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História Último Romance - Conhecendo a Brenda


Escrita por: Sapatomic

Notas do Autor


Olá... Bom, estou aqui com mais uma fanfic. Desta vez uma original. Espero que gostem. Boa leitura.

P.S: A moça da imagem é a Valentina. (modelo Steffy Argelich).

Capítulo 1 - Conhecendo a Brenda


Fanfic / Fanfiction Último Romance - Conhecendo a Brenda

 

A cidade já estava a todo vapor, mesmo ainda não sendo nem 7hrs da manhã. Pessoas apressadas caminhavam pelas ruas, pegavam ônibus lotados e se dividiam entre buzinas de carros em alta velocidade. Era sempre assim, pelo menos durante a semana. Com pouco mais de um milhão de habitantes, Goiânia parecia muito pequena para tanta gente. Em meio a tudo isso, Valentina acordava mais uma vez atrasada. Devido aos seus episódios de insônia, dormia muito pouco e tinha a sensação de nunca descansar o suficiente. Mesmo tomando remédios e fazendo todas as terapias alternativas para que seu corpo pudesse sucumbir ao sono.

Desligou o despertador, mais precisamente o seu celular e olhou para o teto do quarto, enquanto relutava em se levantar. Porém, as responsabilidades lhe chamavam. Escola, trabalho e fazer mais um exame de rotina. Era assim desde a época do acidente. Saiu da cama lentamente, como quem decide se quer passar o dia todo vegetando ou finalmente tomar um rumo na vida. Dirigiu-se ao banheiro, ainda bastante sonolenta onde acabou por cochilar debaixo do chuveiro. O que era bastante comum, ainda mais para ela. Felizmente, após sua higiene matinal estava um pouco mais desperta. Vestiu a camiseta do uniforme, com um casaco preto por cima e uma touca cinza. Os cabelos escuros e desgrenhados estavam repicados e iam à altura do pescoço.

Uma calça jeans para acompanhar e seu all star. No rosto apenas um piercing no septo e um óculos escuro. Seus pais sempre lhe perguntavam a necessidade do acessório, mesmo que estivesse com o tempo nublado. A verdade é que ela queria esconder a cara de cansaço, além disso, havia se acostumado a usar o objeto. Não se sentou à mesa para comer. Apenas pegou dois pães de queijo e tomou dois copos de café com leite, em grandes goles e rapidamente.

- Aonde vai com tanta pressa? – sua mãe indagou, com o olhar sobre um livro. Era um dos seus passatempos favoritos, a garota não se lembrava de um momento em que ela não estivesse lendo. Sempre um livro atrás do outro.

- Atrasada para a escola. Acho que o remédio não está funcionando.

- Mas é claro, com certeza ficou até tarde conversando com os meninos no telefone ou vendo algum seriado. – seu pai revirou os olhos e se sentou para comer. Era um homem bastante animado logo pela manhã, o que Valentina invejava e não entendia.

- Lógico que não. – fez uma careta como se fosse óbvio, mesmo todos sabendo que o pai tinha razão. – Bom, vou indo. Hoje chego mais tarde em casa. Preciso ir trabalhar e fazer aquele exame.

- Quer que eu te leve à escola? – perguntou Rita, sua mãe.

- Não, obrigada. Posso ir de ônibus mesmo. Já olhei o horário, ele passa em breve.

- Leve o carro. – Enzo, seu pai, deu de ombros. – Hoje eu trabalharei em casa e sua mãe só sai mais tarde. Ela pode ficar com o meu.

- Jura? Mas que novidade hein. – brincou beijando a testa do mais velho. – Obrigada, trago ele inteiro, prometo.

- É melhor mesmo, ou o conserto vai sair do seu bolso.

Os três riram, enquanto Valentina pegava as chaves no ar que seu pai lhe jogou. Colocou apena suma alça de sua mochila azul nas costas, enquanto carregava um livro coma a outra mão. Era um exemplar de As Crônicas de Gelo e Fogo, sua mais nova paixão literária. Adorava sagas de fantasia, romances policiais e contos de horror. Apesar de ter uma queda por drama também. No entanto, os clássicos não tomavam muito o espaço de sua enorme estante. Pegou o elevador junto com dona Helena, uma senhora bastante simpática, que sempre fazia comentários sobre o clima. Mesmo que estes fossem os mesmos quase todos os dias.

