1. Spirit Fanfics >
  2. Um Ano Nem Tão Incrível Assim >
  3. Felicidade Demoníaca

História Um Ano Nem Tão Incrível Assim - Felicidade Demoníaca


Escrita por: AnnaEsttevao e LetGirl

Notas do Autor


Mais um capítulo! ;)
P.S: foto do capitulo: antigo cachorrinho da Jade, o Slash. (Leia pra entender)

Capítulo 22 - Felicidade Demoníaca


Fanfic / Fanfiction Um Ano Nem Tão Incrível Assim - Felicidade Demoníaca

No dia seguinte, na sexta-feira, foi só mais um dia normal, sem nada de extraodinário, sem nada de diferente. Foi um dia entediante, até. Mas quando anoiteceu, me deu certo frio na barriga, um pouco de enjôo e dor de cabeça. Não, eu não estava grávida. Qual é! Uh, oh! Sinal de que eu estava ansiosa. Pois é, eu passo mal quando fico ansiosa demais.

Mas uma coisa que não estava entendendo, era o porquê daquilo tudo. Por que eu estava ansiosa? Eu geralmente passo mal desse jeito quando está na véspera de algum espetáculo, algum teste difícil, quando tenho competições... Mas eu não tinha nada daquilo agendado para o dia seguinte. Resolvi deixar aquilo de lado. Decidi ir até a cozinha para que pudesse tomar algum remédio que acabasse com a aquela dor de cabeça horrível. Desci as escadas e, ao chegar ao local, acendi as luzes. Comecei a minha busca pelo analgésico, que foi sem sucesso.

Voltei para o meu quarto e dei uma olhada em algumas das minhas bolsas. Encontrei. Depois de tomar o remédio, com o auxílio da água que estava em uma garrafinha em cima do criado-mudo, consegui dormir. Ou melhor, cochilar...

Quando era, mais ou menos, três e quarenta da manhã, acordei extremamente assustada. Transpirando de nervoso e com dificuldade para respirar. Tive um pesadelo com palhaços. Ah, que maravilha! Agora sei o motivo do meu mal estar e da ansiedade. Felicidade Demoníaca. Valeu Joseph. Fui até a cozinha beber água, a da minha garrafinha tinha acabado no único gole que eu havia dado para tomar o remédio.

- Mauro?! – falei surpresa ao vê-lo sair do quarto de hóspedes que fica no primeiro andar. Ele estava como cabelo totalmente desgrenhado, uma camiseta branca, um short ''samba-canção'' estampado com pequenos violinos e um rosto inchado. Provavelmente acabou de acordar. – Pensei que você e Ashley compartilhavam o mesmo quarto.

- Quando os hóspedes ocupam todos os quartos, sim. – ele respondeu com uma voz meio rouca. É... ele definitivamente acabou de acordar. – O que faz acordada numa hora dessas?

- Tive pesadelo. Daí eu vim aqui beber uma água. – falei.

- Eu ia falar que você estava caminhando. – ele falou rindo. – Mas seria muito bizarro você ir correr de pijama e uma pantufa de tigre às quatro da manhã. – olhei para meus pés, meio incrédula e envergonhada por realmente estar com uma pantufa de tigre. – Deixe de lado. Com o que você sonhou?

- Cientistas malucos estavam vestindos de palhaços macabros, como se quisessem, ao mesmo tempo, se disfarçarem e me deixarem apavorada, estavam me torturando. Tipo, eles me amarraram em uma maca... Ah! Detalhe: eu era tipo o Wolverine, me regenerava em um tempo curto.  Enfim. Eles abriram minha barriga e ficavam tocando e cortando alguns de meus órgãos. Depois furaram meus olhos, mas eles rapidamente voltaram ao normal. Até que consegui me soltar e sair correndo. Eu, sem perceber, comecei a correr incansavelmente por uma floresta úmida e fria com a camiseta branca repleta de sangue e meus olhos lacrimejavam um pouco de sangue ainda. Horrível. Daí vi algo monstruoso. Um dos cientistas havia entrado na cabana que eu fiz para me abrigar. Ele tirou a máscara e, desejei com mais força que aquilo fosse apenas um sonho, vi quem era o mascarado. – falei dramatizando, me contendo para não gritar e acordar o resto da casa. Mauro me ouvia com atenção, parecia estar mesmo interessado naquele sonho. (N/A: que, aliás, pode vir a ser uma nova fic. Mas vamos com calma huehue. Aguardem novidades!)

