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História Última Pena Negra - Ofuscadas e esquecidas


Escrita por: AmigaInvisivel

Notas do Autor


Anjos seus lindos! Eu prometi que iria postar dois caps por semana e aqui estou eu envergonhando a minha palavra... Primeiro queria pedir desculpas, tive problemas e isso interferiu na programação da história. Sem mais delongas aqui está o cap! Boa leitura.
P.S.: Esse cap é curtinho porque ele tem como função informar e dar inicio as tretas (Opaaa...).

Capítulo 7 - Ofuscadas e esquecidas


 

 - Ei... – Ben cutuca o meu ombro, chamando a minha atenção.

 Estamos sentados na calçada da casa da minha avó, que preparou o jantar, sopa de legumes, e depois da ação de hoje a fome transformou aquela na melhor refeição em anos. Ben chegou a tempo de ajudarmos com os dois grandalhões, sentia que eu estava em perigo, afinal é o meu anjo da guarda desde criança, tendo a obrigação de crescer comigo preso em um corpo humano com os privilégios de um anjo da guarda. Um riso irônico cortou a minha garganta quando penso em como essa frase soaria estranha para qualquer outra pessoa, menos para Jon. Esse disse que ia interrogar os dois homens e não deu notícias até agora.

    Comecei a chorar baixinho lembrando-me da cena da morte dos meus pais, foi minha culpa. O espetáculo acaba e você descobre que o mocinho matou os heróis, um lobo na pele de cordeiro... A pele que ele mesmo caçou.

    - Tudo bem? – Pergunta Ben com uma voz baixa.

    - Acabei de descobrir, ou melhor, de lembrar que sou filha de um anjo caído e uma nefilim e fui amaldiçoada ao nascer por uma profecia do Livro Enoque. Estou maravilhosa acredita?

    - Okay, pergunta estúpida.

    Seus olhos azuis refletiam um sincero pedido de perdão com sua habitual alegria, era visível que estava feliz por eu saber quem ele é e aceitar a verdade sobre nós. Mas o céu notava a minha tristeza fazendo uma dança das estrelas ofuscadas e esquecidas.

   Tento forçar os meus pensamentos a fazerem sentido, mas não consigo. Meu corpo é puro ódio e ressentimento, a visão embaçada por camadas de decepções. Quero arrancar isso de mim, porém o medo de não ser mais nada sem essa sombra pesada e escura faz minha alma sofrer, odeio ainda mais ser fraca.

    - O pior de tudo é que ainda tem lacunas em branco, pensava que ao recuperar o colar tudo seria esclarecido. – Sussurro.

    - Ah! Puta ideia ruim de ir atrás do Pepper, não sei o que estava na cabeça do Jon...

    - Como assim? – Digo olhando para os meus pés.

   - Pensa comigo... – Ben apertou os olhos e começou a gesticular de modo um tanto dramático. - Pepper entregou o colar de bandeja para vocês, não porque futuramente seria recompensado, mas sim pelo motivo de ser uma armadilha, Jon sabia que isso podia acontecer e fez mesmo assim. Aqueles idiotas queriam se livrar dele, só não esperavam que você fosse estar junto. A parte de a sua memória ser resgatada favorece a eles.

    - Isso é completamente sem sentido para mim! Por que eu os ajudaria sabendo da verdade? - Explodo com duvidas rondando a minha visão. - Eu não sei nem quem é o meu inimigo!

    Meu melhor amigo se cala, consigo sentir as suas emoções. Penso em sua mente com a minha conectada como se pudesse ler e... "Sou um guardião de merda!", a frase soa nos meus pensamentos como se fosse minha, mas não é. Ben percebe e olha para mim imediatamente, abraço-o com toda a força que consigo.

    Reflito como foi rápido na loja, os sonhos sempre mostrando a corrente com tanta evidência. Eu precisava ir, era o meu destino e mesmo que milhões de ciladas fossem me impostas eu ainda iria, pois nada é pior que o negro nas suas memórias.

    - Para mim é injusto saber de tudo quando você tem que passar por esse sofrimento... – Descarrega Ben, tão baixo que quase não escuto. Ele finalmente ele solta as palavras que estavam o atormentando.

    - Então seja o meu guia e explique. – Minha voz transborda entusiasmo, Ben parece concordar com a proposta. – Para começar me fale da profecia.

     - Ela veio do Livro Enoque. É proibido para qualquer anjo ler ou buscar o tal livro, um perigo que age sorrateiro. Poucos conhecem o que contem nas suas páginas amaldiçoadas, mas uma coisa é fato: Se um anjo caído quer ter poder ou melhorar a sua vida, uma opção rápida está escrita lá. – Um pouco rouco Ben continua com o olhar distante. – Uma passagem dizia que o fruto dos pecados da Terra tivesse uma união à primeira criança seria azarada, anjos caídos e nefilins são considerados sujos e você é a única criança dessa origem...

    - Mas por que isso? Eu não tenho nada de especial.

  Sempre soube que era estranha. Agora estou em uma situação que não sei direito se queria ser... Como pode uma garota extremamente insolente e que passa os seus dias concertando a tristeza poderia ter uma missão importante na sua vida?

