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História Ugh! - Bom dia


Escrita por: haikyuo

Notas do Autor


Oi, oizinho, olá leitor.
Então, primeiramente, eu sou amante do game Elsword e principalmente da personagem Elesis, então resolvi escrever essa fic dedicada principalmente a ela.
Segundamente, eu não especificarei nenhum ship/otp logo de início, pois vou fazer com que cada um aconteça ao longo da história e de formas diferentes. Eu sou do tipo de pessoa que consegue shippar praticamente tudo (menos incesto Elesis x Elsword, perdão) e com certeza arrumarei espaço para vários relacionamentos e rolos nessa fic.
Terceiramente, se você por um acaso for homofóbico (pleno 2016 e ainda temos homofobia, infelizmente), tente evitar essa fic, pois nessa história a Elesis será bissexual e se relacionará com garotas também, assim como outros personagens poderão aparecer sendo parte da comunidade lgbt+.
Também vale lembrar que essa fic tem como protagonista Elesis, então será uma história focada na vida dela, mostrando desejos, intrigas e várias outras coisas relacionadas a ela.
Acho que por enquanto é apenas isso o que eu tenho para dizer a vcs.
Fanfic escrita ao som de UGH! - The 1975, recomendo.
Espero que gostem da fic tanto quanto estou gostando de escrevê-la, e boa leitura!
💛

OBS:
Elesis: CAV
Ara: Asura
Rena: WS
Aisha: VP
Eve: CN
Lu: NB
Rose: ST
Elsword: RS
Chung: TT
Add: LP
Raven: RF
Ciel: DL

Capítulo 1 - Bom dia


E o cheiro dele, meu deus, o cheiro dele...

O celular estremeceu minha cabeça e me despertou em um segundo. Senti o quão úmida eu estava após o sonho, mas resolvi colar uma perna na outra e ignorar os fatos. Olhei para o relógio na cômoda, ainda eram seis da manhã. Quem em sã consciência me ligaria às seis da manhã em uma segunda-feira de férias?

Peguei o celular embaixo do travasseiro. A selfie de Ara sorrindo preenchia toda a tela de chamada. A olhei irritada, mas, para estar me ligando e não mandando mensagem, a notícia deveria ser séria. 

— Você sabe que horas são? — atendi sonolenta. 

"Você não vai acreditar!" gritou ela do outro lado da linha.

— Me impressione…

"Eu falei pra você ir na festa ontem, ai meu Deus, você não vai acreditar!"

— Eu me diverti muito no aniversário da minha tia, obrigada. — me sentei na cama e comecei a desembaraçar os nós do cabelo com a mão livre.

"Que ótimo! Espero que tenha guardado alguns docinhos pra mim." 

Ara era uma amiga extremamente importante para mim, claro que eu havia guardado docinhos para ela. Mesmo depois do incidente que tive com seu irmão, Ara permaneceu ao meu lado, o que me surpreendeu, já que ela amava Aren mais do que qualquer outra pessoa. Foi a partir desse momento que eu soube que essa amizade era mais forte do que eu pensava.

— Vai me dizer o que houve ou não? — fingi impaciência, eu só queria voltar a dormir.

"Eve deu um toco no Add. Falei."

Meu coração parou por um segundo, não pelo ocorrido, mas sim por ter ouvido o nome dele logo após ter acordado de um sonho tão sujo com o mesmo. Olhei para minha calcinha e a tapei logo em seguida puxando a ponta da camisa sobre o tecido ainda úmido.

"Alô? Elesis?" chamou Ara, a voz dela estava tão distante naquele momento.

Add namorava uma de minhas amigas mais próximas, Eve. Era um relacionamento de um ano, mais ou menos, e os dois pareciam felizes um com o outro. Era o primeiro namoro sério de Add depois de tanto tempo só curtindo e pegando garotas que nem ele se lembrava quem eram no dia seguinte. Pela primeira vez eu havia acreditado que a fama de mulherengo do meu melhor amigo chegaria ao fim.

Como sempre, eu estava errada.

"Elesis, responde! Alô!"

— Por que ela deu um toco nele? — me levantei da cama em um salto.

"Não tenho muitos detalhes." falou ela, parecia decepcionada. "Só me lembro que os dois discutiram feio, Eve jogou um copo de Cuba Libre nele e gritou 'ACABOU' na frente de todo mundo.