Valentina e os amigos brincavam que existiam apenas duas estações na cidade: calor infernal e chuvas tempestuosas. O frio era algo quase que inexistente, mesmo que às vezes o vento gelado desse às caras em algumas semanas de maio e junho. Entrou no estacionamento e entrou no carro. Era um ônix preto, bastante confortável. Mal saiu do prédio e já percebeu o trânsito caótico em sua rua. Morava um bairro não muito afastado do centro, porém não tão nobre como os outros ao redor. O som tocava em um volume agradável, enquanto a mesma playlist se repetia. Valentina deixava sua voz ressoar junto com o mais novo álbum de Rihanna, embora preferisse bandas de rock antigo e indie.

Em pouco menos de uma hora estava na porta da escola. O colégio Tales de Mileto era conhecido por seu nível de ensino. Consistia em dois prédios de três andares, um pátio e com um ginásio ao lado, onde eram feitas as aulas de Educação Física e competições dos jogos internos entre classes. O ano letivo começava novamente, e era provável que as mesmas turmas teriam os mesmos estudantes. Retirando os óculos escuros, que não eram permitidos no local, Valentina procurou pelos amigos. Estava atrasada, mas aparentemente a euforia de um novo ano, novos rostos e histórias contadas sobre as férias tomavam conta do local.

- Olha só. Caiu da cama Tina? Primeira e última vez que chega antes da segunda aula. – um rapaz alto e de cabelos escuros brincou. Sua pele era um pouco morena, os ombros largos e o corpo magro. – Que saudades amiga! – exclamou lhe dando um forte abraço.

- Senti sua falta, idiota. – rebateu apertando ainda mais o amigo, se afastando logo depois e olhando o restante das pessoas. – Cadê o resto?

- Bom, ainda não chegaram eu acho. Não vi ninguém da nossa turma.

Pedro era seu melhor amigo. Apesar de conversarem todos os dias, e terem se encontrado nas férias, não era a mesma coisa de estudarem juntos durante horas. Mesmo que Valentina fosse mais velha, tinha um forte laço com o rapaz e seus outros amigos. Não demorou muito para que o restante chegasse. Gabriel era o mais novo de todos, com os cabelos loiros e os olhos verdes, algumas sardas pelo rosto e o corpo rechonchudo. As bochechas sempre coradas devido ao Sol. Já Mariana possuía a personalidade mais forte e difícil de lidar, seus amigos que o digam. De estatura mediana, cabelos encaracolados, pele escura como ébano e olhos castanhos, possuía uma beleza única e de deixar muitos garotos a seus pés. Mesmo que ela recusasse todos, já que suas preferências eram outras.

O restante do grupo era constituído por dois irmãos: Julia e Diogo. Ele era alto, da pele clara e olhos castanhos, assim como seus cabelos. Os traços finos estavam escondidos atrás de uns óculos de grau, com armação arredondada e uma barba rala, com os primeiros pelos dando sinal. Já ela era baixa, com cabelos ruivos e pele morena, os olhos azuis e o rosto repleto de sardas. Ambos eram bastante tímidos e inteligentes, sempre se sentindo deslocados dos outros colegas de escola. Até que um dia Pedro praticamente os obrigou a passarem juntos o intervalo. Mesmo que desajustados e com alguns problemas para se socializarem, eram bastante unidos.

- Sem novatos esse ano? – indagou Valentina, com um olhar curioso enquanto entrava na sala, que ficava no terceiro andar.

- Acho que não. – Pedro deu de ombros. – Mas sei que tem professora nova.

- Qual matéria? – Gabriel franziu o cenho, era sempre o último a entender e saber das coisas, principalmente aquelas a que se referiam à escola.

- Matemática. – foi Julia quem respondeu. Ela e o irmão eram sobrinhos do dono da escola, por isso estava sempre a par de quase tudo.

- Puta que pariu.

