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História Ugh! - Entre amigas


Escrita por: haikyuo

Notas do Autor


Oi leitores!!
Pelo visto eu consegui concluir o capítulo 3 mais rápido do que eu pensava, agradeçam a essa semana maravilhosa em que eu resolvi ficar 120% inspirada. Eu estava escrevendo tanta coisa que o capítulo acabou ficando meio grande, mas consegui me controlar dessa vez.
Enfim, espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 3 - Entre amigas


— Você não abriu a boca sobre o seu sonho. — Rena se encostou no armário logo ao lado do meu enquanto eu pegava os dois livros de Química para a última aula do dia. 

— Esquece isso. — eu não queria falar que sonhei com Add, ter feito aquela pergunta foi um erro.

— Isso não é justo! — ela bateu o pé e cruzou os braços. — Eu transei de verdade e te contei, qual o problema em me falar sobre um sonho? 

A encarei por alguns segundos, pensativa. Não teria problema, certo? Foi só um sonho, nada demais. Além disso, eu tinha certeza absoluta de que Rena não abriria a boca para Eve sobre o assunto. 

— Tá bom... — respirei fundo. — Eu sonhei com o A- 

— Fica longe de mim!  

Desviamos a atenção uma da outra no mesmo momento que o grito cortou minha fala. 

— Dá pra você me ouvir? — Add atravessou a porta em direção ao corredor logo depois de Eve. 

Todos em volta pararam o que estavam fazendo para observar a discussão. 

— Ah não... — ouvi o sussurro de Rena. 

— Que desculpa vai me dar dessa vez? — Eve se virou para ele, os olhos já em chamas.  

— Não é desculpa, é a verdade! — Add estava de costas para nós. — Mas você nunca me ouve, você sempre prefere duvidar do que acreditar em mim! 

— Eu acredito em você! — ela já estava chorando e vê-la nesse estado apertou meu coração. — Esse é o problema, eu sempre acredito em você, mas você só mente pra mim!  

Add não respondeu e os dois permaneceram se encarando por alguns segundos. Eve fez um sinal de desaprovação com a cabeça e se virou de costas para ele. 

E agora, o maior erro que Add poderia ter feito naquele momento: ele a segurou pelo braço e a puxou de volta. 

— Eve- 

Utilizando a mão livre, ela marcou o tapa com toda força antes que ele pudesse terminar. 

Todos em volta ficaram atordoados com o estalo que ecoou no corredor. Rena arregalou os olhos, minha boca já estava no chão. 

— Eu te odeio. — Eve disse em tom baixo e voz trêmula, mas todos nós conseguimos ouvir. 

Ela se virou novamente e caminhou pesadamente até o final do corredor.  

Add também deu meia volta e nossos olhos se encontraram. Meu corpo gelou ao ver a marca vermelha que Eve deixara em seu rosto após aquele tremendo tapa.  

Ele começou a caminhar em direção a nós e eu tentei pensar em algo. Eu precisava dizer algo. Qualquer coisa.  

Add passou por mim sem dizer uma palavra, muito menos olhar nos meus olhos novamente. 

"Elesis, qualquer coisa." minha mente me empurrava, mas meu corpo não se movia. 

— Add! — me virei rapidamente, todos no corredor pararam os cochichos e olharam diretamente para mim. 

Ele não parou, estava cada vez mais longe. 

— Add! — gritei novamente, mas fui ignorada mais uma vez. 

Senti a mão de Rena puxar meu braço e me virei na mesma hora. 

— Eu vou pra Eve e você pro Add, OK?  

Assim que assenti, ela me soltou e correu para o lado em que Eve havia saído. No momento em que Rena atravessou a porta no final do corredor, todos se voltaram para mim. 

— Vocês não tem nada pra fazer? — olhei para cada um deles. 

Um segundo depois, todos já estavam se locomovendo novamente, abrindo e fechando armários, discutindo sobre o ocorrido em voz alta. 

