História Um Amor Do Mar — Imagine Kim (Hiatus) Namjoon - Encontro Nas Ondas

Julho 2020 — 20:13 p.m

Um restaurante

– O que viemos fazer aqui? – indaguei curiosa, pois o lugar aonde paramos não parecia nada com uma balada. 

– Um dos melhores restaurantes da cidade, por quê? – fingiu não entender minha confusão.

– Não foi isso que eu perguntei. 

– Viemos comer, Oras. – abriu a porta do carro para mim e, assim que eu saí, ele tomou uma das minhas mãos e fechou a porta em seguida. 

– Então você me enganou. – semicerrei os olhos e ele riu baixo, o que quase me fez derreter porque, porra, que riso lindo. 

– Acho que, para um primeiro encontro, um restaurante é melhor que uma balada, mas podemos voltar se quiser... 

– Não! – ele sorriu e eu corei. – Eu gosto de restaurantes, concordo com você. 

– Ótimo, vamos. – beijou-me a bochecha e saímos andando em direção ao estabelecimento. 

Assim que entramos no local, um garçom veio até nós e perguntou o nome da reserva. Nam deu seu nome e o funcionário olhou na lista, logo confirmando a presença do mesmo e nos guiando até a mesa reservada. 

Me encantei. 

O lugar escolhido era o lado da vitrine do restaurante, então, eu podia ver as luzes das cidades e, o melhor, o mar ao longe. No meio da mesa estava um pequeno vaso com uma rosa delicada, a toalha da mesma era de uma cor creme que cobria até os pés e as cadeiras eram de uma madeira escura detalhadas com desenhos delicados. O restaurante tinha um ar rústico, os pratos eram adornados com linhas douradas e os talheres pareciam prata de verdade. 

– Gostou? – ele perguntou. Segurando meus ombros. 

– Adorei. – respondi átona, ainda estava a admirar as coisas. 

Quando me preparei para sentar, Nam foi mais rápido e se colocou atrás de minha cadeira, puxando-a com um gesto cavalheiro e ganhando um sorriso satisfeito de mim. Depois, ele se sentou na dele à minha frente e ficamos nos encarando por alguns segundos, trocando olhares, até que o mesmo garçom de antes voltou, só que com cardápio agora.

– Gosta de comida francesa? – indagou. 

– Nunca comi, mas estou aberta para sugestões. 

– Então, hoje vamos viajar até a França. – ele sorriu e olhou lara o garçom. – Por gentileza, eu quero dois Coq au vin e dois copos de... vinho? 

– Refrigerante. – ele sorriu. 

– Duas latas de coca-cola, com limão e muito gelo. 

– Como sabia que eu queria com limão e gelo? – franzi o cenho. 

– Porque todos gostam de gelo e limão na coca. – riu e eu maneei a cabeça, concordando. 

Depois que o garçom saiu novamente, eu me perguntei o que aconteceria no final dessa noite, sei que as chances de terminar em um beijo são altas, dependendo do rumo que as coisas tomem. 

Ficar sem assunto é o verdadeiro Tabu de encontros, então, comecei a pensar no que poderíamos conversar. 

– Vocês veio da Coréia do Sul, certo? – disse a primeira coisa que me veio a cabeça e ele assentiu. – Como é lá? 

– Muito diferente daqui. – ele tombou a cabeça para o lado, parecendo pensar. – Aqui a população é mais... Diversificada, lá não é tão fácil ver estrangeiros.

– O Brasil é conhecido por ser receptivo. – rimos juntos. 

– E eu gosto muito disso, assim como as praias, as pessoas e o idioma. 

– O idioma? – franzi o cenho. 

– Sim, acho bonito e engraçado, muito diferente do que estou habituado. – ele sorriu. – Foi difícil me adaptar, mas o inglês me ajudou muito. 

– Então o senhor é poliglota? – arqueei uma das sobrancelhas e ele riu, apoiando os cotovelos na mesa. 

– Sim, estou aprendendo francês no momento. – olhou-me convencido. 

– Não se confunde com tantas línguas? 

– Não, depois que se acostuma, fica mais fácil. – maneou a cabeça para o lado. – Basta saber organizar. Você sabe falar alguma coisa em coreano? 

– Ah, algumas palavras e uma frase. Como um "Olá" e a típica "Eu te amo". – sorri. – Também sei os... Cumprimentos básicos, sabe? Oppa, Unnie, Ahjussi... – cito alguns exemplos.

– Sabe o que significa cada um deles? – assenti. – Então sabe o que Oppa significa, certo? – concordo novamente, tentando entender onde ele quer chegar com isso. – Portanto, ms chame de Oppa, afinal eu sou seu Oppa. 

