História Two Moons - Witch Walk

Era sábado à tarde, o clima estava fresco, então resolvi dá uma caminhada. Eu pus meus fones de ouvido enquanto caminhava pela vizinhança. Eu cantarolava a música que ressoava por minha cabeça, mas parei assim que  entrei em uma rua e me assustei com oque  eu vi.

Garotos.

Cerca de 4 homens e 2 mulheres – que reconheci devido aos saltos que usavam-, uma estava à frente de todos e a outra estava no meio do grupo.

Até aí seria algo normal, tirando o fato de todos estarem andando em fileira, marchando e com roupas iguais. Todos usavam calças escuras, o que as diferenciava era o tecido, alguns usavam jeans, outros usavam calças sociais e apenas uma das garotas usava calça de couro. Todos usavam camisa branca de botões e um enorme chapéu preto.

A marcha era igual, até os braços eram sincronizados.

Um deles olhou para trás me fazendo quase cair com o medo de ser descoberto. Eu já tinha visto aquele rosto. Nos meus sonhos.

Meu queixo quase caiu.

Luhan.

“Como aquilo era possível?”  Me perguntava em um desespero interior.

Podia parecer loucura, mas eu resolvi seguir o grupo. Deixei tomaram uma certa distância e continuei a segui-los até chegarem no seu destino final, que me surpreendeu mais ainda.

A casa que era meu ponto de retorno nas minhas corridas matinais. Me encostei na mureta que servia como cerca para a casa, o grupo atravessava o caminho de cascalho para subir os degraus. Assim que eles entrarem, eu vou embora.

– Por que nos seguiu até aqui? – uma voz feminina falou.

Meu sangue gelou, meu coração disparou.

– Não precisa ter medo. – a voz falou novamente.

Me levantei devagar e olhei para a escada. Eles estavam distribuídos em diagonal. A voz feminina que me chamou estava na varanda, acima de todos os degraus. Ela era a única que estava sem o enorme chapéu que cobria os rostos dos demais que o usavam. Ela era linda, corpo bem desenhado, rosto fino, o cabelo castanho estava jogado para o lado direito.

– Como se chama meu jovem? – ele perguntou.

– Oh Se... Sehun. – estava nervoso.

– Me chamo Kwon BoA, sou diretora do instituto. – ele fez um sinal com o braço mostrando a abrangência do lugar. – O que te traz aqui? – ela perguntou.

– Não sei. – menti.

– Garotos, vamos. – ela falou.

Todos os garotos tiraram os chapéus.

O primeiro rosto que reparei foi o que mais me chocou.

Luhan. O rosto era igual ao dos meus sonhos, a única diferença era o cabelo, que era ruivo acobreado.

Olhei o restante das pessoas, procurei a segunda mulher, mas o que vi foi apenas um garoto de calças de couro e saltos. Olhei o restante.

O Dia estava cheio de surpresas.

Jongin.

Meu amigo que simplesmente sumiu a dois anos, tentei contato, mas não consegui. A informação que consegui na escola, foi que ele e toda a família tinha mudado para o EUA. Ele tinha a pele amendoada e lábios grossos, um garoto muito bonito, mas estava assustado.

No degrau abaixo tinha o maior de todos os garotos, ele tinha os cabelos vermelho cereja, as orelhas eram grandes. No degrau abaixo tinha um garoto baixinho, olhos arregalados e boca carnuda.

– Quer entrar para tomar um chá? – BoA perguntou.

– Não obrigado. Podemos deixar para a próxima. – sorri nervoso.

– Eu não acredito em coincidências. – a mulher falou. – Se você veio aqui, foi com um propósito, mesmo não sabendo o qual. – ela apontou para mim.

O garotinho de olhos grandes olhou para mim e depois para Luhan e sorriu.

Luhan respondeu com um olhar confuso.

– Eu o conheço. – um dos garotos falou.

Jongin.

– De onde? – BoA perguntou.

– Ele estudava comigo antes de eu vir para cá. – ele respondeu sério.