Iniciei minha caminhada à procura de Add. Em uma escola enorme formada por quatro prédios, onde ele poderia ter ido para esfriar a cabeça? 

 

 

Lá estava ele, no fundo da biblioteca, na seção de robótica e tecnologia. Não estava lendo nenhum livro, mas sim com a cabeça enterrada nos braços cruzados, debruçado sobre a mesa.  

O sinal para a última aula tocou e o resto de alunos matando tempo na biblioteca se retirou imediatamente. Corri até a mesa circular em que Add estava, era atrás de uma das enormes estantes de livros, então a bibliotecária não nos veria faltando aula ali. Contanto que nenhum professor no prédio ao lado nos visse pela enorme janela de frente para a mesa, acho que ficaríamos bem. 

Me sentei ao lado dele e permaneci calada por alguns minutos. Ele deve ter notado minha presença, mas não reagiu. 

— Ei. — chamei baixinho. 

Add não respondeu. 

— Chung vai se decepcionar comigo, mas estou aqui matando aula pra te fazer companhia. — comecei a acariciar o cabelo dele. — Vai mesmo me ignorar? 

Chung era meu parceiro de laboratório desde o primeiro ano e eu sempre agradecia de joelhos pelo sorteio de duplas ter unido nós dois, pois o garoto era exemplar quando o assunto era ciência em geral. 

Uma vez, na sétima série, Chung conseguiu criar uma bomba feita com sabonete, acredite se quiser, é realmente possível. A dinamite improvisada explodiu tão forte que acabou destruindo completamente o carro do "bonzão" do terceiro ano que sempre praticava bullying com o loiro. Ninguém descobriu o culpado pelo incidente e, por conta disso, o diretor pediu a instalação de câmeras no estacionamento próximo ao pátio principal da escola. Os únicos que sabiam do culpado do feito eram Add e Raven, amigos mais próximos de Chung, mas Add acabou por me contar sem querer enquanto discutíamos sobre algo relacionado a sabão.  

"Falando nisso, lembra do que o Chung fez?" ele já estava rindo para mim. "Ele explodiu o carro do Roni usando sabonete!" 

Add me fez prometer que eu não contaria à ninguém e eu mantive a boca fechada. Nem mesmo Chung descobriu que eu sabia do vandalismo que ele cometera. 

Voltando ao assunto laboratório, uma das regras dizia o seguinte: se um integrante da dupla não comparecer à aula e o motivo da falta não for relevante, menos cinco pontos na média para a dupla correspondente. 

Pobre Ariel, perderia pontos também e passaria uma semana completa reclamando com Add sobre o ocorrido. 

Continuei acariciando aqueles fios sedosos até chegar lentamente na nuca. Consegui fazê-lo se arrepiar com o auxílio das pontas de minhas unhas e ele logo ergueu o corpo, olhando diretamente para mim. 

Add não estava chorando, nem sequer tinha os olhos vermelhos. Pensei em quanto tempo eu não o via chorar. Era tanto tempo que eu não conseguia dizer quanto. 

— Você não consegue me deixar em paz? — perguntou ele já de cara emburrada. 

— Você não consegue ser justo consigo mesmo? — tirei a mão dele e o encarei séria também. 

— Justo? — Add me olhou com desdém, eu odiava esse lado dele. — Alguma garota aleatória disse que eu estava pedindo fotos dela e Eve nem quis ouvir a verdade! 

— Você pediu fotos? — perguntei tentando equilibrar os dois lados. 

Na mesma hora, ele jogou o celular na mesa, na minha frente. 

Desbloqueei o aparelho — nós sempre soubemos as senhas um do outro — e fui diretamente para as mensagens. 

Eve, Raven, um grupo formado por ele, Chung e Raven, o pai dele, Ciel, Chung, a mãe dele, outros amigos, mas nenhuma garota enviando fotos. 

Me voltei para Add ao concluir a busca. 

— Vai dizer que excluí a mensagem? — ele riu e revirou os olhos. — Tá.  

