História Two Souls - Um Pouco de Nois Duas

-Olá princesinha

Uma voz tenebrosa que parecia sair das poucas sombras que haviam no beco falou comigo, minha visão ainda estava turva, logo deduzi que algo foi feito para que eu ficasse nesse estado.

-Quem é você? O que você quer?

-Você não me reconhece? Poxa, fiquei triste.

Disse a pessoa que vinha na minha direção.
Essa voz, conhecia essa voz. Era aquela maldita voz, que fala dentro da minha cabeça. Essa voz dos infernos.

-Que pena que não pode ver agora, você se lembraria se pudesse ver melhor, mas como não pode, vou ter que me contentar e esperar até chegarmos lá
Disse.

Lá
Pensei.

Algo bateu em minha cabeca e tudo ficou preto.

Aos poucos fui recobrando a consciencia, tentei passar a mão na cabeça, mas não consegui, minhas mãos estavam presas, ainda não sabia onde estava por que a única luz existente naquela sala escura, estava bem em cima de mim e estava fortissima fazendo meus olhos e minha cabeça sentirem uma leve pressão, parecia não haver nada ali, a não ser eu, sentada em uma cadeira com as mãos amarradas.

Que maravilha
Pensei ironicamente.

Uma porta se abriu e uma pessoa passou por ela vindo na minha direcão, parecia ter algo nas mãos que pelo suave barulho que fazia, aparentava ser agua.

-Finalmente acordou majestade. Que bom, agora poderemos conversar.

-Quem é você? O que você quer de mim?

-Calma. As coisas não são assim não meu bem. Primeiro, vamos arrumar sua visão.

Disse ele e jogou algo no meu rosto, com um cheiro não muito perfumado e aos poucos minha visão foi voltando ao normal.

- Olhe pra mim.

Levantei os olhos, analisei a pessoa que estava ali na minha frente. Não me parecia familiar, não me lembro de te-lo visto em lugar algum, mas sua energia pesada me fazia pensar nos pesadelos que tinha.

-Vamos, eu sei que você se lembra.

-Não sei quem é você.

-Tem certeza?

Disse pegando no meu rosto e o levantando para que pudesse o ver melhor.

Era um rapaz jovem, deveria estar em seus vinte e poucos anos, era bonito ate abrir os lábio em um sorriso. Era ele, era aquele do sonho, que me esfaqueou. Atras dele havia algo, um monstro, ou lobo, não consegui identificar, minha cabeça doia, mas sabia que era a mesma criatura que vi na YG naquele dia no vestiario.

-O que quer de mim?
Disse

-Primeiro vamos conversar e depois eu digo o que quero.

-Não tenho o que conversar com você. Me solta!

Disse tentando soltar os bracos presos da cadeira.

-Ah não, assim não tem graça.
Disse enquanto se movimentava pela sala.

-Você.
Disse apontando para mim.

-Você trabalha com os bangs não é?

Nada disse. Ele desferiu um tapa em meu rosto fazendo minhas bochechas arderem.

-Você tem que responder quando eu perguntar algo a você.

Disse em tom calmo, com se nada tivesse acontecido. Um louco psicopata só pode.

-Vou perguntar novamente e você vai responder, entendido? Então, você trabalha com os Bangs, não é?
Disse, me encarando com maldade.

-Não é da sua conta.

Dessa vez um soco em minha boca, me fazendo cuspir sangue.

-Garota insolente.

E me acertou outros dois socos no rosto, fiquei tonta e minha visão turva, fui perdendo os sentidos, minha vista foi escurecendo e pude ver que a pessoa havia sumido.

Desmaiei.

                          Miih Scott.

-Aonde ela se meteu? Não estava em casa e nem atendia o celular. Eles a pegaram, eu sei que foi a Alcatéia, a muito tempo eles vem tentando encontra-la, mas sempre conseguiamos fugir, sempre davamos um jeito de nos safar, mas agora...
Não sabia exatamente o que queriam com a Bethanye, mas sabia que algo tinha aver com a familia.

