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História Um amor difícil. - Capítulo - 18.


Escrita por: JuuhUzumaki

Notas do Autor


Sei q sumi, mas pretendo recompensar vcs. No próximo capítulo me explico, então boa leitura e não deixem de comentar, afinal o próximo capítulo já ta pronto.

Bjs.

Capítulo 18 - Capítulo - 18.


Sakura On:

Shikamaru e Ino estavam aninhados no quarto dele, e Sasuke e Naruto tinham saído para comprar cerveja quando Sai apareceu. Fui atender à porta achando que fosse o Naruto. Alguém devia ter travado a maçaneta sem querer, porque a porta do apartamento quase nunca era trancada. Mas, quando abri, Sai estava ali, desengonçado, o cabelo despenteado caindo nos olhos e as mãos enfiadas nos bolsos da frente.
Meu sorriso desapareceu, e um nó de tensão se formou em meu estômago.

— Ah. Oi.

— Oi. — Ele se moveu para entrar no apartamento e, por um segundo, esqueci-me de sair do caminho, surpresa por ver o cara ali, parado de um jeito tão casual, com um sorriso tímido no rosto.

Quando bloqueei o caminho dele, suas sobrancelhas se ergueram enquanto ele virava de lado, com o corpo mais perto do meu do que eu gostaria.

— Posso entrar?

Isso me tirou da paralisia. Antes eu não tinha me mexido, mas agora me mexi rápido demais e tropecei nos meus pés enquanto saía da frente dele.

— Claro.

Não era o meu apartamento. Eu não tinha o direito de dizer que ele não podia entrar, e achei que o Sasuke tinha convidado o Sai para ver o jogo de futebol com todo mundo. Mas eu não podia perguntar ao Shikamaru, porque ele e Ino estavam em algum tipo de reencontro sexual no quarto. O lábio machucado dela fez com que ele ligasse e implorasse para vê-la, e ela me obrigou a ir junto como apoio moral.
Não que eu me importasse, porque eu sabia que Naruto estaria lá.

Mas não Sai. Por essa eu não esperava. Ignorando-o, fechei a porta e voltei para a minúscula cozinha, onde eu estava cortando queijo e esquentando rolinhos de pizza para a hora do jogo.
Infelizmente, ele me seguiu até lá.

— Cadê todo mundo?

— O Sasuke e Naruto estão no mercado. A Ino e o Shikamaru estão no quarto dele.
Sai fez uma cara decepção.

— A Karin não veio?

— Não. — Aí eu me lembrei do que ele disse naquela noite sobre passar o beijo para Ino. Tratei de me concentrar no que estava fazendo, espaçando cuidadosamente os rolinhos de pizza numa assadeira que eu tinha encontrado na gaveta abaixo do forno.


— Escuta, hum... sobre aquela noite...

Que ótimo.
— A gente não precisa falar sobre isso — eu disse. Na verdade, eu preferia fazer qualquer coisa que não fosse falar daquilo.

— Eu só queria pedir desculpa. Eu estava chapado e... Achei que você queria... Achei que você tinha retribuído o beijo.

Ele pareceu tão aflito e desconfortável com a conversa que momentaneamente senti empatia por ele. Eu tinha retribuído o beijo. Não havia como questionar isso. Quando olhei de relance para ele, Sai me pareceu ainda mais magro do que antes. Eu não sabia se ele tinha perdido peso desde aquela noite ou se era só minha percepção, agora que eu estava acostumada com o Naruto.

— Eu retribuí — falei com sinceridade. — Eu só não queria ir adiante. Desculpa não ter deixado isso claro desde o início. Mas acho que deixei claro depois.

— Então me desculpa. Mas eu não entendo por que você não me disse que era a fim do
Naruto. A gente podia ter armado um esquema.

— Como assim? — Coloquei a assadeira no forno e fui pegar o celular, que felizmente agora estava funcionando, para colocar o alarme para quinze minutos depois. Não me preocupei em dizer ao Sai que eu não era a fim do Naruto antes daquela noite. E nem logo depois daquela noite. Só uma semana depois, ou mais, percebi como ele era atraente e charmoso.

— A questão é que pessoas como você e eu não vamos conseguir nada com a Ino e o Naruto se agirmos sozinhos. A verdade é essa.

Encarei-o, não gostando nem um pouco do rumo daquela conversa.

— Quer dizer, olha o que teve que acontecer pro Naruto te notar. Ele teve que te “salvar”. — Sai fez sinal de aspas no ar com os dedos. Eu nunca tinha reparado como os olhos dele lacrimejavam como as olheiras dele eram escuras.

