História Two Worlds - Um: Quem são eles?

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Nova York, Alcateia de Lucian Garroway.

— Então você é de Beacon Hills? — disse Luke, passeando os dedos pela mesa.

A garota era extremamente petulante. O corte de cabelo era curto, assim como o short que a menina usava. Ela assentiu, cruzando os braços.

— Não tenho boas lembranças do alfa de lá — Luke encarou-a. Ficava imaginando o que raios ela era, porque estava claro que não era uma lobisomem normal.

— Peter Hale — ela engoliu a seco, como se lembrasse de algo terrível. Bem, Peter era realmente terrível, mas Luke não acreditava que fosse capaz de causar tanto pânico em alguém. — Ele não é mais o alfa de Beacon Hills.

— Não? — Luke teve que conter um sorriso. — Então quem é?

— Scott McCall — respondeu ela. — Você não o conhece. Ele é novo nisso, mas é um Alfa Genuíno.

— Um Alfa Genuíno? — O queixo de Luke caiu. — É impossível, é uma lenda.

— Aparentemente não — a garota encolheu os ombros. — Enfim, isso não é o que eu vim discutir aqui. Nós estamos sendo ameaçados. Um maluco está nos ameaçando com uma coisa que pode nos destruir, mas eu não sei quem é e o que ele tem. Scott não me deu essa informação, até porque acredito que nem mesmo ele saiba. Tudo bem, precisamos da sua ajuda, porque você e seu bando é nossa única esperança.

Luke assentiu, processando toda a informação. Era impossível que fosse... Bem, não era impossível mas o que raios ele iria querer com o alfa de Beacon Hills?

— E essa... "coisa"? Você tem noção do que é? — perguntou Lucian.

A garota balançou a cabeça, negando.

— Parece que é um tipo de cálice, eu não sei, não ouvi direito — respondeu ela, depois de vasculhar muito a mente.

Luke soltou um palavrão e conteve o impulso de bater na mesa. Valentim Morgenstern estava atrás do bando de Beacon Hills.

— O seu bando — disse Luke —, quantas pessoas há nele? Quais as habilidades?

— Um Alfa Genuíno, um ex-alfa, um beta, uma Quimera, uma banshee, uma coiote, um humano e uma kitsune — respondeu ela, sem hesitar, ou demorar um segundo para lembrar de qualquer informação.

— Você disse uma coiote? — perguntou Luke. — Eles não são apenas mitológicos...?

— Não, senhor — disse ela. — Eu sou a coiote.

Luke não podia estar mais surpreso. Uma coiote. Bem ali na sua frente.

— O meu bando também tem uma sobrenaturalidade extensa — murmurou ele, virando-se para Maia, sua vice que estava lá a conversa toda, apenas em silêncio. — Contate ao Instituto de Nova York sobre isso.

— Sim — disse Maia, saindo da sala.

A garota, que já ia se retirando da sa também, virou-se ao ouvir Luke chamá-la.

— Qual o seu nome? — Perguntou ele.

Ela deu um sorriso, estava com a mão na maçaneta e abriu a porta, mas não saiu do lugar. Os olhos da garota brilharam, em um azul cintilante.

— Malia — respondeu ela. — Malia Hale.

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— Eu não acho uma boa ideia — disse Lydia. — Quer dizer, a Malia ter ido falar com o alfa de Nova York — ela balançou a cabeça. — Foi impensado, perigoso.

— Era nossa única opção — respondeu Stiles.

Eles caminhavam calmamente, à luz da Lua. Stiles estava levando Lydia para casa, mas ela se recusou a subir no jipe de Stiles, o que o deixou magoado. Lydia alegou que era questão de segurança, e, bem, ela tinha motivos.

— Você não está preocupado? Com a Malia? — perguntou Lydia.

— Claro — respondeu Stiles. — Ela é minha amiga e, bem... ex-namorada.

O clima ficou pesado nos segundos que se seguiram. Lydia estava desconfiada do seu coração, estava tudo confuso nos últimos meses para ela. Ela se sentia bem com Stiles de uma forma que nunca se sentiu com ninguém, mas talvez fosse apenas um  instinto de banshee, indicando que ele era alguém importante, como um irmão, certo?

— Você... — Lydia se interrompeu, mordendo o lábio inferior e parando de andar. Balançou a cabeça, concluindo que tudo que ela ia dizer era loucura. Stiles parou e olhou para ela.

— Eu...?

— Você ainda gosta dela? — perguntou Lydia, cabisbaixa.

Stiles soltou algo entre uma risada e um arquejo. Ele colocou as mãos no bolso da calça e pensou. Talvez tivessem se passado três segundos para Stiles responder, mas para Lydia foram três longos e torturantes minutos.

— Eu não sei — disse ele. — Ela é especial para mim, mas eu não sei o que eu sinto por ela. Talvez amizade, talvez paixão...

Ele balançou a cabeça e começou a andar novamente. Lydia seguiu seus passos.

— Eu queria saber — disse ela.

— O quê? — perguntou Stiles.

— O que as pessoas sentem pelas outras — esclareceu ela. — Banshees deviam fazer isso, e não apenas prever que algo ruim vai acontecer.

Ela estremeceu.

— Eu tenho pesadelos, Stiles. Todas as noites, com as pessoas que já morreram — disse Lydia, a voz rouca. Ela pigarreou, tentando impedir que as lágrimas viessem. — É assustador. As vozes deles preechem minha cabeça, e eu... eu só consigo ouví-las. Os últimos pesadelos foram estranhos. Um cálice, uma ruiva, um objeto parecido com uma caneta, mas com um cristal na ponta... É confuso.

— Você vai ficar bem — Stiles parou de andar e Lydia percebeu com um atraso que eles estavam na calçada dela. — Eu sei que vai, você é uma garota durona.

Lydia deu uma risada fraca.

— Eu sou tudo, Stiles, menos uma garota durona — respondeu.

Stiles ficou calado, com um sorriso torto no rosto. Lydia não conseguiu controlar os pensamentos. Olhe como os olhos dele refletem a luz da Lua. O cabelo dele tem uma curva perfeita. A pele dele é tão branquinha. O jeito que o nariz dele é empinado, é tão fofo. O último pensamento foi o que mais a aterrorizou: A boca dele é tão vermelha.

Lydia mordeu o lábio inferior e balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Stiles tocou seu braço.

— Boa noite, Lydia — ele se moveu para sair, mas Lydia o segurou, com o coração se encolhendo contra o peito só de pensar que ele estava indo embora, mesmo que não para sempre.

— Espere — disse ela.

Stiles a olhou, curioso e confuso. Lydia, mais uma vez, não conseguiu controlar-se. Péssima mania. Seus lábios estavam selados, à luz do luar, ali, na calçada de Lydia.