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História Um amor sem barreira - SessyRin - Viagem a Europa parte I


Escrita por: Kayennee

Notas do Autor


Oi genteeeee,
Espero que gostem do capítulo.
Muito obrigada pelos favoritos e comentários :)
Boa leitura,
bejinhos

Capítulo 15 - Viagem a Europa parte I


Chegaram duas horas antes para fazer check in. Estava cada um com uma mala de mão e uma para ser despachada. Rin nunca tinha viajado antes de classe. A única viagem que fizera foi para um concurso de piano quando era mais nova. Isso a fez lembrar da infância solitária e a diferença com o atual comportamento extrovertido. Quem a conhecia antes não acreditaria que ela se tornara uma garota tão falante.

Entusiasmadíssima, parecia uma criança. Tirava gargalhadas adoráveis de Sesshoumaru que a observava todo o tempo, totalmente apaixonado. Era um casal de chamar atenção. Ele, um magnífico homem, porte atlético, extremamente educado, cabelos prateados e olhos penetrantes, enfim... um tesão de homem! Ela, uma mulher muito provocante e sensual com os cabelos negros muito sedosos caídos na cintura mas com um toque de menina.

A aeromoça informou sobre todas as medidas de segurança, e o avião decolou. O casal que tinha uma certa privacidade pela distância entre as poltronas vizinhas, estava aos beijos. Os lábios de Sesshoumaru possuíam o melhor sabor que ela já havia provado, entretanto, foi ele quem acabou dizendo:

- Você tem sabor de morangos.

Foram interrompidos pela aeromoça que pigarreou apresentando-os o menu. A comissária de bordo lançou um olhar meloso e assanhado para o homem e com um sorrisinho entregou-lhe a cardápio. Isso não passou desapercebido por Rin que disse:

- É! Vejo que preciso mesmo é marcar melhor meu território porque tem umas sirigaitas muito assanhadas, e pra lá de cara de pau, por ai.

- Não se preocupe, minha princesa! Você sempre será a única pra mim. Mas, me interessou muito a ideia de marcar melhor o território, como seria isso?

- Sei lá, de repente vou tatuar PERTENCE A RIN em letras garrafais em seu peitoral. Hum? O que me diz? - ele riu – ou então, que tal isso aqui...

E simplesmente agarrou o homem sem se importar que houvesse alguém os observando. A comissária cara de pau que havia voltado para anotar os pedidos, passou reto, ignorando o que estava vendo.

Depois que eles se afastaram a mulher que tinha os cabelos amarrados em um coque baixo veio para saber o que iriam comer e beber. Escolheram um vinho para acompanhar o cardápio.

- Adorei te ver com ciúmes.

- É mesmo?

- Hai. Foi uma delicia. Vou lhe causar mais ciúmes se sua reação for sempre esta.

Durante a viagem eles conversaram e Sesshoumaru contara algumas peripécias que havia feito junto com o irmão para erguer o império Taishou. Era incrível como ele tinha cabeça para pensar nos mínimos detalhes, Rin olhava-o com os olhinhos brilhando. Aquele homem era um gênio!

A viagem demorou doze horas e meia. Foi bem cansativo, mas ao mesmo tempo uma delicia desfrutar a companhia um do outro. Chegaram ao aeroporto Charles de Gaulle de madrugada, em Paris. Rumaram direto para o hotel já previamente escolhido e reservado por Sesshoumaru que, simplesmente, havia planejado tudo. Como um homem de negócios que ele era, estava muito acostumado àquelas viagens pra lá e pra cá e já havia ido e vindo a Europa muitas vezes. Rin estava adorando. Luzes por todos os lados.

Chegaram ao hotel cinco estrelas onde ele sempre ficava hospedado quando ia àquele país. As pessoas já estavam até acostumadas com a presença dele.

- Bonsoir, monsieur! - um dos recepcionistas dirigiu-se a ele.

- Bonsoir! - respondeu em um tom cortes.

Seguiram pelos elevadores para o quarto indicado no último andar. Era certo que ele adorava estar no alto. Tomaram um banho de banheira juntos, acompanhados de um bom vinho. Sentir o corpo musculoso do seu homem em contato com suas costas nuas era realmente muito relaxante e confortável. Ela fechou os olhos e ficou sentindo aquele contato intimo de pele com pele misturando com a água quente da banheira e o perfume dos sais de banho com uma nota suave de pétalas de rosa vermelha.