— Você faz o Naruto se sentir másculo. Ele quer cuidar de você, como um cachorrinho abandonado na beira da estrada. — Será que ele tinha alguma ideia de como estava me insultando? Que era absoluta e totalmente grosseiro me dizer aquelas coisas?

Mas parte de mim sabia que ele estava certo. Talvez Naruto não me igualasse a um cachorrinho. Mas foi minha ingenuidade que chamou sua atenção no início, e o fato de que eu precisava de um protetor. Isso também aconteceu na noite anterior, na boate. Eu não queria ouvir o Sai dizer isso em voz alta, pois me fazia achar que eu tinha conquistado o afeto do Naruto por falta de alternativa, por ser fraca.

— E como é que essas coisas podem te ajudar? A Ino não costuma fazer caridade.

— Não, mas aposto que ela gosta de sexo selvagem. Se você e eu tivéssemos planejado tudo você podia ter dito pra Ino que a gente transou de comum acordo, mas foi violento pro seu gosto, de um jeito que o Naruto ouvisse “sem querer”. Que eu puxei seu cabelo e te dei uns tapas. A Ino ia ficar com tesão, e o instinto protetor do Naruto ia despertar na hora.
Encarei-o, chocada.


— Você pensou bastante nisso, hein? — Eu não queria pensar nem um pouco no assunto. Era demais da realidade do que aconteceu, eu fiquei com nojo.

— É. A gente nem ia precisar transar. Só precisava dizer que tinha transado.

— Porque você não quer realmente transar comigo, quer?


Ele balançou a cabeça.

— Você também não.

Eu não queria. Mas também não queria ouvir isso. Não queria a confirmação de que ele estava disposto a me usar como substituta inferior da Ino, mesmo que eu já soubesse disso. Eu não queria sentir que não era atraente só porque um ser humano desprezível como o Sai não sentia atração por mim.
Além do fator nojo e da completa mentira na ideia dele, isso não levava em consideração o fato de que na época eu era e continuava sendo virgem, o que provavelmente seria revelado ao Naruto, deixando claro que Sai e eu tínhamos mentido. Evidentemente, ele não sabia disso.


— Desculpa não ter conseguido te ajudar — falei com sarcasmo.

— Talvez você pudesse falar bem de mim pra Ino.

— Vou fazer isso. — Nunca. Incapaz de olhar para ele, abri o pacote de biscoitos e coloquei uma pilha deles num prato.

— Beleza, legal.
Alguém obviamente não reconhecia sarcasmo. Mas imaginei que isso não era uma
surpresa muito grande. Ele não entendeu o não, por que entenderia o sarcasmo?

— Eu sei que ela gosta de remédios. Deixa escapar que eu posso conseguir alguns pra ela.

Com medo de estar prestes a esfaqueá-lo, peguei o prato de queijo e biscoitos e desviei dele, indo em direção à sala. Eu estava colocando o prato na mesa de centro quando a porta da frente se abriu e Naruto entrou, carregando dois pacotes de doze cervejas.

— Que merda está acontecendo aqui? — ele perguntou imediatamente, olhando para o
Sai com raiva e colocando a cerveja sobre a mesa de centro.

— Os rolinhos de pizza estão no forno — respondi para o Naruto, tirando o cabelo da testa.

— E parece que o Sasuke convidou o Sai.
E lá foram os dedos do Naruto direto para o bolso, procurando o cigarro.

— Eu estava pedindo desculpas pra Sakura pelo que aconteceu — disse Sai. — Ela está de boa com a situação.

Naruto deslizou os olhos até mim, procurando confirmação. Mordi o lábio inferior, sem saber como me sentia. No fim, acabei apenas fazendo que sim com a cabeça, porque me pareceu o único jeito de contestar a teoria de vítima do Sai. Ele fez com que eu me sentisse insegura em relação ao Naruto, e isso me deixou com raiva. Eu não queria ser o cachorrinho de quem ele sentia pena.


— Tudo bem — disse o Naruto com cuidado. Achei que ele fosse me perguntar sobre esse assunto quando estivéssemos sozinhos. Se ficássemos sozinhos. A gente não tinha muito tempo para ficar junto sem alguém para interromper.

Ele acendeu o isqueiro.

— Oi, pessoal! — disse a Ino, saindo do quarto com um sorriso enorme no rosto. Ela
estava com uma calça de moletom e uma camiseta do Shikamaru, acenando com o celular.

— Olhem isso!

