino e não viu apenas um, mas vários caras nús. Foi uma experiência traumática da qual ela preferia não lembrar, depois disso nunca mais foi à termas, saunas, ou qualquer coisa que pudesse resultar em algum desastre semelhante. Seu primo não contava, já que andar pelado por aí era quase um costume pra ele.

— Terminei. Bater na porta antes de entrar é bom. Por acaso queria se juntar à mim?— O azulado encontrava-se em pé ao lado do sofá, com uma toalha presa na cintura e secando o cabelo com a outra, deixando os fios azulados ainda mais desengrenhados que os cabelos de "acabei de acordar" da ruiva. O que chamou sua atenção foi o sorrisinho travesso no rosto. Ele por acaso está tirando onda com a minha cara? Pensou, jogando pra ele seu melhor olhar 47 e partindo para o banheiro, não sem ouvir sua risada atrás de sí.

— Não, obrigada, deixa pra próxima!— Falou já da porta do banheiro, virando pra ele e dando língua (que maduro, não?).

Trancou a porta e entrou debaixo da cascata gelada, apagando os pensamentos nada saudáveis sobre como a água passeava pela clavícula esculpida e pelo abdômen definido do dono da casa. Em vez disso, ocupou sua mente com coisas mais relevantes como onde começar à procurar emprego. Isso até ser interrompida por uma batida na porta. Desligou o chuveiro para passar o sabonete e falou alto o suficiente pra ele escutar:

— Siiiiim? 

— Eu esqueci uma coisa!— ouviu a voz abafada do azulado do outro lado da porta.

— Eu já tô terminando! Só mais cinco minutos.

— Eu poderia simplesmente entrar, então estaríamos quites!— Deu uma risada e ela bufou.

— Nem pensar! Pevertido!— Sua voz saiu normal, mas estava morrendo de vergonha, afinal, esse não é um diálogo comum entre colegas de apartamento que se conhecem há um dia. Talvez fosse um sinal de que se dariam bem, já que mal se falaram e já tinham até piada interna. Depois de agilizar ao máximo o seu banho, trocou de roupa no banheiro mesmo, um short jeans rasgado, uma blusa cinza com preta de manga caída, calcinha e sutiã pretos .  E saiu, dando de cara (literalmente) com o peitoral do azulado, que estava encostado na entrada e ainda usava apenas uma toalha amarrada na cintura.

— Ah, foi mal.— Desviou o olhar do corpo escultural do azulado.

— Que nada, pode olhar. Eu deixo.— Sorriu.

— Hã? Ahh.. engraçadinho— Revirou os olhos e desviou do seu corpo-malhado-e-sexy rumo ao quarto dele, pra pegar sua mala. Pretendia procurar um emprego hoje, mas sua cabeça estava latejando tanto que mal conseguia pensar.

 Sentou-se no sofá, pegou seu celular e suspirou, chegou a hora. Iria começar por Levy, ela já sabia de tudo mesmo seria mais fácil, sem falar que ela e sua família viriam morar  pra Londres na próxima semana. Depois serão os seus tios, devem estar preocupados, mas c certeza entenderiam seu lado, ela aguentaria a bronca. Por último, ligaria pra Gray, essa com certeza seria a pior parte, ele não só iria acabar com a sua raça via chamada, como também a faria se sentir culpada e até arrependida. Suspirou mais uma vez e discou o número da amiga.

ERZA! Até que enfim! Já estava achando que você tinha sido sequestrada, estuprada, esquartejada ou assaltada! Chegou bem? Onde você está? Sabia que seu primo veio aqui pra saber de você? Ele estava furioso, hehe— A ruiva riu da enchente de palavras que a azulada jogou encima dela.

Quanto pessimismo! Estou bem sim, por  um milagre eu arrumei um lugar pra morar, pelo menos por enquanto. E eu me resolvo com ele depois, eu acho.

Não é pessimismo, é preocupação. Que lugar? Ah, eu disse pra ele que você estava em Londres, desculpe.

Eu vou dividir um apartamento com um... um cara, e o aluguel é bem baixo. E não se desculpe, não é como se ele viesse aqui mesmo.

Hmmmm... um cara Hãn? Você conhece? É bonito?— a garota quase gritou de empolgação.

Bem, não conheço e...— olhou ao redor, e ao não perceber nenhum sinal do azulado, completou:— É muito gostoso, você não faz ideia!

Ahá! Eu shippo! Chegou a hora, será que você se apaixona dessa vez?— riu divertida.

Sem chance!— a ruiva arregala os olhos.  Não acreditava que o amor era possível pra ela, e se era, iria evita-lo enquanto pudesse.— Sério Levy, impossível. Eu não sou tão volúvel assim, você sabe.

