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História Um amor para Miho - Memórias do Verão


Escrita por: Madison_Mermaid

Notas do Autor


Mais um capítulo. Espero que gostem!

Capítulo 3 - Memórias do Verão


Fanfic / Fanfiction Um amor para Miho - Memórias do Verão

Jabu, enquanto puxava o cavalo pelas rédeas, levou Miho em seus braços até entrarem na propriedade do Sr. Yamaguchi. Colocou-a no chão , encostada numa árvore e molhou delicadamente seu rosto com a água que trazia em um cantil preso a seu cinto.

 

_Miho... Miho. Acorde. - Disse ele, tocando de leve o rosto molhado da moça.

 

Miho foi abrindo os olhos pausadamente até que recobrou-se do desmaio. Demorou alguns segundos para que seu cérebro entendesse o que estava se passando. Ela olhou ao seu redor e viu Jabu ali parado em sua frente, ajoelhado e a olhando com o semblante preocupado.

 

Ela o reconheceu e entendeu porque havia pensado que estava sendo socorrida por Seiya, afinal sempre os achou fisicamente parecidos.

 

Os dois, embora tenham convivido toda a infância no mesmo orfanato, nunca foram muito próximos. Ela sabia da rixa dele com o Pégasus e por motivos óbvios, sempre tomava as dores de Seiya o que a deixava com uma birra enorme de Jabu, e vice-versa.

 

Mas ele estava ali, agora, socorrendo-a naquele lugar distante. Ela se considerou uma menina de muita sorte, pois estava viva e tinha um rosto conhecido por perto.

 

_Miho, diga algo, por favor. Você está bem? - Continuou o Unicórnio.

 

_Ah, Jabu. Eu... eu... estou bem, só estou um pouco zonza. não acredito, tudo aconteceu muito rápido, e você está aqui, e, bem.... onde está o cavalo? - Disse ela ainda atordoada pelo susto.

 

_Ele está bem. Já está calmo. Mas, o que aconteceu? Aliás, o que você faz por aqui? - Jabu sabia que perguntas agora eram demais devido a situação, mas estava realmente curioso. De todas as pessoas do mundo que poderiam estar ali, ele jamais esperaria encontrar sua colega de orfanato naquele lugar.

 

A conversa dos dois foi interrompida com a chegada do Guia da pousada e de um carro com os outros turistas do grupo da trilha. O homem correu ao encontro de Miho e Jabu, e estava ofegante.

 

_Graças aos Deuses você está bem!!! Que susto. Mil perdões, Srta. Otoshi pelo ocorrido, isso nunca aconteceu antes. Cobras são muitíssimo raras nessa região da trilha, mas felizmente tudo acabou bem.

 

Jabu teve sua atenção apreendida pela parte da fala do homem em que ele chamou Miho de Srta. Otoshi. Tantos anos de convivência e ele nunca soube seu sobrenome. Isso o fez lembrar de algo que ele não gostava sobre seu passado: como havia sido egoísta com todos e se trancado dentro de si mesmo em busca de um amor exagerado que até hoje ele não conseguia entender.

 

Enquanto o guia amparava Miho até o carro, Jabu se perdeu em seus pensamentos, refletindo em como tudo começou a mudar para ele naquela noite no Santuário, onde ele viu o corpo frágil e ferido de Saori ser iluminado por uma luz dourada forte, após todas as esperanças serem perdidas durante os últimos suspiros do fogo que marcava no relógio a Casa de Peixes. Naquele momento, quando a flecha que lhe martirizava o peito foi tirada e ela abriu os olhos emanando o mais poderoso cosmo, algo no interior do Unicórnio começou a mudar e ao subir as escadas das Doze Casas Zodiacais até o Templo de Ares e ver que a união daqueles Cavaleiros de Bronze haviam derrotado a encarnação do mal, ele decidiu que precisava amadurecer. Não era mais um menino. Era um Cavaleiro em nome da Justiça.

 

Perdido nestes pensamentos ele quase perdeu a partida de Miho no carro, e só teve tempo de perguntar ao guia em qual pousada ela se encontrava.