Era incrível o poder de sedução que aquela menina exercia sob aquele ser sobrenatural. Um simples toque o fazia ferver. Era totalmente impossível não ficar excitado e embriagado com todos aqueles cheiros e sensações. O contato da pele, o aconchego em que ela estava entre seus braços, o perfume da essência dos sais de banho misturado com o cheiro de desejo que ela exalava. As curvas bem acentuadas e deliciosas da moça. Cintura fina, seios fartos, quadris e bumbum arredondado. Lábios fartos e olhos cor de chocolate, muito brilhantes e vivos.

Ela sentiu o membro dele crescer em contato com sua pele das costas. Mas resignou-se em ficar de olhos fechados só sentindo... e sentindo... Ele começou a brincar com o lóbulo da orelha direita com a pontinha da língua rosada. Ela soltou um gemido leve e tímido. E eles continuaram... e continuaram com aquele jogo de sedução até que em meio a um estado de transe ambos atingiram o tão delicioso clímax juntos, num sussurro surdo de prazer.

Secaram-se e vestiram um roupão branco felpudo e quente. Sesshoumaru pediu serviço de quarto, alimentaram-se e deitaram-se na cama king size, fofa e aconchegante. Dormiram entrelaçados, carinhosamente. Sesshoumaru a abraçava quase completamente e ela encaixava-se tão perfeitamente a ele que até parecia que havia sido feita sob medida.

Um pouco antes do sol apontar no céu ele já tinha os olhos dourados abertos, agarrado a ela que dormia como um anjo. Ela ressonava deitada em seu peitoral másculo e nu. Tinha um braço atrás da cabeça e o outro a abraçava acariciando sua pele alva e branca. Beijou sua fronte com carinho e com cuidado para não acorda-la. Ele deixou os pensamentos falarem alto.

- Eu te amo tanto que pareço querer sair de dentro de mim. Não sei o que faria se não a tivesse encontrado novamente.

Fechou os olhos e ficou ali quieto sentido aquela fragrância que ele amava tanto. Era delicioso estar com ela. Desejava que aqueles segundos durassem para a eternidade. Mas infelizmente o tempo não pára, e ela acordou. Se mexeu entre os braços dele.

- Bom dia, meu amor. Dormiu bem?

- Magnificamente bem. Havia séculos que não conseguia descansar assim. - E pensou - “séculos literalmente”

- Eu imagino!

Você realmente não faz a menor idéia do que eu estou falando.” - ele resignou-se a pensar.

- Ser o chefe é realmente cansativo.

- Você não faz idéia. - por fim ele disse, num fio de voz grave e melodiosa que mais parecia um sussurro.

- Então, vamos levantar... Quero tomar aquele café da manhã, chique!

Animadíssima, ela saltou em cima dele, entrelaçando as pernas ao redor de sua cintura e começou a pular divertidamente na cama com ele deitado em baixo dela. A gargalhada dela era tão deliciosa que arrastaria uma multidão, só ao ouvir aquele sorriso de menina-mulher.

- Fica pulando em mim... o que você vai conseguir é outro gênero de café da manhã. - disse ele e ela provocante, esfregou-se nele de leve, o beijou e depois disse:

- Mais tarde, mon amour. Você é muito assanhado.

- Você é quem está pulando em cima de algo bastante perigoso.

- Nham-nham. Eu sei, to sentindo! Mas agora não, porque não quero perder o café da manhã. Mas eu não posso negar... adoro te provocar. - deu-lhe outro beijo molhado e demorado.

Quando percebeu que ele já estava ficando ofegante e já ía vira-la para baixo, rapidamente saiu de cima, ficando em pé ao lado da cama.

- Hum! Menina endiabrada... Me atiça e depois, corre deixando um estrago!

- Hai, hai! – ela balançou a cabeça positivamente. - Estou te provocando.

- E muito, por sinal. Não se deve começar determinadas coisas e não termina-las. - riu maldosamente.

Ele levantou-se, deixou que a calça bege caísse ao chão para que ela pudesse apreciar aquilo ao qual estava perdendo. Ele era deliciosamente perigoso. Olhou-o de cima a baixo e mordeu o lábio inferior, depois passando a língua entre eles pronunciou: Hummm... Aquilo quase o enlouqueceu e com olhar de lobo faminto deu um passo em sua direção.

- Você vai ter que me pegar. - sorriu maliciosamente dando um passo atrás.