Todos fizeram reviraram os olhos em um muxoxo, exceto pelos irmãos. Eram os únicos da turma que se saíam bem naquela área. As aulas começaram e tiveram que prestar atenção. Era o último ano para os seis, onde fariam o vestibular no fim do mesmo. Por isso havia certa pressão, mesmo que muitas vezes não vinda dos pais. No intervalo aproveitaram para colocar a conversa em dia, mesmo que tenham se visto e se falado nas férias. Havia outros colegas com quem se relacionavam, mas que fosse muito íntimo como era entre eles. Valentina parecia meio absorta em seus pensamentos. Estava um pouco preocupada sobre seus exames. Mesmo que tudo indicasse que estava bem, sem sequelas do acidente, há qualquer momento algo de novo e muito ruim poderia simplesmente surgir. O restante da manhã passou um pouco mais tranquila.

Geralmente, as primeiras aulas serviam para a apresentação dos professores e alunos. Pelo menos aqueles que eram novos. No entanto, como todos já se conheciam, o terceiro ano já recebia os primeiros conteúdos. Exceto pela professora de Matemática, que era bastante simpática por sinal. Recém formada e com sorrisos fáceis, Paula era se tornou querida pela turma em poucos minutos. Era baixa, com um corpo curvilíneo e rosto fino. Os olhos eram castanhos, assim como seus cabelos, que estavam presos em um coque frouxo. Usava roupas casuais e simples, como calça jeans, uma blusa de botões e sapatilhas. Era bastante jovial e alegre, além de ser ótima para explicar de uma forma que todos pudessem entender rapidamente.

- Já vai para o trabalho? – Mariana perguntou à amiga, que entrava no carro.

- Sim. Alguém aí quer carona?

- E você ainda pergunta? – Diogo brincou, enquanto entrava com a irmã na parte de atrás. Mariana já estava na frente, ao lado de Valentina. Enquanto Gabriel preenchia o outro espaço vago.

- Seus folgados. – mostrou a língua para os amigos e ligou o carro sorrindo.

Pedro morava a poucas ruas do colégio, por isso ia caminhando. O bairro era tranqüilo, lembrando muito uma cidade do interior, onde todos se conheciam e o movimento era sempre pequeno. Exceto na porta do colégio. Valentina deixou cada um em sua casa, pois todos moravam muito próximos um dos outros. Exceto ela. Ainda tinha algum tempo para almoçar. Sempre o fazia em um restaurante simples, de comida caseira, que ficava ao lado da loja onde estava empregada há alguns meses.

Valentina era vendedora, mas acabava fazendo de tudo um pouco. Trabalhavam apenas ela e o dono. Um tatuador conhecido na região. A loja era pequena. Havia uma escada que levava até o andar de cima, onde Caio, o dono fazia suas tatuagens em alguns clientes que se aventuravam nessa arte. Na parte de baixo, vendia roupas, sapatos, patins e skates. Todos em um estilo mais alternativo. Alguns acessórios e também isqueiros, brincos, anéis e alargadores. O movimento era mediano a maior parte do tempo, mas em alguns dias, em especial aos fins de semana, este aumentava consideravelmente. Por isso, o sobrinho do tatuador, um rapaz gentil e extrovertido de nome Ariel, o ajudava nas vendas.

Quando seu expediente terminou, Valentina se despediu de Caio, com quem já tinha uma amizade antes mesmo de ir trabalhar ali, e se dirigiu para a clínica onde faria uma tomografia. O exame consistia em averiguar se não havia nenhuma mancha ou sangramento em sua cabeça, em especial o cérebro. Após o término, marcou a data para pegar o resultado e foi embora. Estava cansada. O dia tinha sido cheio e corrido, mas era apenas o começo da semana. Segunda-feira para ela, assim como quase todo mundo, era com certeza o pior dia. Estacionou o carro e saiu carregando suas coisas. Mal tivera tempo para ler o livro, apenas algumas horas em que a loja esteve vazia. Ainda tinha uma atividade escolar para fazer, que embora fosse pequena, não era exatamente muito fácil.

Adentrou ao apartamento, sem nem ao menos ver se tinha alguém ali. Seus pais sempre deixavam a luz do corredor e da sala acesas, pois não gostava que o ambiente ficasse escuro. Entrou em seu quarto, jogou o livro e a bolsa em cima da cama. Trocou o uniforme a calça jeans por uma de tecido, e regata. Gostava de andar com os pés descalços, pelo menos quando estava em casa. O chão gelado lhe dando uma sensação de alívio. Devido ao verão, a cidade estava quente e com chuvas fortes durante a noite ou no fim da tarde. Aquele dia ainda estava seco. Jogou suas roupas em cima da cadeira de sua mesa de estudos. Sua mãe reclamaria, mas com jeitinho ela sempre se desculpava e continuava deixando sua bagunça no mesmo lugar.

