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História Um amor pelo qual lutar - Dedicado a você


Escrita por: OtakuEscritor

Notas do Autor


Oii, amores!
Voltei, como prometido, com o segundo capítulo da fic
Espero que vocês gostem e desculpem qualquer erro... ^^

Capítulo 2 - Dedicado a você


FORA ANUNCIADO que haveria um show de talentos em que qualquer aluno ou professor poderia participar. No dia 23 de março, uma quarta-feira, todos foram levados para o auditório do colégio. No palco, o diretor usava um terno todo engomado, quase completamente preto, se não fosse pela enorme rosa de plástico amarela presa ao paletó.
  - Bom dia, alunos - cumprimentou o diretor, Aurélio.
  - Bom dia! - responderam em uníssono.
  - Hoje teremos nosso segundo show de talentos, com participações especiais de alunos e professores. Então, vamos dar início com o coral dos professores, cantando a música Andanças, de Beth Carvalho
  - Onde está o professor João Pedro? - perguntou André para Ingrid. - Não vi ele até agora.
  - E ainda nega que está apaixonado - replicou a ruiva.
  No camarim, esperando o fim da cantoria dos professores, Thomaz aguardava sua vez. Depois de muito pensar, resolvera se declarar para León com uma música. Talvez ele percebesse quão grande era o amor de Thomaz. Quando enfim os docentes terminaram, Aurélio anunciou:
  - Uma salva de palmas para os professores. - Esperou os alunos aplaudirem e continuou, olhando o papel: - Agora, vamos receber o aluno da primeira série do ensino médio, Thomaz Cardoso, que cantará a música De Janeiro a Janeiro, de Roberta Campos e Nando Reis.
  Thomaz entrou, pegou o microfone, esperou o diretor sair do palco e disse:
  - Eu quero dedicar essa música a uma pessoa muito especial, a pessoa que eu amo. Eu não vou citar o nome, mas o importante é que essa pessoa saiba. - Percorreu com os olhos pela plateia e viu León sentado mais ao fundo, ao lado do tal Yann Carlos. - Quero que essa pessoa entenda quão grande é o meu amor. - "León, essa música é dedicada a você, meu príncipe."
  Então, Thomaz começou a cantar, acompanhado com o fundo do violão a partir de caixas de som.

Não consigo olhar no fundo dos seus olhos
E enxergar as coisas que me deixam no ar
Me deixam no ar
As várias fases, estações que me levam com o vento
E o pensamento bem devagar


Outra vez, eu tive que fugir
Eu tive que correr pra não me entregar
Às loucuras que me levam até você
Me fazem esquecer que eu não posso chorar


Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá quando você me olhar
O universo conspira a nosso favor
A consequência do destino é o amor
Pra sempre vou te amar


Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar


  Thomaz abriu os olhos, passeando por todo o público, que havia se encantado com a voz tão delicada do garoto. Era como se todos estivessem em êxtase.
  Estática.
  Silêncio.
  Aplausos.
  O garoto sorriu e agradeceu, mas, ao olhar na direção em que vira León antes, seu semblante se lhe descaiu. O rapaz que Thomaz sonhava em ter para si se levantou, maneou a cabeça de forma negativa, enrugou o cenho e saiu do auditório. Yann, que estava ao seu lado, também se levantou e foi atrás do amigo.
  Thomaz desceu do palco com a face entristecida. Ninguém entendeu o porquê exatamente, mas ninguém teve coragem para perguntar.

