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História Ultimo Suspiro - Ziall - Até seu Ultimo Suspiro


Escrita por: kaewt

Notas do Autor


Bem, olá, pessoal.


Bom, como me pediram para eu reescrever Ultimo Suspiro, por conta da escrita e tals, eu resolvi, de boa vontade, realmente reescrever, pois ao reler, percebo vários errinhos, não que dessa vez não irá ter, pois sabem que estou sem beta, porém, vou tentar melhorar o enredo, que será quase o mesmo do outro, terá os mesmo temas e tals, mas provavelmente haverá mudanças, por isso não o compare muito com o outro, okay? Okay!


Eu espero que gostem. Não vou apagar o original, vai ficar lá bonitinho (É MEU XODÓ), quem não leu e quiser dar uma lida... Link nas N/F.


Se tiver erros, ignorem, okay? Okay!


Tem coisas que peguei da original, okay? Mas mudei bastante coisa -eu acho. Melhorei a escrita e expliquei algumas coisas que deixei vago.

Eu espero que esteja boa, viu?
ME DIGAM!!!

Enfim, aí está, boa leitura.

Capítulo 1 - Até seu Ultimo Suspiro


Fanfic / Fanfiction Ultimo Suspiro - Ziall - Até seu Ultimo Suspiro

“Meu querido,

 

Eu realmente não sei o que pensar, enquanto preencho o espaço em branco dessa folha de papel com o formato da letra em bastão. Se você estivesse lendo isso, aposto que estaria dando risada, pois ambos sabemos o quanto minha letra quando está no formato cursiva, é ridiculamente ilegível.

 

Estive pensando muito no que escrever, pois são tantas coisas que quero dizer, que essas folhas de papéis não são o suficiente para escrever tudo o que quero. Na verdade, palavras não são capazes de tal feito, pois eu mesmo sou uma confusão de sentimentos e brigas internas entre continuar a escrever essa carta, ou apenas largá-la em um canto qualquer junto a caneta, e me pôr a chorar, novamente, por não ser capaz de tomar uma atitude.

 

Tudo bem! Vamos começar pelo fato de você, como sempre, ter me machucado e ter me feito chorar como um idiota mais uma vez. Com o fato do quanto me machucava saber que, dois anos de namoro junto a cinco anos de casados, tenha enfraquecido tanto nossa relação.

 

O que mostra isso, era o fato das noites em que chegava em casa nas madrugadas, cheirando a álcool e a perfumes baratos das mulheres que se deitada. Bêbado e barulhento, acabando por acordar nosso pequeno, e ainda ter coragem de gritar com a criança de três anos, mandando-a calar a “merda da boca” ou para com “aquele choro insuportável e irritante”, como você sempre dizia.

 

Eu tentava, juro que tentava ter um pouco mais de esperança. E todas as vezes que eu ameaçava que sumiria com Ronny, você dizia que ia mudar, quase se ajoelhava aos meus pés, pedindo mais uma chance. Mais uma milésima chance. E, eu, como o bom idiota apaixonado, que sempre fora louco e fixado em filmes de romance, onde no final o casal principal ficavam juntos e viviam felizes pelo resto de seus dias, unidos em um amor forte e infinito, acabava o perdoando.

 

Sete anos em que estávamos juntos, mas parecia que nada disso importava. Pois eu sabia que não seria a primeira nem última vez que eu choraria desesperado de saudades do homem que um dia me prometeu o céu e a terra, me jurou amores eternos e felicidades inacabáveis. Do homem que se deitava comigo na cama, e mesmo cansado de um dia cansado no hospital, me abraçava com carinho, beijava meus cabelos e sussurrava no pé do meu ouvido um “eu amo você”, me fazendo sorrir e dizer que também te amava.  Do homem que, ao meu lado, fora ao orfanato para adotarmos uma criança, e finalmente criarmos uma família.

 

Ronny era tão pequeno, e mesmo quando já estava com cinco anos de idade, ficava confuso e chorava muito com nossos gritos, com nossas brigas e discussões. E quando você sumia, ele sempre perguntava de seu pai.

 

Sabe, Zayn, como é ficar paralisado, sem saber o que dizer para seu próprio filho, que obviamente sentia falta do outro pai? Sabe o que é forçar um sorriso, enquanto tudo gritava dentro de si sufocado, por não aguentar mais, por estar cansado disso tudo? Sabe o que é responder que ele estava no trabalho, mas que voltaria a tempo de beijar a testa do pequeno e desejar uma boa noite, como sempre fazia, antes de tudo? E mesmo eu sabendo que, muito provavelmente, você estaria no meio das pernas de uma mulher qualquer, eu sempre dizia que logo você estaria em casa. Sempre dizia que logo você estaria conosco, mas na verdade, nunca estava, e quando estava, era apenas seu corpo, pois seus pensamentos não estavam mais ali a um bom tempo.

