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História Ultravioleta - Lábios frios e coração quente.


Escrita por: LucyLamentfull

Notas do Autor


Oleleô, oleleô. O capítulo demorou mais enfim chegou. <3
Planejei acabar de escrevê-lo e postá-lo antes da semana começar, MASSSS meu aniversário no fim de semana foi arrasador e a ressaca foi tensa depois. Haha enfim, agora sem delongas UMA BOA LEITURA.
<3


Ps.: Tá pequeno? Tá, mas foi feito com amor <3

Capítulo 14 - Lábios frios e coração quente.


 

“I sold my soul just to hide the light.

And now I see what I really am: A thief a whore, and a liar.”

_ Farther away.


 

 

XIV

 

O sol já estava em seu ápice, no meio do céu. Era pouco mais de meio-dia. Eu havia acabado de comer mais alguns sanduíches com o pessoal e aguardava o retorno de Carmilla. Por que era tão difícil arrancar-lhe a verdade? Ela ainda não voltara, portanto Laf e Perry decidiram ir ao campus, pois apesar de tudo ainda estávamos em época de aula. Kirsch também havia saído, pois recebera uma ligação dos caras da fraternidade. Eu fiquei sentada com a pasta encontrada por Laf nas mãos, e agora que eu estava sozinha iria poder me concentrar e ler tudo aquilo. Se eu não estivesse tão aflita, poderia até dizer que estava me divertindo. Passo meus olhos até que avisto em uma parte o escrito: "(...) Carmen Karnstein desembarcou hoje pela manhã (...) sua acompanhante senhorita Hollis esteve com ela durante quase todo o percurso (...)".

 

Era outro trecho que citava o meu sobrenome. Desta vez não havia fotos. Imagino quem poderia ter sido esta Hollis, se ela realmente foi alguém da minha família. Apoio meu queixo sobre meu punho e bufo frustrada.

 

_ É bastante admirável esta sua expressão emburrada. – Levanto minha cabeça, era Carmilla que estava escorada em uma porta no interior da sala.

_ Não estou emburrada. – Respondo. Ela sorri e acena positivamente com a cabeça.

_ Mas é claro que não está.

_ Onde você esteve, aliás? – Pergunto ajeitando-me na poltrona deixando a pasta sobre meu colo a vista. – Fiquei preocupada... Quero dizer, nós, nós ficamos.

_ Não conseguia me recompor lá em cima. – Ela responde prática.

_ Achei que havia saído para...

_ Ei, o que é isso? - Aproximando-se de mim ela questiona pousando os olhos em meu colo. _ Onde esteve bisbilhotando?

_ Hey! - Me levanto ofendida. Agora eu ganho fama de bisbilhoteira? _ Há algo aqui que não posso ver?

_ São pertences pessoais. Você precisa aprender a parar de mexericar no que não lhe diz respeito. - Ela diz irritada puxando a pasta de minhas mãos.

_ Se você me contasse logo a verdade talvez eu não precisasse bisbilhotar.

_ Que verdade? – Cínica.

_ Isso mesmo. Que verdade não é? Continue simplesmente mentindo o tempo todo, não faz diferença, faz? – Digo irritada. Meus olhos ardiam como se estivessem expostos a fumaça, mas eu não poderia me permitir derramar lágrimas agora. 

_ Você não entende Laura. - Ela responde olhando para os papeis em mãos. – Não entende. 

_ O que? Novamente esse papo de que eu não entendo? Eu vim até aqui por você... Então por favor, me explique. – Eu não queria parecer fraca, mas já estava suplicando. 

_ O que você quer que eu explique? Você não entende, não é? Eu já vi esse filme antes, não uma ou duas, mas várias vezes... e eu não posso me permitir perder desta vez... 

_ Perder? Então tudo isso não passa de um jogo? – Agora as lágrimas quentes rolavam em minha face. Eu as sentia queimando minha bochecha, pesadas como chumbo. 

_ Não posso me permitir perder você. – Ela diz em tom baixo e depois suspira _ É isso que você não entende. 

_ Me perder? Eu não sou fraca. - Digo respirando fundo. O que ela pensava que eu fosse? Eu não iria deixá-la... 

       _ Você não é. Mas eles são imortais. – Ela coloca a pasta sobre a poltrona. _ E eu não posso permitir que você se envolva nisso. 

_ Carm... – Digo me aproximando e colocando a mão em seu braço hesitante... _ E-Eu não vou te deixar. Já estou envolvida. – Ela levanta a face olhando em meus olhos. Eu sempre estremeço diante daqueles dois olhos negros como a noite. 

_ Por que você precisa ser assim tão teimosa? – Ela pergunta sussurrando. Antes que eu respondesse sinto os lábios dela junto aos meus. Era um beijo macio e lento. Meu coração estava batendo rápido novamente, como se a vida transbordasse daqueles lábios mortos. O beijo de Carmilla fora tomando mais intensidade, e ela mordiscava meus lábios de leve. Era uma sensação boa, fazia com que todo meu corpo se arrepiasse. Carmilla pareceu notar e aprofundou ainda mais o beijo. Enquanto sua língua buscava espaço em minha boca seus braços ao redor da minha cintura puxava-me para mais perto, aproximando ainda mais nossos corpos. Carmilla lentamente começara a inclinar meu corpo para sentar-me na poltrona. Okay, ela está me sentando? 