Eu não sabia o que comentar. Sempre que alguém precisava de uma opinião minha, eu nunca sabia o que dizer. 

— Minha reputação é essa e eu nunca vou conseguir mudá-la. — os dedos nervosos começaram a bater contra a mesa. — Ela nunca vai conseguir confiar em mim, ninguém vai. 

— Eu confio em você. — falei sem vacilar.  

Add permaneceu calado, seus olhos estavam fixos na mesa. 

— E eu sei que Raven e Chung também estão do seu lado, são seus melhores amigos! — puxei os dois braços dele e consegui virá-lo para mim. Assim que nossos olhos se encontraram, meu coração parou por um instante. — Por favor, não me diga que vai desistir. Não dessa forma. 

— Elesi- 

— Elas tem inveja da Eve! Inveja de vocês! — continuei o discurso. — Todas elas queriam estar com você, por isso fazem isso para abalar vocês dois, mas eu sei que vocês se amam! Sei que podem superar isso e dar a volta por cima! Você é completamente apaixonado por ela, então mostre a ela que- 

Ele segurou meus braços e me puxou para perto. Me calei assim que senti sua respiração em meu rosto. 

O cheiro dele… Era completamente diferente do que eu sonhara. Era mais forte, amargo e impactante. Que perfume era aquele que conseguiu me arrepiar da cabeça aos pés? 

Minha respiração estava irregular, meu coração completamente acelerado. Eu não queria estar pensando no sonho novamente, mas só de me lembrar da forma como ele me tocou e de como me fez ter um orgasmo apenas em uma alucinação, já comecei a ficar zonza só de senti-lo segurando meus braços daquela forma. 

Era assim que elas se sentiam ao ir pra cama com ele? Ele era bom no que fazia? Elas gostavam e pediam mais? Ele conseguia se manter por muito tempo? Que gosto elas sentiam ao beijá-lo? Que gosto Eve sentiu ao beijá-lo? Tantas perguntas atravessando minha mente e eu nunca saberia as respostas. Eu só conseguia afirmar com toda certeza que a cor favorita de Add era vermelho e seu número da sorte era sete. Ele preferia gatos e chocolate ao leite. Gostava de montar e desmontar blocos Lego, e tinha a constante mania de massagear o lóbulo da orelha toda vez que pensava seriamente em algo. Sua banda favorita era Foals e a música deles que mais ouvia, My Number. Pizza sem ketchup, apenas mostarda e alho. Coca ou guaraná? Suco de amora. 

— Add… — sussurrei ao sentir o nariz dele esbarrar no meu. Eu queria alertá-lo, mas minha voz pareceu mais uma súplica para que ele continuasse do que um pedido para se afastar. 

Ele piscou rápido duas vezes, franziu o cenho e desviou os olhos de mim voltando a encarar a mesa, pensativo. 

"Fala alguma coisa, Elesis!" gritou uma voz em minha cabeça. "Qualquer coisa!" 

Sem pensar duas vezes, lancei meu corpo nele e selei um beijo de três segundos em seu rosto, bem onde Eve havia marcado o tapa. 

— Vai dar tudo certo. — sussurrei e apoiei minha cabeça com o queixo no ombro dele. — Ela te ama também. 

Add virou o rosto e me encarou por alguns segundos. Dessa vez, os olhos dele estavam serenos e gentis. Beijou minha testa e acabei fechando os olhos e sorrindo com o ato. A boca dele era tão suave, ele sempre costumava fazer isso, até quando éramos mais novos, mas cada vez parecia nova para mim.  

— O que eu seria sem você? — perguntou ele ainda com os lábios colados na minha testa.  

— Um modelo sem sua empresária. — brinquei. 

Como foi bom ouvir a risada dele, missão cumprida. 

 

 

— Me perdoa, por favor! — eu estava quase me ajoelhando no meio do corredor. — Prometo que não vou dar esse furo de novo! 