- E aí? – ele perguntou realmente muito curioso.

- O cientista era a minha mãe! Ela estava me torturando e comandando os outros mascarados a me torturar! – falei dramatizando mais uma vez tentando não gritar.

- Meu Deus. – ele falou com tom de ironia. Revirei os olhos enquanto um sorriso de esboçou em meus lábios.

- E você, o que faz acordado numa hora dessas?

- Nada. Só acordei do nada. Aí resolvi beber um leite para tentar dormir de novo. – assenti.

 Finalmente peguei a água, a bebi e voltei para o quarto. Como eu sabia que não iria conseguir pegar no sono de novo, resolvi pegar o computador para assistir séries.

Depois de alguns, muitos, episódios, que eu estava assistindo pela milionésima vez, de F.R.I.E.N.D.S., resolvi ir tomar meu café da manhã. E sim, eu fui com a minha fabulosa pantufa de tigre. Argh! Assim que desci o último degrau da pequena escadaria – 17 degraus ao todo –, me deparei com Ashley toda posuda, com seu quimono de seda cor de rosa bebê, sentada a mesa tomando seu café. Revirei os olhos.

- Bem madura essa sua pantufa, hein. – ela disse com um sorrisinho sarcástico enquanto tomava um gole de sua xícara de café. Nunca torci tanto para que alguém queimasse a língua.

- É pra combinar com você, Ashley. Uma mulher bem sucedida e fina – fiz aspas com os dedos ao ''elogiá-la'' – que mesmo assim insiste em implicar comigo, uma garota que tem idade pra ser sua filha. – retruquei. Ela deu de ombros. Na mesa, peguei uma fatia de pão integral, a parti no meio e coloquei um pedaço em cada espaço da torradeira. Fui até o armário e peguei uma caneca e coloquei leite desnatado. Quando as torradas ficaram prontas, e bem crocantes, passei um pouco de mel nas fatias.

No momento em que eu estava acabando o meu café da manhã, o restante da ''família'' resolveu dar as caras. Mauro tinha acabado de voltar da academia, enquanto os garotos desciam a escada.

- Bom dia. – ele disse subindo os degraus. Provavelmente foi tomar um banho pra tirar todo aquele suor do corpo. Instantes depois, finalmente, acabei de comer e voltei para o meu quarto.

Meu celular apitou.

- Bom dia, bom dia! Maninha, aviso rápido: o show foi antecipado. Vai ser domingo, amanhã. Ensaio hoje às 9h. – era Rafael que me ligara no FaceTime. Assim que atendi a ligação, pude ver seu rosto meio inchado. Deve ter acabado de acordar também. Porém, ele estava em um local que nunca vira antes. Eu hein. Achei que estivesse em casa. Olhei para o relógio em meu pulso e vi que já eram 08h30min.

- Bom dia. Já to indo me arrumar. Mas tem um mero detalhe. – falei.

- Ai, ai. Fala. – ele revirou os olhos.

- Que horas vai acabar o ensaio? Tenho compromisso às 15h45min.

- Encontro com seu namorado? – dessa vez eu revirei os olhos. Sério que ele falou isso? Pensei que ele fosse a pessoa que mais me conhecesse na vida.

- Não, idiota! Eu só vou ir ao cinema com Joseph.

- Eu não vou nem te dizer qual é a verdadeira intenção de nós, garotos, ao chamarmos uma menina pra ir ao cinema. – ele disse com aquele sorrisinho, provavelmente tendo alguma lembrança ''agradável''.