A familia Himura, era um clã de bruxas antigas, que vinha mantendo seu clã atraves dos anos e linhagens. A muitos anos atrás, aconteceu uma guerra entre lobos e bruxas, o motivo ainda desconheço. E apesar de não haver mais guerras como antes, a luta por sobrevivencia ainda continua, não é muito dificil encontrar com lobos e bruxas por ai é so você ver além do que os olhos permitem.

E esse dom, não é pra todos é apenas para aqueles que possuem ligação ou descendencia com lobos ou bruxas e eu e a Bethanye não tinhamos apenas uma ligacao, tinhamos o sangue das bruxas correndo em nossas veias, o que fazia de nois descendentes puras. Nos conhecemos no balet, ela me viu e eu vi ela, nos vimos como eramos de verdade e logo nos aproximamos e ficamos amigas.
Com o passar dos anos, por causa de uma foto, fomos atras de nossas origens e acabamos descobrindo quem eramos.

Bethanye era descendente direta do último lider da familia Himura, ou seja, ela era a próxima a dar continuidade a toda aquela luta desnecessária, já eu, era fruto de um relacionamento proibido entre as duas raças, minha mãe era uma bruxa que pertencia a familia Himura e meu pai era um lider em treinamento para dar fim a raça de bruxas. Mas se apaixonou por uma e se negou a matar qualquer bruxa, se tornando um rebelde e fugindo para viver seu amor com minha mae. Mas acabou não dando certo, meu pai morreu tentando despistar uma caça contra ele e minha mãe morreu depois que nasci.

Foi dificil viver desse jeito, mas tudo ficou mais fácil quando conheci Bethanye, e logo depois que ficamos amigas prometemos que cuidariamos uma da outra.  E uma ligação entre nois duas se estabeleceu, sempre sabiamos quando uma não estava bem era como se fossemos irmas.

Meus olhos se encheram de lagrimas, não tinha um rastro ou pista se quer dela já havia dois dias, o que fazia com que minha angustia so aumentasse, me fazendo pensar o pior.

Será que eles...

Não, não podem te-la matado, se tivessem a matado eu saberia.
Teria que inventar uma desculpa pros meninos, por que eles vão perguntar por ela. E estava pensado seriamente em não ir a YG, pra ir procurar por ela.

Droga Beh, cade você?

Estava dando uma volta de carro pela cidade ver se conseguia pensar direito, os pensamentos sobre o que poderiam ter feito com ela atormentavam minha cabeca, me deixando confusa.
Me surpreendi ao ver que já estava noite, então dei meia volta e voltei pro apartamento, que sem minha amiga ali, parecia tão triste. Tomei um banho e não quis comer, estava com o estomago embrulhado demais pra isso, não demorou muito e logo peguei no sono.

Estava em uma praia, sentada a beira do mar, vendo de longe os Bangs brincando e sorrindo, estavam todos tão felizes.

-Vamos noona.
Gritou Seungri ao longe.

Comecei a caminhar indo na direcao deles, mas, quanto mais caminhava, mais eles se afastavam de mim. Comecei a correr e correr, e correr mais ainda mas eles só se afastavam.
Gritava seus nomes mas minha voz não saia, uma escuridão foi me cercando, mãos e braços surgiam tentando me pegar, consegui me disvenciliar de algumas mas uma agarrou meu pé seguida por outras mãos.
Uma delas agarrou meu pescoço me fazendo ficar sem poder respirar.

Morrer...

Acordei assustada com falta de ar, olhei ao redor e me tranquilizei ao ver que estava no meu quarto.
Suspirei tranquila, mas notei que havia algo de errado na casa, levantei da cama e devagar fui para a porta, tomando cuidado para não fazer nenhum barulho. Olhei o corredor e não havia nada, mas estava diferente, parecia sombrio .
Desci as escadas e não havia nada apenas a janela aberta, de novo.
Sabia que havia algo de errado. E tem alguem aqui.
Ouvi um barulho na cozinha e corri pra ver quem era, um vulto passou por mim indo para a sala e corri pra tentar pegar o maldito.

-Eu não vou te fazer mal.

Uma voz ecoou pela sala, não que ela fosse enorme, mas tinha uma boa acustica. Ele saiu da penumbra vestido todo de preto e estava com a aparência péssima.

-Taeyang! Disse meio surpresa.
O que tá fazendo aqui?