 

Sinceramente, eu nunca imaginei que fosse capaz disso. Por que fez isso? Você acabou com tudo o que construímos, acabou com nossa família. Eu me senti despedaçado, sabe o que isso significa? Já se sentiu assim? Como se a qualquer momento tudo a sua volta fosse desmoronar? E mais uma vez, quando eu pensei que não podia ficar pior, ficou.

 

Depois de três anos de dor e choros, mudou. Você não voltava mais com perfumes baratos de mulheres, e nem com marcas de batom sobre sua camiseta. Era diferente. Você sumia por horas, as vezes até por dias, mas quando voltava em casa, não era bêbado como antes, mas quase não ficava em casa. E suas desculpas eram as mesmas de quando ia me trair,“vou ficar no hospital até mais tarde”, “vou na casa da minha mãe”, e várias outras conversas fiadas, que eu sempre fingi acreditar. Até que eu cansei, ah sim, cansei realmente.

 

Naquele dia eu deixei Ronny na casa de sua mãe, e fiquei plantado na frente do hospital, dentro de um táxi, e fiquei esperando você sair.

 

E você saiu, você tirou seu jaleco branco e apoiou em seu braço dobrado, seguindo até seu carro que estava no estacionamento. E assim que saiu com ele seguindo um outro caminho, um caminho que obviamente não era o de nossa casa. Então eu pedi para que o motorista se pusesse a seguir seu carro. E assim foi feito.

 

Quando foi que nosso casamento desmoronou daquela forma? Quando foi que você mudou? Que eu mudei? Mas eu sabia e sei que nada disso é motivo para ter me traído daquela forma. Me fazendo se sentir um fracassado, eu me senti um, realmente.

 

Eu me senti um patético, com vários pensamentos e teorias para que tivesse entrado naquela casa, após ser recebido por uma mulher ruiva, linda, oh sim, ela era magnífica. E tinha um sorriso brilhante, assim como seus olhos. Após ela dar um beijo em seus lábios e sorrir maior ainda, chamando-o de “amor”, como consegui perceber com a leitura de lábios.

 

Quando foi que você havia começado uma nova vida? Meu Deus, Zayn, uma nova vida com outra pessoa, ainda estando casado comigo! Como pôde? Eu sabia que não devia ter te seguido naquele dia mas, desde que me trairá pela primeira vez, eu não conseguia confiar completamente em você.

 

Eu sei que você vivia me traindo, me humilhando e nem sequer fazia questão de esconder isso. Mas, Zayn, eu ainda, como o bom idiota que eu sempre dizia ser, acreditava que o meu Zayn, o meu homem voltaria para mim, voltaria a ser o meu marido, meu melhor amigo, meu companheiro, que quando todos se afastaram de mim, continuou do  meu lado me dando apoio, como sempre fazia. Você havia sido meu anjo, minha chance de superação, mas também foi minha âncora, foi aquilo que me puxou para baixo, quase como me jogasse ao chão e dissesse que ali era o meu verdadeiro lugar.

 

Naquele dia eu estava lá, parado em frente à porta daquela casa quando sua, suposta mulher, abriu a porta e me convidou para entrar, assim que eu disse que era um amigo seu e que havia ido acompanhado de você, mas que estava em uma ligação. Então ela me tratou muito bem e parecia muito feliz, dizendo que nunca conhecera algum conhecido de Zayn e que se chamava Rachel. Então, quando eu entrei,  vi você sentado no sofá com uma criança no colo. Ele devia ser uns três anos mais novo que Ronny, tão pequeninho. Você estava sorrindo, você amava aquela criança. E a forma com que você se levantou rápido e espantado ao me ver ali, olhando tudo aquilo, me mostrou o quanto estava surpreso. Eu também fiquei, acredite. Não é sempre que descobrimos que a pessoa que amamos tem outra família, não é mesmo? A forma carinhosa com que aquela mulher falava e o brilho no olhar me mostrou o quanto ela te ama, ela realmente te ama, Zayn. Aquilo me fez fraquejar, e eu não contei quem sou e nem que te conhecia, eu apenas fiquei ali, forçando um sorriso enquanto segurava as lágrimas. Você me olhava tão fixamente, como se tivesse medo que a qualquer momento eu fosse explodir e acabar soltando a verdade, que você era casado comigo e que temos um filho. Mas eu não fiz. Por que? Porque ela não merecia sofrer assim como eu, idiota esse pensamento? Mas é o que eu pensava e penso até hoje.