– Na verdade... – tentei contrariar e ele me lançou uma cara de tédio, mostrando que queria mesmo aquilo, por mais que fosse brincadeira. – Mas, tudo bem, te chamarei de Oppa as vezes.

– Certo! – seus olhinhos viraram dois risquinhos com o sorriso amplo, ele ficou mesmo tão feliz? 

– As pessoas vão ficar confusas, vão achar que estou falando "opa". – brinquei com a toalha da mesa, imaginando os olhares estranhos​ que ganharia e que ignoraria com todo prazer. 

– Ah, não me importo, vai ser engraçado. – sorrimos um pro outro. – Vamos para a praia depois daqui?

– Andar a praia a noite? Vai ser interessante. – arqueeei uma das sombrancelhas. 

– Vamos fazer mais que andar. – olhou-me como se estivesse planejando algo grande. – Vamos surfar. 

~♠~

– Não está com medo? – Namjoon perguntou assim que sentamos nas pranchas e esperamos uma onda grande o suficiente para surfar. 

– Medo do mar? Jamais. 

– Você não teve muitas experiência ruins nele, né? 

– Já, tive muitas, mas nenhuma delas diminuiu meu amor por ele. – expliquei, tocando a água absurdamente escura por conta do horário.

– Compartilhamos do mesmo amor.

Ergui meu rosto novamente e encarei Namjoon assim como ele me encarava, mesmo com a lua iluminando apenas uma parte de seu rosto, eu conseguia enxergar seus olhos escuros brilharem, não por refletiram a lua, porque ela não estava em posição para fazer isso, mas sim por outro motivo. 

– Por que seus olhos estão brilhando? – indaguei mesmo já sabendo a resposta, me arrependendo logo em seguida.

– Porque eles estão refletindo algo que brilha mais que a lua ou qualquer estrela desse céu. – sorriu com seus lábio carnudos e grandes. – Você. 

Foi automático, eu me aproximei dele e ele se aproximou de mim, no segundo seguinte já estávamos nos beijando com fervor. Minha mão molhada alcançou a sua nuca causando um arrepio no mesmo por conta do choque térmico, ele respondeu esse meu ato com uma mordida que não passou desapercebida. Ouvimos um barulho muito bem conhecido por nós dois e a água começou a se mexer ainda mais rápido, quando abrimos nossos olhos e olhamos em direção ao oceano, vimos uma onda mediana e escura, assustadora aos olhos de muitas pessoas, mas excitante ao nosso ver, vindo em nossa direção.

– Embarca nessa? – ele indagou, já se deitando na madeira 

– Vou perder um monstro desses? – acompanhei seus movimentos.

Meu vestido pode se estragar todo depois dessa loucura, mas existem outros no mundo, não é mesmo?

~♣~ 

— Nunca achei que faria isso com alguém. – ele disse, assim que saímos da água e pegamos nossos sapatos, deixando as pranchas no quiosque onde pegamos, o qual só fecha perto da meia noite.

– Seus amigos não topam essas aventuras? – indaguei, sentindo a adrenalina de poucos minutos atrás ir diminuindo, me deixando apenas a alegria e paz de estar ao lado do sul-coreano. 

– Não sei, nunca tentei fazer isso com ninguém. – deu de ombros. 

– Por que teve essa idéia logo comigo?

– Eu queria fazer alguma loucura contigo. – roçou seus dedos nos meus e eu uni nossas mãos. – Porque nós nunca nos esquecemos das loucuras, elas dão boas histórias.

– Então quero fazer mais dessas maluquices com você. – dei alguns passos adiantados e fiquei na sua frente, fazendo ele parar de supetão, quase chocando seu corpo ao meu. – Porque eu nunca quero te tirar da minha cabeça. 

Sem mais delongas, fomos para a parte que todos já sabiam que aconteceria, o beijo. Namjoon findou suas mãos em minha cintura e apertou minha pele junto do vestido molhado, puxando meu corpo para o seu e acabando com qualquer mínimo espaço entre nós. Meus braços rodearam seu pescoço e eu subi um pouco meu calcanhar, aumentando ainda mais o nosso contato, se é que é possível. Meus dedos brincavam com os fios arrepiados de sua nuca e os seus davam leves apertos na minha cintura e quadril, fazendo carícias com frequência. 

Minha língua pediu passagem e ele cedeu de imediato. Assim que comecei as carícias, ele deu um pequeno pulinho de susto e soltou um riso soprado, logo focando novamente na minha boca, a qual adentrou com a língua sem aviso prévio. Ficamos nessa dança ritmada até o ar se tornar realmente necessário, então nos afastamos um do outro ainda nos encarando. Os lábios dele estavam avermelhados e os meus devem se encontrar no mesmo estado, pois os sinto inchados. 

Pode ser cedo para dizer, este é o nosso primeiro encontro, mas acho que um bom futuro juntos nos aguarda.