- Mas isso aí é fácil, eu sei. A intenção é assistir ao filme enquanto comem pipoca.

- Claro. – notei a ironia escorrer em sua única palavra.

- Cara, nós vamos assistir Felicidade Demoníaca. Não vai ser nada ''romântico''. Enfim, vou poder ficar ausente por umas duas horas?

- Sério que vocês vão assistir a esse filme? Não tenho a menor dúvida de que você vai ficar mais traumatizada em questão aos palhaços. – ele disse tirando sarro da minha cara, mas sua expressão se tornou mais séria quando lancei um olhar frio, de reprovação.  – Tá, ok. Você pode. Agora vai se arrumar, pois faltam vinte e cinco minutos.

Tomei um banho e me troquei – uma blusa dos Rolling Stones, uma calça preta jeans e um coturno –. (N/A: igual a foto do capítulo anterior) Mauro me deu uma carona. Ao chegarmos no local que Rafa havia me passado o endereço, nos deparamos com ele na recepção da gravadora, provavelmente me esperando.

- Bem profissional aqui, hein. – falei me direcionando a ele, enquanto acenava para a recepcionista como se fosse um bom dia e ela retribuiu com um sorriso, enquanto fazíamos nosso toque que, nada mais é um high five simples.

- Vovô é sócio. 50% das ações.  – fiz uma expressão que era uma mistura de surpresa com admiração. – Ele geralmente ensaia aqui, aí a produtora disse que seria bom se ensaiássemos aqui também. – ele concluiu sua explicação. Assenti. Pegamos o elevador e fomos para o estúdio.

Ao entrarmos na sala em quem iríamos ensaiar me deparei com Melissa em um dos pequenos sofás preto mexendo no celular.

- Melissa Farley? – chamei a atenção dele de forma divertida. Ela se levantou e sorriu, e nos abraçamos.

- Que feio maninha. Não chamou nem a sua melhor, e única, amiga para assistir ao ensaio de seu primeiro show. – Rafael falou fingindo estar me repreendendo.  Apenas o ignorei.

- Não foquem em mim! Vão logo produzir som! Pelo o que vejo nos comentários de suas redes sociais vocês são realmente muito bons. Quero ter a chance de ouvir ao vivo. Andem! – ele nos apressou com um sorriso no rosto.

- Bom dia, pequenas estrelas do rock. – a produtora entrou no estúdio com um copo de café.

- Bom dia. – Rafael, Melissa e eu respondemos. Mel se sentou no sofá enquanto Rafael, a produtora e eu esclarecemos algumas coisinhas.

- Bem, a princípio, vocês iriam apenas abrir o show com a música principal, que é Sweet Child O’ Mine, que o Müller fez um cover ao vivo em um dos shows em homenagem a vocês, pois ele estava com muitas saudades etc e fez o maior sucesso. Porém, devido à ausência dele no momento, vocês irão fazer o show inteiro cantando 12 músicas. – Ela nos passou uma set list com as seguintes músicas:

1- Scar Tissue – Red Hot Chili Peppers

2- Toxicity – System Of A Down

3- Whole Lotta Love – Led Zeppelin

4- Knockin' on Heaven's Door – Guns n' Roses

5- Sweet Child O'Mine – Guns n' Roses

6- Nothing Else Matters - Metallica

7- The Trooper – Iron Maiden

8- Can't Stop – Red Hot Chili Peppers

9- Run To The Hills – Iron Maiden

10- Otheride – Red Hot Chili Peppers

11- I Want To Break Free - Queen

12- Enter Sandman - Metallica

(N/A: escutem essas músicas, sério. São muito boas)

- Ok. Gostamos muito dessas músicas, mas por que não vamos cantar as músicas do vovô? O show meio que é dele. Só que sem ele. – Rafael falou o que eu estava pensando. Se nós iríamos ficar no lugar dele, teríamos que cantar as músicas dele, pois seus fãs estariam lá para isso.