 

Então eu cansei de todo aquele seu teatrinho e todas aquelas palavras gaguejadas que você soltava quando ela lhe perguntava alguma coisa. Me levantei e disse que não podia mais ficar ali com eles pois tinha que ir embora resolver alguns problemas. A ruiva se levantou toda animada com aquele sorriso brilhante e veio me abraçar com força, dizendo que estava muito feliz em me conhecer  e que esperava que pudéssemos nos encontrar mais vezes. Eu apenas sorri e disse que adoraria aquilo, bem, não era toda verdade, mas ela era realmente adorável, que se tornou complicado negar algo assim àquela simples mulher. Você, todo envergonhado e com um certo brilho de angústia, tristeza  e medo nos olhos, se levantou do sofá e veio até mim se despedir, mas sem me tocar, pois quando pareceu que o faria, eu me afastei discretamente com um passo para trás, dando um último aceno com minha mão esquerda trêmula, e fui-me embora. Podia jurar que havia lágrimas em seus olhos. Mas, do que importa? Eu só queria ir embora daquele lugar, daquela casa, daquela realidade.

 

E quando eu cheguei em casa? Tem noção do quanto eu chorei? Zayn, eu chorei tanto, tanto, por ser fraco, por ser frágil, por amar você. Por que? Por que fez isso? Não era mais fácil, mais digno pelo menos, chegar em mim e dizer que não me amava? Que não me queria mais? Eu sabia o porquê se de não ser fácil. Você me amava, não que eu esteja sendo um convencido. Mas você me amava, eu sei que sim, sei por que minutos depois de eu chegar em casa, desmoronar, você chegou logo atrás desesperado como se sua vida estivesse acabado, como se você tivesse perdido seu mundo. Agradeço até hoje por Ronny estar na escola naquela hora.

 

Poderia ser mais algum daqueles seus inúmeros teatros para comigo, quando eu ameaçava ir-me embora mais nosso pequeno tesouro, mas não era, ah, realmente não era. Você chegou com os olhos inchados, com seu rosto vermelho e com lágrimas escorrendo, você tinha os cabelos em uma bagunça só, e bem, chorava algo, quase que gritando.

 

Você gritou perdão, você chorou, berrou, como eu nunca havia visto antes. Você me pediu uma chance, você disse que largaria tudo por mim, tudo. Mas eu não quis. Zayn, já não basta me quebrar, quer quebrar sua outra família? Ah... outra família, sabe o quanto ainda me machuca escrever isso?

 

Eu disse que não, também gritando. Que não serviria mais se idiota para seus caprichos, que estava cansado de ser tratado como um nada, que ser esquecido. Eu disse que não perdoaria aquela traição, nunca, eu nunca perdoaria aquilo.

 

Não mesmo! Aquilo havia sido demais para mim, eu não conseguiria viver com isso na mente, sabendo que estava contigo enquanto havia criado outra família.

 

Eu tentei sair, mas você trancou a porta do nosso antigo quarto gritando que eu não podia te deixar, que sua vida não era absolutamente nada sem mim, sem Ronny, mas... eu não podia continuar, eu não conseguiria lhe perdoar, eu iria viver para sempre com aquela dor, bem, eu vivo até hoje com ela, mas seria mais difícil continuar ao seu lado sabendo que tinha uma família precisando de você. As lágrimas em seus olhos cor de âmbar que me apaixonei, nunca foram tão sinceras e dolorosas. Mas você não pensou nisso quando me traiu, não é mesmo?

 

Eu me pergunto até hoje… Por que deixou que tudo chegasse aonde chegou, para voltar a ser sincero? Por que esperou que tudo desmoronasse, para enxergar que estava destruindo todos ao seu redor? Eu queria tanto entender sua forma de pensar, porque ainda não me entra na cabeça nada disso. Só você poderia me explicar tudo, mas não estava mais aqui para tal feito.

