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História Um alguém especial - 20


Escrita por: FrancisClay

Notas do Autor


Boa tarde meninas. Enfim chegamos a 2017 e com a esperança de dias melhores. Mas não vamos deixar por conta do destino. Vamos arregaçar as mangas e correr atrás dos nossos objetivos. Combinado??? Vamos ao capitulo tenso e boa leitura.
Ps.: Noticias importantes nas notas finais. Por favor, não deixem de ler.

Capítulo 20 - 20


 

Quando alcançamos a piscina, o impossível acontece. Samantha aparece do nada, vestida de noiva, com os cabelos desgrenhados e a maquiagem toda borrada. Seus olhos me cercam, num ódio que lateja em seu pescoço e têmporas.

Vejo gotículas de sangue maculando aquele vestido branco.

Ela está com cara de quem vai matar alguém ou....não consigo colocar em palavras o que me vem à mente neste momento.

Constato, estarrecida, que a visão de Espírito foi uma premonição real. Milhões de possibilidades alarmantes gritam em meu cérebro. Se ela a feriu, eu juro que mato a vadia com requintes de crueldade.

— O que você fez? – solto um grunhido feroz.

— Solte a tesoura, Samantha. – ouço a voz de Espírito ao meu lado. Meus olhos vasculham nervosamente as mãos dela e encontram uma tesoura grande, metálica, com resquícios de sangue fresco escorrendo entre os dedos.

Ah, Deus, será que ela teve coragem?

— Acha que eu a mataria? – ela desdenha, com um sorriso sádico nos lábios.

— Onde ela está? – atiro a pergunta, enquanto uma aglomeração se forma ao nosso redor. Meu avô se aproxima e pede calma. – Onde está a Clara, o que fez com ela? – grito, enlouquecida.

— Não vai ficar com ela. – ela ri e seus olhos se estreitam, malignos. Sua odiotinha. Você realmente acredita que eu deixaria você ficar com ela? Saiba que isso não vai acontecer nem por cima do meu cadáver. Não tive um trabalhão esses anos todos pra afastá-las pra que venha das profundezas do inferno pra tomá-la de mim. Por que não continuou longe daqui? Ficou anos e anos fora aprontando. Que eu sei. E como eu sei?? A Clara sempre procurava esse daí (Ela aponta para o meu amigo a meu lado com desdém) pra saber notícias suas e depois amargurada quando descobria suas loucuras e piranhagens por onde passava adivinha quem a consolava?? Sim querida...EU!!!! Mas sempre foi assim não é??? Você sempre fazendo o que bem quis da sua vida. Nunca se preocupou em saber o estrago que tinha feito na vida de Clara quando você destruiu o coração dela e todas as esperanças que ela depositava em vocês juntas. Sem um pingo de dó desfez do sentimento dela. Usava e abusava do poder que tinha sobre ela. A abandonou arrasada e destruída emocionalmente. Mas isso não foi surpresa pra mim. Eu sempre reconheci que você não vale nada. Era apenas você sendo....você. Pura e simplesmente assim. E nesse processo não poupou nem o sofrimento de sua própria família. Você me acusa de ser mimadinha mas na verdade a única minada aqui é você. Sempre teve o perdão de todos pra que mais a frente fizesse suas asneiras de novo ou quem sabe fazer pior ainda. Maldita você. Não consigo entender esse encanto que todos tem por você. Você a meu ver é uma doença que ter que ser extirpada do mundo para que não possa ferir mais ninguém.

Aquelas palavras de Samantha me cortavam o coração. Não tinha argumentos contra isso. Ela estava certa em tudo que dizia. Mesmo com o apoio de minha família maravilhosa que sempre estaria a meu lado e principalmente com o perdão de Clara esse sentimento que me consome agora vai ficar marcado para sempre. A realidade é...vou ter que conviver com isso para que eu possa enfim fazer a Clara muito feliz. É isso, minha missão será fazer a Clara feliz daqui pra frente. Nada de sofrimento. Vou recompensá-la por todos esses anos de indecisão e sofrimento. Enquanto divagava Samantha olhava pra mim e tinha um sorriso satisfeito nos lábios. Ela sabia que tinha acertado em cheio. Atingiu meu ponto fraco. Satisfeita com o efeito que essas palavras causaram em minha consciência ela continuava destilando seu veneno e eu ouvia passiva. Na verdade a única coisa que me interessava era saber o que ela tinha feito a minha Clara? Onde ela estaria? Ela continuou:

— Parei pra pensar e sabe o que engraçado nessa história toda? É que pensei no início de tudo que seria muito mais difícil ficar com ela só pra mim. As possibilidades não me favoreciam. Ela vivia em sua função 24 horas por dia. Era até irritante a veneração que ela tinha por você.  E isso vem desde do tempo que éramos crianças. Eu a cercava mas Clara só tinha olhos pra você. Ela com aquele coração de manteiga sempre preferia ver o melhor em você e além de tudo perdoava seus deslizes. Tentei sempre alertá-la da mau caráter que você é mas ela sempre me dizia. Calma Sam...esse é o jeito dela... ela não faz por mal. Ai que ódio. Quanta inocência. Você maldita sempre tinha o perdão dela. Vi então que não adiantava te atacar naquele momento. Eu teria que fazer outra abordagem e enquanto estudava  uma forma eis que você me deu a chave de ouro naquele luau. Você na sua burrice e mania de se achar que é melhor que os outros facilitou meu serviço. Sua prepotente. Se embebedou e começou a se jogar em cima do galinha do Gui. Até aquele momento não sabia o porquê você fazia isso mas naquela mesma noite fiquei sabendo da aliança de compromisso e que você a rejeitou sem maiores explicações. Mas isso não importa. O importante nisso tudo é que você me deu a munição necessária pra separar vocês duas de vez. Obrigada sua idiota. Foi tão fácil encher a cabeça da Clara visto que você já havia a desiludido um pouco antes. Fiz meu melhor papel e consegui enfim o que queria.

Ela falava de forma desordenada. Cuspia as palavras com um ar de sarcasmo. Seus olhos faiscavam de ódio mas independente de tudo o único sentimento que eu nutria por ela nesse momento era pena. Mas apesar disso a única coisa que eu queria saber daquela infeliz ela não me dizia. Onde estaria meu amor? Espero que apenas ferida. Se ela pratica aikidô deve estar bem. Esse pensamento acalmou por instantes meu coração. Volto de meus devaneios e vejo que ela continua desferindo seu veneno e inveja sobre mim. Tento em vão cortar sua fala. De forma insistente repito novamente a pergunta.

- Samantha por favor, onde está a Clara?

- Cala sua boca que eu não terminei ainda sua vadia. Você foi embora de Parati. Por diversas vezes li nos olhos de Clara que ela iria te procurar onde estivesse ai intervi novamente. Enchi sua cabeça minando as esperanças dela em que pudessem ter novamente uma relação e pra garantir isso eu praticamente a obriguei ir para Londres.

- Aquilo estava me enchendo já. Resolvi falar mais duro com ela pra quem sabe ela voltar a realidade das coisas.

- Basta sua sonsa. Eu sei de tudo isso já. Nunca escondeu seu verdadeiro caráter. Entenda de uma vez por toda. A Clara é minha, sempre foi. Nós vamos viver felizes e casadas....ouviu bem...sim. Ela me pediu em casamento então o quanto antes aceitar isso será melhor pra todos nós. Agora me diga...onde está a Clara???

Fiz o que meu coração mandava. No fundo eu sabia que ela não seria capaz de matar a Clara. Sua loucura não chegaria a tanto. O que eu havia esquecido no entanto é que não devemos enfrentar uma louca de peito aberto. Acho que exagerei na minha coragem. Principalmente por que a maluca estava armada e com uma fúria nos olhos de dar medo em qualquer serial killer. Vi sua expressão tomar proporções de ódio quando mencionei as palavras...minha e também felizes e casadas. Nesse instante ela parou de falar e avançou em minha direção mas pra minha sorte Espírito se meteu entre nós.

— Solte a tesoura e vamos conversar como pessoas civilizadas. – ele estende a mão e Samantha balança a cabeça, em negativa.

— Saia da minha frente, meu assunto não é com você. – ela rosna e Espírito parte para cima, mas não chega a tocá-la.

Com uma destreza que me impressiona, ela rasga o braço do meu amigo, cortando o ar lateralmente. E então, com um chute na altura do estômago, o tira de cena.

Antes que eu possa pensar no que fazer, Samantha avança sobre mim e ouço gritos vindos de todos os lugares. Um em especial chama a minha atenção e procuro por Clara entre os rostos.

Seu ombro está ferido, sangrando. Pressiona o local com a mão e caminha um tanto trôpega. Está branca como cera, o olhar vidrado em nossa direção. Ela grita algo e cambaleia, caindo de joelhos no gramado.

Vejo meus pais correndo em meu auxílio. Seguro a mão de Samantha no alto, mas não esperava pela joelhada nas costelas. A dor é aguda e eu me reteso, soltando sua mão. Nesses milissegundos preciosos, ela apunhala meu peito.

Sinto a carne rasgando para a tesoura penetrar. Um gosto ferroso de sangue sobe pela garganta e meu coração está prestes a sair pela boca. Ainda estou de pé quando Samantha arranca o objeto metálico da minha carne, segurando-o como se fosse um punhal. Arma um novo ataque e antes que leve a cabo seu desejo assassino, minha mãe se atira sobre ela e a tesoura voa longe.

A mulher está possuída, mas minha mãe não deixa barato. Acerta dois socos naquele rosto transfigurado, um de direita e outro de esquerda. Assisto, apática, quando Samantha é levada a nocaute.