Eu me inclinei para ver a tela, feliz com a interrupção do silêncio constrangedor. Era a
página dela no Facebook, e ela tinha trocado a foto do perfil por uma foto dela com o Shikamaru, com as cabeças unidas enquanto sorriam juntos para a câmera. Debaixo da informação da cidade onde ela havia nascido, dizia que ela estava “em um relacionamento sério” com Nara Shikamaru.


Essa era nova. Eles nunca tinham tornado o relacionamento oficial no Facebook.

— Uau, que legal — falei.

— Agora é pra valer — disse o Shikamaru com um sorrisinho, parecendo sonolento e muito feliz consigo mesmo e, sem dúvida, com a Ino. — Chega de ficar na moita.

Ele e a Ino se entreolharam e caíram na gargalhada quando perceberam o duplo sentido das palavras.

— Bom, espero que você não desista totalmente dessa parte — disse ela, estendendo a mão para pegar a dele.

— Nem pensar. — Ele deu um beijo demorado e cheio de desejo nela, e isso me deixou com inveja. — Mas agora eu posso dizer que você é minha namorada e isso é demais, é só o que eu digo. Você é linda, com a boca inchada e tudo.



Naruto On :


Ino deu um risinho e eles se abraçaram, e não consegui evitar dar uma olhada para Sakura.
Eu queria estar no lugar do meu irmão. Não podia negar isso. Eu queria Sakura. Eu ficaria tão feliz por me chamar de namorado. Queria que ela anunciasse isso nas redes sociais, que todo mundo pudesse ver, preto no branco, a qualquer momento.
Mas não havia nem fotos minhas com Sakura. A gente ainda não tinha chegado a esse
ponto. Se é que íamos chegar. Nós tínhamos alguma coisa, mas não era oficial.
Ela não estava me olhando. Estava pegando um pedaço de queijo, e a cinza do, meu cigarro caiu na mesa de centro.

— Acho que vou vomitar — eu disse ao meu irmão.

Sakura partiu um rolinho de pizza ao meio e me deu um pedaço e eu disse:

— Obrigado, gatinha. — Meus olhos estavam na tevê.

Não importava o que eu estava olhando, meus pensamentos estavam nela, verdade não só era isso. Mas aí eu peguei sua mão e a puxei para o sofá, a aninhando no espaço ao meu lado, com o braço sobre meus ombros e nossos quadris se tocando.
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A cafeteria estava quentinha, o cartaz com Lattes sazonal de gengibre pendurado atrás da caixa registradora, e a lareira a gás no canto acesa pela primeira vez desde o último inverno. Não importava se era o calor abafado de agosto ou o frio amargo de janeiro, sempre tinha um café fresquinho.
Quando Sakura e eu estudávamos na cafeteria, eu respirava fundo e inalava o aroma rico dos grãos.

Era um pensamento tranquilizante.
— Só temos mais duas semanas de aula, depois as provas finais — eu disse a Sakura. — Mas, se eu gabaritar a prova final, eu posso tirar um B em anatomia. E você pode conseguir um A em literatura, se quiser — eu disse, com o caderno aberto na página em que fiz anotações para mim mesmo numa letra extremamente torta, confesso. Eu na verdade também gostava de rabiscar, desenhar crânios e rostos que de acordo com Sakura eram engraçados nas margens do papel.

— Eu quero — ela protestou. — Mas a questão é se eu consigo.

— Deixa de ser pessimista. Não combina com a sua personalidade. — eu dei um tapinha no meu livro. — Lê dois capítulos e depois a gente discute.

Ela fez uma careta.

— Eu devia fazer meus exercícios de cálculo, em vez disso.

— Você faz cálculo dormindo.

— Será que é por isso que às vezes eu acordo tão cansada? Porque faço cálculo dormindo? Você já me viu fazendo isso? — Ela ignorou o livro sobre cavalos e a Grande Depressão e sabe-se mais o que à sua frente.


Ela balançou a cabeça com um sorriso.

— Você às vezes é meio doidinha. Como eu sou o único que vê isso?

— Porque ninguém nunca se preocupou em olhar, ou, Talvez você esteja errado. — Ela falou, inclinando a cabeça e sorrindo, para que eu soubesse que ela estava provocando.

— Não. Posso estar às vezes, mas não em relação a isso. — eu peguei o celular e o levantei, — Dá um sorriso.

— Ah, não. Você quer tirar uma foto minha. — Pela primeira vez. Ela endireitou-se na cadeira.

Eu percebi sua preocupação talvez ela tivesse medo que seu batom já tivesse saído, ou talvez ela soubesse que seu nariz estava brilhando.

— Para de se preocupar. Só sorri, como antes.