— Ela jogou o copo?! — perguntei assustada.

"Não garota, ela só arremessou a bebida, né."

— Que noite. — abri as cortinas e deixei o sol invadir meu quarto.

"Nem me diga, você precisa falar com o Add!"

Me lembrei de cada beijo que ele me dera apaixonadamente... No sonho, claro. Me arrepiei, mas sufoquei o suspiro para que Ara não percebesse. 

— Por que eu? — a culpa me atingiu ao me lembrar de que transei com meu melhor amigo, também conhecido como "namorado talvez ex" de uma amiga, em minha imaginação. 

"Alôôô, você é a melhor amiga dele." ela suspirou. "E eu também quero saber de mais detalhes, pois sei que a Eve não vai abrir a boca sobre o caso hoje."

— Interesseira. — sorri para o espelho em frente à minha cama.

"Apenas faça o seu trabalho e me mantenha informada." sei que ela sorriu também. "Beijos, te amo!"

Ara encerrou a chamada antes que eu pudesse me despedir. 

Abri o aplicativo de mensagens e ainda estava lá, a última conversa que tive com Add há uma semana. Estávamos discutindo sobre algo relacionado a filmes e a última mensagem foi minha, ele apenas visualizou. 

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas já fazia um tempo desde que comecei a ficar nervosa ao conversar com ele. Era estranho, pois éramos amigos há treze anos, conversar não deveria ser complicado. 

"Foi só um sonho bobo" pensei ao olhar para a foto dele no celular. "Poderia ser qualquer um transando com você. Pelo menos não foi o Aren."

***

[…]

6:42, Elesis: lanchonete perto do metrô às oito, topa? Se acordar às oito, estarei te esperando às nove, sem desculpas. ;)

***

Enviei a mensagem e joguei o celular na cama. Add ainda deveria estar dormindo e, com certeza, acordaria de ressaca. Meu plano era levá-lo para tomar café, pois ele amava tomar café após encher a cara. Eu sabia mais do que qualquer um o quanto Add era apaixonado por Eve. Desde que ela se tornara minha amiga e começara a andar comigo, ele sempre me perguntava algo aleatório relacionado à ela, estava na cara tamanha paixão. Era meio estranho pensar que os dois já estavam passando pela primeira dificuldade no relacionamento. Eu não poderia fazer com que ela pedisse desculpas, Eve sempre foi uma pessoa difícil e orgulhosa, mas talvez eu conseguisse fazer com que ele se sentisse menos mal após o ocorrido.

Peguei um short, uma camiseta preta, calcinha limpa e corri para o banheiro. Todos em casa ainda estavam dormindo, meu pai acordava apenas às sete para o trabalho.

Durante as férias, Elsword, meu irmão mais novo, dormia o dia inteiro se eu deixasse. Era ótimo, pois, com ele dormindo, eu não tinha motivos para esquentar a cabeça.

Ajustei a água do chuveiro até que ficasse morna. Lavei meu cabelo, desde a raíz até a ponta que batia em minha cintura, o vermelho parcialmente coberto por espuma. 

Assim que comecei a passar o sabonete por cada parte do meu corpo, me lembrei do sonho da noite anterior e de como Add me tocava da mesma forma. E o cheiro dele… O cheiro dele era melhor e mais forte do que o desse sabonete. Ao passar por dois hematomas na barriga e outro na virilha, eu mal percebi a dor. E por que doeria? Era Add quem estava me tocando...

Despertei com batidas na porta.

— Agora você é a dona do banheiro? — reclamou Elsword.

— Você não deveria estar dormindo? — provoquei de volta.

— Eu tenho treino às oito, anda logo!

Realmente, era segunda-feira. Elsword sempre tinha treino de futebol segunda-feira, até mesmo nas férias. 

Encerrei o banho e comecei a secar o corpo do lado de fora do box de vidro. Analisei os hematomas no espelho, pareciam estar melhorando gradativamente. Assim que sumissem, talvez eu conseguiria esquecer o ocorrido, mas algo me dizia que não seria tão fácil assim esquecer.

Me vesti e peguei o secador no armário próximo à pia, já que Elsword com certeza reclamaria se eu decidisse secar meu cabelo dentro do banheiro. 

Abri a porta e dei de cara com ele.

— Que demora. — reclamou. 

