História Um amor em meio às trevas (Saphael) - Droga, Simon!!!

Quando Simon finalmente chegou à sala principal do Hotel Dumort, todos os vampiros estavam reunidos discutindo algo que ele já imaginava o que seria. Raphael se encontrava em frente a todos eles, imponente em sua postura de líder.

Ele ouvia e questionava tanto os vampiros que sofreram o ataque quanto os outros que opinavam à respeito do ocorrido, tentando absorver as opiniões.

Muito se discutia sobre a atitude dos lobisomens, já que os vampiros nem sequer os provocaram. Eles eram inimigos naturais, isto era fato, mas sair atacando qualquer vampiro que cruzasse seu caminho não era justo, e não ficaria sem resposta.

- Está decidido – disse Raphael – Vamos fazer uma visitinha ao covil dos lobisomens esta noite.

Todos festejaram e pareceram animados com a possibilidade (quase certa!) de briga, menos um.

- NÃO!!!

De repente se ouviu uma voz ao fundo e todos se viraram para ver o novato encarando Raphael com uma expressão que misturava incompreensão e irritação.

O “não” proferido por Simon não foi um pedido desesperado, pelo contrário, ele foi categórico e seguro ao impor sua voz, se colocando como igual naquela situação.

- Vocês não podem simplesmente atacar o bando de Luke achando que vai ser divertido destroçar alguns lobisomens e entregarem a eles alguns dos seus em troca. Isso é muito impensado e não estamos no melhor momento para agir pela emoção, não acha Raphael? Sei que eles atacaram primeiro, mas ninguém saiu machucado devido ao diálogo, não tem sentido usar a violência depois de tudo resolvido.

- Não está tudo resolvido – grunhiu Raphael – Você acha que vamos simplesmente deixar esse ataque sem resposta?

- Ah, e sua resposta é atacá-los e sacrificar parte do clã em um embate direto. E aquela história de que não podemos arriscar mais nenhum soldado porque não sabemos o que está por vir? Claro que a decisão é sua, afinal é o líder de todos nós, mas eu acho que seria mais sensato conversarmos com o líder da matilha, ele sim pode controlar os outros lobos sem que nenhum dos lados precise derramar seu sangue. Caso queira seguir minha sugestão, sabe que posso ajudá-lo.

Raphael o olhou com raiva. Como podia afrontá-lo em frente a todo o clã? Aquilo havia passado dos limites, e todos os outros pareciam partilhar de sua decisão.

- Nem tudo se resolve com conversa, Simon. Talvez você não entenda, mas nossa relação com os lobisomens é um pouco complicada.

- Vocês são inimigos naturais, e daí? – Simon não abaixou a cabeça – Isso não quer dizer que devam se matar por qualquer besteira, principalmente em um momento em que devíamos unir as forças e lutar por nossa sobrevivência. Eu sei que não quer conversar e que está irritado por eles terem atacado os seus, mas ambos sabemos que não é o melhor momento pra lutar sem um motivo realmente forte, e no final das contas nada aconteceu. Eu posso falar com Luke e vamos conversar com ele agora sobre o que aconteceu, tenho certeza que ele pode conter os lobos da matilha.

- Tudo bem, Simon – Raphael falou de má vontade – Por ter salvo Alice eu vou te dar um voto de confiança e vamos lá apenas conversar, mas se isso se repetir não vai ter mais conversa.

- Obrigado – ele deu uma curta risada e saiu da sala com o celular na mão.