História Ultimate Youtubers - Me ajuda

Annabeth

Annabeth sempre fora boa a ler pessoas. Quando era pequena ela passara muito tempo sozinha, observando os movimentos, a maneira de falar, a forma como as pessoas desviavam o olhar para a esquerda quando mentiam. No entanto, estando ali parada, olhando nos olhos de Thalia, Annabeth não conseguia entender o comportamento da amiga.

- Porque falou aquilo para o Leo?

Thalia suspirou. – Eu não sei. Eu só… - Ela pareceu pensar por uns momentos – Queria gritar com alguém.

- Queria gritar com alguém? Thalia, o que está de tão errado em sua vida que faz com que queira gritar com seus amigos?

A Grace não respondeu mas a loira pode ver em seu olhar que a culpa era dele.

- O que ele fez?

A morena suspirou. – Nada.

- O que ele não fez, então?

- Não é nada disso. – Thalia baixou a voz, como se não quisesse que mais ninguém ouvisse. – Eu ia contar para Lucca. Eu amo ele, Annabeth. – A loira apenas se manteve em silêncio, escutando. – Ele vai embora. Vai estagiar para uma empresa de videojogos estúpida em Itália.

Annabeth pousou a mão no ombro da amiga, tentando em vão a confortar. – Mais uma razão para contar para ele. Não pode deixar ele ir embora assim.

- Mas o problema é mesmo esse. Se eu contar ele vai querer ficar. – A morena olhou para baixo. – Aquele é seu sonho, Annie. Não posso o impedir.

- Então vai simplesmente o perder?

Thalia assentiu com a cabeça. – Podemos parar de falar dele? Estou tentando me mentalizar que não vou mais o ver.

Annabeth suspirou mas não tocou mais no assunto. Fazia dois dias que Thalia evitava o garoto. E a loira apenas sabia disso porque ele de alguma forma conseguiu seu número e lhe mandou sms várias vezes perguntando pela Grace.

O barulho de alguém batendo na porta tirou Annabeth de seus pensamentos. Mas quando se levantou para a abrir, Thalia a puxou.

- Pode ser ele – ela lembrou. – Lucca sabe onde você mora. Por favor não abra.

Mas alguém estava mesmo determinado em entrar pela maneira como continuava a bater na porta.

- Quem é? – Annabeth conseguiu se livrar da melhor amiga e andou até à porta.

- Detetive Warren Irwin, Polícia de Nova Iorque.

Polícia? Ela pensou enquanto abria a porta e deixava o Detetive Irwin entrar.

- Você é Annabeth Chase? – O detetive perguntou e ela assentiu. – Queria fazer umas perguntas a você sobre uma pessoa desaparecida.

Desaparecida? Percy, pelo amor de Deus, me diz que Gabe não te apanhou e te levou de mim.

- O Percy desapareceu?!

Irwin arqueou as sobrancelhas. – Não sei que é esse… Percy. Estou aqui por causa de Rachel Dare.

Percy

Percy tinha procurado pela cidade inteira e mesmo assim não conseguiu achar um único cabelo ruivo da amiga.

Annabeth tinha aparecido na casa dele. Claro que ele tinha ficado feliz por ver a namorada.

Sim, namorada. Você leu bem.

Enfim, ele estava feliz por ver a namorada. Até ela começar a falar.

Rachel era como uma irmã para ele. O garoto mal podia acreditar que ela tinha desaparecido sem deixar rasto. A polícia achava que ela tinha fugido de casa, que conhecera alguém online e fugira com essa pessoa.

Não. A minha ruivinha nunca faria isso.

Por um momento, Percy ponderou se esta tinha sido a forma que Gabe escolhera para o atingir. E se fosse, quem levaria a seguir? Annabeth? Sua mãe? O cupcake azul que estava na bancada da cozinha?

Não seja estúpido, Percy. Ele nunca levaria Annabeth, ela não deixaria.

Respirou fundo e apressou o passo. Tinha que encontrar Gabe. Tinha que encontrar Rachel.

Piper

‘Porque você não fica comigo?’

‘Te mereço mais que aquele moleque’

As mensagens não paravam. Piper estava prestes a entrar em pânico. Tinha convencido dois dos seguranças pessoais de Tristan McLean a serem seus guarda-costas por tempo indefinido.

- Senhorita McLean? – Jake, um dos seguranças, chamou.

Piper conhecia Jake há um bom tempo. Era um cara com pouco mais de vinte e cinco anos, extremamente bem disposto e com o gosto musical mais fascinante que ela alguma vez conhecera. Quando seu pai não tinha tempo para ela era Jake quem olhava por ela. Fora ele que assistira a sua peça de teatro no sétimo ano. Também fora ele que organizara sua festa de aniversário desse ano.

- Já falámos sobre isso, J. – Piper sorriu para ele. – Só precisa me chamar senhorita quando meu pai estiver por perto.

- Certo. – Ele sorriu de volta. – Me desculpe, é a força do hábito. Eu só vinha dizer que seu namorado está vindo, pedi a Mark que o escoltasse até cá.

O outro segurança, Mark, ao contrário de Jake, tinha sido contratado fazia apenas três meses. Era mais novo. Teria talvez uns vinte anos de idade e não era nem um pouco simpático. Era bem estranho, para falar a verdade. Piper se lembrava de que quando ele chegou, no primeiro dia, Mark se escondera num canto escuro da sala de estar e, camuflado com o seu terno preto, a tinha observado falando no celular com Reyna. Ele parecia mais um ninja do que um segurança mas enfim, se o pai o tinha contratado não havia problema nenhum.

Quando Mark entrou empurrando Jason para o quarto de Piper, a garota teve a leve impressão de ver este matando Jason com o olhar.

- Oi Pipes – Jason não parecia incomodado com Mark. Estou ficando paranóica, pensou. O garoto lhe deu um selinho. – Porque ainda está aqui? Pensei que era suposto a gente sair. Estive esperando você por quase duas horas.

Piper mordeu o lábio inferior. – Eu esqueci, me desculpe.

Jason suspirou. – Não tem problema.

E enquanto ele tagarelava sobre o que tinha planeado para a saída deles, Piper olhou o celular.

‘Não posso mais ouvir ele falando’

A garota arregalou os olhos, olhou em volta e viu uma sombra se aproximando da porta.

São apenas Jake e Mark, não tem problema.

A porta abriu e Piper viu Jason levar uma pancada na cabeça que o fez cair no chão inconsciente… Pelo menos ela esperava que fosse inconsciente. Apavorada, tentou gritar por ajuda. Mas era tarde demais.