Só escuto ruídos e zumbidos. O cenário está borrado em preto e branco, a não ser pela imagem colorida de Clara. Minhas pernas bambeiam e faço uma força sobre-humana para permanecer de pé. Só me deixo tombar quando sinto seus braços seguros e acolhedores em volta de mim.

As imagens são picotadas. Escuridão e claridade, escuridão e claridade. Meu pai rasga o meu vestido e pressiona o ferimento com sua camisa polo branquinha. Clara mede minha pulsação e sussurra em meu ouvido, aos gemidos:

— Não me deixe, você prometeu.

Minha consciência vem e vai, sem controle. Não faço ideia do tamanho do estrago causado por Samantha. A dor é ínfima perante a visão transtornada de Clara, dos meus amigos, da minha família.

Estou nos braços do meu velho e ele corre desenfreado para o estacionamento. Olho por sobre seu ombro e vejo Clara logo atrás, sendo amparado por Vanessa. Ouço sirenes da polícia se aproximando e jogo uma maldição silenciosa naquela desgraçada da Samantha: “Que você apodreça na cadeia.”

Nesse momento, a mente desliga e meus olhos se fecham. Mas antes que eu apague de vez sinto um alivio por saber que Clara está viva e de alguma forma mesmo diante do cenário que se apresenta nos viveremos juntas e felizes pra sempre, afinal não passamos por tudo isso pra que o destino apronte uma roubada dessas com a gente. Desfaleço de vez.

 

 

                                                                                             ≈≈≈

 

 

Duas semanas se passaram e minha bunda está quadrada, não aguento mais ficar deitada nessa cama de hospital. Pelo janelão, noto que ainda é noite. Remexo-me, dolorida. Giro a cabeça e encontro a imagem da mulher perfeita, cochilando na poltrona ao meu lado. Como é linda!

Devo ter sorrido em voz alta, porque Clara acorda no susto e se levanta de supetão. Meio segundo depois, está sentada na beirada da cama, alisando meus cabelos para trás, desferindo um beijo suave em minha testa.

— O que foi? Está sentindo alguma coisa?

— Estou de saco cheio de ficar aqui. – choramingo.

— Seu pai disse que amanhã receberá alta. Então, pare de drama e durma um pouco mais. – droga, ela está falando como a Vanessa.

Clara checa os inúmeros medicamentos presos em saquinhos transparentes. Meus braços estão cheios de furos e marcas roxas. Não morri por milímetros, segundo meu velho. A sorte estava do meu lado naquele dia, apesar do ferimento ter sido um tanto grave e profundo.

Ficarei com uma cicatriz ridícula entre os seios. Dezoito pontos externos, fora os internos. Clara disse que essa é minha marca de guerra, que a beijará todas as noites, só para me lembrar de que ela me ama, incondicionalmente.

Eu beijarei sua marca de guerra também. Doze pontos externos no ombro esquerdo. Quando penso no que poderia ter acontecido, estremeço de ódio. Mas a Samantha está sendo mantida na cadeia e, segundo consta, surtou de vez.

Os advogados não conseguiram o Habeas Corpus e só por esse motivo me sinto em segurança. Acho que o final da Samantha não será outro, ela ficará trancafiada por tempo indeterminado em alguma instituição psiquiátrica. De acordo com os primeiros laudos médicos, a louca sofre de transtornos com nomes esquisitos, que só minha mãe entende.

Mudo o rumo dos pensamentos quando Clara se deita ao meu lado. Inspiro aquele pescoço cheiroso, com aroma de orvalho. Clara acaba de arfar, pedindo que eu pare de provocar. Sério mesmo que ela está excitada, comigo nesse estado lastimável?

— Nunca pensou em me procurar? – questiono, sonolenta.

— Milhares de vezes. – ela revela.– E você?

— Eu já sabia disso afinal a mimadinha fez questão de jogar isso na minha cara. Mas não vamos falar disso. Quanto a sua pergunta.  Perdi as contas de quantas vezes pensei nisso. – digo, entre bocejos. – Por que fomos tão otárias e orgulhosas? Sei que sou a única culpada aqui, mas uma de nós deveria ter feito alguma coisa.

— Já passou, Nina. Agora durma porque quero você inteira amanhã.

— Hum, isso parece bom. – ronrono, maliciosa.

— E tire a mão daí ou não respondo por mim.

— Isso também parece bom.

— Nina!

— Ok, parei.

Finalmente estou deixando o hospital para trás.


Notas Finais


Por hoje é só. Espero que tenham gostado. Fiquem com Deus e que Ele proteja a todos nós. Um bom fim de semana. Até semana que vem.
Ps.: Já ia esquecendo....Ô cabeça a minha... rsrsrsrs. Esse é o penúltimo capitulo meninas. Semana que vem estarei postando o final. Antes de qq argumento de vcs lembrem-se que é uma adaptação e enfim a história já atingiu seu propósito.
Um beijo no coração de todas vcs...
Fuuuuiiiiii


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