- Sim, seu pensamento está correto. Mas, os internautas já estão sabendo que vocês irão fazer o show e está tudo uma loucura! Há vários comentários nas redes sociais como ''Espero que cantem alguma música do Red Hot Chili Peppers!'' e outras bandas. Inclusive fizemos uma enquete de quais bandas eles queriam ouvir. As bandas mais votadas são as que irão cantar mais músicas delas. – ele explicou. Assentimos. – Ótimo! Muito papo, pouco som. Bora!

Começamos o ensaio. Já conhecíamos todas as músicas, então foi fácil. Com exceção da última música.  Rafael e eu iríamos parar de tocar os instrumentos em determinada parte da música – ele estaria na bateria e eu na guitarra – pois iríamos cantar juntos. Segundo Meredith, a produtora, cantarmos juntos levaria o público a loucura e eles ficariam contentes com nossas performances.

O ensaio passou mais rápido do que esperávamos. Passamos as músicas várias vezes, até que chegou a hora de irmos para casa. Pensei que só sairíamos de lá à noite, mas eu estava enganada, todos nós fomos para casa às 15h30min.

- Parabéns! Vocês são muito bons. Quem me dera poder ir a um show de vocês. – Melissa elogiou. Sorri de volta.

- Bem, você pode. – falei.

 - Ah, não daria para pagar o ingresso, apesar de não estar tão caro, não gostaria de ter que pedir dinheiro para a minha avó. Ela nem sempre está com a melhor condição financeira. – Mel falou com um sorriso amarelo.

- Pelo menos você pôde ver o ensaio. – Rafa tentou quebrar o clima triste. Ela assentiu.

- E quem disse que você não vai? – falei com um sorriso, pegando um ingresso que eu havia deixado em cima da mesinha central. Ela sorriu radiante.

- Meu Deus! Muito obrigada. – ela disse. Mandei uma piscadela.

Meu celular apitou.

"Ei, não vai se esquecer do compromisso cat eyes'', mensagem de Joseph. Sorri do novo apelido. Cat Eyes.

- Qual foi a piada? – Rafa falou. Olhei para ele sem entender. – Qual foi a piada que o celular contou, você sorri à toa agora? – ah! Ele estava falando do sorriso que dei ao ler a mensagem de Joseph.

- É a piada do Noé. – falei em português, pois só teria graça se fosse assim.

- Noé? – ele perguntou confuso.

- 'Noé' da sua conta. – falei. Ele deu um sorriso. Mel nos olhou meio confusa, mas entendeu a piada, não sei como, mas entendeu.

- Não acredito que ri disso. – Rafa disse.

''Ok. Já estou saindo do ensaio'', teclei de volta para Joseph.

- Rafa, se importa de levar Melissa? Tô atrasada para o meu compromisso.

 

- Pro seu encontro com seu namorado Joseph? Jade, deixar os amigos de lado por causa de paixonites não é nada legal, ok? – ele disse me repreendendo, mas senti o humor escorrer em suas palavras.

- Pela milionésima vez...

- Segunda! – ele me cortou.

- Que seja. Ele não é meu namorado! E não é um encontro! E Mel, desculpa. É que tínhamos marcado há um tempão. – expliquei.

- Sem problemas. Eu vou de ônibus. – ela disse.

- De jeito nenhum! Você vai comigo, de táxi! Vou deixar você na porta de sua casa, e só vou sair de lá depois que você entrar. – Rafael interrompeu ela.

- Ok. – ela disse com um pouco assustada. Acho que a atitude dele não foi esperada por ela.

- Ótimo. – falei me direcionando a porta. Peguei o elevador e comecei a caminhar em direção a recepção para que eu pudesse ir embora. Ao chegar no lado de fora, vi um táxi lá parado. Eu não pedi nem um táxi, deve ser de outra pessoa, pensei. Fiquei parada esperando Mauro, ligando pra ele. Mas só dava número inexistente. Provavelmente trocou de número. O motorista do táxi buzinou como se estivesse me apressando. Não entendi nada. Resolvi ir até lá ver o que ele queria.