 

Bem, voltando, eu sei que você me explicou -gritando e chorando, enquanto estava parado na frente da porta, me impedindo de passar-, o motivo, e isso me machucou da mesma forma. Você me disse que foi um deslize, que em uma noite você estava nervoso e irritado com o trabalho, você disse que nesse dia Ronny e eu estávamos na casa da mamãe, e que você tinha saído para relaxar e então bebeu tanto que quando acordou no outro dia, apenas se assustou ao ver aquela mulher nua ao seu lado naquele quarto de motel desconhecido e então pegou suas coisas e foi para nossa casa. E lá, você mentiu dizendo que havia saído com alguns amigos, mas, eu havia desconfiado, porém não disse nada, apenas continuei a cuidar de Ronny que era tão bebezinho, tinha dois anos que o havíamos adotado, não é?

 

Eu não estava querendo mais ouvir suas explicações pois, por mais sinceras que fossem  -e eram, realmente, eram sinceras. Eu simplesmente sabia disso, pois seus olhos, que nunca mentiam, me diziam isso-, eu não podia mais ficar no mesmo ambiente que você, eu não podia, não queria e nem iria te perdoar. Eu já fui idiota demais, Zayn, para perdoar também algo assim.

 

E então, depois desse dia, você me disse - rapidamente, ao perceber que eu já não queria ouvir nada, não que eu em algum momento quisesse-, que alguns meses depois aquela mesma mulher com quem você me traiu lhe encontrou. Como? Nem você sabia me explicar, mas eu não me importava. Ela lhe contou que estava grávida e tudo o que você fez foi esconder de mim e cuidar dessa criança nesses anos. Você criou uma família longe de mim, uma família que não era a nossa. O que você dizia a ela quando ia pra nossa casa? A mesma desculpa que usava para ir para lá? Que tinha que ficar até mais tarde no trabalho ou ir ver sua mãe?

 

Eu sei que você também estava triste, mas era tarde demais para voltar atrás, não dava para voltar. Quem ama perdoa? É...  não é tão simples assim, não sabia se conseguiria lhe perdoar um dia. Você estava sofrendo, não é? Eu me lembro do dia que fui buscar as minhas coisas e as de Ronny na sua então casa, e eu lhe vi, com os olhos vermelhos e profundo, com enormes olheiras, aquilo não lhe deixava nem um pouco feio. Você é o homem mais lindo que eu já vi, o mais belo. Seus lábios estavam secos e estava mais magro. Aquilo me preocupou, mas eu não perguntei. Você me prendeu contra a parede implorando perdão, você me abraçou tão apertado não querendo me deixar ir embora. Você me apertou contra seu corpo aquele dia e eu apenas me encolhia em seus braços chorando. Eu não queria me mostrar fraco, mas da mesma forma que você estava sofrendo, eu também estava, Zayn. E quando eu menos esperava, você me beijou. Eu fiquei tão... tão estático, assustado, mas apenas retribui, como eu sentia saudades desses lábios que tanto amava e amo. Da sua língua dançando junto a minha e de sua mão em minha cintura me abraçando mais a si. Oh, céus, como senti saudades disso. Mas logo me afastei gritando para você nunca mais se aproximar, quando o que eu queria na verdade era puxar a gola de sua camiseta desbotada para mim e lhe beijar, fazer amor com você. Mas eu ainda estava quebrado, triste, magoado. Nada conseguiria tirar aquilo de mim. Quando eu fui embora foi mais difícil, você gritou tanto, Zayn, tanto que eu fiquei assustado, fiquei totalmente sem saber o que fazer, como reagir ou lidar. Eu não queria te deixar, eu queria te perdoar, mas não era fácil, eu só queria a verdade e você passou anos me enganando. Não é drama, eu apenas estava machucado demais, e apaixonado demais para lhe perdoar.

 

Digo, já não bastava os anos de traição, ainda tinha outra família? Ah não, realmente não dava, Malik, não dava mesmo. Eu não aceitava algo assim.

 

Quando eu tentei passar pela porta do quarto onde vivemos anos juntos, você^ estava parado em minha frente, com os braços abertos, implorando perdão e dizendo que me amava mais que a própria vida  que não podia mais ficar sem mim. Que não suportava mais viver sem Ronny e sem mim. Eu também te amava, Zayn, amava muito. Eu queria poder dizer isso para você naquele momento mas, a única coisa que eu fiz foi desviar de você e correr para fora daquela casa com todas aquelas malas. Ah, mas você tinha que me entender, realmente tinha. Eu, assim que deixei aquela casa, ouvi barulhos de coisas se quebrando e gritos. Mas eu apenas continuei. Não voltei e nem olhei para trás.