— Apenas agradeça por meu pente estar no meu quarto. — sorri, debochada.

— Sai daí. — ele me puxou para fora e trancou a porta.

— Grosso! — dei um tapa na madeira.

— Mimimi nhenhenhe. — ouvi o deboche dele do outro lado, mas resolvi economizar saliva.

Eu já estava em meus dezoito e Elsword nos dezessete, era apenas um ano e alguns meses mais novo do que eu, mas não conseguíamos ficar um dia sequer sem discutir por algo.

Voltando ao meu quarto, sequei meu cabelo, sem pressa. Como já era liso, não precisava de escova, eu apenas usava o pente para desembaraçá-lo.

O celular vibrou ao meu lado na cama e o nome "Add" apareceu na notificação da tela de bloqueio.

Desliguei o secador e abri as mensagens.

***

7:04, Add: sim senhora

7:04, Add: 8h estarei lá

[…]

7:05, Elesis: marcado

[…]

7:05, Add: ;)

***

Até 7:30 permaneci deitada na cama vendo as novidades nas redes sociais. 

Rena, Rose, Ara, Luciela e Aisha estavam no nosso grupo de conversa perguntando sobre o que havia ocorrido com Eve, e Add, e a Cuba Libre arremessada, mas Eve não respondeu e, com certeza, não responderia tão cedo.

Assim que me toquei da hora, desci as escadas correndo e fui até a cozinha pegar minha mochila. Meu pai estava lá, sentado na mesa, tomando café e lendo o jornal. Sua atenção se voltou para mim assim que me viu calçando os sapatos.

— Já vai pra boate? — brincou ele.

— Vou tomar café. — ajeitei a mochila no ombro e peguei minha cópia da chave presa ao chaveiro de panda no claviculário ao lado da porta.

— Mas tem café aqui. — ele apontou para a cafeteira em cima da bancada.

— Eu marquei com uma pessoa. — abri a porta.

— Que pessoa? — emburrou a cara.

— Meu namorado. — pisquei para ele. 

— Elesis! — meu pai caiu na provocação, mas, antes que pudesse me alcançar, eu já havia fechado a porta e corrido para longe de casa.

 

O metrô estava lotado de adultos prontos para o trabalho. Já que os jovens ainda estavam de férias, não havia nenhum estudante acordando cedo para a escola. Avistei apenas alguns que pareciam ser da minha idade, mas nenhum conhecido. Em uma semana, toda a boa a vida acabaria e as aulas voltariam. Queria saber quantos mais estavam preocupados com o último ano na escola assim como eu.

O celular vibrou em meu bolso.

***

7:56, Add: e então?

[…]

7:56, Elesis: quase chegando, não consegue esperar???​

[…]

7:57, Add: vc me convida e eu que tenho que esperar…

[...]

7:57, Elesis: ;*

***

Saí do metrô e acelerei o passo até a lanchonete no final da rua. 

Add já estava lá, sentado em uma mesa ao lado da janela, nossos olhos se encontraram assim que atravessei a porta. Era estranho vê-lo ali após o sonho que tive, mas consegui sorrir.

Ele retribuiu erguendo apenas o canto da boca e aquilo me deixou realmente irritada. Add deveria ser o cara mais lindo daquela cidade toda e até mesmo eu achava isso. Eu sempre me perguntava o motivo de tantas garotas chorarem e se ajoelharem por esse garoto, mas, sempre que meus olhos encontravam ele, a resposta estava bem ali.

Andei até a mesa e me sentei de frente para Add, deixando a mochila logo ao meu lado no sofá booth vermelho. Ele apenas deu mais uma checada em mim e se voltou para o cardápio.

— Bom dia. — forcei um sorriso.

— Uhum… — resmungou e nem me deu atenção. 

O cabelo dele estava para o alto e levemente bagunçado para o lado, como sempre. No centro do rosto se formava um nariz perfeito, uma boca maravilhosa, mas o prêmio sempre ia para os olhos púrpura mortais, capazes  de derreter qualquer coisa, não só pessoas. Nessa manhã eles estavam cansados, um tanto inchados e acusando a ressaca.

— Sinto muito. — olhei para minhas mãos juntas sobre a mesa assim que senti o olhar dele sobre mim.

— Quem morreu? — foi apenas sensação, ele mal desviou a atenção do pedaço de papel coberto em plástico.