- Demorou, hein!? – Joseph falou saindo do carro. Nos abraçamos.

- Desculpa. Não imaginei que você viria me buscar. – falei entrando no carro.

- Sem problemas. Para o Shopping, meu amigo – ele disse ao taxista.

Chegamos no local. Fomos direto para o segundo andar, para o cinema. Não nos falamos muito, pois com o caminho que o motorista fez chegamos bem rápido, mas os olhares que trocávamos eram capazes de significar bastante.

- Opa. – Joseph disse apalpando os bolsos quando chegamos na entrada do cinema.

- O que houve? – perguntei preocupada. Ele pegou a carteira e deu uma procurada, não pegou nada.

- Temos um problema. Me esqueci dos ingressos. – ele disse rindo, como se fosse uma grande piada. Ri da situação.

- Ok. Compramos outro. – falei.

- Vamos entrar na fila e torcer para que os ingressos não tenham esgotado, ou que as pessoas não queiram comprá-los. – Joseph falou. Sorri. Tinha duas pessoas na nossa frente. O filme começaria em dez minutos. Comecei a ficar meio aflita, meus músculos se tencionaram. Por mais que eu não quisesse assistir ao filme, a princípio, depois de ter chegado ao cinema, não queria ter que assistir a outro filme. Eu passara a semana inteira me preparando psicologicamente para ver aquele tal de Felicidade Demoníaca. Finalmente chegou nossa vez.

- Dois ingressos para Felicidade Demoníaca, por favor. – ele falou à atendente.

- Sortudos. Os dois últimos ingressos. – ela disse sorrindo. Sorrimos de volta. – Ah, Jade, melhoras para o seu avô. Sei que ele é forte e vai se recuperar rapidinho. – ah, droga! Estava tudo tão bem até ela tocar naquele assunto. Dei um sorrisinho amarelo. Fomos para a fila da pipoca.

- Desconfortável, né!? – ele falou enquanto esperávamos na fila.

- Sim. Bem desconfortável. Tipo, eu tento tirar da cabeça o fato de ele estar no hospital, em coma há dois meses. Mas não para esquecê-lo, mas sim para que eu não me sinta mal com isso. Com a possibilidade de não ter ele aqui ao meu lado nunca mais. – falei. Ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça. Chegou nossa vez na fila. Pedimos uma pipoca de tamanho grande e dois refrigerantes de uva. Quando Joseph iria pegar a carteira para pagar, o impedi.

- Não! Eu pago. Você já comprou os ingressos. Deixa que eu compre a pipoca e o refri.

- Não. Eu te convidei, eu pago.

- Mas, eu faço questão. Se você não me deixar pagar, nunca mais saio com você. – falei sorrindo. Ele cedeu. Fomos para a sala de cinema.

- Os óculos. – um guarda, acho, que olhou nossos ingressos para aprovar nossa entrada falou. Peguei sem entender. Olhei novamente para o ticket e vi escrito 4D. Por mais que e estivesse ao lado de Joseph enquanto ele comprava os ingressos, estava completamente aérea. Portanto, não vi que ele tinha pagado para assistirmos em 4D.

- Você quer me matar? – falei a Joseph quando entramos na sala e nos sentamos em nossos devidos lugares, as últimas poltronas, bem lá em cima. Ele sorriu.

- Não. É que é mais divertido. – ele disse com um sorrisinho maléfico. – E se tiver medo eu já te disse o que fazer. – fiz uma expressão de confusa – Não, não é pra fazer expressão de confusa. É pra me abraçar.

Dei um leve tapa em seu ombro.

- Bobo. – falei sorrindo. As luzes se apagaram. Dei um pulinho.

- Calma. Nem começou ainda. – ele tirou sarro da minha cara. Fiz uma careta divertida e ele sorriu.

Antes de o filme começar, passou o trailer de alguns dois outros filmes.