— Le, tá tudo bem! — Chung arregalou os olhos e segurou meus braços assim que percebeu que eu já estava me agachando em súplica. — Não tem problema, é sério! 

— Eu te pago um café para compensar, posso?  

— Não pre- 

— Eu insisto! — o cortei na mesma hora e o puxei diretamente para o final do corredor. 

Saímos pela porta dupla principal e minhas pernas paralisaram na mesma hora. Add e Eve estavam conversando do outro lado do pátio, pareciam mais calmos dessa vez. Ele dizia algumas coisas e ela apenas afirmava com a cabeça. 

— Eles brigaram feio hoje, não foi? — perguntou Chung. 

Eu não respondi, continuei observando os dois. 

— Elesis? 

Add envolveu a cintura de Eve e a puxou para perto. Ela apoiou as mãos nos ombros dele e o encarou, curiosa. Assim que ela sorriu, ele sorriu também e selou um beijo na testa dela. 

Então aquele não era um carinho exclusivo meu. Ele também a abraçava e dizia que tudo ficaria bem quando a via chorar.  

Era essa a sensação de finalmente perceber que se é apenas mais um na vida de alguém? De descobrir que todos os sentimentos que você pensava serem únicos, outras também sentiam da mesma forma? 

— Le? 

Olhei para Chung assim que despertei do transe. 

— Tá tudo bem? — ele me analisou.  

Assenti e cruzei os braços. Algo estava me incomodando, mas eu não sabia bem o que era. 

— Pelo menos acabou tudo bem. — Chung deve ter percebido meu incômodo. 

Forcei um sorriso para ele e desviei o olhar na mesma hora. 

Descemos a escada de cinco degraus e começamos a andar pelo enorme caminho pavimentado em meio a grama vasta do pátio, Eve e Add estavam logo no final. Desacelerei o passo assim que avistei os dois se beijarem um segundo depois. 

— Até amanhã. — Chung acenou para eles e ambos interromperam o beijo. 

— Até. — Add acenou de volta. 

— Tchau. — Eve sorriu para mim. 

Eu apenas acenei com a cabeça e puxei Chung para o outro lado da rua.  

— Isso não se faz, os dois estavam em um momento particular. — sussurrei pra ele. 

— E qual o problema? — Chung riu.

— Você também entra no quarto dos seus pais para se despedir quando eles estão transando? 

Ele fez uma careta e não pude deixar de rir. 

Olhei para trás, Eve e Add estavam sorrindo um para o outro entre carinhos e beijos. 

"Qual é o gosto?" perguntei mentalmente para Eve antes de virar a próxima rua. 

 

 

     *** 

22:32, Ara: FINALMENTE UMA NOTÍCIA ÓTIMA: FESTA DE BOAS VINDAS AOS CALOUROS NESSE FDS!!!! 

22:33, Rena: e onde vai ser? 

22:33, Ara: na casa do Ciel, claro! 

22:34, Lu: ótimo, eu não vou 

22:35, Rose: é a sua chance de abocanhar o peixão e vc não vai???? 

22:35, Lu: colocar a boca em peixe podre? Não, obg 

22:37, Aisha: eu vou se Elsword for 

22:38, Ara: desculpa amiga, apenas 18++ 

22:38, Aisha: mas ele já tem 17 e meio!!! 

22:39, Eve: Add e eu iremos ^-^ 

22:39, Rose: finalmente resolveram os problemas no paraíso 

22:40, Rena: alguém viu a Le?? 

22:40, Ara: ótima pergunta, ela nem encontrou com a gente no final da aula 

[...] 

22:58, Elesis: eu vou se a Lu for ;) 

[...] 

22:58, Lu: coitada, vai ficar em casa de babá com o irmãozinho 

[...] 

22:59, Rose: claro que a Lu vai! Só de ler o nome Ciel ela já confirmou presença no evento! 

*** 

 

 

Ficamos até meia-noite discutindo sobre a tal festa que ocorreria no sábado e Ara marcou de ir comprar roupas comigo sexta-feira depois da escola. 