– Como eu disse, não existe coincidência. – ela sorriu. – Vamos tomar um chá, você e Jongin podem conversar melhor. Se estiver servido, é só pedir para Jongin.

– Obrigado. – fiz uma pequena reverência.

A porta se abriu e ela entrou com o restante dos garotos. Fiquei o tempo inteiro olhando para o garoto dos meus sonhos. O garotinho de olhos grandes se aproximou dele e falou algo em seu ouvido.

– Me conhece? – ele perguntou baixo, mas eu consegui ouvir.

Ele virou para mim e nossos olhares se cruzaram, todo meu corpo se arrepiou. Ele desviou o olhar e entrou.

Depois que todos os garotos entraram eu me aproximei. A raiva pelo sumiço de Jongin tomou conta de mim.

– Não vai me dar nem um abraço? – Jongin me perguntou.

– Seu filho da puta. – rosnei. – Eu deveria é dar um soco nessa sua cara de merda. COMO VOCÊ SOME DURANTE DOIS ANOS E NÃO ME FALA NADA?

Ele sorriu e me puxou para um abraço.

– Vamos sentar. – ele segurou minha mão e me levou até a varanda.

Lá tinha uma mesinha e cadeiras. Jongin apontou para a que estava na sua frente. Eu sentei.

– Como me encontrou? – ele perguntou.

– Na verdade, eu vim aqui por outro motivo. – eu nem terminei de falar quando me assustei com a porta da casa sendo aberta.

Dois garotos vieram, um deles carregava uma bandeja. Meu olhar estava fixo em um deles.

– A Senhora BoA mandou um lanche para vocês. – o garotinho de olhos grandes falou.

Ele coloco na mesinha a bandeja com dois copos de sucos e vario cookies.

– Obrigado. – sorri.

– Sehun, esse é KyungSoo. Meu namorado. – ele me apresentou o garoto.

Estendi a mão para o rapaz, ele a apertou e seus olhos se fixaram nos meus.

Durou apenas dois segundos, mas foi intenso, pareceu que ele conseguiu ver toda minha alma.

– Esse aqui é o Luhan. – ele apontou para o garoto de cabeça baixa.

“Até o nome era o mesmo”.

Estendi minha mão para ele e dei um sorriso. Ele apertou minha mão e sorriu também, o sorriso foi tímido.

– Obrigado pelo lanche. – sorri diretamente para Luhan.

Ele apenas deu um sorriso e saiu com KyungSoo.

– Então por quem? – Jongin me perguntou enquanto mordia um cookie.

– Luhan. – falei baixo.

– Como assim? Luhan? – ele bebeu um gole do suco.

– Pode parecer estranho, mas eu tenho sonhado com ele. – falei.

– Como assim sonhado? – ele me perguntou.

– Eu sei o quanto pode parecer louco, mas é verdade. – peguei o copo.

Tinha que ocupar minhas mãos. Dei uma golada. Era uma limonada, doce e refrescante.

– Me desculpe atrapalhar, mas eu preciso falar com Jongin. – KyungSoo apareceu na porta.

– Sem problemas. – falei para Jongin antes dele me pedir desculpas.

Ele se levantou e entrou na casa.

Fiquei olhando para a rua, dei um gole na limonada e peguei um cookie. Mordi um pedaço, meus pensamentos me levaram a Luhan. O lindo rosto, o corpo, a voz. Quantas vezes já acordei sujo de sêmen devido aos sonhos que tinha com ele. Fechei os olhos, balancei a cabeça e sorri.

– Jongin disse que você me conhece. – ouvi uma voz familiar.

Luhan.

– O que? – me assustei.

Ele estava sério.

– Jongin disse que você me conhece. – ele repetiu.

– Por que ele te disse isso? – falei incrédulo.

– Eu ouvi ele conversar com Kyung. – ele respondeu.

– De onde você me conhece? – ele me perguntou.

