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História Two Strange Worlds Collide. - Here We Go Again.


Escrita por: bonjourerika

Notas do Autor


Dedicado à minhas irmãs e mamis, por sempre acreditarem em mim e insistirem para que eu persista.

Capítulo 1 - Here We Go Again.


Fanfic / Fanfiction Two Strange Worlds Collide. - Here We Go Again.

Os garotos gritavam. Estavam aterrorizados, é claro, mas ao mesmo tempo a expectativa agoniante de a qualquer momento eles viessem a sofrer um ataque mortal os animava, como se o perigo fosse atraente ao seus olhos. De qualquer modo, depois dos eventos antes do verão chegar com as boas férias, eles devem ter se acostumado com o medo - ou melhor dizendo, o terror, já que qualquer sentimento ruim, no mundo invertido é mil vezes pior. As vezes eu gostava de entrar sob os cobertores e ao fechar os olhos, fingir que tudo o que acontecera comigo, com o Will e com meus outros amigos, não passara de um pesadelo.

Amigos. 

Um amigo é alguém por quem você faria qualquer coisa. Você emprestaria as suas coisas legais como gibis e cards raros. E eles nunca quebram uma promessa.

Mike me dissera aquilo com tanta certeza que eu só podia pensar: Céus. Eu preciso de amigos. Ainda não havia entendido muito bem o que significava, principalmente porque eu não sabia o que eram gibis e muito menos cards. Mas ali estava eu, mais uma vez, junto aos meus amigos. 

  - Dustin! - gritou Lucas de repente, assustando a todos nós. - Este não é momento para sequer pensar em comida.  Largue o pudim e faça alguma coisa!

 Até o momento ninguém havia notado que Dustin estava comendo, todo cuidadoso, mais uma latinha de pudim de chocolate cremoso. Eu não podia acreditar.

  - Você é louco? - Will não estava realmente perguntando, já que revirava os olhos, como quem já sabe a resposta. 

  - Pessoal, não é hora pra isso: Nem pudim - Mike lançou um olhar ameaçador para o Dustin, que sorria satisfeito. - Nem para brigas. Comentam um pequeno erro, e todos morrem. 

 A seriedade estampada no rosto de Mike Wheeler sempre me surpreendia. Quem não o conhecesse e o visse naquele exato momento, até pensaria que se tratava de assunto mortal e sigiloso da CIA. Mas não, os meninos estavam só jogando Dungeons  & Dragons. De novo. E já haviam se passado três horas. 

Nesta rodada Mike era O Mestre do Jogo, assim como na última. Ele era o melhor na interpretação do Mestre. Os outros eram o mago, anão e elfo. Mas àquela altura eu já havia me perdido em quem fazia o que. Por isso não jogava com eles, o que era uma... Como era mesmo a palavra que Lucas tinha me ensinado? Uma... Ah, sim! Uma porcaria! Não jogar com eles era uma porcaria, porque dentre todas as coisas que eu ruim, quando o assunto era Dungeons & Dragons a palavra que me definia era: desastre. 

Haviam tantas peças e regras e lutas... Após os últimos acontecimentos, eu passei a paralisar quando assistia ou até mesmo escutava sobre lutas. Qualquer uma. Mesmo luta de gatos me fazia surtar feito um ratinho em uma daquelas armadilhas que eu não sabia o nome. 

Eu estava entediada. Estava fazendo um dia lindo lá fora e os meninos insistiam em ficar dentro do porão, o dia todo,  jogando. Eles ficariam assim durante todas as férias?! Haviam tantas coisas estranhas e incríveis para explorar e conhecer do lado de fora que eu não conseguia me imaginar passando mais meia hora parada. Mesmo se eu não tivesse vivido como vivi... presa, como experimento humano de laboratório... As lembranças eram muito assustadoras para me fixar nelas...

Me aproximei da mesa onde eles estavam e falei, tentando não resmungar muito. 

  - Por que vocês não tentam descobrir o que o Mike... 

  - O Mestre - Lucas me corrigiu. 

  - O que o Mestre - repeti - está pensando e acabam logo com o jogo? 

  - As coisas não  funcionam assim, El - Dustin riu. 

  - É verdade. Nem todos são como você - Lucas piscou pra mim. 

  - Acho que a Eleven ta de saco cheio, não é?. - Will disse, largando as peças e se levantando. Ao se aproximar de mim, fui obrigada a me afastar dele. Will pareceu ter notado e chateada comigo mesma, me aproximei dele novamente. 

  - Sim. Vamos lá fora! - concordei. Não queria o tratar assim. O Byers. Quer dizer, ele era apenas mais um garoto, meu amigo também. Estávamos juntos mesmo em mundos diferentes. Tudo o que passou foi muito horrível,  mas por conta dele, que conheci os garotos. Eles estavam procurando pelo Will quando os vi pela primeira vez,  sob aquela chuva incessante. 

 Will também era amigo. Então por que meu corpo insistia em se manifestar estranhamente perto dele? Por que eu me arrepiava e meu estômago apertava? 

Talvez eu devesse falar com o Mike. Ele me entendia como ninguém e com certeza, me ajudaria a entender aquilo. 

  - Não, não. Você não pode abandonar o jogo. Isso é babaquice. 

