História Two sides - I t ' s O k a y

> Hoseok <

Quando entramos em casa, coloquei-o deitado no sofá, e fui até a cozinha fazer um chá de qualquer coisa, já que não entendo nada sobre isso.

Quando voltei a sala, encontrei um Yoongi dormindo, com a respiração lenta e ritmada, e um rosto vermelhinho.

Larguei a xícara sobre a mesa de centro, e o deixei dormir ali, até que todas as coisas pelas quais ele estava passando, ficassem melhores, seja lá o que fosse.

Tomei um banho quente, e fiquei organizando algumas coisas. Depois voltei para a sala e sentei em uma poltrona, mexendo no computador.

Depois de quase três horas, ele acordou. Foi abrindo os olhos devagar, e parecia até meio perdido, com os cabelos bagunçados.

- Oi... - falo calmamente, fechando a tela do computador, enquanto seus olhos se habituam a luz.

- Eu estou... na sua casa. Ok. - Ele olha em volta, e fecha os olhos com força, pondo as mãos na cabeça. - Ai.

- Quanto você bebeu? - eu sorrio.

- Pouco, na verdade. Eu não quero explicar sobre isso agora. 

- Ah... - o efeito do álcool passou. O Yoongi distante voltou. - Você quer tomar um banho?

Ele apenas assente e eu lhe entrego uma toalha e uma outra camiseta. Qualquer calça minha ficaria gigante nele.

[...]

- Onde você quer que eu coloque essa toalha? - ele pergunta terminando de passá-la nos cabelos. Eu não estava preparado para isso. Yoongi de cabelos molhados, e com a minha blusa que ficava enorme nele.

- Ah e-eu... eu coloco em outro lug-gar...

Droga. Às vezes eu queria ser um garoto normal, se é que me entende. Ainda sinto dificuldades em aceitar alguns fatos sobre eu mesmo.

Quando volto para a sala ele está encarando o teto, brincando com o rasgo no joelho da calça.

- Você... quer conversar? - sento ao seu lado, abraçando meus joelhos. Ele sacode a cabeça negativamente. Eu não esperava que ele fosse contar tudo para mim de uma vez.

- Obrigado. - Ele me encara e suspira. - Por ter ido atrás de mim, mesmo não tendo a obrigação e...

- Yoongi. - Eu o encaro também. - Eu não iria deixar você sozinho estando assim. Você chorou muito, e eu fiquei preocupado.

- Ah ótimo. Três garrafas de soju e eu já estou chorando... meu psicológico está uma merda mesmo.

- Aliás, sobre isso... - não há um modo discreto de ajudá-lo, ele precisa urgente de um choque de realidade. - Você já pensou em conversar com um terapeuta?

Ele me encara incrédulo em silêncio.

- Você acha que eu sou louco? Ah, ótimo, mais um para me-

- Ei! - o interrompo. - É porque eu percebi que... você não fala com ninguém, e talvez isso pudesse ser de grande ajuda.

- Por que você está se esforçando para me ajudar? Você não tem obrigação nenhuma comigo.

- Eu digo isso porque eu enfrentei os piores problemas da minha vida sozinho. É horrível. Eu... estou... sozinho e perdido até agora.

Ele permanece em silêncio, mas agora parece mais tocado.

- É por isso que eu... eu agora... moro sozinho. Meus pais preferem me manter longe.

Eu mesmo suspiro e sinto uma lágrima caindo, mas já não me importo. É tudo difícil para mim também. Limpo meu próprio rosto, pois sei que ele não fará isso por mim.

Mas surpreendentemente, ele aperta minha mão, e ficamos em silêncio.

Talvez nós até pudéssemos nos tornar bons amigos. Dois garotos estranhos e completamente afundados em depressão.