– Pode parecer estranho, mas eu tenho sonhado com você. – assim que disse as palavras, desejei que elas voltassem para dentro de tão loucas que elas pareceram.

– Essa é a pior cantada que eu já ouvi na minha vida. – ele deu as costas e saiu.

Minutos depois Jongin voltou.

– Por que diabos falou pro Luhan? – perguntei incrédulo.

– Desculpa, eu contei para o Soo e ele ouviu. – ele realmente pareceu arrependido.

– Jongin, eu tenho que ir. – olhei o relógio no pulso.

– Ok, pode aparecer quando quiser. – ele falou.

– Foi bom te rever. – me levantei e dei um abraço nele.

– Também foi bom te rever.

– Você ainda me deve a explicação sobre ter sumido. – semicerrei os olhos.

– Está bem. – ele sorriu.

Me despedi de Jongin e fui para casa.

 

~*~

Luhan estava sentado na minha cama, ele estava com a cabeça baixa, chorando.

– Por que infernos não me falou isso?! – eu gritava com ele. – Você me enfeitiçou? – eu olhei par ele.

A raiva queimava minha garganta e ardia em meus olhos em forma de lágrimas. Eu havia me apaixonado. E fui enganado.

Luhan não me respondia, o silêncio dele era agonizante.

Minha raiva falou mais alto, fui até ele e o puxei pelos braços.

– Olha para mim, responda minhas perguntas! – eu sacudia Luhan.

Ele apenas olhou para mim, os olhos estavam vermelhos e inchados.

– Acha mesmo que eu fiz isso com você? – ele sorriu incrédulo.

– Me diz você, sua bruxa. – rosnei.

– Não, nunca faria isso com você. – saiu do meu aperto.

Luhan pegou a capa azul escura que eu tinha dado para ele e a vestiu.

– Eu sempre soube que isso não daria certo. – ele pôs o capuz e caminhou em direção a porta do quarto.

– Você não vai sair. – fui até ele, segurei seu braço e o puxei.

Fiz ele virar abruptamente e o capuz caiu da sua cabeça.

– Meu deixa ir. – ele tentou puxar o braço, mas eu não deixei.

– Não. – olhava sério para ele.

Puxei Luhan para meus braços e o abracei.

- Realmente, você deve ter me enfeitiçado. – eu o apertava forte.

Mas ele não me abraçava, os braços estavam soltos ao lado do corpo.

– Desculpe. – soltei ele. – Pode ir, se quiser.

Meus olhos ardiam pelas lágrimas que eu não queria deixar cair.

Os lábios de Luhan tremeram, ele mordeu o lábio inferior para segurar o choro. Ele me deu as costas e saiu do quarto. Assim que ele saiu eu fui atrás dele, sou egoísta de mais para deixá-lo ir.

Luhan já estava no final do corredor, quase chegando a escada, a casa já estava ficando escura. Eu morava na antiga casa dos meus pais, depois que eles morreram eu passei a morar aqui sozinho.

Mais uma vez puxei Luhan, mas dessa vez o encostei na parede.

– Me deixa ir. – ele chorava e olhava para baixo.

– Não! – dei um soco na parede, ao lado do rosto de Luhan.

Ele ficou tenso e se encolheu.

Retirei seu capuz e segurei seu rosto enquanto selei nossos lábios.

Luhan de início resistiu, mas logo depois cedeu, o beijo passou a ser necessitado e desesperado. Minhas mãos estavam no pescoço de Luhan, desfiz o laço da capa e ele caiu dos ombros de Luhan. Desci minhas mãos para o tronco de Luhan, puxei a camisa de botões de dentro da calça e botei minha mão por baixo dela, a pele era macia e quente. Meu membro já dava sinais de atividade. Parei o beijo para logo beijar seu pescoço.

Desci minha mão até sua calça, enfiei minha mão por dentro da mesma e apertei o membro levemente endurecido.

Luhan deu um gemido.

Me assustei com o clarão.

Olhei em volta e todas as velas dos candelabros presos nas paredes estavam acesos.