- Ah, sua garota... você brinca com o perigo! Não faz a mínima idéia de quem eu seja - esboçou um meio sorriso diabólico e avançou para cima dela que começou a correr e rir por todo o quarto espaçoso dando pulinhos e gritinhos altos e estridentes.

Quem passasse pelo corredor poderia alegar que havia uma festa muito animada dentro daquele quarto.

Quem diria?! Sesshoumaru, o grande Inu-daiyokai, antigo senhor das Terras do Oeste, brincando de pega-pega com uma humana... e não era qualquer humana, era a sua humana. E sim! Ele adorava aquilo! Era absolutamente muito divertido e prazeroso. Ela gritava e fugia dele como uma criança que brincava com o lobo mal. Ele fazia grunhidos guturais entrando na onda da brincadeira, até que se cansou e a agarrou, levantando-a no colo e a jogando-a na cama.

- Vamos ao café da manha, hum? - ela disse.

- Só depois de eu te devorar e te lamber inteirinha. - ajoelhou-se na cama, segurou um de seus pequenos e delicados pés beijando e lambendo a ponta do dedinho. Lambeu o peito do pé, deslizou a língua pelo tornozelo, arranhou sua coxa e virilha...

Deixo aqui reticências para quem quiser e ousar imaginar o que ele acabou por fazer depois.

Algum tempo depois...

- Ainda dá tempo de pegar o café da manha! - ela disse olhando o relógio.

- Então vamos correr, minha arteira danada!

Aprontaram-se rapidamente. Ela escolheu um vestido básico de mangas compridas, bem leve, com uma meia grossa e botas para acompanhar a estação em que estavam, primavera. Ele vestiu uma leve calça preta social com uma blusa azul escuro de mangas compridas. Ela não era como aquelas mulheres que demoravam horas e horas para se arrumar. Quando ela queria, sabia ser prática e objetiva, o que ele adorou saber. Aliás, não havia nada nela que fosse comparado com uma mulher convencional. Ela era linda.

Dirigiram-se para o hall onde estaria sendo servido o café da manhã, estilo ocidental. Escolheram uma mesa para duas pessoas, reservada no canto do salão. Com um farto menu oferecido, era algo difícil escolher o que iriam saborear!..

Ela estava tão encantada com aquele banquete que não reparou as três garotas que olhavam Sesshoumaru e comentavam alguma coisa. E também não percebeu que ela mesma estava sendo observada a minúcia por uma outra mesa ocupada por um cavalheiro de cabelos escuros, lendo um jornal. O homem parou de ler e a encarou incansavelmente com um leve sorriso nos lábios. Diferente da moça, isso não passou desapercebido por ele, Sesshoumaru.

Depois de muito escolher, ela acabou decidindo-se. O cavaleiro da outra mesa não parava de encarar a menina. O youkai de cabelos prata estava altamente incomodado com aquele atrevimento. “Como esse humano ousa desejar minha mulher. Se bem que ela é altamente desejável por qualquer espécime masculino. Mas ela é a minha humana!” pensou sentindo uma ponta de orgulho. Puxou-a pela cintura, cheirando seu pescoço.

- Sesshy, seu assanhado.

- Adoro seu perfume.

Sesshoumaru virou-se para o homem da outra mesa encarando-o com os olhos dourado de um verdadeiro assassino profissional. O homem resignou-se a ficar sem graça, mas vez ou outra ficava parado olhando a moça ao longe. Essa atitude tirou um rosnado baixinho do peito do rapaz.

- Se aquele homem continuar a olha-la assim, vou arrancar-lhe os olhos.

- Oh! - ela olhou discretamente. - estou tão entretida com toda essa delicia que nem me apercebi. Mas você não tem que ficar preocupado com isso, eu só tenho olhos pra você.

Acariciou seu delicado rosto, depois os lábios. Olharan-se por alguns minutos, perdidos alí um dentro do outro, com o mundo congelado, ao redor deles. Nada mais importava, somente aquele olhar dourado no chocolate... chocolate no dourado.

- Eu te amo, Taishou Sesshoumaru. - ela disse com os olhos marejados.

- Porque está chorando? - Beijou-a entre as caricias.

- Não sei! Sinto algo tão profundo que quase não consigo explicar. É como se toda aquela solidão que eu sentia antes se extinguisse quando entro dentro do seu olhar. - Beijou-a novamente.

- Eu te amo mais que minha própria vida, Asame Rin. - disse ao pé de seu ouvido fazendo com que ela se arrepiasse dos pés a cabeça, o que foi o motivo de outro beijo molhado, caloroso e demorado.