— Não consigo agora. Estou consciente demais. — Ela tentou relaxar de novo, mas creio que não conseguiu recuperar a sensação de tranquilidade.

Eu ainda estava encarando a tela do celular, que segurava à minha frente.

— Sabe por que a gente se dá bem, Sakura?

— Por quê? — Ela sabia que isso podia ser muito, muito interessante. Ou podia não ser nada. Mas ela esperou tensa, querendo ouvir minhas ideias.

— Porque nós dois vemos além do que as outras pessoas veem na gente. Nós dois sabemos que, às vezes, as melhores coisas estão debaixo da superfície. Quando eu olho pra você, vejo uma mulher fantasticamente inteligente, divertida, generosa e linda. Sabia disso?

— Não. — ela sussurrou, emocionada.

— É verdade.

O flash da câmera do meu celular piscou.
E então eu percebi que estávamos completamente apaixonados.



Nevou pela primeira vez naquela noite, deixando o campus coberto com os flocos molhados, que caíam sem fazer barulho, frescos e puros. Caminhamos do estacionamento de visitantes, onde eu tinha deixado o carro, até o meu dormitório de Sakura. Ela tremia, mas mesmo assim ela então alevantou a cabeça para o céu, apreciando a beleza da natureza. Por causa da neve, estava claro, enganosamente claro, mas já eram nove da noite e o ar estava parado e calmo.
Flocos caíram no cabelo e nos cílios de Sakura, e eu a achei, ainda mais linda quando ela se virou e sorriu para mim.

— Vai estar tudo derretido amanhã de manhã — Eu disse a ela.

— Provavelmente — ela concordou. — Mas por enquanto está incrível.
Como nós.


As colegas de quarto de Sakura tinham saído. A Karin ia ficar fora o fim de semana todo. A prima dela ia se casar, e ela era madrinha. A Ino estava enfiada na cama do Shikamaru desde domingo.

A Sakura e eu estávamos sozinhos...


Sakura tirou as botas molhadas antes de entrar no quarto e sacudiu o cabelo para remover os flocos de neve.

— Cacete. Até eu tenho que admitir que está frio lá fora. Vem aqui me esquentar.

Eu a puxei para perto e nós nos beijamos, a sensação familiar de seus lábios nos meus esquentando minhas entranhas. Eu sabia que estava apaixonado por ela e sabia que queria senti-la. O clima parecia perfeito. Nós estávamos em sintonia, e nossa conversa na cafeteria.


Então, quando eu tirei meu casaco e o joguei no chão, Sakura beijou-me com vontade, passando as mãos em meu peito e levantando minha camiseta para sentir corpo.

— Sakura — eu murmurei depois de ficarmos ali em pé aos beijos, nossos quadris se tocando, a respiração ficando mais alta, os lábios molhados e inchados. — Tem certeza que ninguém vai voltar?

— Absoluta.

— Vem deitar. — eu a levei até a cama e tirei a camiseta antes de puxar o edredom e a colocar no colchão.

— Espera — ela sussurrou. — Na gaveta da minha escrivaninha.

— O quê?

— Abre a gaveta da escrivaninha — ela repetiu, apontando acima da minha cabeça.

E cara eu fiz o que ela pediu e nossa. Acabei soltando um barulho baixo do fundo da garganta.

— Merda, Sakura. Tem certeza?

— Tenho. — Nunca estive mais certa.

Respirando fundo, eu peguei a caixa de camisinhas e coloquei na cama perto da cabeça de Sakura. Depois a beijei com uma intensidade que quase me engoliu. Nós nunca havíamos ficado nus juntos, eu estava sempre de calça, e ela quase totalmente vestida, as minhas mãos infiltrando-se por dentro de decotes e por baixo de suas roupas para tocá-la. Mas agora ela arrancou sua blusa, e seu cabelo se espalhou pelo travesseiro. Enquanto me beijava, eu abri seu sutiã e o tirei com uma facilidade surpreendente. Nada de ficar tateando. Quando o peito nu dela tocou o meu pela primeira vez, suspirei maravilhado que o simples roçar de sua pele quente...
Quando eu abri minha calça e a tirei, vi que Sakura sentiu uma pontada momentânea de vergonha, o ar frio alcançando suas coxas e sua barriga nua. Mas eu logo estava a tocando de novo e não importava nada, importava além dela e do modo como ela me fazia sentir.
Eu percebi como as coisas estavam acontecendo e a incentivei.

— Ah, baby, isso.

