Pra fazer companhia a minhas lágrimas, a chuva veio me molhar, mesmo assim, permaneci deitado em cima do túmulo com o buquê de rosas murcho na mão. Sentia uma dor muito forte em meu coração e pedia a morte a todo momento, talvez só assim poderia a encontrar, até que um velho se aproximou de mim. O mesmo velho que sumiu naquela casa misteriosa e o culpado por me fazer acreditar em tudo isso. Furiosamente me sentei e o encarei.
- Se afasta de mim! Você é o culpado por toda a desgraça que aconteceu em minha vida!
- Não seja convarde, sabe que é por sua causa que está nessa situação!
- Se não tivesse me dado o bilhete, convencendo que eu acreditasse em ver Juliana, não estaria assim hoje. Veja só, não me reconheço mais!
O velho apenas sorria, parecia um demônio, e a sua presença me fazia mal, me deixava agitado.
- O que você é? De onde veio?!
- Eu sou seu amor!
- O que?!! Você é Juliana?
- Não! Eu sou seu amor, sou sua culpa, sua insegurança, a fraqueza, os vicios e as poucas virtudes. Eu sou VOCÊ!
Aquelas palavras confusas estava me enlouquecendo, como ele poderia ser eu, se não estava morto? Como isso é possível?
E precisando questionar me levantei e fiquei de pé ao túmulo, olhava em minha volta e enxergava espelhos, em vés de túmulos, surgiam espelhos com a minha imagem, cada um mostrava uma fase de minha vida, com Juliana e sem ela.
Até que todos se quebraram, se trasnformando em milhares de cacos que colidiram em minha pele, fazendo alguns ferimentos. E quando olhei em minha frente, estava um espelho gigantesco, uma imagem dura de se ver, um velho sentado em frente de uma televisão, com garrafas de bebidas na mão e acompanhado apenas da escuridão. E aos poucos, percebi que ele se virava em minha direção, então me assustei, porém não me viu, apenas pegou um pano pra limpar um porta retrato com uma foto. A foto de Juliana, a minha foto preferida, quando nos conhecemos.
Então comecei a chorar e desabei no túmulo.
- Meu Deus, o que aconteceu comigo? Porque tive que beber? O arrependimento está me matando, sinto falta de você Juliana, nunca pensei que dizer Te amo, seria tão dificil pra sentir. Porque você não volta? Será que não esta vendo o meu sofrimento, a minha dor? Queria te explicar o quanto te amo, queria ser o cara perfeito pra você, sei que na vida não provei isso, perdi meu tempo com coisas desnecessárias, brigas e ciumes que as vezes era demais. Mas mesmo com meus defeitos, eu só queria te dizer que Te amo, mas não são apenas duas palavras, são sentimentos que me controlam e levam para um caminho sem volta, se estiver me ouvindo saiba que sempre terá um anjo a sua espera, porque sei que não sou perfeito mas sou seu pra eternidade!
O meu discurso só me trouxe mais lágrimas e as rosas que não soltava a nenhum instante tinha voltado ao normal, mentira, estavam mais lindas de quando comprei, o perfume de Juliana fez elas viverem e o vento tirou as rosas de mim, levando para o chão, e quando tentei pegar, vi uma mulher em minha frente me olhando com lágrimas prestes a cair. Ajoelhado, me levantei com as rosas na mão e reconheci Juliana.
- São pra mim?
Seu sorriso era o mesmo, e seus cabelos loiros brilhavam mais do que nunca. E quando pegou em minha mão, não consegui dizer mais nada, apenas a beijei por longos minutos sem ver o mundo em minha volta, apenas sentindo o quanto era bom amar ela.
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