Ela estava com os olhos ensopados de lágrimas.

- Não chore, minha princesa! - a abraçou com muita ternura, beijando-lhe a testa, depois secou suas lágrimas com o polegar. - Vamos, termine seu banquete.

- Hai! - balançou a cabeça com um sorriso.

- Depois vamos seguir nossa tour por Paris? Você já conhecia, não? - massageava a base do pescoço dela enquanto conversavam. Isso fez com que ela soltasse um gemido baixo e fechasse os olhos.

- Mais ou menos. Na época em que tocava, eu participei de um concurso aqui, mas não tive tempo de aproveitar nada. Tinha que me preparar para o bendito concurso.

- Falando nisso, quando você vai me mostrar aqueles vídeos seus tocando piano? Ou tem algum problema quanto a isso?

- Ah, quando você quiser assistir será um prazer te mostrar. É que nossa vida tem sido tão intensa que ainda não deu. E... não tenho problemas quanto a te mostrar. Até sinto um certo orgulho de mim mesma. - estufou o peito.

- Que ótimo, porque... sabe... há um Bösendorfer Grand Piano em um dos halls desse hotel.

- Sério? - ela arregalou os olhos – um-quarto-de-cauda, meia-cauda ou cauda-inteira?

- Cauda-inteira!

- Sé-rio? - ainda com os olhos arregalados

- Seríssimo.

- Como faz? Invadimos o hall, assaltamos o piano e levamos pra casa? - ele riu da forma descontraída e divertida dela.

- Acho que roubar um piano de 250 mil dólares é algo fora de cogitação! - ele riu - Temos que pedir as chaves.

- Podemos fazer isso a noite?

- O que? Assaltar o piano? - disse Sesshoumaru divertidamente.

- Não, bobo... pegar as chaves pra eu poder experimentar. - riu.

- Claro... Mal posso esperar por isso – a voz saiu ansiosa.

Quando o casal decidiu ir, já não estavam mais presentes nem o grupo de mulheres, nem o rapaz indiscreto. Sesshoumaru havia alugado um carro com chofer particular. Aquele era o primeiro dos cinco dias na cidade da luz. O roteiro estava inteiramente nas mãos de Rin. O primeiro ponto turístico que quis conhecer foi a Sainte-Chapelle. É uma capela gótica situada na Ilha de la Cité, construída no século XIII por Luís IX. Ficou encantada com os vitrais. Era uma belíssima obra de arte.

Seguiram para a Catedral de Notre-Dame de Paris. Está situada bem na praça Paris e é uma das mais antiga Catedrais Francesas rodeada pelas águas do Rio Sena. Passaram ali algum tempo. A arquitetura era quase faraônica, com as colunas altas e os vitrais iluminados criavam um clima místico em seu interior. Rin pode sentir uma leve depressão ao passar pela porta principal da Catedral e só de estar ali dentro ficou calada e introspectiva. Seu aroma mudou levemente o que foi totalmente percebido pelo olfato apuradíssimo do youkai.

- Tudo bem? - ele perguntou sussurrando

- Sim, no entanto, estou sentindo algo estranho aqui dentro.

- Quer ir embora?

- Não, quero ficar mais um pouco e entender o que é isso que sinto.

- Certo!

Ficaram ali um pouco mais até que ela olhou para o homem.

- Podemos ir?

- Como minha princesa o desejar.

Ainda ficaram em silêncio com as mãos entrelaçadas assim que saíram.

- Tudo bem mesmo? Você quer conversar? - ele perguntou novamente

- Não sei! É estranho, senti uma tristeza profunda ao entrar aqui. É como se já conhecesse esse lugar, não me senti bem ali dentro. Mas... deixa pra lá.... Vamos seguir, agora vamos Ilha de Saint Louis.

Seguiram para Ilha de Sant Lois que ficava logo atrás da Catedral Notre-Dame. Era incrível a quantidade de mansões e palácios reunidos em um espaço tão pequeno de terra. Aquilo era lindo!