  - E contra as regras - acrescentou Dustin. 

  - Já abandonei. - Will sorriu ao dar de ombros. 

  - Espera só mais um pouquinho, El. - Mike pediu - Estamos quase terminando. Eu só... - Sua voz foi ofuscada pelo o grito da sua mãe,  chamando pelo o seu nome. 

Os garotos e eu trocamos olhares. A Sra. Wheeler não era o que chamamos de... uma pessoa dócil. 

Assim que o Will fora resgatado e todos estávamos, finalmente, seguros do Demogorgon quando eu o explodi com a força do pensamento - e de todo o meu corpo, já que acabei ficando desacordada durante três dias - O Mike; a mãe do Will, a Joyce; e o Xerife de Hawkings, o Hopper, tiveram que insistir muito para que a Sra. Wheeler me deixasse ficar na casa dela. Por um lado, eu até a entendi. Talvez não fosse querer uma menina suja, careca e que arrastou seu filho para uma porção de perigos, dormindo perto de seu quarto. E ela nunca me tratou mal, apesar dos pesares. Mas eu estava muito assustada, e sozinha. Não ia querer ficar longo do Mike...

  - O que foi, mãe? - Mike gritou de volta, claramente assustado demais para subir as escadas e enfrentar a fera. Talvez ela tivesse descoberto que, acidentalmente,  quebramos um de seus vasos de porcelana enquanto Lucas nos ensinava a usar o estilingue. 

  - Venha aqui, Mike. Agora! 

  - Acho melhor eu indo embora. Minha mãe pode ficar preocupada  - Dustin disse, já ia levantando rapidamente. 

  - São 15h00 da tarde. Você vai ficar - sussurrou Lucas, obrigando o seu amigo a sentar-se novamente. 

  - Por quê? O que quer? - Mike gritou novamente, arriscando mais uma escapatória. 

 - Mike! - sua mãe berrou e desta vez, sem delongas, Mike correu escada acima. 

Os meninos e eu mal tivemos tempo para nos preocupar e Mike voltou, todo murcho e sem graça. 

  - Acho que a ideia da El de dar uma volta pelo bairro, é muito boa.  - disse, olhando para os próprios pés. 

Fui obrigada a rir, o que deixou Mike ainda mais constrangido. 

  - Eu sempre tenho a razão - brinquei. 

  - Você sempre é chata,  isso sim. - Lucas fingiu me olhar com raiva. Ri ainda mais. 

  - Ela é uma chata com superpoderes, Lucas. Cuidado com o que fala. - Dustin também brincou, colocando sua mochila nas costas.  

  - E vai te lançar no ar novamente. - Mike provocou Lucas com o que fiz há algum tempo atrás,  quando Will ainda estava desaparecido. Tudo não passou de um desentendimento. Me senti como um monstro no momento que vi meu amigo machucado no chão. Mas ele havia dito palavras rudes para mim. De qualquer forma, tudo estava resolvido entre nós. Lucas fez uma careta. 

Neste mesmo instante, Will também estava com uma expressão feia no rosto. Seu rosto se retorceu tão rapidamente que me perguntei se não havia sido algo da minha imaginação. Mas então ele disse com uma voz grave:

  - Podem ir na frente que depois alcanço vocês. Preciso ir ao banheiro. - E subiu as escadas rapidamente, sem nos dar tempo de responder. 

  Os meninos brincaram sobre a culpa da dor de barriga ser a comida da mãe do Mike, mas não pareceram notar nada de estranho. 

Contudo, eu estava arrepiada novamente.

Fiquei preocupada com Will, sem saber bem o motivo para isso. Uma sensação ruim invadiu meu peito, acelerando as batidas do meu coração. Era um sentimento conhecido, quase íntimo. 

Não, nada disso pode ser real. disse para mim mesma  Ele está morto! Todos foram  destruídos e estamos bem.

 

  - El - O Mike me chamou baixinho,  tocando em meu braço. - Você está bem? 

  - Bem. - sorri fracamente. Me senti péssima por mentir, principalmente para o Mike. Mas eu havia feito uma promessa de nunca mais deixar com que ele ou qualquer outra pessoa sofresse por minha culpa. 

 E estamos bem, repeti para mim mesma incontáveis vezes durante o dia.  O sentimento ruim não amenizou e antes de dormir, quando Mike subiu para o seu quarto - foi escolha minha continuar dormindo no porão. Era onde eu me sentia mais segura -, já não acreditava em mim mesma.

Me preocupei porque soube que era mentira. Eu sabia e senti medo.

Ainda não estávamos bem.


Notas Finais


Bem pessoal, esse foi o primeiro capítulo ( Ah, não me diga Erika!). Espero que tenham gostado! Sendo honesta, eu sou o inverso de muitos escritores: Comecei com os Originais ( Alguns ainda não terminados e nenhum publicado) e só agora, passei para o mundo das Fanfics. Mas acontece que eu amei muito Stranger Things para não fazer uma fic!!!! Não podem me culpar!
Eu tenho um probleminha: começar certas coisas e não terminar. Mas vamos fazer uma rodinha e fazer uma dança para que isso não aconteça! Haha.
Até a próxima Strangers!


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