- Baseado em uma história real. – e foi assim que começou o filme. Sério isso? Me encolhi na poltrona. Eu amo filmes e coisas de terror, mas depois é bem complicado de dormir. O filme foi passando, e o vento que batia no rosto da personagem enquanto ela corria, batia no meu também, como outras coisas, tipo aroma etc. Até que chegou um momento que não consegui me conter. O rosto daquele maldito palhaço foi focado bem de perto. Sim, eu gritei. Quero dizer, seria um grito se Joseph não tivesse tampado a minha boca.

Depois disso não consegui tirar aquela imagem da minha cabeça. Então, para me distrair, resolvi ficar tacando pipoca na cabeça das pessoas das fileiras de baixo. Eu estava na última fileira, e por isso ninguém saberia que era eu, já que eu sempre tacava nas pessoas que estavam bem mais embaixo. Sei que é errado, mas as pessoas quase não notaram. Percebendo o que eu estava fazendo, Joseph me imitou. Até que, sem querer, acertamos uma pessoa que é do tipo que não tem senso de humor e é completamente fechada. Ela nos ''denunciou'' para o guarda e fomos expulsos da sala de cinema. Eh, maravilha.

- Desculpa. – falei a Joseph que estava rindo o ocorrido. – Não queria atrapalhar seu filme. Mas tava muito chato.

- É, realmente. Já vi melhores. – ele disse. – E qualquer coisa eu volto aqui outro dia pra assistir ele todo.

- Vamos comer algo? – sugeri.

- A gente acabou de comer um balde de pipoca! – ele disse incrédulo e sorrindo enquanto descíamos a escada rolante.

- Meio balde! – corrigi – A outra metade a gente tacou em cabeças de desconhecidos. – ele riu.

- Ok. Vamos para praça de alimentação. – dito e feito. Fomos até falando sobre coisas inúteis. Como o fato de os americanos pronunciarem meu nome como 'dgeije', e os brasileiros pronunciarem meu nome como 'jade'.

- O que vamos comer? – perguntei ao chegarmos.

- Pizza? – ele sugeriu. Assenti concordando – Metade vegana e metade portuguesa?

- Claro!

Fomos até o local e fizemos o nosso pedido, depois nos acomodamos em uma mesa mais afastada das outras pessoas que ali se encontravam.

- Como sabe que sou vegetariana? – perguntei.

- Ah. Você é a única que não come carne lá. Exceto peixe. E também teve aquele dia que você não se sentou com a gente para jantar, foi direto para a cozinha e fez sua própria comida. Não senti nem um cheiro de carne vindo de lá. Daí eu deduzi que você é vegetariana, ou algo assim. – ele explicou.

- Bela dedução.

- Mas por que você parou de comer carne?

- Bem, alguns meses atrás, eu tive um cachorro, Slash, era o nome dele. Daí eu acabara de chegar do colégio e notei que meu cachorro não foi até a porta me receber. Achei estranho. Minha mãe que ele tinha sumido do nada. Saímos para procurá-lo, e quando achamos ele, Slash estava sem duas das pernas e com o rabo cortado, morto, enquanto um grupinho de sem noção estava assando ele. – meus olhos encheram de água ao me lembrar daquela cena. – E eu os julgo pela ação deles porque sei que eles não estavam passando fome nem nada. Eu realmente não sei o que aqueles caras tinham na cabeça para ter feito algo horrível como aquilo. Sem contar que eles estavam rindo.

- Mas como você sabe que eles não estavam passando fome?

- Por que nós fomos de porta em porta do condomínio que eu morava perguntando se haviam visto meu cachorro. Até que chegamos na casa de uns jovens e eles disseram para entrarmos. Quando chegamos no quintal dos fundos, lá estava o meu cachorro, morto. Depois desse dia eu jurei nunca mais ingerir um animal, em solidariedade a Slash.  – Joseph me abraçou.

- Qual era a raça do cachorro?