_ O-oque está faz... – Começo a perguntar-lhe, mas sou silenciada novamente por seu beijo. Agora sobre mim ela começa a deslisar uma das mãos sob minha blusa. Isso é golpe baixo. De repente Carmilla faz uma pausa, e como se repelida por alguma coisa ela interrompe o processo, me olha nos olhos e se levanta rapidamente. 

_ Desculpe a demora Laura. – A voz de Perry invade o ambiente. Oh, céus, será que ela nos viu? _ Está tudo bem? Que cara é essa?

_ N-nada. Está quente aqui, não? – Respondo levantando-me depressa.

_ Você acha? – Perry diz confusa, enquanto olha para Laf que dá os ombros.

Direciono meus olhos para Carmilla que estava escorada na mesma parede de antes com os olhos fixos em um livro qualquer. Maldita. Fez tudo isso apenas para me calar?

_ Ah, olha só, Carmilla voltou. – Laf diz descontraída. _ Você não tinha coisas para perguntá-la Laura? 

_ Pois é. Eu tinha, não é mesmo? – Respondo encarando Carmilla, que parecia estar tentando disfarçar um sorrisinho nos lábios. O olhar de Laf vai de Carmilla até mim e por fim diz:

_ Olha, não sei o que está acontecendo aqui, mas vocês estão estranhas. 

       _ Na verdade nem mesmo eu sei o que está acontecendo.  – Digo meio irritada e saio logo em seguida dirigindo-me ao andar de cima. Entro no quarto e fecho a porta com força atrás de mim. Isso tudo é simplesmente tão confuso. As vezes  acho que Carmilla pode realmente sentir algo por mim... Já há momentos em que tenho certeza que ela está apenas brincando. Deito-me na cama encarando o teto. Por que eu tenho que me importar tanto com o que ela sente?  

 

        _ Hey – Carmilla abre a porta e desliza silenciosamente para dentro do quarto – Está tudo bem Creampuff?

        _ Por que quer saber? – Respondo ainda encarando o teto.

        _ Bom, porque...

        _  Por que me beijou? Apenas para me fazer calar novamente? 

        _ Te beijei porque eu simplesmente não consigo resistir.  – Reviro os olhos. 

        _ Não consegue resistir a uma bolsa de sangue fresca diante de você?

_ Não! – Ela se senta do outro lado da cama. _Que maluquice é essa de bolsa de sangue? Não resisto ter você diante de mim e não poder beijá-la. Cada instante com você é como se eu pudesse me sentir viva novamente.

      _ Isso é totalmente clichê. - Digo, tentando segurar o riso.

      _ Eu sei – Ela suspira. _ Mas é a verdade. 

       _ Sei... _ Digo tentando ser irônica. 

       _ Quando você disse que não me deixaria... – Ela começa a falar meio... Envergonhada? _ Estava falando sério?

     _ Claro que eu estava. – Respondo olhando para ela.

       _ Aqui – Ela me entrega um embrulho. _ Olhe isso.

    Pego o embrulho e abro-o sentando-me na cama.

_ É o seu diário? – Ela acena positivamente a cabeça. _ Mas por que?

_ Você não quer saber de tudo? Há muito ai para você consumir. 

_ Onde o conseguiu? – Pergunto um pouco impressionada.

_ No mesmo local que estava.

_ Então...  Você não havia saído para comer?

_ Não? – Ela responde com um tom levemente ofendido. _ Fui até os dormitórios buscar isso. 

        _ Ahm sim. – Respondo me sentindo culpada. Caminhando até a janela Carmilla a abre, e olhando para mim diz:

        _ Tenha uma boa leitura. Agora vou sair para comer. 

     _ O-oque? – Vou até a janela, ela saltara para o vazio metamorfoseando-se em pantera no meio do salto. Ao aproximar-se do solo pousara com maestria de uma profissional, e virando-se rapidamente para encarar-me à janela, desaparecera no meio dos arbustos. Sacolejei a cabeça tentando não imaginá-la rasgando algum animal com aquelas presas enormes e depois devorando-o por inteiro. A Laura de meses atrás nunca poderia imaginar estar apaixonada por uma criatura assim. Jamais.

 

     Desci os degraus depressa segurando junto ao peito o diário que Carmilla me entregara. Parando diante de Laf e Perry digo-lhes:

     _ Agora temos por onde começar.

     _ O que é isso? – Perry pergunta.

     _ O diário com as memórias de Carmilla. Ela o entregara para mim antes de sair. 

    _ Bom... – Laf começa a dizer enquanto puxa duas cadeiras para próximas da poltrona maior _ Enfim teremos um norte. 

 

      Vamos à leitura.     

 

       Lá fora as árvores balançavam com força. Fim da tarde e uma tempestade estava se formando. Tentei não pensar em Carmilla lá correndo em forma de pantera. Se eu fechasse os olhos ainda podia sentir os lábios dela nos meus, e era essa sensação que eu queria ter comigo agora.


Notas Finais


BOM! Obrigadinha pra quem chegou até aqui. Um bom fim de feriado pra todossss, um beijo, e um outro beijo ainda mais hardcore pra quem como eu surtou com a novidade do filme de Carmilla ***ooooo***
Até o próximo capítulo
xoxo


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