História Um amor (Luna parte 2) - Descontrole

LUNA

Vou atrás de meu pai, o encontro observando o pai de Lysandre, ele segura alguns exames em sua mão.

-Querida, está tudo bem?

-Não, não me sinto bem. Quero ir para casa!

Falo em tom febril.

-Você está com cara de quem vai vomitar.

Ao ouvir o som da palavra, meu estômago entra em ação. Ponho para fora a refeição mais recente, sanduíches da cantina do hospital. Meu pai corre para mim, segura meus cabelos. E após esvaziar o estômago, eu choro. O que diabos está acontecendo em minha vida?!

-Calma querida, vamos te fazer sentir melhor num instante.

Meu pai me pega no colo e me leva para a emergência. Sou posta numa das cadeiras onde os pacientes recebem medicação, provavelmente por ser sua filha e perambular por todo o hospital acompanhando Lysandre com meu crachá de identificação. Me reconhecem e eu não preciso passar pelos procedimentos padrão, nem preencher formulários ou responder as perguntas dos enfermeiros. Meu pai lhes diz exatamente o que fazer e de imediato sinto algo gelado seguido por uma picada em meu braço direito.

-Pai? O que é isso?

Pergunto sem abrir os olhos.

-Senhor, ela está lhe chamando.

-Estou aqui, querida. Vamos tirar seu sangue para exames e lhe aplicar algo para as náuseas. Não parece grave, deve ser uma gripe, não se preocupe.

Volto a chorar. Pareço uma criança, mas me dou a esse luxo, aqui no meio de desconhecidos e do meu pai, não preciso esconder ou segurar as lágrimas.

-Está com dor? Filha, me diga onde dói.

Se ele soubesse. Meu coração dói, minha alma dói, mas sei que nenhum remédio nesse hospital irá reparar o dano. A única coisa que iria me fazer melhorar é o amor do Lysandre, mas isso... Isso não existe mais. Sinto como se meu coração fosse massacrado, apertado até poder caber numa caixinha de fósforo e com folga. Tudo em mim dói.

Sinto meu pai tocar minha testa suada.

-Ela tem febre. Enfermeiro Teylor? Meça a temperatura dela.

Me desligo. Sei que meu pai cuidará de tudo. Só quero ir para casa.