Partiram em direção a Quartier Latin, um bairro de Paris na margem sul do rio Sena aos arredores da Faculdade de Sorbonne. Andaram por aquelas ruelas apertadas onde nem ao menos poderia passar um carro. Rin estava encantada com aquelas lojas e restaurantes. Pararam num restaurante tradicional muito aconchegante com música ao vivo. Acordeon, contrabaixo acústico, violão e uma cantora inegavelmente francesa abrilhantavam deliciosamente o ambiente. A requintada música era acompanhada de excelente vinho e comida, à meia luz. Totalmente apaixonante e encantador. Havia, exposta na parede, uma tela enorme com uma réplica de Alphonse Mucha, maior expoente da Art Nouveau. Poderia dizer que estava nas nuvens. Era mágico, realmente aquilo era melhor do que uma lua-de-mel.

Depois daquele almoço dos deuses, caminharam de mãos dadas ignorando o restante do roteiro daquele dia.

- Mesmo vindo aqui para meus negócios, nunca fiz isso antes, sabia? - ele disse observando-a com o canto dos olhos. Ela olhou para ele com espanto. - Eu não vivia, entende o que quero dizer?

Ela o puxou pela mão que estava entrelaçada para que ele pudesse se aproximar mais e ofereceu os lábios para que ele pudesse apanha-los numa beijo.

Mesmo sendo o povo europeu muito discreto, o casal não passava desapercebido. Era muito exótico. Não puderam deixar de passar no Café de Flore. - Ainda bem que eu não engordo com facilidade! - suspirou aliviada assim que viu o cardápio do café. Ele deu uma gargalhada baixa.

- Você é linda, sabia? Minha princesa quer jantar no hotel?

- Claro que não, quero ir a algum restaurante tradicional de preferencia daqueles que ninguém nunca ouviu falar.

Rin falava francês e muito bem por sinal. O lado jornalístico dela entrou em ação e começou a questionar aos transeuntes sobre aquele lugar que ela tanto gostava e, acabou por descobrir coisas que só o povo local sabe. Recônditos escondidos onde os jovens, adultos e estudantes de Sorbonne encontravam-se para conversar em tertúlias e discursos políticos. Sesshoumaru ficou impressinadíssimo ao ver a capacidade de persuasão e a intuição da jovem. Ela parecia ler as pessoas para saber a quem poderia perguntar alguma coisa curiosa e inusitada.

No meio dessa aventura, visitaram lugares totalmente fora de qualquer roteiro turístico. Lugares históricos e pouco valorizados mas que pra ela eram mais importantes do que qualquer rota já pré-estabelecida.

Escolheram um restaurante pequeno, aconchegante e super romântico, com direito à luz de velas. O vinho com notas frutadas para acompanhar um prato simples e rústico era absolutamente saboroso. Todo aquele romance e aroma envolvente fez com que eles ficassem ali mais tempo do que o estipulado. Mas estava tudo bem! O importante era viver... Voltaram para o hotel.

Chegaram lá cheios de sacolas de compras. Sesshoumaru não resistiu aos olhos brilhantes de Rin ao ver as vitrines das Rue Mouffetard em Quartier Latin. Mesmo ela dizendo que não queria e que só estava encantada com tudo aquilo, ele acabou sendo mais persuasivo e deu-lhe presentes.

Subiram ao quarto para tomar um banho rejuvenescedor. A campainha do quarto tocou e um rapaz entregou-lhes uma chave.

- O que seria isto? - podia-se ver uma moça curiosa.

- As chaves do seu Grand Piano.

- Sério? - saiu um gritinho fino – Que horas você arrumou isso?

- Quando passamos na entrada, antes de sairmos hoje cedo. Vamos, está preparada?

- Estou sempre preparada. - disse com uma voz sensual.

- Oh, tentação! O que pretende com isso, menina diabólica! - ele já foi se aconchegando mais a ela.

- Nada, oras! Eu sou inocente até que se prove o contrário. - riu.

- Vamos, então, minha santa Rin!

Entrelaçaram os dedos das mãos e seguiram para o hall onde estava o grand piano de cauda-inteira. Numa breve inspeção ao redor, havia algumas poltronas e algumas pessoas. Para desagrado e injúrias de Sesshoumaru, o homem do café da manhã estava ali, sentado em uma das poltronas. Este arregalou os olhos quando viu a figura nipônica da jovem aproximar-se do piano. Rin nem percebeu nada ao seu redor, tamanho a magia que ela sentia ao ver aquele piano caríssimo e maravilhoso. Agora ela tinha entrado num mundo místico e paralelo, onde só havia ela e a música.

Abriu-o e olhou com carinho. Era um tesouro aos seus olhos...

Sentou-se...

Ajeitou o banco numa altura e distância confortáveis...