 

Sabe, quando decidi mudar de cidade e sumir com nosso filho, que ainda tinha e sempre terá seu sobrenome, eu não imaginava que meses depois isso aconteceria. Você fez isso mesmo, Zayn? Eu amava tanto você e só queria que você desse a aquela família o que eu gostaria que você desse para a nossa. Mas você foi fraco, assim como eu.

 

Por que acabou com tudo, em? Simplesmente tudo. Não pensou nela? No seu filho? Em mim e em Ronny, que até hoje pergunta sobre o pai dele?

 

Você podia ter tentado. Eu tentei, Zayn! Não vou dizer que consegui porque eu estaria mentindo, mas eu tentei, mesmo que todas as noites eu chorasse ou que todos meus sonhos se voltassem a você, eu tentei, mas e você? Tentou seguir em frente?

 

Por que se matou? Me diz? Por que fez isso com seus filhos?

 

Oh, Zayn, me dói tanto falar disso, mais tanto, tanto, que minhas lágrimas já mancham esse pedaço de papel em que escrevo. Lágrimas de dor, de saudades, de amor.

 

Você foi tão covarde, meu anjo. Tão covarde, pois, podia muito bem ter tentado superar, ter tentado seguir em frente, mas não, você desistiu de tudo.

 

Por que eu me sinto tão culpado mesmo sabendo que a culpa não era totalmente minha? Totalmente, eu digo porque, eu sabia que, de certa forma, éramos -Ronny e eu-, o motivo de sua desistência. Não que eu queria me achar ou algo assim, jamais. Mas eu sabia que éramos. Éramos sua vida, por mais que amasse de forma inexplicável seu outro garotinho que tinha seus cabelos e os olhos verdes da mãe.

 

Eu quis desistir assim que soube que você tirou a própria vida, eu quis fazer o mesmo para estar junto a você, mas eu não podia fazer isso com Ronny, ele não podia ficar sem os dois pais, não é mesmo? O que seria dele? Acabaria em um orfanato qualquer e teria um futuro que nunca desejamos para ele? Não sei, eu apenas não queria o deixar, eu não podia o deixar.

 

Eu senti meu coração doer tanto. Sabe quem me disse sobre sua morte? Sua mulher! Ela me disse que você disse tudo a ela. Que você assumiu me amar mais do que a própria vida. Ela parecia tão abalada, tão sem vida, assim como eu. E sabe o que ela fez quando eu comecei a chorar tão forte, tão perdido? Ela me abraçou chorando junto. Ela me apertou como se quisesse passar minha dor para ela, mesmo que ela estivesse sentindo o mesmo.

 

Por que desistiu dela, Zayn?

 

Depois daquele dia, eu fui ao seu enterro e Rachel estava lá, com os olhos inchados e cheios de dor, e quando ela pôs seus olhos em mim, ela tentou até sorrir enquanto seus olhos brilhavam mais ainda em lágrimas contidas, então ela me chamou com  a mão. Fui até ela, já chorando, então nos abraçamos novamente, e nos apertamos, perdidos. As lágrimas dela marchavam minha camisa enquanto as minhas seu ombro.

 

Ela segurava um papel em sua mão, e me estendeu ele, eu, bem, confuso, peguei o mesmo na mãe, a olhando com um ponto de interrogação em minha expressão. Rachel sorriu pequeno, me dizendo que era sua. Eu na hora parei, não quis abrir. Sentia muita dor para isso, mas a ruiva apenas sussurrou  “leia”, e se afastou um pouco de mim, para provavelmente me dar privacidade. Então eu abri a carta, com as mãos trêmulas e suadas, e li o que estava escrito:

 

Eu te amo, Niall.

 

Eu chorei mais, e mais, chegando a soluçar. Ali estava sua caligrafia, tão linda, com traços redondos e caprichados, mesmo que em certos pontos houvessem traços tremidos, mostrando sua real dificuldade em segurar uma caneta para escrever aquilo. Aquilo me doeu tanto. Pois, você havia morrido. Havia se matado com aqueles malditos remédios.

 

Eu fui embora depois daquilo. Não aguentaria vê-los te enterrando. Não era algo que eu conseguiria lidar.

 

Depois daquilo, aos poucos Rachel e eu ficamos bem próximos. Ela é uma mulher incrível e maravilhosa. Assim como o filho de vocês. Dois seres especiais demais.

 

Hoje, três anos depois de sua morte, eu estou te escrevendo, é, depois de tanto tempo eu decidi fazer isso, só agora tive coragem, não que eu já tenha superado, esse é o pior, eu não consegui. Mas essa é a última vez que te escrevo. Pois agora, decidi seguir em frente, superar tudo o que vivemos, porque eu ficar me prendendo nisso para sempre não fará bem à Ronny e nem a mim.