 

Miho foi levada de volta a pousada, e ainda estava confusa como tudo aconteceu rápido. Mas estava feliz em estar viva, e no fundo ela pensou que essa teria sido a coisa mais aventurosa que ela passaria na vida.

 

A noite já havia chegado, ela estava cansada, tomou um banho, pediu uma sopa à recepção e foi dormir. Amanhã seria outro dia e não iria ser este susto que a faria voltar para casa.

 

No dia seguinte, Jabu contou ao Sr. Yamaguchi sobre o ocorrido e pediu um tempo para ir até a vila onde a pousada se encontrava.

 

Ele colocou calças jeans, um casaco de couro e um chapéu que agora raramente saía de sua cabeça. Usava botas e um cinto, parecia realmente um rapaz de fazenda. O clima estava com uma brisa levemente fria.

 

Resolveu ir bem cedo e quem sabe levá-la para tomar um café e conversar. Queria saber as novidades.

 

Pegou a antiga caminhonete do Sr. Yamaguchi e partiu.


 

Miho, apesar do susto do dia anterior, acordou de bom humor. O sol entrava por uma fresta da janela e ela ouvia do lado de fora os pássaros cantando, saudando o novo dia.

 

Mandou uma mensagem longa para a amiga Eiri, contando sobre o acidente e como foi salva por Jabu. Eiri não conhecia Jabu pessoalmente mas poderia talvez se lembrar dele na Guerra Galáctica.

 

E novamente lembrou-se de Seiya devido aquele evento idiota idealizado pelos Kido.

 

Afastou rapidamente aquele pensamento com um longo banho. Colocou um vestido florido de mangas compridas e saia até os joelhos, botinhas na altura da canela e percebeu que havia perdido seu chapéuzinho azul na disparada do cavalo.

 

Miho saiu do quarto, dirigiu-se até a saída da pousada e lá encontrou Jabu, que havia acabado de entrar pela porta e olhava para ela com um belo sorriso.

 

_Bom dia Miho!! Vim saber como você estava. Que bom que está bem, e, está com uma carinha ótima! - disse ele, tentando expressar de uma maneira educada que nunca tinha reparado em como sua colega de infância era bonita.

 

_Bom dia, Jabu, nossa eu jamais imaginaria que encontraria com você por aqui. Aliás, não agradeci por ontem, muito obrigada, eu não sei o que teria sido de mim sem sua ajuda – disse sorrindo e aproximando-se de Jabu.

 

Ele apenas contentou-se a sorrir e a convidou para tomarem um café. 

Ela aceitou.

 

Na mesa de uma cafeteria local, eles conversaram. Jabu contou-lhe sobre sua decisão de sair pelo país em busca de autoconhecimento. Disse que embora tivesse morado por anos em outro país, foi no seu próprio que ele se encontrou. Contou  como havia chegado ali e sobre seu trabalho no abrigo de cavalos. Ela pensou em como ele estava diferente do rapaz que conhecia. Não parecia a mesma pessoa. Era muito mais maduro e bem resolvido. E por um milagre ainda não havia mencionado a sonsa da Saori. Miho se lembrava dos escândalos que ele fazia por causa dela.

 

_ Eu já falei demais sobre mim, fale mais de você, Miho. Ainda não me disse como veio parar aqui – disse, sorrindo.

 

_Eu ainda trabalho no Orfanato – começou ela – E precisava tirar umas férias. Minha amiga Eiri me ajudou e estou fazendo esta viagem.

 

_Você com certeza ainda tem contato com o Seiya e os outros, não tem? Ele ainda vai ao orfanato? - Perguntou Jabu, curioso sobre como seu desde sempre rival estava. Neste momento ele descobriu que Miho parecia ficar incomodada com aquele tópico. E lembrou-se de que ela sempre fora apaixonada por Seiya. Havia cometido uma gafe, afinal de contas ele sabia de toda a história entre Seiya e todas as suas pretendentes.

 

_Eles estão todos bem – disse ela. - Sim, o Seiya e os outros continuam indo ao Orfanato. Minha amiga Eiri namora com o Hyoga – disse ela, afastando a atenção da conversa sobre Seiya.

 

_Poxa, que legal... err, enfim, você gostaria de dar um passeio? Tem um local não muito longe daqui que você precisa conhecer.