Então aí eu fiz uma coisa sobre a qual eu estava curioso e, ao mesmo tempo, esperando e temendo o que ela pensaria. Eu desci a cabeça até suas coxas, baixei sua calcinha até os quadris e usei o piercing da língua para provocar o êxtase mais delicioso que eu já tinha provado o gosto. Ela em um minuto, eu estava cravando os dedos em meus ombros e soltando um gritinho suave, completamente deslumbrada com o maremoto que eu tinha acabado de provocar sobre ela.
Eu sorri para Sakura sobre os contornos do seu corpo, o peito oscilando, os dedos tremendo enquanto ela agarrava o edredom e com certeza disse a primeira coisa que veio à sua cabeça.

— Eu te amo — ela deixou escapar, enquanto eu abria a caixa de camisinhas e pegava uma embalagem metálica.

Eu não queria ouvir isso. Não naquele momento.
Eu congelei o corpo completamente, fiquei parado.

— Você não está falando sério.

— Estou — ela falou baixinho. Ela não devia ter dito aquilo, mas não podia negar. Como me fez bem ouvir aquilo.

Eu balancei a cabeça.

— Você não devia.

Sakura On:

— Por que o não? — perguntei curiosa. Estendi a mão para ele, passando os dedos pelo seu maxilar enquanto o encarava maravilhada com minhas emoções, com a linda percepção de que eu era capaz de amar outro ser humano e que isso podia ser muito bom.
O maxilar dele se enrijeceu com meu toque, e seus olhos estavam agoniados.
— Porque...

Por um segundo, parecia que ele ia me contar alguma coisa, mas depois ele se controlou, recuou e se sentou.

— Eu não posso fazer isso. Desculpa, eu simplesmente não posso.

— O quê? — perguntei surpresa.

Ele estava vestindo a camiseta, dando um tapinha no bolso para procurar as chaves. Depois se levantou, parecendo em pânico. Então eu percebi que ele estava completamente vestido e eu estava deitada, totalmente nua, com a calcinha no calcanhar. A vergonha e a confusão fizeram meu rosto e meu corpo queimarem. Puxei a calcinha de volta e me sentei, arrastando o edredom para cobrir minha nudez.

— Você vai embora? Por quê?

Seus dedos já estavam procurando um cigarro no bolso, e ele simplesmente balançou a cabeça para mim.

— A gente se fala amanhã.


Ele enfiou os pés nas botas sem nem amarrar e saiu, batendo a porta com um clique alto atrás de si, me deixando sozinha no quarto vazio. O abajur brilhava atrás de mim, fazendo minha sombra se refletir no carpete marrom sujo. Eu via meu cabelo bagunçado, o contorno do meu ombro nu, o volume do edredom em meu peito. As lágrimas escaparam, descendo em silêncio pelo meu rosto. Então eu parti para a ação. Não. Isso não ia terminar assim. Ele não ia me deixar ali, envergonhada e me perguntando que raios estavam acontecendo depois que eu disse que o amava.
Tremendo, vesti o suéter, sem me preocupar com o sutiã, e enfiei a calça jeans. Agarrei meu cartão-chave na escrivaninha e saí correndo do quarto, sem casaco, sem sapato, sem dignidade. Depois de quase cair na escada, com os pulmões doendo, saí pela porta do dormitório e o vi descendo do meio-fio em direção ao estacionamento.


— Naruto!


Ele se virou e eu corri em sua direção, os pés descalços escorregando na neve fresca, o choque do frio me fazendo ofegar, os dentes batendo por causa do clima e do trauma do que tinha acabado de acontecer.


— Sakura, o que você está fazendo, porra? Cadê seu casaco?

— Como você pôde fazer isso comigo? — perguntei, me inclinando ao parar na frente dele.

— Como você pôde me largar desse jeito?

Ele desviou o olhar, dando um trago no cigarro.

— Desculpa, eu não devia... Eu não podia...

Isso não ajudou em nada. Soquei o bíceps dele, surpreendendo até a mim mesma com minha veemência.


— Você sabe como isso faz eu me sentir desinteressante?

Seus olhos se arregalaram, e ele balançou a cabeça.

— Eu não queria fazer você se sentir assim.

— Mas fez! — Eu agora soluçava e me odiava por isso, mas não pude impedir que os gritos escapassem de mim. — Você sabe que nenhum cara nunca se interessou por mim. Você sabe que eu quero ficar com você. Por que você me iludiu desse jeito? Meu Deus, só de saber que as minhas amigas te pagaram pra transar comigo e nem assim você consegue se obrigar a isso... Eu quero morrer de tanta humilhação!

