História Two Nights At Hell - Nightmare

Depois de alguns minutos andando de moto naquela chuva horrível, eu consegui ver de longe, uma construção enorme, que eu poderia chamar de mansão, tinha tons escuros e um ar meio macabro. 

- Puta merda, isso é uma daquelas mansões que gravam filme de terror? - perguntei enquanto o garoto ia parando a moto - Eu não vou entrar aí. 

- Eu nem te conheço direito mas já percebi que você é muito frouxo, não é? Aliás, qual seu nome? 

- Eu não sou frouxo, eu só não sou louco de entrar nesse lugar - falei tentando parecer superior, mas a verdade é que estava me tremendo de medo da casa e de toda a situação que havia me metido. 

- Você já veio até aqui com alguém que nem sabe o nome, você é louco o bastante - falou dando um sorriso de canto, muito bonito por sinal - Me diga logo seu nome. 

- É Jungkook. 

- Vamos entrar logo Jungkook, não quero mais ficar nessa chuva, se você quiser pode ficar. - disse se dirigindo para a entrada. 

- Você não disse seu nome - começei a seguir ele e olhei melhor o local ao redor, seguiamos uma pequena calçada que levaria ao grande portão da casa. 

- É Taehyung, e esse é o Hotel Abraxás, bem vindo e blá, blá, blá, não preciso usar formalidades com você, né? Enfim... 

- Você trabalha aqui? Que nome estranho. 

Entramos em um grande saguão vazio, continuava com um ar macabro apesar de ser muito bonito, Taehyung andou até uma bancada ao lado de uma grande escadaria e pegou um celular. 

- Droga, sem sinal - bufou e passou a mão em seus cabelos ainda molhados da chuva. 

- Vocês não tem telefone fixo nem nada? - falei observando o garoto que agora retirava a jaqueta e os sapatos lentamente. 

- Está desativado - ele se sentou e ficou me encarando - O que vou fazer com você? 

Fiquei em silêncio e encarei de volta, comecei a prestar atenção melhor ao garoto e consegui perceber o quanto o tal Taehyung era bonito, e gostoso assim podemos dizer. Ele vestia uma blusa de mangas que mostrava a pele bronzeada de suas clavículas, uma calça apertada que realçava suas coxas grossas e pernas torneadas. Ele parecia me avaliar também, eu não estava no meu melhor estado, com roupas largas e molhadas, completamente derrotado. 

- Você tem algum quarto pra mim? - perguntei tentando passar as mãos no cabelo de um jeito sexy mas ele estava um lixo e ficou todo pra cima, o que fez o garoto rir. 

- Aqui é um hotel, esqueceu? Tenho, assina aqui algumas coisas e eu te levo pra escolher um quarto, tem vários, aqui não é mais tão frequeentado depois de... Deixa pra lá - ele voltou ao balcão e me entregou uma folha que perguntava meu nome, endereço e algumas outras coisas chatas pra poder fazer check-in. Depois de preencher devolvi pra ele que pegou o papel e começou a ler. 

- Uh, você só tem 18? Você parecia mais velho. Não sei se vou poder dar entrada como hóspede, você teria que ser maior de idade. - ele me olhava pensativo.  

- Você tem vários quartos aí, e a ideia de me trazer foi sua, você não pode me deixar aqui, vai. - falei praticamente implorando para o garoto. 

- Sim, mas eu não posso mesmo. Mas tem um quarto que talvez você possa ficar, vem comigo - Taehyung deu uma piscada um tanto sugestiva para mim e subiu pelas escadas que ficavam atrás do saguão.  

Subimos uns 4 lances de escadas até chegar em um corredor escuro, Taehyung ligou as luzes e pude ver melhor, as paredes pareciam antigas e o papel de parede estava descascando, as luzes piscavam fracas. 

- Aquela porta ali. - Taehyung apontou pra última porta do corredor, era de madeira escura e sem maçaneta.  

Segui em frente, meio desconfiado, pois o andar parecia diferente dos outros e a porta parecia diferente das outras. Ao chegar na porta dei espaço para Taehyung e o mesmo tirou um molho de chaves do bolso e depois de procurar um pouco achou a chave correspondente a porta e a abriu, revelando o quarto.  

- Esse quarto é pros hóspedes? - perguntei ao rapaz. 

- Não, é dos funcionários. No caso só eu trabalho aqui por enquanto, então é todo meu. - ele respondeu abrindo os braços e indicando o quarto. - Bem, é seu hoje também.  

- Entendi, obrigado.  

Observei melhor o quarto, era um quarto simples com duas camas, um armário com algumas gavetas e uma cômoda cheia de coisas espalhadas por cima. Tinha aspecto antigo, mas tudo bem limpo, mesmo que desorganizado.  

- A cama bagunça é minha, pode dormir na outra.  - ele disse me indicando uma das camas, que estava mais arrumada. - Você quer tomar um banho ou comer algo?  

- Não, eu não tenho energia pra mais nada, mas obrigado. - tentei dar um sorriso mas nem pra isso tinha mais energia. 

- Ok, então, se quiser uma roupa pode pegar na segunda gaveta - disse indicando seu armário - eu preciso fazer uma coisa agora. Volto rápido. Fique a vontade.  

Taehyung saiu com pressa do quarto, não me dando tempo pra me despedir dele. Peguei meu celular que estava com pouco menos da metade de bateria e olhei a hora. 00h00 em ponto. Levantei, fui em direção do armário do garoto e peguei uma blusa limpa, substitui a minha molhada por ela, coloquei a minha ao lado da cama que eu dormiria e deitei. Em questão de minutos eu já estava dormindo.  

"Acordei assustado e olhei o relógio na parede. Eram 02:59. Taehyung não estava no quarto. Levantei para procura-lo no saguão. Antes de encostar na maçaneta, a mesma treme, anunciando que alguém estava tentando entrar no quarto. Eu tentei abrir a porta, porém sem êxito. Cada vez a mais a pessoa de fora empurrava com força. Até que vi uma luz que vinha de fora aparecer e aumentar e a porta abriu. Era Taehyung e ele estava cheio de sangue em suas roupas e uma faca em mãos. Ele me olhou assustado, mas não tão assustado quanto eu estava. Começou a andar em minha direção, e eu recuava.  

- Ah Jungkook, você é tão bonito. Não queria ter que fazer isso. - e com um golpe rápido com a faca cortou minha garganta" 

Acordei e estava encharcado de suor, hiperventilando e quase chorando. O pesadelo tinha parecido muito real e eu estava em choque. Taehyung realmente ainda não tinha voltado, peguei meu celular e com a luz forte só consegui ver tudo meio turvo. Cocei a vista e ao ver a hora tive que prender a respiração. 02:59. Alguém bateu na porta.