 

_Claro!





 

ORFANATO FILHO DAS ESTRELAS

 

No orfanato, as obras da piscina estavam a todo vapor. Eiri estava ocupada com um grupo de crianças e não percebeu que uma mensagem estava piscando em seu celular, e que a luzinha podia ser vista através do bolso de seu avental.

 

Fato que não passou despercebido por Makoto e seus colegas, Tatsuya e Akira.

 

Depois de várias tentativas frustradas, finalmente eles conseguiram pegar o celular de seu bolso e se esconderam dentro de um armário de vassouras para matar a curiosidade.

 

_Aposto que é uma mensagem do Hyoga – disse Akira.

 

_Ai, Eirinha, meu amor, eu amo você, muack muack! - Zombou Makoto, fazendo uma imitação engraçada do Cisne, rebolando com a mão na cintura e fazendo  barulhos de beijos.

 

_Vamos ver logo, me dá esse celular aqui – disse Tatsuya, pegando o aparelho que, para sua sorte, não era bloqueado por senha.

 

Eiri se assustou ao ver os três meninos chegarem chorando copiosamente, fazendo escândalo, dizendo que Miho havia sofrido um acidente.

 

Seiya que estava lá ajudando e tomando conta da obra, sentiu seu coração congelar ao pensar no que teria acontecido com Miho.

 

Rapidamente Eiri tirou o celular da mão de Tatsuya e leu a mensagem em voz alta, tremendo.

 

_Nossa.... coitada da minha amiga, Seiya. Mas ela está bem e ainda bem que esse Jabu estava lá. Não consigo imaginar o que poderia ter acontecido. Que horror! Mas deu tudo certo e como naqueles contos de amor ela acabou sendo resgatada por um mocinho – suspirou Eiri, que era muito romântica. - Vou tentar falar com ela hoje a noite.

 

Seiya ficou parado uns minutos, pensando no que acabava de ouvir. Estava feliz que Miho estava bem, não imaginava como seria se algo tivesse acontecido com ela. Só não gostou de ouvir o nome de Jabu e a última parte do comentário de Eiri. Estava com uma pontinha de ciúmes, mas não se deu conta disso.

 

Eiri pegou as crianças pelas orelhas, e as colocou de castigo por terem pego seu celular.




 

GUNMA

 

_Você já ouviu falar das Rodovias Melódicas? - Perguntou Jabu.

 

_Não, do que se trata? - respondeu Miho. Eles estavam na caminhonete e Jabu dirigia com um braço apoiado na janela.

 

_Não vou estragar a surpresa, em breve chegaremos lá.

 

Depois de alguns minutos, Jabu chegou a um trecho da Rodovia e acelerou. Pediu que ela fechasse os olhos e continuou dirigindo.

 

Algo mágico aconteceu. 

 

Um som vibrante parecia sair do chão e subir através da carroceria do carro. Era algo sem explicação. Era uma música de sua infância, e a surpresa foi tanta que ela sorriu e deu um leve gritinho de alegria. Foi uma das coisas mais mágicas que já tinha vivido. Abriu os olhos e viu que estavam ainda na mesma estrada e a frente estavam as montanhas.

 

Jabu ficou encantado com a reação de Miho. Sorria ao olhar para ela e ver seu rosto de menina se iluminar reagindo ao efeito que os sulcos feitos na estrada faziam no carro, criando a música. Naquele momento, ele viu como uma coisa tão simples, como fazer alguém sorrir, poderia ser tão bonita.

 

_Podemos fazer de novo???? O que é isso, é mágica? - Perguntou Miho.

 

_Ha Ha Miho, não, não é mágica. É apenas a engenharia humana. Vou dar meia volta para podermos passar de novo. Por aqui eles chamam estes sons de Memórias do Verão.

 

E assim eles fizeram. E novamente ela fechou os olhos, sorriu e se maravilhou. E novamente ele percebeu como  estava feliz em fazê-la sorrir daquele modo.

 


Notas Finais


As rodovias melódicas sao reais!
Este foi o som ouvido por Miho:
https://www.youtube.com/watch?v=AF9DYjkHXAE


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