História Two Parts Of A Single Love - O Sumiço De Maika

Mikene~

Tentei passar na estreita saída, e com muita dificuldade, eu me soltei. Eu devia pensar seriamente em fazer uma dieta. Penso comigo mesma. Olhei ao redor, procurando a Maika... Esquecendo totalmente do que havia lá dentro. Ouço Mart gritar, à minha procura. E essa agora... Fujo ou procuro pela Maika?!

Maika~

Havia escapado daquele galpão e saído correndo, sem olhar pra onde eu ia. Estava preocupada com a Mikene. Mas eu me encontrava em um Distrito desconhecido. Estava com medo, afinal, era uma zona não muito boa, onde haviam alguns caras suspeitos. Ao vê-los, dei meia volta e andei bastante. Fui parar em uma zona mais rica. Aliás... Rica demais. Refleti comigo mesma ao ver casais muito bem vestidos em um formidável restaurante. À la lumi...ère de.. l'art? Era um nome esquisito. Ri, e só então percebi que o casal me encarava assustado. Me lembrei de que ainda vestia as roupas de gângster e saí correndo. Precisava me livrar daquelas roupas. Me perguntei se eu carregava algum dinheiro. Estava perdida, cansada, faminta e a noite já havia caído. Vasculhei meus bolsos e entrei em uma loja comum. Comprei roupas bem simples e baratas. Descartei as outras em um lixo próximo e voltei a andar até sentar em um banco em uma praça. Observei todo o movimento, que se acabava aos poucos. O tempo parecia se arrastar. Mikene...

De repente, me vi diante dela. Ela sorria e me estendia sua mão. "Vamos para casa, Maika!" Ela dizia. Estendi minha mão.
-Mikene! - Gritei e abri os olhos. Foi apenas um sonho. Ventava um pouco frio. Fiquei decepcionada, confesso. Abracei os joelhos.
- Mikene...

Mikene~

Acabei decidindo por procurar a Maika enquanto fugia. Voltei à nossa cidade, a pé. Fui em sua casa, na escola, lanchonetes e rondei por prováveis locais que pensei que ela poderia estar.
Mas não adiantou. Maika não estava em lugar nenhum. Suspirei. Onde você se meteu, Maika? Andei por mais duas horas e nem sinal dela. Comecei a me preocupar seriamente. Pensei em ligar para a Polícia, mas eu poderia acabar sendo presa também, já que tinha  envolvimento com a Mart. Maika não devia estar com seu celular, mas mesmo assim corri até em casa e liguei para ela. O número discado está desligado ou fora da área de cobertura, por favor tente mais tarde. Engoli em seco. Merda! Passei as mãos pelo cabelo. Tomei um banho rápido e desci. Peguei as chaves do meu carro e entrei, dei a partida e saí. Se ela não estava ali, então só podia ter ido em duas direções. E para se ir a pé, tenho certeza de qual delas Maika seguiria.

Maika~

Comecei a espirrar. Isso não é bom. Preciso sair daqui. Me levantei e os mesmos caras de antes estavam próximos dali. Me afastei cuidadosamente, tentando ser silenciosa ao adentrar a mata do parque. Corri, e depois de sair dali, encontrei uma placa que sinalizava a direção de uma estação de metrô. Ótimo! Com isso, posso me localizar! Mas minha alegria se vai ao perceber que não tenho dinheiro nem para uma passagem. Me encosto em um canto, desanimada, e acabo adormecendo.

[Enquanto isso...]

Kyouya~

Consegui enganar a Miss Cannabis tempo suficiente para que a Haruna e a Hannibal fugissem. Para onde tinham ido, eu não sei, mas espero que estejam bem. Tentei acalmar a Miss. Ela estava brava por tê-las deixado fugir, mas não colocou a culpa em mim. Voltamos para sua "fortaleza" e ela se deitou no meu abraço. Resmungou até dormir. Fiquei pensando em como dar prosseguimento à tudo que ocorreu.