Estava saindo do quarto, ainda meio desnorteada devido ao cansaço e à fome, já que tencionava fazer um lanche, quando um barulho alcançou seus ouvidos. Eram conversas e risadas. Passou a mão nos cabelos, que mesmo tentando arrumar, estavam levemente desgrenhados como de costume. A cozinha ficava ao fundo do apartamento, onde ao lado se encontrava a sala de jantar. Os dois ambientes eram separados por um balcão. Com passos hesitantes se aproximou. Não demorou em reconhecer o casal que estava à mesa junto com seus pais. Eram Olga e Denis Albertine. Antigos amigos de Rita e Enzo, além de serem seus padrinhos. Há anos não os via, mesmo que mantivessem contato por telefone. Sabia que tinham dois filhos. Conhecia o mais velho, Arthur, que não estava ali. Mas não se lembrava de ver a menina e nem mesmo o seu nome.

- Valentina, ainda bem que chegou. – seu pai se levantou, lhe dando um beijo em meio aos cabelos. Os seus já estavam grisalhos, uma barba rala e os olhos azuis. A pele era clara, o porte atlético e alto. – Seus padrinhos estavam com saudades.

- Olha como já está enorme essa menina. – comentou Olga, que era um pouco menos do que ela e tinha um sorriso acolhedor nos lábios com batom vermelho. A pele era bem clara, com algumas sardas salpicando o rosto e colo, os olhos claros e os cabelos tingidos de um loiro esbranquiçado. – Como vai?

- Muito bem. E vocês? Como estão? – não hesitou em lhes dar um abraço apertado. Sentia falta de ambos.

- Cansados da viagem. Viemos de carro. – explicou Denis, que logo se sentou novamente junto com a esposa. Era alto, robusto e com cabelos castanhos. Os olhos escuros e um charme que lhe era característico. Formavam um belo par. – Estamos nos mudando para cá.

- É mesmo? Por que? – parecia genuinamente animada com a novidade.

- Bom, recebi uma proposta de emprego interessante. Então Olga conseguiu transferir o seu cargo na empresa, Arthur vai estudar na Federal e Brenda na mesma escola que você. – sorriu para a afilhada.

- E onde eles estão?

- Ele ficou para terminar a transferência da faculdade. – Olga começou a falar, parando para tomar um pouco de seu vinho. – Já Brenda está aqui, ela só foi...

Não terminou a fala, pois um som de porta se abrindo invadiu o ambiente. Do banheiro de visitas, uma garota saía. Era de baixa estatura, pelo menos era menor que Valentina, o corpo magro e com algumas curvas. Trajava um vestido estampado, com flores vermelhas em um fundo branco, que ia até seus calcanhares. Uma sandália de couro e um lenço nos cabelos encaracolados, que emolduravam seu rosto delicado. A pele clara e os olhos azuis. Os fios castanhos e com algumas mechas naturais loiras, caíam até abaixo dos ombros. Era linda e Valentina sentiu seu coração errar uma batida.

- Oi. – disse a moça timidamente, estendendo sua mão.

- Olá. – demorou alguns segundos para responder, mas retribuiu o gesto. Rapidamente se soltaram. – Sou a Valentina.

- Brenda. – sorriu com as bochechas coradas. – Finalmente nos conhecemos.

- Já estava na hora.

Todos da mesa sorriram e seguiram conversando. Valentina se sentou de frente à garota, e tentou ao máximo disfarçar os olhares que lhe lançava. Esperava ter tido algum sucesso nisso. Seus padrinhos e seus pais queriam que elas fossem amigas, e que ela apresentasse a cidade à Brenda, que nunca tinha saído de São Paulo, onde nasceu. Aquela não seria uma tarefa fácil, ainda mais porque Valentina tinha noção de sua orientação sexual e Brenda era linda. Porém, estava acostumada com desafios. Só esperava que seus amigos lhe ajudassem nessa. A semana seria longa.


Notas Finais


Gostaram? Devo continuar? Em breve volto com o segundo capítulo. Esse foi apenas para introduzir os personagens e contar um pouco da vida da Valentina, que será a principal. Embora a Brenda seja importante. Até mais.


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