Fechou os olhos, com as mãos em cima nas teclas brancas e pretas, sentindo-as com toda a emoção.

Retirou os sapatos ficando descalça e posicionou o pé em cima de um dos pedais que havia abaixo do piano.

Sesshoumaru sentou-se numa das poltronas que estava desocupadas. Ficou observando toda e qualquer movimentação de sua adorada garota. Percebeu que seu próprio coração batia rápido. O que seria aquilo que estava sentindo? Era algo novo pra ele. O que será que era aquilo? Ansiedade? Nervoso? Curiosidade? Não sabia! Como aquele pequena humana conseguia proporcionar a ele tantos sentimentos e coisas novas? Como ela conseguia fazer? Os minutos que ela estava com os compridos e delicados dedos em cima das teclas foram angustiantes. Ele até ignorou o homem inoportuno que estava com os olhos cravados nela, também, a espera.

Então, ela começou. Tinha os olhos fechados. Movimentava os dedos direitos alisando-os pelo piano muito levemente, o som que martelo produzia nas cordas pareciam pingos de chuva. Reve d'Amour de Liszt (1), era o que ela tocava. Foi então, que com a mão esquerda entoou uma melodia apaixonada. Era uma canção de amor. Era lindo, principalmente quando tocada por uma mulher apaixonada. Sesshoumaru sentiu o aroma de Rin mudar para algo que ele nunca havia sentido antes. Era algo quase místico, era indescritível. Aquilo era uma música dos anjos! Parecia que tinha se transformado em uma divindade descida de alguma outra dimensão. Aquele ambiente luminoso e apaixonado chegou ao desfecho com acordes harmônicos e belíssimos.

Ela tinha os olhos fechados do começo ao fim da peça.Transportou-se para um outro mundo; o mundo de Rin!

Depois que sentiu a ultima vibração do último acorde, a ultima corda do piano afínadíssimo ressoar, percebeu que ouvia aplausos. Deu de encontro com os olhos dourados de Sesshoumaru que abriu-lhe um enorme sorriso. Aquilo era totalmente inusitado pra ele que nunca havia aberto um enorme sorriso antes. Nem sua antiga Rin, a Rin de séculos atrás, aquela que havia sido sua esposa tinha tirado dele um sorriso de uma orelha a outra.

Foi então, que ela entrou novamente no modo: o mundo paralelo de Rin e concentrada re-começou outra peça... A Ballade No 1 de Chopin. Totalmente entregue àquela melodia romântica e apaixonada com seus pianno, forte e fortíssimo na ambientação e coloração da estrutura da composição.

Era uma peça razoavelmente grande, quase dez minutos. A música atraiu uma pequena audiência que ficou quieta, ouvindo... concentrada. Sesshoumaru estava com os olhos vidrados nela, nem piscava. Aquilo aguçara ainda mais seus instintos. Ela tinha o poder de transportar e apresentar a todos um mundo fantástico, magnifico e belo que parecia que só ela conhecia. A vida é realmente relativa, simples dez minutos transformara-se em séculos de conhecimento que ele vivera ali ao som daquele piano.

Estava chegando ao desfecho. Assim como a obra anterior, Rin só conseguiu perceber que havia aplausos quando realmente tinha terminado a energia que havia sido criada pela vibração dos sons. Percebeu que a plateia havia aumentado, tinham pessoas até mesmo em pé.

Ela levantou-se e fez uma vênia mostrando que havia terminado o pequeno show. Sesshoumaru, todo orgulhoso de sua menina, levantou-se e dirigiu-se a ela que estava já ali com um enorme sorriso. Puxou-a pela cintura e a abraçou emocionado. Aquilo era inacreditável, ele estava... emocionado! Aquela pequena era alguma espécie de demônio, feiticeira, deusa ou algo do gênero. Só conseguia encontrar essa justificativa.

- Não consigo cansar de dizer que te amo. - murmurou ao seu ouvido, levantando-a entre os braços fazendo com que seus pés ficassem suspensos no ar.

continua....


Notas Finais


Pra quem gostar e quiser ouvir as músicas citadas, deixei a seguir os links:
(1) https://www.youtube.com/watch?v=Dhf8m_--lEI
(2) https://www.youtube.com/watch?v=4l1bs5hlnYk

Trechos do próximos capítulos:
"Mas... que história maluca. O que será que ele quer dizer com isso? Como assim pagar uma divida com fertilidade? Nossa... nunca ouvi fala em nada parecido com isso!”


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