Maika~

Acordei e não estava mais na estação de metrô. Me encontrava em uma casa, me levantei da cama e andei pelo local. Simples e de tamanho médio. Digno de uma pessoa que mora sozinha. Penso e percebo que estou sozinha, com outras roupas e limpa. Espero sinceramente que não tenham me visto... Corei pensando na possibilidade. Ouço vozes e não me mexo. A porta é aberta e um garoto entra, acompanhado de uma garota. Ambos aparentavam ter na faixa de 16 - 20 anos.

-.....- Não disse nada, apenas os encarei. O garoto se aproxima.
-Ér... Oi.... Eu te vi lá na estação, caída e achei melhor te trazer para casa... Não precisa ter medo, afinal, não tenho segundas intenções. - Eu o ouço.
-Quem é você? - Pergunto, olhando-os da cabeça aos pés.
-Eu sou Yamato Tanaka. E ela é Mieko Yoshino... Tenho 19 anos e estudo na ala de medicina. - Ele diz e abre um sorriso. Relaxo um pouco, ainda afastada.
-E você é? - A garota fala. Ela era de estatura média. Loira e com um belo corpo.
-Sou Maika Haruna... E estou perdida... Na verdade nem sei onde eu estou ou como cheguei aqui. - Digo, me entristecendo e sentando no sofá. A garota se senta do meu lado e passa seu braço pelo meu pescoço.
-Não se preocupe. Eu e o Yamato iremos te ajudar. Por enquanto, pode ficar aqui na casa dele. - "pode ficar aqui na casa dele." de algum jeito, eu não gostava muito da ideia de ficar sozinha com um garoto, mas era bem melhor que ficar na rua.
-Vou preparar o jantar. - Yamato-san anuncia.
Minutos depois ele nos chama para comer, mas Mieko se desculpa e diz que tem que ir. Ela vai, acenando para mim antes. Me sento de frente para o garoto, que era alto, magro e possui cabelos negros e olhos azuis. Me pergunto se ele é japonês... Digo, enquanto ele se serve e começa a comer. Olho a comida e começo a comer também. Era deliciosa.
-Que delícia... - meus olhos brilham e continuo comendo energeticamente. Depois do jantar, faço questão de lavar os pratos e ao terminar, me sento para ver TV com ele.
-Ah! Você tem um celular? - Pergunto, me lembrando momentaneamente do número de Mikene. Ele me estende seu celular e eu disco seu número. Estava chamando.

Mikene~

Estacionei o carro e desci, começando a andar. Andei por cerca de 30 min e achei as roupas que Maika estava usando em uma lata de lixo. Maika... Meu celular vibra no meu bolso. Era um número desconhecido. Atendi.

Maika~

Fiquei aliviada quando Mikene atendeu.
-Hannibal falando.
-Mikene! - mal posso acreditar quando ouço a voz dela.
-Maika? É você mesma?
-Sim, Mikene... - meus olhos são inundados e as lágrimas escorrem.
-Estou tão feliz por ouvir a sua voz! Onde você está? - Ela pergunta e eu olho Yamato.-Hey, qual é o seu endereço? - Ele me passa e eu repasso à Mikene. Ela ouve em silêncio.
-Você... está com um garoto? -percebo o que fiz. Aaahhh! Como sou burra!
-Sim, foi ele que me resgatou das ruas quando eu estava na estação-
Sou cortada por batidas suaves na porta. Yamato se levanta e a abre. Deixo o celular no sofá e corro para ela, a abraçando.
-Mikene! - Ela não retribui, está perplexa e Yamato também. Me afasto e os olho. - Vocês... Se conhecem? -Pergunto. Yamato desvia o olhar. Mikene me puxa e me aperta.
-Maika, nunca mais suma desse jeito... Eu estava tão preocupada....
-Sim, me desculpe. - retribuo o abraço e me calço.
- Obrigada por ter me abrigado, Yamato-san. Sou realmente grata. - Me curvo.
-Ah, não foi nada... - Ele diz e sorri.
-Até algum dia! - digo e eu e Mikene saímos dali. Entramos em seu carro e ela estava meio pensativa. Mas deixou isso de lado e me beijou. Retribui o beijo, feliz. No caminho para casa, contei à Mikene tudo que havia ocorrido, mesmo a parte da suspeita do banho, o que a incomodou.