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História Um amor sem barreira - SessyRin - Enfim...


Escrita por: Kayennee

Notas do Autor


Obrigada a todos os favoritos e comentários :)
Boa leitura...

Capítulo 4 - Enfim...


Um raio de luz bateu nos olhos de uma bela garota que descansava num futon branco. Era confortável e macio. A luz irradiada pela janela da cobertura, por entre as cortinas. O lugar era muito requintado. Lembrava os antigos quartos japoneses. A garota sentou-se sobre o futon e observou a decoração do lugar.

O local era muito organizado e haviam vasos japoneses por todos os cantos... hoje em dia isto é raro, mesmo em Tóquio.

Nunca havia estado em tão belo lugar. Parecia que estava sozinha naquele recinto. Sua cabeça estava doendo um pouco e girava.

O que será que estou fazendo aqui?” ela se perguntou sem entender o motivo daquilo. “Eu estava no parque esperando o empresário Sesshoumaru e vi aqueles olhos dourados. Como meus sonhos se materializaram?”

Estava intrigada. Desde muito cedo a moça tinha sonhos repetitivos. Sonhava sempre com olhos dourados a espreitando. Todas as vezes que sonhava com aqueles olhos acordava chorando, pois sentia um profundo vazio no coração. Mas, assim que acordava e retornava à vida cotidiana as coisas iam se arrumando e ela se esquecia deles, até sonhar sobre iso novamente.

O quarto era tão arrumado que a menina sentiu até medo em estar ali. Parecia o recinto de alguém muito importante.

- Será que estou na casa dele? - ela falou consigo mesma em voz alta. - Pelo que me lembro vi os olhos dos meus sonhos me encarando, mas não era sonho, era real. O que será que isso significa?..

Falava e gesticulava tentando entender o que havia acontecido ou o que estava acontecendo. Lembrava quase tudo, mas não tinha a menor idéia do que estava fazendo ali ou porque estava ali.

- Será que eu desenvolvi uma espécie de dom premonitório pra saber como as pessoas são? - falava para si mesmo andando de um lado para o outro do cômodo.

- O que é isto? - disse espantada olhando para si mesma - O que estou fazendo usando esse quimono?

Era um quimono rosado, com um obi vermelho, amarrado à sua cintura, e rosas nas pontas. Muito rico e divinamente bordado.

- Agora mais isso! Deve ter sido ele quem me vestiu com esse quimono.

Ela ficou se analisando e nada batia, nada combinava, nada se encaixava. Ela simplesmente não fazia a menor idéia de como havia entrado naquela roupa ou quem a havia vestido, e o motivo daquilo tudo.

Franziu a testa.

Todos a consideravam uma jornalista inteligente e sagaz. Para se manter no emprego tinha de ser assim. Costumava entender todos os fatos antes mesmo de os comprovar. Mas, ainda não conseguia entender como podia ter sonhado com os olhos do empresário sem nunca o ter visto na vida. E aquilo vinha perseguindo-a desde sempre.

Ouviu a porta se abrir.

Virou o rosto em direção ao som e pôde ver um homem vestido com um terno preto e um sobretudo da mesma cor. Seus cabelos eram prateados e possuía o porte de um imperador. Era alto e elegante, diferente dos japoneses que sempre conhecera. E... aqueles olhos dourados... novamente os olhos dourados, a encará-la!

Será que ela tinha realmente uma espécie de dom premonitório? Ficava se perguntando sem parar.

Ele a observava. Estava magnânima. Parecia sua Rin, em todos os sentidos. Tinha quase certeza de que ela era a sua amada companheira. Mas o medo de saber a verdade corroía a sua alma. O pavor em falhar novamente na busca por ela fazia sua espinha gritar. Se não fosse ela, Sesshoumaru certamente daria fim em sua vil existência. A observou e inalou o aroma que ela exalava.

"Ah! Como é bom sentir esse aroma novamente!" Pensou respirando profundamente.

- Estás melhor? - perguntou aproximando-se dela.

"Por que estou me sentindo assim? Por que esse homem está me fazendo tremer dos pés a cabeça? Tudo bem que é um homem belíssimo, mas é algo inexplicável! O que ele tem pra me deixar tão estranha? Quero respostas!" pensava confusa.

- Hai, mas... o que aconteceu? - perguntou para tentar responder suas dúvidas e esclarecer a confusão que sentia. No entanto, cada vez que ele se aproximava dela, suas pernas ficavam mais bambas. Cada vez que o encarava sentia-se acesa por dentro.

- Não sei. - ele disse calmamente. - Nos encontramos na praça das sakuras e assim que nos encontramos, desmaiou.