Às oito horas da noite de sábado, iríamos todas nos arrumar na casa de Lu, pois, de acordo com Eve, ela tinha as melhores maquiagens. A festa começaria às dez, mas Luciela insistiu em querer chegar uma hora depois para manter a imagem de "interessada na festa, porém nem tanto, então me atrasei de propósito". 

 

 

A primeira semana passou rápido e as matérias já pareciam difíceis o suficiente. Add e Eve estavam bem novamente e Rena passou a se encontrar com Raven depois da aula, mal se lembrando de me perguntar do sonho novamente. Ara já estava desconfiada e me perguntou sobre no caminho para o shopping, mas eu apenas trocava de assunto e me fingia de sonsa. Pude perceber que ela realmente queria saber e que estava ficando cada vez mais irritada com meu jogo de mentiras.

— Decidiram me excluir da vida de vocês agora? — reclamou assim que chegamos ao destino. 

— Para de drama, não tem nada, já disse! 

Ara bufou e se dirigiu para a loja de roupas mais próxima. A segui logo atrás, deixando espaço para que a cabeça dela ventilasse um pouco. 

Andei pela loja à procura de algo que me agradasse. Acabei encontrando duas blusas que me chamaram a atenção e parei para admirar um sapato de salto extremamente alto e fino. Eu nunca conseguiria usar aquilo, mas era realmente bonito de se ver. 

— Prova! — Ara jogou um conjunto de lingerie preto e florido em mim. 

— Pra quê? — a olhei confusa. 

— Quero ver se fica bem em você. — ela se sentou na poltrona em frente ao provador e deixou algumas bolsas de compra no chão. 

A área de provadores estava vazia, éramos as únicas ali, eu poderia escolher qualquer cabine. 

Entrei na do meio e fechei a cortina. Assim que me despi, reparei as manchas ainda presentes em minha barriga e virilha. Ela não precisava ver. 

Me vesti novamente e saí do provador. 

— Ué? — Ara franziu a testa. 

Olhei para o chão, um tanto envergonhada, e ela entendeu o recado. Após pensar um pouco, se levantou e veio até mim. 

— Não precisa se esconder. — disse calmamente. 

— Eu- 

— Não de mim. 

Estávamos cara a cara e acabei notando a emoção em seus olhos. Mordi o lábio inferior, pensativa, e não pude deixar de perecebe-la observando o ato. 

Ara se virou e pegou um conjunto de lingerie branco esquecido em uma das cadeiras de espera. 

— Eu quero provar esse. — se aproximou e sorriu. — Vamos juntas? 

Assenti ainda envergonhada. Ela queria mesmo provar uma peça aleatória apenas para me deixar melhor? 

Eu realmente achei que Ara iria se trocar em outro provador, mas, para minha surpresa, ela entrou no mesmo que eu logo depois de mim. O espaço na cabine era pequeno, mas coube nós duas lá. 

Retirou a gravata e logo depois a social do uniforme, a observei pelo reflexo do enorme espelho presente na parede de frente para a entrada. 

Por que meu coração batia tão rápido? Era por causa do corpo perfeito dela irresistível à vista? Ou o fato de que ela usava aquele conjunto de lingerie vermelho para ir à escola? 

— Sua vez. — declarou após retirar a saia. 

Depois de pensar muito, deixei a gravata de lado e tirei a blusa, já expondo a barriga com os dois machucados em estado de recuperação avançado, mas ainda visíveis. Retirei a saia e ela logo avistou o outro em minha virilha. Diferente dela, eu não estava usando um conjunto tão lindo quanto, misturei o sutiã preto com uma calcinha rosa. 

Ara se aproximou de mim e acabei chegando para trás, dando de costas com a parede fria. Ela me analisou com cuidado, partindo dos pés até chegar em meus olhos. 

— Você é perfeita. — falou e encostou levemente a mão fria sobre um dos hematomas em minha barriga. 

