História Um amor em meio às trevas (Saphael) - Malec

- Você já está pronto? – perguntou Clary com uma expressão de dúvida quanto a roupa que Simon vestia.

- Vocês tem certeza disso? Uma festa? Não acho que seja o melhor momento! Eu... – Simon começou a argumentar rabugento, mas foi interrompido por Isabelle.

- Escute aqui mocinho, festas servem para nos animar e fazer com que esqueçamos os problemas que tanto nos atormentam. Sem falar que é sempre uma oportunidade de conhecer gente nova e esbanjar elegância, não seja estraga prazeres.

- Eu sei, não estou reclamando, é só que...

- Simon, o Magnus planejou essa festa especialmente pra você, pra te animar. Você não vai fazer essa desfeita, né? – Clary perguntou incrédula.

- Não Clary, tudo bem, desculpem.

Ele entrou em seu quarto e foi se arrumar para a festa. A noite já estava surgindo e apesar de não estar animado, ele sabia que o motivo daquela festa era distraí-lo um pouco. Mais uma semana havia se passado e ele não conseguiu esconder de Clary o quanto estava se sentindo sozinho e inútil. Ela tentou dissuadi-lo dessas idéias, mas o fato é que alguns dias depois Magnus decidiu dar uma festa e fazia questão da presença de Simon.

- Tudo bem, é só uma festa. Eu preciso me distrair um pouco e devo isso aos meus amigos, eles estão se esforçando para me ver bem e preciso retribuir o que estão fazendo por mim de alguma forma.

Ele levou cerca de 40 minutos para se arrumar, a convivência com Raphael o havia deixado vaidoso, agora sempre julgava qual o look que mais combinaria com cada situação, preocupava-se se as peças estavam combinando e coisas do tipo.

Assim que chegou ao salão onde todos haviam combinado de se encontrar, seus amigos o levaram a uma sala que raramente estava ocupada no segundo andar e lhe mostraram o portal que usariam para chegar a casa de Magnus. Afinal, os pais de Alec e Isabelle não estavam sabendo da festinha na casa do alto feiticeiro do Brooklyn.

Eles passaram pelo portal e automaticamente estavam na sala de Magnus. O ambiente estava multicolorido com as luzes que se lançavam do globo no centro da sala, na verdade nem parecia um apartamento e sim uma boate enorme com capacidade para centenas de pessoas.

Havia alguns sofás perto das paredes e pequenas mesas onde algumas criaturas do submundo socializavam entre si, mas a maioria deles estava dançando ao som dos hits eletrônicos que estremeciam as paredes em um volume um pouco acima do normal.

- Será que ele não tem vizinhos? – perguntou Simon animado.

- Com certeza ele não se preocupa com isso – Isabelle foi a primeira a falar antes de correr pros braços de Magnus, que se aproximava perdido nos olhos azuis de Alec.

- Cunhadinho! – ela exclamou e eles se abraçaram ternamente.

- Que grande prazer ver todos vocês! – Ele falou trocando os braços de Isabelle pelo abraço de seu amado e em seguida se dirigiu a Simon – Como está, querido?

- Estou bem, Magnus. Obrigado pela preocupação!

- Muito bom saber disso, Simon. Agora caia na pista e divirta-se!

E foi exatamente o que ele fez após puxar Isabelle pelo braço para a pista de dança.

    One day when the light is glowing
              I'll be in my castle golden
              But until the gates are open
              I just want to feel this moment
              Oh oh...
              I just want to feel this moment
              Oh oh...
              I just want to feel this moment

A música tocava alta e tudo o que Simon queria era se perder naquela batida e se divertir o máximo que pudesse. O salão estava repleto de lobisomens, fadas e outras criaturas do submundo, não havia vampiros já que o clã de Raphael era o mais próximo. As paredes brilhavam em tons de roxo, verde, vermelho... As luzes coloridas invadiam o lugar e traziam um ar de diversão, tudo parecia tão leve e tranquilo apesar das dezenas de corpos que se chocavam naquela sala.

Já fazia cerca de 1:30h que Simon e Isabelle estavam dançando energeticamente como se parar não fosse uma opção, mas de repente ela o avisou que iria pegar uma bebida e perguntou se ele também queria uma. Simon recusou, mas assim que ela se afastou ele desejou que não o tivesse feito.

Ao olhar pro lado ele se deparou com Alec e Magnus no canto da parede dançando alguma coisa que parecia com valsa ou qualquer dança romântica que pudesse envolver dois corpos grudados que não queriam se afastar nenhum centímetro, como se eles tentassem se tornar um só.

A cena era até engraçada considerando que a música que tocada era mais pra se jogar e dançar como se não houvesse amanhã do que pra ficar naquele grude todo. Mas a forma como estavam abraçados, o carinho que eles demonstravam um pelo outro sempre que se olhavam nos olhos, os sorrisos por estarem nos braços um do outro... Tudo aquilo incomodava Simon, e o pior é que ele não sabia por quê.

Aquilo não fazia sentido, ele não sentia ciúmes de Alec e muito menos de Magnus, então por que aquela cena o incomodava? Ele adorava ver aqueles dois finalmente juntos e felizes, mas alguma coisa não estava certa.

Incomodado demais para continuar assistindo ao carinho que os amigos demonstravam um com o outro, ele olhou ao redor procurando por Clary ou Isabelle mas não conseguiu ver nenhuma das duas em meio a multidão. Foi aí que lembrou que Izzy tinha ido até o bar e foi atrás dela, mas ela já estava nos braços de Meliorn, muito bem acompanhada por sinal.

Simon então pediu um drink ao responsável pelas bebidas e foi aí que sentiu a mão de Magnus em seu ombro.

- Está tudo bem por aqui?

- Sim, Magnus, não se preocupe comigo. Achei que você estivesse com o Alec. – ele disse envergonhado.

- Eu estava, mas preciso conversar com você a sós.

- Comigo?

- Isso mesmo, me acompanhe.

Magnus seguiu em direção ao quarto e Simon o acompanhou. Não estava entendendo o porquê daquilo tudo, mas mesmo assim seguiu Magnus até a porta do quarto dele onde o som já não parecia tão intenso.

- Eu sei que você está passando por uma situação delicada e quero dizer que pode contar comigo para tudo o que precisar, mas na verdade eu te chamei aqui porque tenho um presente para você.

- Um presente? Magnus, não é necessário!

- Na verdade não é um presente material, apenas alguém muito importante que precisa falar com você.

Antes que Simon pudesse entender o que o feiticeiro havia dito ele abriu a porta e lá estava o amigo de que Simon havia sentido tanta falta nos últimos dias. Ele piscou, sem acreditar, e depois de alguns segundos conseguiu dizer totalmente incrédulo:

- Raphael?