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História Two Sides - Capítulo Segundo - Confusões


Escrita por: MylenisBern

Notas do Autor


Primeiramente, agradeço à todos que leram ao primeiro capítulo e gostaram. É com muito carinho que apresento o segundo capítulo à vocês.

Capítulo 2 - Capítulo Segundo - Confusões


 

Já se faz um mês que trabalho na casa dos Sam, quase todas as manhãs cumprimento e sirvo todos no café e os encontro à tarde. As discussões entre o senhor Matt e a senhora Lisa durante as refeições ficam mais frequentes em minha presença, aparentemente os filhos não se importam ou apenas fingem que não. 

Katy vive anotando diversas coisas que ainda não decifrei e seria insolente se fuxicasse, Brock troca algumas palavras comigo quando estou arrumando seu quarto ou quando chega tarde do trabalho e eu ponho a mesa para ele, quando isso de chegar mais tarde do trabalho acontece eu tenho que ir sozinha para casa e ele chama e paga um táxi para mim,acho gentil da parte dele, geralmente patrões não tomam essa decisão.  

Minha mãe fica com a pulga arás da orelha sobre minhas pequenas conversas com Brock, ela repete que eu não devo me misturar com ele já que temos quase a mesma faixa etária – ele é três anos mais velho que eu – e eu tenho minha beleza natural como ela mesma fala. Acho bobagem, mesmo achando ele um sonho sei que devo me por no meu lugar de empregada.

Hoje é um desses dias de chegar tarde do trabalho e coloco a mesa para Brock. A casa está silenciosa pois os Sam viajaram para alguma das casas de temporada deles em algum lugar que não faço ideia de onde seja,Brock não foi porque teve uma reunião na empresa onde ele trabalha,fiquei sabendo disso em uma das conversas entre ele e o pai.

Quando estou na cozinha ouço passos na sala de jantar e automaticamente já sigo para lá. Ele sorri educadamente para mim enquanto encho seu copo com suco. 

- Emma, deixe que eu coloque. Obrigado. – Ele diz quando estou prestes a pôr o seu prato

 

Fico em pé na parede, atrás dele, pronta para qualquer coisa que possa me pedir.

 

- Você já jantou ?  - Pergunta sem virar para mim enquanto coloca um pouco da salada de macarrão em seu prato

- Sim,senhor. – Respondo 

 

Lembro dos avisos da minha mãe. Ela pede pra que eu não tenha muita intimidade com Brock, pois isso pode me prejudicar. Até então não vejo maldade alguma da minha parte para com ele e vise-versa, até então...

 

- Porque não se senta comigo e coma mais um pouco? Essa salada de macarrão está divina !

- Não posso me sentar à mesa dos patrões. – Falo soltando um riso sem graça.

- E por quê não? Não seu patrão e não sou eu quem está te convidando? – Indaga, dessa vez se virando para me ver

- Não...obrigado. Já estou satisfeita. – Mantenho minha postura 

- Tudo bem... Então senta, não precisa ficar em pé feito uma estátua. 

 

Eu já caminho para a cozinha quando ouço ele me chamar.

 

- Emma...aonde está indo? Sente-se aqui. 

 

Fico tensa, sinto que é algo errado. A senhora Lisa detestaria ver uma empregada sentada à sua mesa de vidro .

Brock observa minha tensão enquanto sento numa das cadeiras totalmente acolchoadas . Ele ri e continua a comer. Vejo que ele está prestes a falar algo.

 

-Hm...- termina de mastigar. – Por que parece estar tão nervosa? 

- Não devo sentar na mesa dos patrões. – Respondo de imediato

- Isso é coisa da minha mãe. – Explica. – Por mim todos que trabalham aqui sentariam à mesa conosco e almoçaríamos juntos, nem se fosse apenas aos domingos e feriados. 

 

Eu solto uma risada e ele me olha como se eu estivesse levando na brincadeira o que ele disse. E estou.

 

- Do quê está rindo? É sério. Acho desnecessário essa separação boba. 

- Desculpe. Mas esse é nosso local de trabalho, não nossa casa. Devemos nos portar como empregados já que essa é nossa função. A equipe de limpeza dos negócios de vocês sentam na mesma mesa que você, o vice-presidente? 

- Não. – Responde de imadiato

- Bem, é como se fosse uma cadeia social, empregados e patrões, por mais sociáveis que sejam, não se misturam. É algo da vida, a sua mãe nunca vai aceitar que os empregados sentem à mesa com ela, por mais legais que eles sejam. 

- Você está certa, mas nunca é tarde para mudar essa perspectativa. – ele pisca. – Já terminei o jantar, estava maravilhoso. Agora,para mostrar que detesto essa separação ridícula que empoem, iremos lavar a louça,juntos. 

- Senhor,Brock,não. Por favor. – Peço

- Emma, para com esse senhor que você insiste em pôr antes do meu nome, e, segundo, você lava e eu seco.

 

Ele caminha para a cozinha e já sinto a adrenalina tomar conta do meu ser. Meu 6º sentido me faz esperar por algo ruim.

Ele está me aguardando na pia, sorrindo como uma criança prestes a aprontar algo. Está tão bonito, vestindo uma blusa social azul escuro e uma calça social justa. Ele solta o cabelo que vai acima dos ombros e o prende novamente. Arregaça as mangas da blusa e aguarda a louça com um pano de prato em uma das mãos. 