Já que você diz... mas é algo que eu gostaria de ver. — Claro que ela não botava muita fé nisso. Erza é praticamente “inapaixonável”—  Ah, já vou indo, minha mãe tá chamando! Beijão!

Haha, certo, beijos.— finalizou a chamada. Agora vem a tia. Bufou, passando a mão nos cabelos e assanhando-os ainda mais. Não sabia o que deveria dizer. Decidiu que pensaria nosso depois e apenas discou o número dela, mas infelizmente (ou não) caiu na caixa postal.

Erm... tia.. eu.. desculpa se preocupei vocês, não é nada contra morar com vocês e tudo mais, pelo contrário, vocês são maravilhosos. Mas... é que eu precisava fazer isso sabe? Tem uma pessoa que eu preciso encontrar aqui em Londres e u precisava vir... sozinha. Eu ... erm, estou hospedada na casa de um..a amiga, e estou comendo bem, e não fui sequestrada. Beijão, tchau.

Desligou o celular e suspirou aliviada, até lembrar que faltava um. Logo o pior. Bem, teria que falar com ele mais cedo ou mais tarde, além disso, ele tem medo dela é não o contrário.

Discou o número e esperou que ele atendesse, mas isso não aconteceu. Nem na segunda e nem na terceira vez que ligou. A ruiva soltou outro suspiro e foi procurar o azulado, afinal, ainda tinham muitas coisas a decidir.


•°•°•°•°•

As gotas de chuva caiam como adagas sobre a azulada, assim como as lágrimas que escorriam por seu rosto de porcelana. A pousada já havia sido fechada e a garota aproveitou o momento pra fugir pela janela e ir à qualquer lugar silencioso e calmo onde pudesse chorar em paz, mas com a chuva a Londres que Juvia conhecia se tornava silenciosa e calma, então a praça já é o suficiente. A chuva de algum modo a acalmava, era fria e triste, imprevisível e melancólica, temperamental, assim como ela.

Inclinou o rosto na direção das gotículas geladas, sentindo-as lavarem seu rosto, corpo e alma. Estava cansada do modo como seu padrasto Jose Porla a tratava, e do modo como sua mãe não dava a mínima, e de como seu namorado terminou com ela por e-mail, e de como era como uma idiota que aguentava calada. Cansou de ser trancada no quarto, de ser como uma empregada naquela pousada de brutamontes, de ver a mãe apanhar e não se afastar daquele brutamontes, de como a achavam esquisita no colégio, cansou de tudo.

— Pinga, pinga chuva.— Sussurrou o início de uma canção de ninar que seu pai cantava pra ela quando era criança. Era a única parte da qual lembrava.

— Ei! Você pode me dizer onde fica esse endereço?— Um rapaz de cabelo preto se aproxima, encharcado, carregando uma mala preta. Aponta um papel todo molhado e ininteligível para ela.

— Boa tarde pra você também.— Responde com a voz monótona. Não se preocupou em secar as lágrimas.— Eu tenho cara de guia turístico? E outra que esse negócio é impossível de ler.— Virou e continuou a sussurrar. "Pinga, Pinga chuva"

— Nossa, valeu pela ajuda, esquisita.

A garota estremeceu ao ouvir isso, já ouviu tantas vezes, deveria ser menos doloroso. E ele passou por ela e foi embora, não notou suas lágrimas, nem que ela não estava em um dia bom, nem que estava tremendo de frio. Isso até acidentalmente olhar em seus olhos avermelhados e notar como seus lábios tremiam. Estava a dois passos dela, que estava sentada no banco de matéria velho. Então voltou e pôs seu casaco sobre ela, que o olhou surpresa e desconfiada.

— Olha, não é bom ficar aqui na chuva. Você pode pegar um resfriado.— Desviou o olhar, não sabia lidar com garotas chorando, talvez porque não era acostumado, Erza nunca chorava.— Sabe onde fica a pousada Fairy tail? 

" Nem te conheço, vai cuidar da sua vida, e eu não sei onde fica isso " foi o que pensou em dizer, não sabia como agir diante do mínimo de gentileza. Mas apenas falou como chegar ao local (ela sabia, era uma pousada famosa)

— E você vai ficar parada aí na chuva mesmo?

— É melhor do que voltar pra casa.— falou sem emoção.

— Tá bom...— deu de ombros e saiu em direção à Fairy tail.

— EI! SEU CASACO!— Gritou quando ele já estava atravessando a rua.

— PODE FICAR! NÃO PRECISO DELE! 

E foi embora, sem nem dizer como se chama, e sem saber que tinha ajudado a melhor um pouco o dia dela. 


Notas Finais


E aí? Eu quis apresentar um pouco os outros personagens também, sabe.
Gostaram? Comentem 😉
E eu aceito sugestões, estou meio perdida sabe?
Obrigado por ler ❤


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