{❗❗❗}
~•~ Um mês e meio depois ~•~
Papai vinha, ficava uma semana conosco e saia por um ou até mais meses. Nunca soube ao certo do que ele trabalhava, e, na verdade, que se dane seu maldito emprego. A única coisa que desejava era que ele morresse lá.
Cheguei na escola na hora do intervalo, perdendo assim a aula de Física - o que, para mim, era um grande prazer -. Chanyeol estava sentado à sua mesa, como se me esperasse para ocupar à da sua esquerda.
- Você vem quase no final da aula e ainda vem por 90%? - perguntou.
- Desculpe-me... Ainda doi bastante. - disse, dramático. Na verdade, eu tiraria o gesso no dia seguinte.
- E... Como... Isso aconteceu?
- Da mesma forma que os hematomas...
- Aqueles cuja história não fora ouvida por mim. Quando vai me contar? Só... Quero te ajudar...
- Você pode? - vi a esperança na minha frente.
- Posso tentar...
- O meu pai... Me bate. Em mim e na minha mãe.
- M-Mas... Por quê?
- Olhe para mim... Sou a vergonha da família...
- Não é a minha vergonha.
"Ah, que fofo...", pensei.
- Tudo tem piorado bastante... Ele bebe cada vez mais. Quanto mais álcool, mais gritarias, mais brigas. E eu não posso fazer nada, ou... Ele mata minha mãe.
- Como ele fez isso com seu braço?
- Como não ouviu a gritaria no mês passado? Ele fechou a porta em meu braço. Só pude ser atendido no dia seguinte.
- Por que nunca me pediu ajuda?
- Coloque-se no meu lugar... Acha que é fácil falar disso?
- Tudo bem, você tem razão.
- Quer... Assinar aqui?
Em coreano, escreveu 태양*, junto a um desenho de Sol ao seu lado, deixando-me desconfiado e inseguro sobre Solar.
[Taeyang = Sol*]
- Você é tão bonito sem aquela maquiagem...
- Gostaria de conseguir passar, pelo menos, um brilho labial, mas não posso por conta do meu braço.
- Eu passo em você.
- Sabe mesmo fazer isso?
- Eu já namorei muitas meninas! Sei como fazer isso!
Dei-lhe o batom e, receoso, fechei os olhos.
- Por que fechou os olhos se o batom é na boca?
- Estou com medo do resultado.
Chanyeol deu-me um rápido selinho, sorrindo, após isso, envergonhado.
- Não... Isso não é justo! Eu não estava preparado para isso!
- Eu estava brincando!
"Brincando com um toque de eu já queria fazer isso, né? A quem quer enganar?"
- Pronto!
- É... Está mais ou menos... Você chega lá! Ainda bem que você vai ser jogador de basquete, não um maquiador! - rimos juntos.
- Já percebeu que sempre ficamos aqui na hora do intervalo?
- Sim...
- Acho que não ligam muito para a gente....
- Você é capitão do time de basquete! Como não vão se importar com você?
- Mas a pessoa com quem mais me importo, não tem o mínimo de consideração comigo...
- Quem?
- A Solar!
- Então você costuma dizer "eu te amo" para todas as pessoas que sente atração?
- Não...
- "Eu te amo" para a Solar; "Eu te amo" para a Jiyoon; "Eu te amo" para mim... Quem será o próximo?
- Eu nunca amei Jiyoon.
- Então por que dizia que sim? Isso foi errado, Channie. Demais.
- E-Eu sei...
- E para Solar? Era verdadeiro?
- Sim.
- Então para mim foi falso?
- Não. É que... Você me confunde! Não sei explicar como ou porquê, mas me confunde!
- Você realmente não se dá bem com o amor. - comentei, com um sorriso no rosto.
- Isso não é engraçado, Baekhyun!
Chanyeol levanta-se e sai da sala, triste, aparentemente. Jiyoon vinha em direção contrária à dele, o que fez com que se esbarracem.
- Desculpe-me, Channie. - sussurrei.
- Falou comigo? - perguntou ela.
Nada respondi, apenas comecei a escrever nas últimas páginas de meu caderno algo qualquer.
- Você o chamou de Channie?
- Não te interessa.
Ela riu, irônica: - Vocês estão namorando?
- Nós somos...
- Espera. - interrompeu-me, vindo à minha frente. - Deixe-me concertar a frase: vocês estão namorando, Solar?
- S-Solar? Do que está falando?
- Cínico.
- Não sei do que está falando, Jiyoon!
- Deixe-me esclarecer sua mente: vinte anos, iniciante em faculdade de telecomunicações...
- Não conheço nenhuma pessoa assim!
-..., loira, alta, apaixonada por basquete e... Pelo Chanyeol. - dizia, com um sorriso vitorioso em seu rosto. - Filha de Nam Jessica, nascida em vinte de fevereiro de 1997, pai desconhecido, criada por Maria Delano Michaels, que morreu aos oitenta anos de forma desconhecida. Envenenada, talvez?
- Não foi culpa minha.
- Eu ainda não te culpei de nada.
- Seu rosto diz o contrário!
- E o seu passado esconde a verdade. Como você matou a sua irmã?
- Sou filho único.
Ela bateu forte na mesa: - FALA!
- EU NÃO MATEI NINGUÉM!
- E Maria? Foi você, né? Como conseguiu fazer com que tudo parecesse uma cena suicida? Foi tudo muito bem planejado, sabia?
- MARIA TINHA DEPRESSÃO!
- Por quê?
- Sua filha morreu.
- Solar morreu. Ela era como uma filha para Maria.
- Filho, eu quis dizer filho...
- Enrolando-se nas próprias palavras! Típico de um criminoso mentiroso! - exclamou. - Meu avô era policial, ensinou-me muito sobre tudo que aprendeu. Minha avó era Maria Delano Michaels. Você a matou.
- Impossível!
- Possível. Se eu estou dizendo, é verdade. Minha avó nunca se mataria. Meu pai ainda está vivo. Sua neta também. Aquele boato que circulou por Alasca... Era irreal, idiota, Baekhyun.
- Eu não matei a sua avó ou essa Solar de mentira que acabou de inventar! Saia daqui! Deixe-me sozinho!
- Eu vou descobrir cada pedaço do seu passado. Você vai se foder na minha mão.
O sinal bateu, fazendo-a voltar a seu lugar.
A casa parecia estar caindo e eu permanecia dentro dela apenas para provar que o desastre não aconteceria porque sabia que ninguém derrubaria o castelo que construí sozinho.
{❗❗❗}
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.