Desisto de o impedir que seque a louça, nada adiantaria. Começo a lavar e coloco no escorredor onde ele prontamente pega e seca, pondo sob a bancada que fica em frente a pia. 

Já me sinto menos tensa, ficamos calados prestando atenção no serviço. Ás vezes solto uma risada com o jeito de Brock secar um prato ou uma tigela, ele realmente nunca fez isso. 

 

- Que absurdo é esse? – Travo quando ouço a voz da senhora Lisa

 

Me viro e a vejo com malas no chão e uma bolsa em seu braço. Os olhos dela estão queimando enquanto observa a cena à sua frente, o filho e a empregada lavando louça. Ela nos olha como se estivéssemos fazendo algo horripilante. 

 

- Só estou a ajudando com a louça. O que tem de errado nisso? – Diz Brock com cautela

- O que tem de errado? Brock, você está fazendo essa pergunta para mim quando vejo um patrão fazendo obrigações de uma empregada? A quem pago para fazer isso? – Ela cospe as palavras

- Com licença. 

 

Fecho a torneira e já estou saindo quando ela estende a mão para mim como um pare.

 

- Você não vai sair daqui agora ! Fique sabendo que vou pensar se irei dispensar a senhorita ou não, e sua mãe saberá amanhã deste ocorrido. – Ela aponta o dedo pra mim enquanto fala e eu sou abaixo a cabeça

- Que palhaçada,mãe. É só uma louça. Eu insisti para ajudar, ela não queria. 

- Mas deixou que fizesse. O que aconteceu em minha ausência, ela se sentou à mesa também? Já o chama só de Brock como se fosse um amiguinho? Emma não é mais uma menininha de 5 anos que brincava com você pelo jardim, agora ela nos serve como doméstica. Amizade é da porta dessa casa pra fora. 

 

Minha vontade é de chorar até derreter como manteiga. Não sabia que a senhora Sam é dessa forma quando está se referindo à uma doméstica, ainda mais com raiva. Saí devagar da cozinha sentindo os olhos de Lisa me queimando pelas costas. Isso é muito mal!

 

- Isso é cruel. Você não está escutando o que diz? – Brock se estressa. – Pára de ter uma personagem de a patroa boazinha quando na verdade se estoura por coisas banais. Emma é sim nossa doméstica, mas ela é um ser humano e tem o mesmo valor que você tem. E se eu a chamar pra comer comigo na mesma mesa, ela irá comer.  

 

Ouço da cozinha e,logo após, passos pesados,mas não de saltos. Brock se retirou da cozinha. 

Retiro meu uniforme e já sigo para fora da casa. Conto umas moedas e, graças a Deus, tenho dinheiro para a passagem. O caminho até fora do condomínio para pegar um ônibus é longo, no Vert só entram transportes particulares e táxi. Penso no que deixei que Brock fizesse, eu não deveria nem sentar quando ele pediu. Eu sou tola demais, não posso deixar que floresça uma amizade,não dá.

Sinto faróis de carro atrás de mim e a velocidade está diminuindo, eu não seja um os jovens que acabara de sair da festa na casa 207B.

 

- Emma. – Ouço 

 

Vejo Brock dentro do carro com o vidro baixo, a velocidade quase mínima para que acompanhe meus passos.

 

- Me desculpa. A atitude da minha mãe foi ridícula. Entra, te dou uma carona.

- Não posso. – Digo com medo de que alguém veja e conte à senhora Lisa. – É errado. Empregados e patrões não se misturam.

- Emma,eu insisto! – Ele abre a porta do carona. – Por favor...

 

Entre aceitar uma carona e ir segura para casa ou esperar algum transporte à essa hora da noite, eu prefiro aceitar a carona.

 

- Tudo bem, mas...sua mãe não sabe que você está fazendo isso, certo?

- Estou no meu quarto, onde ela não entra. 

- Ok.

 

Entro no carro e aperto o botão para que o vidro suba até seu limite. E eu não estou sentada no banco do carona,estou logo atrás, perdida em meus próprios pensamentos. Por sorte, Brock não solta uma palavra durante o caminho, o único som do carro é o do rádio que emite um som ambiente. Penso no quanto estou errada – e encrencada - quando minha mãe souber disso irá surtar, só não conto agora pois ela já está dormindo.

Olho a hora no relógio, 23:50pm, já deveria estar debaixo dos meus edredons tendo um sono tranquilo. Mas aqui estou, sentada no banco de trás de um carro, imagino eu que importado, com meu jovem patrão dirigindo como forma de desculpa pela humilhação à qual sua mãe me fez passar. Sinceramente prefiro a opção do sono a essa.

Assim que vejo o carro parando e a minha casa ao lado, sinto alívio e começo a me ajeitar para descer.

 

- Emma, mais uma vez...

- Brock, por fa..., Senhor Brock, por favor, não comece a se desculpar para uma mera empregada.

- Não precisa colocar o senhor a frente do meu nome. – Suspira

- Preciso e devo colocar. O senhor é meu patrão e não quero mais problemas em meu serviço. 

 

Saio do carro o mais rápido que conseguir e me viro para acenar para Brock.

 

- Espero não causar mais esse mal entendido e peço para quê o senhor evite falar comigo quando não se respeitar do meu trabalho.

 


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