História Two of Him - You dont know yet.

Depois da situação constrangedora do aeroporto, todos decidiram ir pra minha casa, e isso foi algo que me fez bem, porque era daquela forma que nós nos reuníamos no passado.

Shawn pegava seu violão e tocava algumas melodias que ele tinha criado, a Pri vivia tirando fotos minhas e do Shawn, enquanto a Mila fazia os melhores brownies. Eu vivia sozinha naquela casa, meus pais nunca apareciam, eles eram a minha família.

— O que mudou nesses dois anos? – a Pri perguntou se sentando ao meu lado, enquanto eu me ajeitava no sofá.

Dei de ombros sem jeito e sorri olhando pro Shawn, que sorria pra mim, mas logo desviei o olhar pra Mila, que me fitava com raiva.

— Ah, praticamente nada. – ri sem jeito.

— Qual é, Lana, somos melhores amigas. – ela falou segurando a minha mão. – Você não vai falar pra gente o que aconteceu em Miami? – ela perguntou e eu sorri.

— Perdeu o bv? – a Mila falou num tom irônico e eu ri sem jeito, olhando pro Brian, que me olhava seriamente.

— Eu tenho dezessete anos, é claro que eu perdi... – falei sem jeito e olhei pro Shawn, que estava com o maxilar trincado.

— Com quem foi? – a Pri perguntou, animada

— Ah, não foi importante, foi numa festa que eu fui... – falei tentando mudar de assunto, aquilo era algo que me incomodava por ter sido tão tarde.

— Qual o nome dele? – a Mila disse, se aproximando mais do Shawn e colocando a mão sobre a perna dele.

— Dylan. – falei com um sorriso no rosto.

— Vocês namoraram? – ela falou semicerrando os olhos e eu suspirei.

— Eu não quero falar disso, Mila. – falei seriamente e ela deu um sorriso irônico.

— O que aconteceu em Miami, fica em Miami, não é? – o Brian disse dando um gole numa garrafa de cerveja e eu franzi o cenho.

— Onde você pegou isso? – perguntei e ele arqueou uma sobrancelha, apontando pra cozinha.

— Na geladeira? – respondeu perguntando, como se fosse óbvio, fazendo todos rirem. Eu nem sabia que tinha cerveja em casa, eu não era de beber.

— E o que aconteceu em Miami, Lana? – o Shawn perguntou e eu olhei pra Mila, que estava de braços cruzados e com cara de quem comeu e não gostou.

— Ah... – me ajeitei no sofá. – Conheci algumas pessoas, mas não fiz nenhuma amizade séria. – torci a boca. – Eu senti muito a falta de vocês. – falei tentando me controlar pra não derramar nenhuma lágrima.

— Que fofa. – o Brian falou andando pela sala e subindo as escadas.

— Pra onde você vai? – perguntei olhando pra ele, que continuava subindo as escadas.

— Colocar droga no seu quarto e chamar a polícia. – ele olhou pra mim por cima do ombro e deu uma risada, me fazendo rir enquanto revirava os olhos.

— Então... – a Pri se aproximou e observou que o Brian já tinha subido. – Você e o Brian... – ela fez uma cara maliciosa.

— O quê? Não! – dei uma risada fraca e olhei pro Shawn, que parecia sério. – Ele não faz meu tipo. – disse rindo pro Shawn, que deu uma risada.

— Poxa, blondie, eu não faço o seu tipo? – franziu o cenho, me fazendo rir, e por um momento eu decidi esquecer que a Mila estava ali, me intimidando com aquele olhar de mal comida.

— Eu to falando do jeito, Shawn... – sorri sem jeito.

— Não era você que gostava dos meninos rudes? – a Pri falou, me deixando vermelha.

— Ok, já está tarde demais e você está falando o que não devia. – disse me levantando e o Shawn levantou.

O abracei com força e ele me tirou do chão, me fazendo sorrir. Coloquei os pés no chão e me desfiz do abraço, deslizando, acidentalmente, a minha mão pelo seu pescoço.