— Toda a sua reputação.

Ele me metralhou com os olhos, mas o encarei mesmo assim. Infelizmente, não consegui conter o sorriso de nervoso e ele bloqueou minha visão do paraíso com o cardápio assim que percebeu, fingindo que eu não estava ali.

— Add! — ri e cutuquei a mão dele. — Isso é normal, em todos os relacionamentos as pessoas discutem!

Ele não respondeu e nem mesmo abaixou o cardápio.

— Bom dia. — a garçonete estava ao lado da mesa com um bloco de notas e caneta em mãos. — Posso anotar o pedido?

— Um café e panquecas. — pediu ele e abaixou o cardápio, voltando a me olhar.

— E a senhora? — ela se virou para mim assim que anotou o pedido de Add.

— O mesmo que ele. — sorri para a garçonete, uma boa oportunidade de fugir daquele olhar ameaçador em cima de mim.

Ela anotou meu pedido e se retirou na mesma hora.

— Não vai me contar o que aconteceu? — não ousei olhar para Add, voltei os olhos para a bancada do outro lado do local.

Não demorou muito para que eu percebesse as funcionárias do restaurante cochichando e olhando em direção à nossa mesa, em direção a Add.

— Como sabe que aconteceu algo?

— Como não saber que aconteceu algo? — respirei fundo e me virei preparada para os olhos púrpura fixos em mim. — Todos os grupos de que faço parte estão falando sobre a festa.

Ele apenas revirou os olhos e se voltou para a janela. Deveria estar sendo difícil, mas eu queria saber, tanto quanto Ara.

— Você fez algo? — perguntei e me arrependi na mesma hora.

— Eu pensei que você estaria do meu lado. — ele me olhou irritado.

— Eu tô do seu lado! — tentei me redimir. — Por isso mesmo quero saber a sua versão da história.

— Eu enchi a cara, ela me deu um gelo durante a festa toda e no final levei um banho de 500ml de coca e álcool. — Add bateu os dedos impacientes na mesa. — Ela disse que eu não me importava, e que era qualquer uma ali, e várias outras coisas.

— Mulheres querem atenção, Add. — sorri tentando aliviar a tensão.

Ele me trocou pela janela novamente.

— Ela é qualquer uma pra você? — apoiei a cabeça na mão.

— Há um ano eu pensava estar apaixonado por ela. — percebi a sinceridade em seu tom. 

— Por que se obrigar, então? 

Add não respondeu, continuou observando a rua lá fora. 

— Vocês transaram? — nem hesitei, acredite se quiser.

A janela perdeu dessa vez. Ele me encarou com tanta intensidade que acabei piscando rápido três vezes.

— Isso importa? — foi bom ouvir a voz dele novamente.

— Geralmente, quando um garoto transa com uma garota e logo depois começa a agir estranho, a garota pode se sentir usada, sabe?

Ele não disse nada, apenas me observou falar.

— É como se o garoto considerasse a garota apenas como um objeto. — desviei o olhar para minhas mãos agora sobre a mesa. — Isso não é legal.

Pressionei uma mão na outra, já tensa. Eu não queria entrar nesse assunto, eu já havia desabafado com Ara e esquecido o ocorrido por um instante. Foi algo que me marcou tanto que, de certa forma, sempre voltaria para me assombrar. 

— Foi o que Aren Haan fez com você?

O olhei por um instante e ele mal havia desviado os olhos de mim. Voltei a encarar a mesa na mesma hora, sufocando as lágrimas de frustração e mordendo os lábios ao me lembrar a forma como os hematomas em meu corpo haviam aparecido.

Me arrepiei da cabeça aos pés ao sentir as mãos dele sobre as minhas. Como um ímã, meus olhos encontraram o caminho para os dele novamente. Add pareceu realmente irritado por eu não ter dito nada a ele sobre aquilo tudo e a culpa me acertou em cheio. Eu não queria que ele pensasse que eu não confiava na nossa amizade, Add era uma das pessoas mais importantes na minha vida, isso era algo que eu nunca poderia negar.

— Contou à polícia?

— Não tem necessidade...

— Ele abusou de você?

— Eu...

— Te machucou? — ele analisou meus braços e pele exposta, mas Aren não havia deixado hematomas ali, não ali.

— Add... — já estava na cara o quão desconfortável eu havia ficado ao entrar nesse assunto.