Eu não queria contar a ele o que eu sabia, mas estava doendo demais para suportar. Bati nele de novo, me sentindo traída nas profundezas da alma. Eu odiava o Naruto por me fazer acreditar que tínhamos algo a mais e me odiava por acreditar.
A mão dele segurou a minha, me impedindo de bater nele pela terceira vez.

— O quê? O que você sabe sobre isso?

— Eu ouvi sem querer a Ino e a Karin quando elas não sabiam que eu estava acordada. Eu sei que elas te deram cem pra você tirar minha virgindade. Mas você obviamente não consegue se obrigar a transar comigo.

— Eu não peguei o dinheiro — ele protestou, parecendo horrorizado. — Eu nunca quis o dinheiro, juro por Deus. Você precisa acreditar em mim! Eu só aceitei a ideia delas porque estava verdadeiramente curioso em relação a você, eu juro, e foi o único jeito de conseguir o apoio delas. Se não fosse assim, achei que elas iam tentar te convencer a não perder tempo comigo.




Eu hesitei, com os olhos cheios d’água, o nariz escorrendo, mais confusa ainda.

— Mentira.

— Não é não! — Ele tentou pegar minha mão. — Eu sempre tive estava usando um vestidinho florido e parecia tão observadora, como se enxergasse as merdas de interesse em você, desde a primeira vez que a gente se viu, em agosto, na casa do Sasuke. Você v todo mundo, e eu fiquei curioso. Você parecia tão diferente, tão interessante. Verdadeira. E aí, quando a gente começou a sair, eu percebi que gostava de você e sabia que a gente não podia transar logo de cara, porque você era virgem e eu não queria que você tivesse um motivo pra me dispensar logo. Fiquei preocupado de você conseguir o que queria satisfazer sua curiosidade e ir embora.


Ele estava louco?

— Você achou que eu estava te usando para aprender o que era sexo? — Eu estava chocada.

— E não estava?

— O quê? Não, claro que não! — Não muito. Talvez um pouco, no início. Mas depois virou mais do que isso. — Eu também estava curiosa em relação a você.

— Mesmo achando que eu tinha sido pago pra transar com você?

— É. — Fiz que sim com a cabeça com convicção. — Porque não fazia sentido. Não tinha lógica. Se tudo que te importasse fosse o dinheiro, você teria agido o mais rápido possível, maximizando o lucro. Você não se daria ao trabalho de conversar comigo o tanto que conversava e não teria ido tão devagar. Não fazia sentido.


Ele deu uma risada agoniada.

— Ainda bem que você é tão lógica, porque está totalmente, cem por cento certa. Isso nunca teve a ver com sexo pra mim, sempre foi a minha vontade de estar com você, de te conhecer.

Um sopro de otimismo interrompeu minha agonia.

— Então por que você não conseguiu transar comigo hoje? Parece que nós dois estamos no mesmo ponto. — Por que, por que, por quê? Eu queria desesperadamente que ele me convencesse de que eu não tinha imaginado sua atenção, de que ele realmente se importava e eu não era uma idiota por me apaixonar.


— Porque eu fui egoísta o tempo todo. Não tenho nada pra te oferecer. Você é boa demais pra mim. Eu sou só um cara tentando fazer a vida funcionar e estou te arrastando comigo pras minhas merdas. Não é certo, e eu me odeio por ser tão egoísta a ponto de deixar você fazer isso, e me deixar fazer isso. — Ele jogou o cigarro na neve, com raiva.

Ele não era o único irritado.

— Não diz o que é certo pra mim! Você não pode decidir nada por mim! — Meu dedo cutucava o peito dele. — Eu quero ficar com você. Eu escolhi passar esse tempo todo com você. Você não me obrigou a fazer isso. — Meu corpo sacudia de frio e indignação.


— Sakura... — Suas mãos passaram pelo cabelo, e sua voz implorou. — Por favor... Só me deixa fazer a coisa certa. Pela primeira vez, me deixa fazer a coisa certa e ficar fora da sua vida.

Meu coração se derreteu instantaneamente, e minha raiva se evaporou.

— Naruto — falei com suavidade, ficando na ponta dos pés congelados para envolver o rosto dele com as mãos. — Quando é que você não faz a coisa certa?


— O que você quer dizer? — ele perguntou com a voz rouca, a cabeça se inclinando ligeiramente com meu toque e os olhos me encarando.


— Quero dizer que, sinceramente, você é um dos melhores homens que eu já conheci. A questão não é se você está à minha altura, e sim se eu estou à sua.