– Você fez isso?  - perguntei maravilhado.

– Desculpa. – ele baixou a cabeça novamente.

– Você é uma criatura linda. – voltei a atacar a boca de Luhan.

Perdi noção do tempo em que ficamos com essas carícias. Quando dei por mim, já estávamos no meu quarto.

Eu já estava deitado na cama, totalmente nu. Luhan estava em pé, tirando a roupa. A cada parte do seu corpo revelado eu me apaixonava mais.

O restante da noite foi como cenas enevoadas. Mas a sensações ficaram gravadas na minha alma. O interior apertado de Luhan, ele chamando meu nome com a voz manhosa e como eu fiz ele gozar.

 

~*~

Acordei meio atordoado.

Mais um sonho.

Levantei as cobertas e vi a mancha escura no meu pijama cinza.

– Voltei pros 15 anos, só pode. – reclamei.

Me levantei e fui para o banheiro me limpar.

Já devidamente trocado, voltei para o quarto e busquei meu celular. 4h e 28min. Peguei os fones de ouvido e fui fazer minha corrida matinal.

Enquanto corria, eu ponderava se voltaria ou não a visitar Jongin, mas minha única vontade era ver Luhan.

Quando dei por mim, já estava chegando a casa deles. Diminui o ritmo da corrida. Enquanto me aproximava, vi que já tinha uma movimentação no jardim da casa. Fiquei em alerta, pensei que poderiam ser delinquentes.

Me aproximei devagar, já em posição de guarda. Me aproximei o bastante para ver que era apenas uma pessoa, ela estava abaixada cuidando das flores do jardim.

Acabei pisando nas folhas secas e causando barulho.

O estranho se levantou rapidamente e se virou. Luhan se assustou e deu um grito.

No mesmo instante, a luz do poste mais próximo de nós explodiu, ocasionando uma chuva de fagulhas.

– Desculpa, eu não quis te assustar. – dei uns passos para frente e fiquei mais próximo dele.

A respiração dele estava ofegante.

– É que eu pensava que era algum ladrão querendo invadir a casa. – tentei me explicar.

– Sem problemas. – ele tirou as luvas de jardinagem. – Eu também pensei o mesmo. – ele limpou o suor da testa com a costa da mão. – Você é o Sehun? Amigo do Kai, não é? – ele me perguntou.

– Sim, eu vim aqui duas semanas atrás. – sorri. – Você é o Luhan, não é?

– Sim, eu mesmo. – ele me estendeu a mão

Eu retribui e apertei a mão dele.

Antes de soltar a mão dele, Luhan já estava caído em meus braços. Ele tinha desmaiado, uma pequena quantidade de sangue escorria do seu nariz.

O peguei em meus braços e o carreguei para a varanda. O deixei sentado em uma das cadeiras. Corri à porta, mas antes de entrar, KyungSoo abriu ela. O garoto estava descabelado e ainda sonolento.

– Luhan. – falou.

– Ele desmaiou. – apontei.

Ele pareceu acordar.

Corremos até Luhan, que ainda estava desacordado.

– Vamos leva-lo para o quarto dele. – Kyung estava preocupado.

Peguei ele nos braços e o levantei. Caminhamos em passos rápidos para dentro da casa que era enorme e linda. Subimos as escadas duplas e entramos num corredor logo em seguida KyungSoo me indicou a porta que seria o quarto de Luhan.

Botei ele deitado na cama.

– Eu volto já. – KyungSoo disse.

Olhei para Luhan e vi que ele ainda tinha sangue no nariz. Olhei em volta e vi duas portas, fui até uma e era o banheiro. Tirei minha camisa e molhei com a água fria da pia.

Voltei para a cama e me sentei na beira, ao lado de Luhan. Comecei a limpar o sangue do nariz.

Luhan deu um gemido inconsciente.

– Calma. – segurei a mão dele.

Luhan apertou minha mão.

– Sehun. – ele falou baixinho.