A moça estava completamente envergonhada. Da forma como ele falou, estava se sentindo uma ginasial que encontrou o ídolo dos seus sonhos.

O perfume da moça mudou e ele sentiu algo diferente nele. "O que será que ela está pensando?" Antes que ela pudesse falar qualquer coisa ele continuou dizendo:

- Enquanto estava desacordada chamava meu nome e falava algumas outras coisas que parecia ser parte de sua vida.

- Que coisas? - perguntava intrigada. Como ela poderia ficar falando o nome dele se nem o conhecia? Ela nunca foi de se impressionar com homem nenhum!

"Estou achando isso muito suspeito."

- E pode me explicar porque estou usando um quimono? - a moça estava indignada.

Sesshoumaru riu-se dela. Se esta fosse a reencarnação de sua Rin então seria muito intrigante o re-descobrimento dela. Sorriu com o canto do lábio. Aquele gesto era muito sensual.

"Nossa... Ele é lindo!"

- Como estava desacordada e estava em minha casa, pedi para a governanta lhe colocar uma roupa mais confortável. E lhe caiu muito bem, se me permite o comentário.

- Arigatou! - ela disse um pouco sem graça.

- Gostaria de comer alguma coisa? - o homem disse calmamente. Rin ficou envergonhada. - Parece-me que está com fome.

- Hai! Está bem. Posso lhe fazer algumas perguntas enquanto isso? - disse animada.

- Pode, desde que eu tenha a opção de as não responder.

Rin ficou sem graça, mas não podia fazer nada. Já havia sido difícil conseguir a entrevista com o empresário. Ela não tinha muita opção. Parecia que ele era mestre em deixa-la sem graça.

Sem contar que era um fato histórico Asami Rin estar na casa do empresário internacional, Taisho Sasshoumaru. Pensou sorrindo...

Quem iria conseguir algo assim, se não ela? Sango iria ficar alucinada quando soubesse.

Ele a levou para um local onde parecia ser um jardim de inverno. No meio das flores havia uma mesa pequena, a altura dos joelhos. Para sentar-se precisava-se abaixar e acomodar-se numa poltrona vermelha, ao chão.

Rin observava tudo com muita curiosidade. Estava intrigada como um empresário tão famoso, dono de uma empresa internacional, fosse alguém tão tradicional. Era tão jovem, mas algo nele dizia que conhecia mais da vida que todos que ela já encontrara. Olha-lo a deixava estranha, a beleza dele a fascinava. Lindo e sensual, coisa de deixar qualquer mulher enlouquecida.

Sesshoumaru sentiu o aroma da garota mudar. Era um aroma bem conhecido dele, não de medo ou ternura. Era de desejo. Não queria que ela sentisse somente isso por ele. Queria que ela o desejasse por completo, como amante, como companheiro, como amigo, como confidente. Mas precisava ter muita paciência, esperou tantos anos e séculos. Não poderia por tudo a perder por um desejo.

Depositou a água quente nas xícaras. Conversavam educadamente, com as vozes o mais baixo possível. A companhia do rapaz era muito agradável. Ele era alguém muito culto e conhecedor de muitas culturas e coisas. Rin estava absolutamente impressionada.

- Compreendo de onde vem seu sucesso! - ela dizia enquanto conversando. - É um homem muito culto e interessante.

- Arigatou! - ele dizia inclinado levemente a cabeça para frente de forma absolutamente sensual.

Levou a xícara à boca, absorvendo mais um gole do chá verde. Estava quente e saboroso. Era delicioso degustar o chá em companhia tão agradável. Rin perguntava algumas coisas sobre a empresa e quando convinha Sesshoumaru respondia, quando não, ele simplesmente dava voltas e no fim acabava não respondendo nada. Era astuto como uma raposa.

Enquanto Sesshoumaru respondia algumas das perguntas, ela admirava como seus olhos eram algo incrivelmente misteriosos. Não podia entender como alguém podia ter os olhos com aquela tonalidade. E não era só isso. Passavam uma profunda tranqüilidade, no entanto, havia neles um toque místico, algo inexplicável.

Sesshoumaru enquanto falava sentia o aroma da moça e com o passar do tempo o aroma dela se transformava para algo muito exótico e muito provocante para suas narinas apuradas. Rin não percebeu o que se passava. Ele havia sentido que os hormônios dela estavam entrando em ação com a presença dele. Ele, por sua vez, tratou de ser o mais sutil o possível, com relação a isso limitando-se a repetir aquele sorriso sensual.