Shawn arqueou as sobrancelhas e sorriu sem jeito, me deixando mais constrangida ainda.

— Até amanhã, Mendson. – ele sorriu e deu um beijo demorado na minha bochecha, me fazendo sorrir e sentir um arrepio contínuo.

— Por que você sempre vira o “W” do meu sobrenome e fala Mendson? – perguntei sorrindo e ele me abraçou de lado, andando até a porta comigo.

— Eu gosto de Mendson. – ele sorriu olhando pra mim e a Pri chegou me abraçando.

— Não falta amanhã, por favor, preciso te apresentar uma pessoa. – ela sorriu e deu um beijo na minha bochecha, logo saindo da minha casa.

— Vamos, Mila? – o Shawn falou pra Mila, que ainda estava sentada no sofá.

— Claro. – ela sorriu e se levantou, passando reto por mim.

— Uau, boa noite pra você também. – arqueei as sobrancelhas e vi que ela já estava na calçada.

— Está difícil lidar com ela. – ele disse colocando as mãos no bolso e eu assenti com a cabeça. – Diz pro Brian que se ele não chegar antes das duas horas, eu tranco todas as portas e janelas.

— Ok. – sorri e ele ficou ali, parado, sorrindo pra mim enquanto eu estava apoiada na porta.

— Shawn, vamos! – a Mila gritou e eu arregalei os olhos.

— Vou indo. – ele sorriu e se virou. Mila entrelaçou seus dedos nos dele e eu suspirei, vendo aquela cena e desejando aquilo pra mim.

Fechei rapidamente a porta e, de olhos fechados, me encostei nela, suspirando.

— Já deixei garotas como você assim... – escutei a voz do Brian e abri os olhos, assustada, ele estava a poucos metros de mim, dando mais um gole na sua cerveja.

— Assim como? – perguntei revirando os olhos e tentando me recompor.

— Assim... – ele disse se aproximando de mim. – Molhada. – ele deu um sorriso malicioso e eu arregalei os olhos, dando um tapa no seu braço, fazendo-o rir.

— Não é nada disso. – passei por ele, ajeitando o cabelo e me sentando no sofá. – O que você ainda tá fazendo aqui? – perguntei olhando pra ele, que se aproximava, se sentando ao meu lado no sofá, colocando os pés em cima da mesa de centro.

— Não estou a fim de ir pra casa. – ele deu de ombros e deu mais um gole na cerveja.

— E o que te faz pensar que eu vou deixar você ficar aqui? – arqueei uma sobrancelha e cruzei os braços.

— Se você quiser, eu posso tirar o seu bv. – ele falou se aproximando e eu arregalei os olhos.

— Tá louco? – falei rindo e o parando, colocando sua mão em  seu ombro. Ele sorriu e voltou a se encostar no sofá.

— Acha que me engana? – ele semicerrou os olhos, dando mais um gole e me olhando de um jeito que me deixou arrepiada.

— Você tá bêbado e tá falando merda. – revirei os olhos e ele riu, me dando vontade de socar aquele rosto maravilhoso.

— Você não teve nada pra falar da viagem, Lana. – ele disse sorrindo, deixando a lata de cerveja em cima da mesa de centro, se ajeitando no sofá, ficando de frente pra mim.

— Eu só não quis falar. – dei de ombros. – É difícil voltar depois de dois anos. – falei desanimada e ele continuava me olhando. – O que é que você ainda tá fazendo aqui, garoto? – falei me levantando e franzindo o cenho, me tocando que ele já deveria ter ido embora.

— Quando que invertemos os papéis? – ele perguntou enquanto se levantava e eu cruzava os braços. – Agora você é a chata? – perguntou, se aproximando, me fazendo sorrir.

— O que você quer de mim? – perguntei meio sem jeito, achando estranho ele se aproximando tanto.

— Eu posso só fazer um teste? – ele perguntou sorrindo e mexendo no cabelo.

— Que teste? – respirei fundo, já impaciente.