Meu corpo inteiro ferveu ao toque. Meu coração batia tão rápido que a respiração já não conseguia mais manter um ritmo padrão. 

— Eu não sou- 

— Você é perfeita! — repetiu assim que as pontas de nossos narizes se encontraram. — Nenhum homem será capaz de mudar isso em você. 

Tomei a iniciativa e colei meus lábios nos dela. Antes que eu me afastasse para pedir desculpas, ela correspondeu ao toque. Começamos a abrir nossas bocas lentamente e as línguas finalmente se encontraram. 

Nossos seios estavam pressionados um contra o outro e ver aquele detalhe de relance me deixou ainda mais excitada. Ela conseguia ser tão sexy quanto Add e eu estava tocando no corpo que tantos garotos sonhavam em sentir. Me forcei para frente e a virei, fazendo-a ficar contra a parede. Dessa vez, eu estava dominando a brincadeira e Ara sorriu em aprovação. 

Voltei a beijá-la intensamente e ela retribuía cada carinho, sorriso e suspiro. 

 

 

Lembro-me de ter conhecido Ara na sétima série. Desde o primeiro dia de aula, ela chamou a atenção de todos com a aparência e simplicidade. Assim que alguns garotos começaram a "irritá-la" durante a festa de aniversário de Aisha, eu fui a primeira a defendê-la, colocando os desocupados para correr com o auxílio do nome "Add".

— Eu vou pedir pra ele acabar com vocês! — ameacei e eles se afastaram na mesma hora, pois foi exatamente nessa época que as brigas em que Add se metia se tornaram assunto na escola, já que a popularidade dele estava crescendo cada vez mais. Todos ali sabiam que ele era meu amigo desde sempre, portanto não tinham coragem o suficiente para me contrariar.  

Ara ficou tão agradecida que não se desgrudou mais de mim desde então. Nos tornamos amigas muito próximas, tanto é que na primeira vez que nos viu, Rose perguntou se havia algo "rolando" entre nós. Sempre achávamos aquilo engraçado e louco de se pensar, mas a química que compartilhávamos era inegável.  

— Verdade. — escolheu Ara ao ver a ponta da garrafa apontada para ela. 

— Ok, seja sincera. — Lu a encarou com divertimento no olhar. — Se pudesse beijar uma de nós, quem você escolheria? 

Todas presentes na roda voltaram a atenção para Ara, ansiosas pela resposta. Os olhos dela apontaram diretamente para mim sem um pingo de dúvida. Eu não sabia se meu corpo estava fervendo por conta do olho vermelho ou vibrando por culpa do amarelo. 

— Elesis. — respondeu sem hesitar. 

 

 

— Em quem você pensa quando me beija? — perguntou de repente, interrompendo o beijo.

— Em você? — respondi em dúvida. 

— Sério? — ela riu. — Eu penso no professor de Literatura.  

Fingi surpresa e descontentamento, arrancando um riso dela. 

— Você é suja. — sorri. 

— Nós três somos. 

— Três? — me afastei para que Ara pudesse alcançar as roupas. 

— Eu vou descobrir o segredinho da Rena, — declarou determinada e se vestiu rapidamente. — vocês querendo ou não. 

Abriu parte da cortina e se retirou na mesma hora. 

Assim que terminei de vestir o uniforme e ajeitar a gravata, comecei a pensar no momento que tive com Ara há um minuto atrás. Ela teria feito aquilo para descobrir algo sobre Rena depois ou realmente sentia uma atração por mim?  

Mesmo em dúvida, eu havia gostado e acabei me perguntando se ela gostou também.

Me retirei da cabine, peguei as duas blusas que eu havia deixado em uma das cadeiras e me dirigi diretamente ao caixa. Logo após pagar as compras, me retirei pela entrada do local onde Ara estava me esperando. 

— Com fome? — me estendeu a mão livre. 

Aceitei o gesto e ela piscou para mim com um sorriso animado, já me puxando para a praça de alimentação do shopping.

Então era isso o que chamavam de "amizade colorida"? 



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