- Ele era uma mistura de Beagle com Husky.

- Ele era único, né.

- Sim. Mas, podemos trocar de assunto?

- Claro. Ah! Nossa vez de ir buscar a pizza. Eu vou lá e você fica aqui guardando o nosso lugar. – assenti. Instantes depois, ele apareceu com uma bandeja que tinha uma pizza pequena, partida em quatro pedaços e dois copos com suco de laranja.

- Hum... Maravilha. – falei.

Depois de comermos, ele pagou a conta, depois de insistir muito, e fomos andando pra casa, pois não era muito longe. Sinceramente, estou amando morar aqui em Home Sweet Home. É tudo pertinho de casa.

- Obrigada pelo dia incrível. – agradeci enquanto andávamos pela pista de caminhada ao lado da praia, que por sinal tinha uma paisagem maravilhosa ao fim da tarde. O céu estava com um degradê de rosa clarinho e uma brisa que me confortava.

- Eu que agradeço. Sua companhia é muito agradável. – sorri. Continuamos a andar.

Avistei a mesma barraquinha em que ele comprou aquele meu colar no dia em que voltamos do colégio juntos. Tive uma ideia.

- Espere aqui um minuto. – falei. Fui até a barraca e vi a moça responsável personalizando algumas pulseiras, escrevendo coisas com uma caneta preta e permanente de ponta fina

- Em que posso ajudar? – ele perguntou educadamente ao notar que estava a observando trabalhar.

- Você escreve o que as pessoas pedem nas pulseiras? – perguntei meio tímida. Ela assentiu afirmando. – Poderia escrever Cat Eyes nessa? – falei ao pegar uma pulseira preta com uma pedra marrom esverdeada que tinha uma pequena parte branca, feita com pedaço de concha, espaço reservado para a escrita. A moça sorriu afirmando.

- Muito obrigada. – falei segundos depois de pagá-la. Ela assentiu.

Voltei para onde Joseph estava me esperando radiante. Ele estava com uma expressão meio curiosa.

- Resolvi retribuir o colar. – falei sorrindo enquanto lhe entregava a pulseira com uma mão e segurava o pingente do colar que me dera com outra. Ele sorriu.

- Cat Eyes. – ele pensou alto com um sorriso no rosto. – É lindo! Mas não precisava. – minha expressão se fechou.

- É só um presente para agradecer pelo dia incrível. – falei para convencê-lo. Ele sorriu. Peguei a pulseira de volta e a coloquei em seu pulso esquerdo. Involuntariamente nossos rostos se encontram. Sim, nos beijamos mais uma vez. Por mais que eu não queira admitir, mas foi muito bom. – E combina com seus olhos. – completei a respeito da pulseira. Ele sorriu enquanto me olhava.

- Vamos? – ele disse. Sorri assentindo.

Ao chegarmos em casa, nos deparamos com Mauro.

- E aí? Como foi o cinema? – ele perguntou.

- Foi ótimo! Mauro, eu adoraria te contar do meu dia, mas estou super cansada. – falei tentando me livrar daquele assunto, mas não estava mentindo, eu realmente estava exausta.

- Tudo bem, filha. – ele disse sorrindo.

- Ah! E não vou descer para jantar. Como disse, estou exausta. – falei enquanto subia as escadas.

- Espero que tenha cuidado bem da minha filha. – ouvi ele dizer a Joseph com um tom de voz brincalhão.

- Pode apostar que cuidei. O que mais quero é o bem dela. – Joseph o respondeu. Por mais que meu pai estivesse brincando, o tom de voz de Joseph era sério e preocupado.

Fui para o meu quarto e tomei um banho quente para relaxar os músculos e ficar menos cansada. Um filme daquele dia incrível passou diante dos meus olhos enquanto me banhava. Coloquei um pijama bem confortável e me joguei na cama.

Nunca dormi tão bem como naquela noite.


Notas Finais


Fortes emoções, né? Deixe sua opinião aqui nos comentários! ;)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...