Era muito agradável o ambiente, principalmente por conta do doce perfume das flores que havia no local. Sutil mas muito doce e penetrante que se misturava com o aroma de Rin. Era um relaxante natural.

- Fico feliz que eu seja tão privilegiada por ser recebida em sua casa! - Rin disse em dada hora da conversa.

Sesshoumaru limitou-se em responder reclinando a cabeça para frente. Ficou observando os gestos da moça. Era muito parecida com a sua Rin. Embora com alguns traços diferentes. No entanto, o aroma era idêntico. Mesmo entre as flores do jardim podia reconhecer o aroma dela e distingui-lo por entre essas outras fragrâncias.

- Desculpe-me comentar! - ela disse batendo levemente o indicador no rosto. - Mas seu nome é um tanto extravagante. Se não me falha a memória, quando era criança eu lia muito sobre mononokes e divindades mitológicas xintoístas e entre eles havia um com o seu nome. - ele olhou para a moça serrando levemente os olhos. Rin sentiu a espinha tremer frente a esse olhar cortante.

- Desculpe-me, não quis ofender! Gomennasai! - ela dizia movimentando o tronco para frente.

Depois de alguns segundos de silêncio ele começou a falar.

- Meu nome foi dado em honra ao Senhor Sesshoumaru, grande Inu-Daiyokai e Senhor das Terras do Oeste. Reza a lenda que ele foi um Youkai muito poderoso e que amou profundamente uma humana. Ele a tomou como sua esposa, no entanto, antes dela dar a luz, faleceu entre os braços do grande e poderoso youkai. Depois da morte de sua paixão ele ficou vagando pelo mundo a procura desse amor perdido, acreditando que um dia poderia encontrar sua reencarnação. E nunca ninguém soube se ele a encontrou ou não. - Ele experimentou contar a verdade através da lenda!

Havia uma ligeira e entranhada dor por entre as palavras dele. Ao ouvinte sensível poderia ser até dolosos ouvir um rapaz tão elegante contar essa triste história.

- Nossa!.. - Rin disse - Que história mais triste. Eu não fazia idéia que a lenda era assim. Eu só conhecia o nome do Youkai

- É normal. Não se preocupe. - ele disse calmamente.

- Bem, acho que está na hora de eu ir. Já lhe tomei um bom tempo de trabalho.

- Não se preocupe. Hoje eu não irei trabalhar. Estou a sua inteira disposição!

- Sério? - ela disse um pouco sem graça, erguendo as sobrancelhas.

- Hai! Gostaria de almoçar em minha companhia? Seria muito agradável ter tão bela dama em minha mesa.

'Nossa! Que homem é esse?' A moça pensava ainda sem palavras.

- H-H-Hai! Ela disse engasgando entre as palavras. - Não esperava que o empresário fosse tão atencioso com ela. Aquilo era realmente inusitado e intrigante.

- Então, deixe-me providenciar isto. Preciso avisar que há visitas. - Gostaria de acompanhar-me até a sala de estar? Lá poderemos conversar mais!

Ele se levantou e estendeu a mão para ajuda-la. 'Será que esse homem existe? Ou eu estou tendo alguma espécie de alucinação?' Ela se perguntava incessantemente. Os dois foram andando em silêncio até o local onde ele disse que esperariam pelo almoço.

Entraram ainda em silêncio. Ela não pode deixar de perceber a qualidade da decoração.

Era um local muito bonito. Não era muito grande, assim dava ao recém chegado um certo aconchego. Havia alguns vasos com flores espalhados por todos os lados. O aroma era muito forte e entorpecedor. Em uma das paredes havia uma pintura japonesa lembrando as telas antigas. Mesas e cadeiras dispostas para que os convidados pudessem se acomodar. Havia, quase ao centro, um jogo de quatro poltronas azuis celeste de veludo, que por serem almofadas grandes se assemelhavam a puffs. Uma porta de correr enfeitava a parede ao lado àquela que estava pintada. Era uma porta grande de madeira clara, decorada por quadrados de vidro brancos e opacos não permitindo, a quem estivesse na sala, olhar o que estava dentro do cômodo.

- Por favor... - ele disse a moça com educação. - Fique a vontade! Eu já retorno para lhe fazer companhia. - disse e imediatamente saiu do cômodo deixando a moça sozinha dentro do recinto.

Sentou-se nas almofadas, controlando-se para não mexer em nada. Começou a se balançar para conseguir o controle sobre a curiosidade que atormentava sua personalidade. Levantou-se e andou pela sala. Estava aflita, procurava a todo custo afastar a idéia de olhar o que tinha por de traz da porta de correr. Deu uma volta pela sala. Analisando melhor o ambiente. No entanto, se deparou com a porta de correr. Algo a puxava para aquele lugar. Parecia que tinha alguém a chamando.