— Claro que está — ele murmurou as mãos se estendendo para envolver minha cintura, me puxando para perto. — A verdade, Sakura, é que... Eu me apaixonei por você. Eu te amo. E isso me assusta. Não quero fazer a coisa errada. Não quero ser o seu primeiro e você se arrepender no futuro, quando for médica e eu continuar trabalhando na loja de conveniência.

— Você vai ser paramédico — falei as lágrimas se acumulando de novo, não por estar chateada dessa vez, mas pela alegria devastadora de ouvi-lo dizer que me amava. Eu não tinha percebido como queria ouvi-lo dizer essas palavras até ele fazer isso. — E eu posso não ter muita experiência com relacionamentos, mas eu sei que, quando existem amor e respeito de ambas as partes, normalmente isso é bom, então não estou entendendo por que você está tão preocupado. Você não acabou de me ouvir dizer que você é o melhor homem que eu já conheci?
Por um longo instante, ele apenas me encarou, depois se inclinou e me beijou com intensidade.

— Eu nunca tive a menor chance. Você me conquistou no minuto em que eu te vi pela primeira vez e ouvi você dizer pro cara ao lado que você estudava medicina e que o filme A centopeia humana é fisicamente impossível.

Ele me beijou.

— Eu te amo.

— Eu também te amo.

— Agora vamos terminar o que a gente começou.

Por mim ótimo. Mas, quando tentei andar, estremeci com a dor aguda em meus pés congelados. Olhei para baixo e vi que eles estavam muito vermelhos. O Naruto também notou.

— Caralho, Sakura! Cadê seus sapatos?

Dei de ombros.

— Eu estava com pressa.

— Ai, meu Deus... Desculpa-me. — O Naruto se abaixou e me pegou no colo. — Desculpa, é culpa minha. — Ele me beijou e me aninhou nos braços. — Você me perdoa?

Eu me encolhi nos braços dele, tremendo, mas em êxtase.

— Sim, por ir embora sem se explicar, eu te perdoo. Mas sair sem sapato foi culpa minha, e você não pode assumir essa culpa. Foi escolha minha.



Pelo modo como tudo tinha se resolvido, eu nem estava chateada. Sim, meus pés estavam queimando, mas Naruto estava voltando para o meu quarto. E estava me carregando, no momento definitivamente mais romântico da minha vida. E ele me amava. Nada mais tinha importância.
Quando chegamos ao meu quarto, depois de ignorar os olhares de três garotas no elevador, Naruto me soltou com os pés ainda dormentes, me deitou na cama e puxou a coberta sobre mim.

— É melhor deixar a pele se ajustar devagar à temperatura ambiente — falei. — Vou ficar bem em alguns minutos. — Meus pés já estavam começando a coçar e a formigar dolorosamente.

— É verdade, sabia? Eu te amo. Eu nunca mais quero ficar com ninguém além de você. — ele murmurou no meu cabelo, beijando minha têmpora.

Senti meu sorriso no escuro.

— Somos oficiais no Facebook, então?

— Somos mais do que isso. Somos de verdade.

— É mesmo — falei, deslizando o pé sobre o dele. — Somos mesmo.

As molas rangeram quando ele se ajeitou ao meu lado, me encarando com intensidade.

— Quero que você curta esse momento — disse ele, a mão se insinuando por baixo do meu suéter. —Então espero conseguir fazer isso ser bom pra você.

— Eu sei que vou gostar — comentei com sinceridade.

E gostei.

Naruto fez tudo devagar, tirando minha roupa, abaixando sua calça, deslizando nossos corpos um no outro, me beijando inteira, apagando toda a tensão e a expectativa ansiosa que eu sentia, de modo que, quando ele me penetrou, eu estava pronta de todas as maneiras importantes.
Senti uma pontada aguda e ele parou, se segurando sobre mim com os braços musculosos, o suor brotando na testa.

— Você está bem?

Fiz que sim com a cabeça, sem conseguir falar, tocada por aquela sensação nova e assustadora. Nada poderia ter me preparado para como seria ter o Naruto dentro de mim, e, enquanto ele se movia, olhei para ele e ouvi o timbre da minha voz mudar, as arfadas se transformando, em gemidos profundos e desesperados enquanto ele me penetrava e me dava mais prazer do que eu sonhava que existisse.



— Sakura. — Meu nome em seus lábios ficou bruto e íntimo.
—Aaaah Naruto não pare, por favor, isso está tão goooostoso, aaah Naruto.

— Eu quero beijar cada milímetro da
sua pele, dos pés até atrás das orelhas, até a sua linda cabecinha.

Ele cobre um mamilo com sua boca, passando a língua sobre a ponta.