 

Há! Ronny está um menino tão lindo, tão grandinho. Eu queria que você estivesse aqui. Ele me pergunta as vezes de você, não com tanta frequência como antes, mas pergunta. Eu sempre digo que você está em um lugar melhor e que o ama muito. Ele diz te amar também. Ele é um garoto esperto, logo saberá realmente, por si próprio, o que aconteceu,  e sei que vai chegar em mim para questionar sobre sua ida para esse tal lugar melhor. E, Raphael, seu outro filho, está lindo demais, você nem imagina. Ele é a sua cara e é muito risonho e animado. Posso dizer que ele e Ronny são grandes amiguinhos, logo, quando crescerem, Rachel e eu diremos que são meio irmãos, decidimos assim.

 

Bom, é isso, agora que finalmente resolvi voltar para Irlanda, eu não sei bem o que vai ser de mim daqui pra frente. Depois de três anos ainda estou aqui, nessa cidade. Pois é, ainda não é fácil para mim esquecer de tudo, na verdade, nunca esquecerei.

 

Como depois de tanto tempo você ainda toma conta de meus pensamentos? Por que eu ainda te amo, Zayn?

 

O tempo passa e a lembrança de seus olhos âmbares e seu sorriso cativante e perfeito, que eu tanto amava, continuam presentes em minha memória e coração. Quando eu lhe disse que nunca lhe esqueceria ou tornaria a amar alguém como lhe amei, não estava mentindo. Eu o amei tanto, Zayn, mais do que fui capaz de suportar. Quando você se foi, comigo ficou a saudade e nosso bem mais precioso, Ronny, nosso pequeno filho. Por isso irei seguir em frente e deixar o passado de vez para trás, pois agora é o momento de caminhar e superar. Mas, saiba, Malik, eu o amei, o amo, muito, mas amo mais a Ronny, pois ele ainda está aqui, e é por ele que vou continuar.


 

Só quero que saiba que vou seguir em frente, vou continuar minha vida, pois a anos estou perdido, a anos estou preso, eu preciso continuar, entende? Preciso ser livre... e eu vou ser. Saiba, eu lhe amei até seu último suspiro e vou amar até o meu último.  Nosso amor será eterno.. Você foi  melhor e a pior parte de minha vida. Me fez amar e odiar, me fez aprender e crescer... eu te amo, Zayn. Sempre irei te amar, passe o tempo que for, você sempre será meu primeiro amor.

 

Há, eu ainda tenho uma foto nossa, apenas uma, aquela que mamãe está tirando a foto surpresa, naquele momento eu e você estávamos nos olhando. Ela disse que aquela foto mostrava o quanto éramos felizes, e realmente fomos felizes.

 

Bom, deixe-me ir, falta meia hora para o voo que me levará a Irlanda decolar. Adeus, meu eterno anjo.


 

De seu eterno loiro, Niall. "


 

Deixei a carta atrás da foto que tinha em cima de seu túmulo e me levantei. Olhei para o lado e vi Rachel me esperando um pouco distante. Ela tinha um sorriso nos lábios e então eu sorri também. Passei a mão em meu cabelo e pensei se realmente seria bom deixar aquela carta ali... se alguém pegasse? Bom, pelo menos saberiam de uma história de amor e superação.

 

- Vamos? - perguntei assim  que me aproximei dela e a mesma assentiu. Levaria Ronny e eu até o aeroporto. Ele deve estar louco sem saber onde estou. Pelo menos Raphael está junto a ele na casa da mamãe.

 

É, finalmente eu seguiria em frente.


"Eu quis

Eu quis que você ficasse

Porque eu precisava

Porque eu preciso ouvir você dizer:

Eu te amo

Eu sempre te amei

[...]

Porque você sabe você sabe, você sabe

Que eu te amo

Eu sempre te amei

E eu sinto sua falta

Estive tão longe por muito tempo

Eu continuo sonhando que você estará comigo

E você nunca irá embora." 

- Nickelback - Far Away





Notas Finais


ORIGINAL- ULTIMO SUSPIRO- ZIALL- https://spiritfanfics.com/historia/ultimo-suspiro-3638188


SINAL DE ALERTA- ZIALL - https://spiritfanfics.com/historia/sinal-de-alerta-auziall-3253680

Espero conseguir att SDA logo <3

Até a próxima!


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