— Não precisa falar. — ele recuou as mãos, aliviando a pressão sobre mim. — Se não quiser, não precisa falar.

— Ele me mordeu bem forte. — agradeci mentalmente pelos tapas que Aren me dera não terem deixado marcas também. — Talvez ele curtisse mesmo sexo selvagem.

Add me encarou de cara emburrada, não gostou nem um pouco da piada.

— Já passou. — sorri para mascarar a mentira. — Eu tô bem, sério.

— Mas já tenho um motivo para acabar com ele da próxima vez que o encontrar.

— Ei! — soltei uma risada nervosa. — Guarde as lutas para o ringue.

— Acha mesmo que eu vou deixá-lo tranquilo após te tocar dessa maneira? — os dedos impacientes voltaram a bater contra a mesa. — Eu sei que ele te machucou, tá escrito no seu rosto.

Meu coração bateu mais rápido do que deveria. Ele se importava comigo, sempre se importou. Era bom saber que nada havia mudado entre nós após treze anos.

Add participava de um clube de luta e conseguia ser realmente agressivo quando o provocavam. Todos diziam que eu era o "calmante" que ele precisava toda vez que resolvia ter certos ataques e, realmente, para a sorte de alguns, eu conseguia impedi-lo um momento antes do soco. Nem sempre, para o azar de outros, mas na maioria das vezes. Ainda acredito que eu mesma acabarei levando o soco se continuar me jogando na frente dele dessa forma no meio das brigas.

Mas eu não pude deixar de ficar preocupada. Eu não queria que ele se envolvesse com Aren, não dessa forma. Eu não suportaria ver meu próprio amigo machucado por minha causa. Eu não queria ver as mesmas marcas que me assombravam estampadas no corpo de Add também.

— Aqui está. — a garçonete se materializou ao lado da mesa novamente com uma bandeja.

Colocou dois pratos de panquecas, um na minha frente e outro para Add. Logo ao lado pôs duas canecas e encheu ambas com o café presente na jarra que deveria pertencer à cafeteira da lanchonete.

— Obrigada. — agradeci.

Add apenas sorriu para ela, e isso foi o suficiente para a garçonete respirar fundo e abrir um sorriso maior que o dele após encará-lo por três segundos seguidos. Assim que percebeu o clima estranho, saiu dali apressada, tentando voltar ao normal e ir contar às amigas sobre a troca de olhares "apaixonada".

— Você precisa se controlar. — falei ao pegar o talher. — As garotas entram no cio só de olhar pra você.

— Não tenho culpa de ser tão lindo. — Add bebeu um gole do café.

Minha boca formou um "o" com a tamanha cara de pau presente em minha frente.

— Seu ego é maior que essa panqueca! — brinquei.

— Então é melhor acabar com ela rápido.

De repente, ele meteu o garfo em meu prato, roubando um pedaço enquanto eu estava distraída.

— Add! — reclamei em protesto, mas não consegui conter o riso.

Tentei fazer o mesmo, mas ele já estava preparado e segurou meu braço. Saboreou o pedaço roubado e me provocou com um olhar de satisfação.

Eu quis avançar nele, não só por conseguir ser tão lindo comendo minha panqueca, mas também por estar comendo minha panqueca.

— Isso não é justo! — reclamei ainda rindo.

— Quer um pouco da minha? — largou meu braço.

Assenti e abri a boca assim que ele cortou uma fatia da panqueca em seu prato. Add aproximou o garfo, mas, assim que mordi, desviou o pedaço de mim e o meteu na própria boca.

— Chega!

Peguei meu garfo e tentei atacar a panqueca dele. Novamente, ele me segurou, dessa vez meus dois braços, e começou a rir. Aquela risada conseguia me deixar mais feliz do que qualquer outra, além de ser puramente contagiosa.

Eu estava quase debruçada sobre a mesa, me forçando para cima dele, enquanto ele me empurrava para longe do prato. Todos os clientes ali já deveriam estar nos observando, assustados com o que parecia ser duas crianças brigando por conta de uma panqueca. 

Eu não me importava. A única coisa que planejei ao acordar foi fazer um amigo sorrir e se animar após uma noite tão tensa e estressante. Era caloroso saber que o motivo pelo qual Add sorriu de manhã havia sido eu.


Notas Finais


Espero que tenham gostado e até a próxima.


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