  - León! - Yann gritou enquanto corria atrás do colega.
  - O que foi, Yann? - O moreno parou e virou o rosto para trás, para o colega.
  - O que houve, mano?
  - Ah, cara, é esse moleque da primeira série. Será que ele não entende que eu não estou a fim dele?
  - Espera. Tá dizendo que a música... foi para você? - Yann deu um sorriso quando León assentiu. - Cara, você não sabe a sorte que tem!
  - Hã?
  - Eu sei como é estar apaixonado assim. Tem um garoto também da primeira série que... Mano, me excita demais. A princípio eu não entendi o porquê, mas acho que estou apaixonado por ele. Mas tenho medo de me declarar, de começarmos a namorar, de não dar certo, de ambos nos magoarmos.
  - Cara, você é gay?
  - Bissexual.
  - Tá, né? Isso não muda nada entre a gente. Mas eu não suporto esse viado correndo atrás de mim.
  - Por favor, a não ser que você seja homo, não chame um gay de "viado" ou "bicha", porque é um termo ofensivo, bem como "sapatão" para lésbicas.
  - Tá, tá. Entendi. Mas, mano, eu simplesmente odeio esse cara!

Thomaz saiu correndo para casa, os olhos ardendo, o peito doendo. Havia poucos minutos, quando deixara o auditório, ouvira León conversando com Yann Carlos.
  "[...] eu simplesmente odeio esse cara!"
  Ele chegou em casa. Junto a seu irmão mais velho, Thomaz morava em uma grande mansão na zona sul com cinco mil metros quadrados. Havia dezesseis suítes, salão de festas, cinema e inúmeras outras dependências. Os portões eram altos, de ferro fundido, com grades torneadas e lanças espetadas; as janelas, todas em arco, tinham vidros verdes jateados. O jardim era imenso, com muitas flores, desde lírios a hortênsias de tom pastel. Cinco arrumadeiras, cinco cozinheiras, três jardineiros e quatro faxineiras cuidavam da casa, e dois motoristas serviam Thomaz e seu irmão. Havia seguranças dentro e fora da mansão.
  Passou pelo portão, correu pelo caminho talhado em rocha e entrou.
  - Thomaz - disse João Pedro, que se encontrava sentado à mesa com pilhas de trabalhos para corrigir. - Desculpe eu não poder ir à escola hoje, mas fiquei sabendo que você arrasou lá. Fez uma declaração de amor. Quem é o cara dessa vez?
  - Um idiota! - respondeu, a voz embargada. Thomaz subiu as escadas e se trancou no quarto.
  Preocupado, João Pedro se levantou, abandonando os trabalhos, e seguiu o irmão. Tentou abrir a porta, mas estava trancada.
  - Maninho, abre a porta, por favor.
  Silêncio.
  - Qual é, Thommy? Conte-me o que aconteceu. Eu sou seu irmão mais velho, deixe-me te ajudar.
  Nada.
  O professor de Língua Portuguesa bateu com a cabeça na porta. "Eu sou um inútil. Papai, mamãe, que falta vocês fazem. O que eu faço agora?..."

Thomaz estava deitado na cama, o rosto enfiado no travesseiro, encharcando a fronha com gotas salgadas. Ele precisava daquilo. Precisava deixar aquelas lágrimas rolarem. Soltas. Desimpedidas. Livres.
  - Maninho, abre a porta, por favor - pediu João Pedro do outro lado da porta.
  Ele não iria responder. Precisava de um tempo a sós. Em silêncio. Sem ninguém por perto. Apenas ele.
  - Qual é, Thomy? Conte-me o que aconteceu. Eu sou seu irmão mais velho, deixe-me te ajudar.
  A sós.
  Thomaz ouviu uma batida forte na porta e logo em seguida os passos de seu irmão se afastando.
  Levantou-se, enxugando as lágrimas. Olhou para o enorme aquário na parede, cheio de animais de água salgada, desde peixes-leão até cavalos-marinhos, passando por blue tangs e peixes-cirurgião. Tocou o vidro do aquário.
  - Mamãe, você sempre adorou o mar, não é?
  Ele se dirigiu até uma porta e a abriu. O portal desembocava em outra sala, onde descansava um antigo piano de madeira. Thomaz passou os dedos pelo instrumento, sentou-se de frente ao teclado e começou a tocar uma sinfonia melancólica.
  - Responda-me, por favor. O que devo fazer?
  Thomaz esperou a resposta.
  Esperou.
  E esperou.
  Mas não houve resposta.


Notas Finais


E aí, o que acharam?
Comentem e.e
Semana que vem posto o próximo
Byyyee


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