   - Becca, essas duas “raças” não se davam bem, o primeiro casal foram os seus pais e isso te torna...

   - A primeira. – Digo com uma raiva escondida. – E o que isso faz? Sou só uma garota fodida que não é humana!

   - Você é bem mais que isso. Um anjo amaldiçoado tem o poder de abrir o portal para os dois mundos. – A cor azul em sua íris ganha um brilho inesperado.

    Enquanto ele dizia consegui ver o portal, uma chave dourada e o mundo em ruínas.

   - Do que você está falando Ben?

    Meu melhor amigo respira e inspira. Quando seus olhos focam os meus vejo a vila antiga, que um dia foi o centro daqui, ela está repleta de anjos. Corpos esguios, altos e com assas... Entro em choque com a beleza dele, não o que está por fora, mas a luz que transmitem.

    - Coldwater é considerada a Cidade do Meio, ela está acima do inferno e abaixo do céu. Nossos poderes são mais fortes aqui, por que acha que o Arcanjo e os túneis dos anjos caídos estão aqui? Você, quando tiver mais de dezesseis anos, irá poder abrir o portal. – Ben dá uma risadinha antes de prosseguir. – Nós chamamos quem nasce aqui de Meianos...

  O homem que me perseguiu no parque de diversões me chamou assim, sua voz bêbada e o cheiro asqueroso ainda me assombravam. Penso em contar isso a Ben, mas a ideia de ele querer saber sobre o ocorrido e parar de explicar o mundo o qual sou obrigada a viver me faz mudar de ideia.

    - Então alguém precisa que eu abra esse tal portão? – Questiono e ele afirma com a cabeça, suspiro fundo antes de continuar. – Por que quando completar dezesseis? 

    - Para nós é uma idade azarada. Uma das brechas dessa profecia é que você precisa estar de acordo e querer abrir a passagem, não pode ser obrigada. – Diz Ben com um sorriso no rosto, a brisa bagunçava o seu longo cabelo cacheado. – Não sabemos quem é esse ser que precisa...

    - Eu sei, vejo-o nos meus pesadelos.

 

    Ben estava deitado no sofá preto jogando videogame, minha mente perambulava entre as descobertas da última hora e preparar os tacos. Enquanto cortava os tomates pensei em como Jon parecia esconder o nervosismo, ele é muito centrado no que faz e suas palavras deixam a sensação de serem calculadas, o que leva um homem com essa personalidade arriscar tudo para recuperar uma memória? Talvez o fato do meu aniversário se aproximar... Um frio desceu pela minha espinha, no momento que o pingente rasgou a minha pele me senti mais pesada, além da confusão de imagens era como se eu sentisse as assas nas costas, onde são as minhas cicatrizes.

   Alec também não me deixa em paz. Não tive nenhuma noticia dele, mas isso mais me preocupa do que tranquiliza... Seu jeito sereno não combina com a guerra que está por vir e nesse momento desejo que ele me anestesie com a sua calma, do mesmo modo quando eu era pequena e ele tocava para mim.

    - Amy! – Solto em voz alta trazendo a atenção imediata de Ben.

  - Acontece alguma coisa com ela?! – Meu amigo vem para o meu lado com rapidez, suas mãos seguram meus ombros me encorajando.

  Olho para as luzes em cima do balcão, querendo que elas me cegassem. "Saber a verdade terá como preço mentir para minha melhor amiga?" Digo nos pensamentos de Ben, até lá minha voz parece melancólica.

    - Se quiser contar para ela... – Diz ele com uma ansiedade na voz, encaro seus olhos. – Não sei Becca. Amy me passou confiança nesses anos em que esteve fora, uma humana e tanto. Sabe como é, seu bem estar psicológico é importante para nós...

    A porta abre um pouco do outro lado da sala por causa do vento, já que não entra ninguém eu digo para Ben:

   - Não! Amy de jeito nenhum fará parte disso, ela merece ter uma vida comum. Eu não me perdoaria se alguém a machucasse... Não tem como ela se defender de quem quer que vamos enfrentar, seria uma vitima fácil.

 Um estrondo, o vaso caído e uma saia florida aparece na fresta aberta da porta. Eu conheço esses passos leves e firmes, a luz brilhante e uma energia alegre. Amy estava aqui, ela ouviu tudo... Corro atrás dela com seu cheiro de baunilha e frutas doces alegando o quão monstra eu sou. Um rugido do meu peito faz com que eu afunde na grama vendo o carro dela partir do celeiro.

 


Notas Finais


Anjos, só para esclarecer: Um cap por semana sem número exato de palavras. O que vale ter quantidade sem conteúdo? Ah, aproveitei esse tempo que tive para reorganizar a história, teremos menos caps por conta de uns ajustes para amarrar uns pontos soltos.
Mas não sei se vão se importar já que nem comentam hem bonitos? Como tenho coração de mãe vou postar mesmo assim e se quiserem comentar dicas ou puxões de orelha eu ficarei muito contente. Falando sério, obrigada por cada favorito ou comentário, é um incentivo que alegra um dia triste ou pensamentos ruins <3


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