Ele passa a língua sobre o outro mamilo, afagando com os dedos a lateral de meu corpo, minhas costelas.
Eu arqueio minhas costas. Seus dentes deslizam por minha orelha, puxando o lóbulo. As pontas de meus seios latejam quando ele as belisca entre o polegar e o indicador. Meu sangue vira um fogo nas veias. Seus lábios continuam a me torturar, incansáveis, quentes, molhados, cobrindo minha
pele, provando, mordendo, roçando. Uma névoa de prazer me envolve, cada sensação aumentando exponencialmente.


– Não me faça esperar dessa vez, Naruto. Eu realmente quero e preciso…



Quando ele se aproxima.
E então meus lábios estão sob os dele, minha boca é dele, meu hálito é dele enquanto eu tombo a cabeça para trás e derreto no beijo mais feroz e mais delicioso que eu já recebi.
Dentes, mordiscando, mordendo, e então… nossas línguas. O peito dele é um veludo quente e duro sob meus dedos. Ondas de prazer fluem por
mim quando suas mãos abrem caminho até minha bunda. Minha boca lateja de suas mordidas e eu mordo de volta, oferecendo na mesma medida que recebo. Ele me espalha no colchão macio sob mim, então coloca a mão entre nós e esfrega o dedo
sobre meu sexo. Gemendo no fundo da minha garganta, eu mal posso suportar quando ele desliza pelo meu corpo e beija os lábios da minha vagina, outro gemido, agora mais profundo, escapa dele e ele me aperta em seus braços e
ele morde minha garganta com violência, enroscando minhas pernas ao redor de seus quadris.

– Segure-se em mim – diz ele, a voz rouca em meu ouvido.


Eu gemo, dissolvendo-me. Ele está tão perdido quanto eu. Gemendo também.
Empurrando. Investindo. Girando os quadris. Tomando. Possuindo.

– Eu preciso de você – sibila ele. – Eu preciso de você. Tanto, tanto…
Estou tentando manter o ritmo dele, agarrando-me com força quando meus quadris encontram o dele a cada movimento. Repetidas vezes, como se
ele estivesse tentando nos fundir em um só. Eu estou com minhas duas mãos e minha boca por todo o seu corpo musculoso enquanto absorvo o máximo que posso dele, meus dedos ocupados, minha língua ocupada, meus quadris rebolando. Naruto Naruto Naruto, meu
coração martela o nome dele. Eu estremeço sob o calor de sua pele enquanto ele desliza sua mão marcada pelo meu braço. Ele geme meu nome e gira a língua sobre meu mamilo, a paixão nos olhos dele enquanto me observa. Eu sugo seu lóbulo. Ele estremece enquanto eu mordisco e puxo, e eu soluço em seu ouvido que eu o amo, o amo, o amo.
Quando eu começo a gozar, onda após onda me atinge. Com um grito suave, eu tremo debaixo dele, sentindo Naruto ficar imóvel e me agarrar com força enquanto rosna e ejacula. Enxugo duas lágrimas, e ele murmura meu nome, gentilmente passando os dedos nos cantos dos meus olhos.

— Me belisque para eu acreditar que isso está acontecendo de verdade — eu sussurro, de súbito.

Ele beija minhas pálpebras em vez disso, e ternamente esfrega a umidade até secá-la.

—É, isso não vai rolar. Eu não vou arruinar…

Eu belisco seu mamilo com o piercing.

— Ai! Isso não foi legal, Saky – censura ele, apalpando minha bunda e me dando um tapa leve ali.


– Hummm. Isso até que foi legal – provoco, e seu sorriso desaparece e seus olhos escurecem com um desejo renovado.


– Estava tão gostoso dentro de você, meu bem. Você me sentiu? – ele pergunta, rouco,


enquanto me puxa mais para perto.


— Sim — suspiro. Meu corpo se concentra na sensação dele dentro de mim, ainda tão duro quanto antes, e eu juro que não quero que ele saia dali. Como se estivesse pensando a mesma
coisa, ele prende meus braços acima da cabeça e então está se movendo dentro de mim outra vez, murmurando devagar, com ternura, rouco, enquanto faz amor comigo outra vez:



— Diga que ama isso — sussurra ele. Eu gemo e fecho os olhos.


— Deus, você sabe que eu amo.

Nossos corpos estão retesados e movendo-se juntos, nossos peitos se esfregando e seu piercing roçando um de meus seios enquanto ele me beija. E ele me beija até nossas bocas estarem inchadas e vermelhas, e nossa sofreguidão e desejo e emoções nos roerem. E ele é meu, e eu sou dele.
Finalmente, o cara para mim.


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