LUNA
Chegamos no hospital. Estamos entrando pela emergência onde meu pai assina seu nome na recepção, passa seu crachá e encontramos nosso primeiro desafio: o segurança chamado Tito.
-Olá Tito, como vão as meninas?
-Bem Dr. Charles. E essa senhorita que está com o senhor? Ela não tem identificação?
-Tito, conheça Luna. Ela é minha filha.
Busco meu melhor sorriso.
-Prazer em conhecê-lo, senhor!
Tito me examina com o olhar e logo abre um sorriso.
-Não precisa me chamar de senhor, ‘’Tito’’ já tá bom! Então o doutor tá querendo mostrar onde trabalha pra filhota?
Ambos riem.
-Na verdade sim, estou tentando convencê-la de que medicina é um bom curso. Ela já está na idade de fazer o vestibular!
-Ahhh, tá certo. Vou deixar passar hoje, mas o senhor sabe, né doutor?!
-Sei sim, se tudo der certo, você ainda vai vê-la muito por aqui.
Meu pai pisca e Tito nos deixa passar.
- Um já foi. Agora os enfermeiros...
-Boa tarde Dr. Charles, trouxe sua filha para exames novamente?
Reconheço o enfermeiro, do dia do acidente.
-Não Teylor, hoje ela vai me ajudar em minhas pesquisas.
Ele não parece querer mais explicações e segue seu caminho.
-Dr. Charles, o senhor não pode trazer a família para passear no hospital!
-Molly, deixa passar só essa vez.
-Não e não, como o senhor acha que o hospital ficaria se todos pudessem trazer quem quisesse a hora que quisesse?!
Meu pai suspira.
-Não é bem assim, Molly...
-Pois é exatamente o que parece!
Ela me olha como se eu fosse uma criança que não quer levar uma injeção. Eu sorrio e levanto os ombros, tentando dizer que sou inofensiva.
-Molly, Luna está aqui para me ajudar em uma pesquisa. Meus internos não dão conta de entrevistar todos os pacientes do hospital. Ela vai ficar responsável por acompanhar o dia-a-dia de um único paciente. Não lhe causará problemas, eu garanto!
-Pois o senhor precisa de uma autorização especial para isso!
Ela parece ser durona.
-Eu conseguirei uma...
-Ainda hoje!
Ela segue seu caminho.
-Caramba, pai. Ela parece durona.
-Ela tem que ser, é a enfermeira chefe. Se ela não por ordem, quem vai?
Ele não parece aborrecido.
-Bem temos que te arranjar uma autorização.
-Como?
-Só vejo um jeito. E vai me custar caro.
-O que vai te custar?
-Um dia de folga jogando golfe ou coisa do tipo.
-O que?!
-Vamos Luna.
Ele não me dá mais explicações. Entramos em um elevador. Estamos na aérea administrativa do hospital. Paramos em frente a uma secretária.
-Boa tarde Lurdes!
-Boa tarde Dr. Chales.
-Ele está aí?
-Sim, vou lhe anunciar.
Meu pai parece ansioso. Isso me faz ficar nervosa.
-Pode entrar Doutor.
Eu o sigo.
-Charles?! Meu rapaz, resolveu aceitar minha proposta?
-Dr. Rubéns. Não, ainda acho que meu lugar é na sala de operação. Quero que conheça minha filha: Luna!
~
Ainda não sei como papai fez o diretor de neurologia me dar um passe temporário. O mesmo que os internos ganham. Tudo o que eu fiz foi sorrir, responder algumas perguntas básicas e elogiar a competência do hospital. Mas agora meu pai deve um favor ao Dr. Rubéns.
-Luna, você realmente terá que fazer relatórios sobre o que fizer com Lysandre. Ele não é meu paciente... teremos que repassar os relatórios para o médico dele. Que deus queira que seja o Alexandre ou a Andreia! Porque qualquer outro médico não é certeza e eles podem vetar a pesquisa. A família de Lysandre vai ter que concordar com isso. Ele entrará como voluntario em minha pesquisa, assim poderei cuidar dele também. Você acha que teremos algum problema com isso?
-Tenho certeza que não, Leigh topará!
-Ótimo! Você sabe o nome completo de Lysandre, certo?
-Sei.
~
Quarto 303, quinto andar. Foi fácil para meu pai achar as informações depois que digitou o nome de Lysandre no sistema do hospital, neste instante ele está conversando com o médico responsável por Lys para que eu possa vê-lo a qualquer hora. Falei com Leigh por telefone, o caso de Lysandre oficialmente já faz parte da pesquisa do meu pai, pois o mais importante é a autorização da família. Bato na porta.
-Posso entrar?
-Luna?
Meu coração para. Ele lembra de mim?! Abro a porta.
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