— Eu não vou fazer nada demais, só quero saber se eu estou certo sobre uma coisa. – ele sorriu maliciosamente e eu balancei a cabeça negativamente. – Por favor, só vai durar cinco segundos, eu juro. – ele falou seriamente e eu descruzei os braços, tentando relaxar.

— Aí você vai embora? – perguntei e ele assentiu com a cabeça.

— Aí eu vou embora. – ele sorriu e eu assenti com a cabeça.

— Tá, vai logo. – olhei pra ele, que sorriu enquanto olhava pra minha boca.

— Fecha os olhos. – ele falou com uma voz baixa e eu senti o meu corpo estremecer, mas logo despertei do transe.

— Ok, sai daqui. – andei em direção à porta, mas ele me puxou pelo braço e me jogou na porta, colando os nossos corpos. – Eu vou gritar. – falei tentando me soltar, fazendo-o sorrir.

— Eu não vou te fazer mal. – ele falou num tom calmo e eu fui me acalmando, mas confesso que as suas mãos pressionadas no meu pulso contra a parede estavam me deixando louca. – Eu sei que você também quer. – ele falou sorrindo e eu revirei os olhos.

— Cinco segundos. – arqueei as sobrancelhas e ele assentiu com a cabeça. – Nem ouse em beijar a minha boca. – ele assentiu novamente com a cabeça e eu fechei os olhos, suspirando e sentindo a sua respiração perto da minha bochecha, ele logo pressionou mais as minhas mãos contra a parede, acima da minha cabeça.

Eu não estava calma, o seu corpo estava completamente colado ao meu e ele podia, facilmente, perceber a minha respiração irregular.

— Já se passaram mais de cinco segundos. – falei, impacientemente, mas ele parecia gostar daquilo, pois deu uma risada fraca.

— Eu só to escolhendo o melhor lugar. – falou baixinho, me deixando arrepiada.

Eu não faria nada que eu não quisesse, no momento em que ele me prendeu contra a parede, eu poderia chutá-lo ou algo do tipo, mas... Eu queria aquilo.

— Lana... – ele falou perto do meu ouvido e pareceu se distanciar. Mordi meu lábio inferior com força, mas logo me toquei que ele veria aquilo. Voltei a ficar normal, foi quando senti os seus lábios umedecidos no meu pescoço, me causando um arrepio enorme, fazendo com que eu arfasse e logo repreendesse o som que saiu pela minha boca.

Senti minha respiração ficar mais irregular ainda, logo ele parou o beijo, pois começou a sorrir e eu pude sentir os seus dentes na minha pele, mas não para morder. Ele estava rindo. Ele tinha conseguido.

Ele soltou os meus pulsos e eu abri os olhos, ele estava mordendo o lábio inferior e sorrindo pra mim.

— O que foi? – falei tentando ser indiferente, logo ajeitando o meu cabelo.

— Você ainda não sabe... – ele falou se aproximando e abrindo a maçaneta da porta, se encostando nela. – Mas você vai ser minha. – ele piscou o olho e eu senti algo dentro de mim ferver.

A porta se fechou e eu suspirei, colocando a mão na testa e respirando fundo.

— O que acabou de acontecer? – perguntei pra mim mesma e escutei meu celular tocar, me dando um susto e me despertando. Andei até a mesa e o peguei, atendendo sem nem ver quem era. – Alô? – falei ainda com a respiração ofegante.

— Você não vai querer se meter nessa, Lana. – era uma voz grossa que me fez gelar. De medo.

— Quem tá falando? – perguntei e olhei na tela do celular, vendo que estava como “Desconhecido”. – Alô? – voltei a falar e a pessoa desligou. Franzi o cenho olhando pro celular e olhei pela janela, o Brian estava entrando em sua casa.

Pisquei os olhos com força e me senti a Emma de Scream, mas logo pensei naquilo ser uma brincadeira de mal gosto dele.

Ele sempre foi grosso comigo e do nada decide me provocar com um beijo?

Com certeza é ele, e ele quer que eu caia nessa.