- Rin, seja uma garota educada! Não é bom ficar espionando a casa dos outros! - ela dizia para si mesma, para fazer com que a voz da consciência soasse aos seus ouvidos. No entanto, uma outra voz dizia internamente. 'Vá lá, só puxe um pouquinho a porta e nada de mal irá acontecer. Não seja tola... Vai perder uma oportunidade de ouro!' Rin andou até a porta de correr e segurou na abertura que havia para que pudesse escorregar a porta.

Outra voz em sua cabeça dizia, 'Não faça isso porque você sabe que está errado. Você sabe que não deve ser tão ´bisbilhoteira´. A curiosidade matou o ladrão!'

Ela ficou parada uns segundos...

Porém, a curiosidade venceu e enfim ela empurrou vagarosamente a porta. Enquanto empurrava a porta o coração batia tão forte e tão alto que se houvesse alguém do outro lado poderia ouvir as batidas aceleradas dele.

Como se fosse uma gata silencioso, Rin entrou e acendeu a luz. Por um momento ficou estupefata e não conseguiu crer no que os olhos estavam vendo.

Bem diante de seus olhos havia uma espécie de relíquia. Um altar religioso muito antigo. Ela ficou parada em frente aquilo por alguns instantes. A sala estava vazia e só havia aquele móvel enorme ocupando toda uma parede ao Leste.

Consistia de algumas colunas que suspendiam um movel com portas. Este era suspenso por uma mesa resistente e maciça, cravadas por reentrâncias e saliências formando desenhos dignos de serem inspirações dos deuses. Todo o móvel possuía portas e era em madeira escura, toda incrementada por desenhos em madre pérola. O pequeno altar que havia dentro do enorme móvel era algo sutil, também ricamente decorado com madre pérolas. Os desenhos formavam figuras que o subconsciente compreendia mas o consciente só encontrava a palavra 'beleza' para qualificar aquele magnifico sanctum de orações. A frente do altar havia uma pequena oferenda. Um arranjo floral de duas lindas e delicadas flores. A cor das flores eram incríveis, lilases. Nunca vira algo tão precioso.

Ela estava completamente sem ação, parada ali em frente aquele móvel abençoado, no entanto, sua mão se estendeu sem sua ordem e inconscientemente abriu a porta do altar. E eis que dentro dele encontrou a coisa mais curiosa de sua vida inteira, um desenho feito a mão, composto por uma moça de quimono com os cabelos muito pretos e compridos, franjas que lhe davam um doce ar de menina, e os olhos castanhos e alegres. Ao lado havia um amuleto com uma mecha de cabelos de fios prateados que se entrelaçavam com fios negros.

A moça era muito parecida com ela. Dava até pra confundir-se com a ilustração. E ela ficou sem entender nada. Ficou estática olhando aquela imagem muito semelhante a si mesmo. Estava sem reação, imóvel e em choque. Os olhos estavam arregalados e o coração batia mais aceleradamente. Ela levou as duas mãos ao peito para tentar fazê-lo parar de bater tão forte e ajoelhou-se ao pé daquele santuário vagarosamente. Sentiu vontade de chorar. Não conseguia entender o motivo daquilo tudo. Assim, deixou escorregar as primeiras lágrimas pelo rosto chocado e pálido. Uma coisa inquieta acontecia dentro de si, ela só tinha vontade de chorar. E assim, lágrimas copiosas lhe escorreram pelo rosto.

Nessa hora algo completamente inacreditável aconteceu. Todos, exatamente todos os desenhos que forravam o móvel começaram a acender como uma coreografia luminosa diante de seus olhos. Nessa hora, o coração da moça já estava na boca e ela não sabia como se acalmar, não entendia nada do que estava acontecendo. As luzes acendiam inicialmente fracas e depois mais fortes e foram evoluindo para um arranjo multicor.

Sua vista começou-lhe a embaralhar e não resistindo mais caiu ao chão desacordada pela grande emoção que lhe percorria os nervos.

Do lado de fora do recinto, havia um rapaz que não cabia dentro de si de tamanha felicidade.

- É ela! Minha preciosa Rin! Enfim, eu a reencontrei!

….......

A moça abriu os olhos e estava novamente no mesmo quarto onde acordara logo cedo. Um par de olhos cor de mel a espreitava. O rosto do rapaz era calmo e tranquilo.

Ela sentia dores na cabeça, assim levou a mão até o locar dolorido.

- O que foi?

- Sinto dor na cabeça! O que aconteceu?

Ele não disse nada. Ficaram segundos em silêncio, para depois dizer.

- A senhorita desmaiou na minha sala de orações.

- Pelos deuses, estou muito envergonhada. Mil desculpas, senhor Sesshoumaru.

- Por favor, 'senhor' não combina comigo quando pronunciado pelos seus lábios.

- Gomen, ne! - ela disse encabulada.

Mas o incidente não lhe saia da cabeça. O que aconteceu naquela sala? Por que aquelas luzes? Porque havia uma pintura tão parecida com ela dentro daquele altar? Ela não se conteve.

- Preciso lhe perguntar! Sei que não foi muito educado de minha parte ficar mexendo em suas coisas, principalmente em um altar. Mas... mas, dentro daquele pequeno altar havia uma imagem muito parecida comigo. - preferiu não comentar sobre as luzes que vira, julgando estar delirando.

- Oh... Aquela era minha esposa! Ela faleceu ao dar a luz.

Enquanto ele dizia isto, inexplicavelmente, ela lembrou-se da lenda do Senhor das Terras do Oeste.

..."Ele a tomou como sua esposa, no entanto, antes de dar a luz, faleceu entre os braços do grande e poderoso youkai. Depois da morte dela ele ficou vagando pelo mundo a procura desse amor perdido, acreditando que um dia poderia encontrar a sua reencarnação."...

Ela ficou pálida. 'O que está acontecendo comigo? Por que estou tão tocada com essa história que nem ao menos é real. É só uma lenda! E o que tem a ver a lenda com a esposa do empresário!' No entanto, as luzes não saiam de sua cabeça. Preferiu acreditar que estava delirando. E não comentou nada com ele sobre o incidente que tomou como sonho. Ela se apercebeu que havia mexido no altar da esposa falecida e resolveu se desculpar novamente.

- Gomennasai! Eu estou muito envergonhada por ter invadido sua privacidade. Faço qualquer coisa para recompensar o que eu fiz. - ela dizia, agora sentada sobre o futon e a testa recostada no colchão para se desculpar do mal entendido.

Ele carinhosamente colocou a mão na cabeça dela. Ela sentiu tanto carinho naquele toque que chegou a se emocionar. Levantou a cabeça para poder olhar nos olhos do homem que a tocava com tanta delicadeza, como se ela fosse uma jóia rara.

Seus olhares se encontraram e ela pode ver por dentro do dourado dele. Quase desmaiou novamente porque lembrou-se dos sonhos juvenis, mas segurou-se e deteve-se em desviar os olhos dos dele.

- Acho que a senhorita não estava se sentindo muito bem. Tomei a iniciativa de chamar um médico para avalia-la enquanto estava descansando em meu futon.

Rin estava vermelha de vergonha. Tapou o rosto com as mãos sem saber o que fazia de tamanha vergonha.

- Não precisa ficar assim. Venha. Deve estar cansada e esgotada. Vamos almoçar... - ele dizia ameaçando um vago sorriso. - Mas não vou esquecer que prometeu fazer 'qualquer coisa' para se desculpar por ter mexido no altar. - disse em tom de brincadeira, rindo com o canto dos lábios.

"Como é bom ter o coração preenchido novamente com esse perfume e a presença dela. Mas como será complicado a aproximação já que eu me lembro de tudo e ela nem sequer sabe quem eu sou e fui pra ela." Ele pensava consigo mesmo. Mesmo muito feliz, havia um pouco de melancolia naquele pensamento.

Ela levantou-se acompanhada do jovem rapaz. Ambos estavam em silêncio, mas era nítida a confusão mental da moça. Ele começou a ficar preocupado com aquilo porque nunca havia passado por aquela situação. Nunca se perdoaria se alguma coisa acontecesse com o seu tesouro precioso. A vontade dele era abraçar a garota, de protege-la pelo resto da vida, de a aquecer entre os braços e de matar toda a saudade de sentir sua pele, saudade esta que corroía a sua alma por séculos.

- Não fique assim. Não há problemas.

- oh... - ela disse como se estivesse sendo retirada de seus pensamentos.

- Entre! - ele disse, oferecendo a sala de jantar.

continua...

 


Notas Finais


Proximos capitulos:
"Sesshoumaru acompanhou-a até a sala de jantar. Lá havia uma mesa preta, baixa com algumas almofadas e um tapete de bambus muito delicado. Não havia mais nada na sala. Em cima da mesa, havia alguns pratos com alimentos ricamente coloridos, que pareciam muito apetitosos..."


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