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História Um Ano Nem Tão Incrível Assim - Senti sua Falta


Escrita por: AnnaEsttevao e LetGirl

Notas do Autor


OEE MAIS UM CAPÍTULO AQUI :3
SIM, GALERA, EU SINTO MUITO PELA MORTE DO NOSSO QUERIDO EDUARDO MÜLLER :'(
SEM MAIS DELONGAS, BORA PRO CAPÍTULO SZ
BOA LEITURA ;)

Capítulo 29 - Senti sua Falta


Fanfic / Fanfiction Um Ano Nem Tão Incrível Assim - Senti sua Falta

Na manhã seguinte acordei mais do que indisposta. Não queria sequer levantar da cama, ou desfazer a posição fetal. Meus olhos estavam muito inchados por causa do choro frequente da noite passada e meu rosto também estava amarrotado, pois acabara de acordar. O que aconteceu no dia anterior mais parecia um pesadelo, a minha ficha ainda estava caindo.

Me levantei, tomei um banho longo e me vesti. Estava coberta de preto, o que já é habitual para mim, mas eu estava de luto. Peguei minha mochila e desci os degraus.

- Está tudo bem, Jade? - Ashley disse ao notar que eu estava acabada.

- Sim. - menti.

- Mentir é feio, querida. - ela insistiu. Desde quando ela havia ficado boazinha?

- Fingir que se importa também. - peguei um sanduíche de queijo que estava pronto em cima da mesa e entrei no carro de Mauro, que já havia me chamado para me levar para o colégio. 

- Ela só estava sendo gentil, Jade. - Mauro disse assim que coloquei o cinto de segurança ao me sentar no banco da frente. 

- E eu só estou na minha fase de luto. Eu sei que ela está se esforçando, mas... Não sei. Ainda não estou pronta pra sair do meu quarto e conviver com a sociedade de novo. - expliquei e ele assentiu. Pude notar que Mauro tomou a minha dor também. Isso é muito importante pra mim, foi uma perda difícil, e ainda está sendo.

Fomos a caminho do colégio em silêncio, sem nem uma palavra sequer. Joseph também estava no carro, e me lançava olhares reconfortantes através do retrovisor. ''Ele realmente gosta de mim, e isso é bom'', pensei. Eu também gosto dele, só não sei e nem consigo admitir isso, nem a ele e muito menos a mim.

Na escola foi um completo inferno. Pessoas por todos os lados dizendo ''sinto muito, Jade''. Não havia motivos para mentir. Eu sabia que elas não estavam ligando a mínima pra mim, diziam aquelas palavras por ética. Mas, isso é meio contraditório. Mentir não faz parte da ética. Joseph estava comigo quase todo o tempo, ele me protegia. De alguma maneira, que não sei qual, ele me protegia.

Na hora do recreio, quando finalmente encontrei Rafa, fomos para a grande árvore no centro de um dos pequenos jardins da escola. Encostei minha cabeça em seu ombro e ele fez o mesmo em mim. Lá ficamos chorando e um dando apoio ao outro durante todo o intervalo. Joseph meio que impedia as pessoas de chegarem mais perto de nós, para que tivéssemos um momento que apenas nos pertencia.

Depois de 4 horas sofridas no colégio, finalmente chegou a hora de ir embora. E, ao invés de ir andando, optei por ir de carro com Mauro. Assim as pessoas não iriam me parar na rua e dizer que sentiam muito. No momento eu só conseguia lembrar mais ainda da minha mãe. Como ela está com a morte do meu avô? Eu sinto saudade dela. Quero passar o meu luto ao seu lado. ''Mãe, venha pra cá ficar comigo. Está tudo muito difícil sem você aqui'', pensei e pedi a Deus com todas as minhas forças para que Ele a trouxesse até mim.

Chegamos em casa e eu fui direto para o meu quarto e, pelo o que percebi, Joseph veio atrás. 

- Muito obrigada por tudo o que você fez, não só lá no colégio, mas o que você vem fazendo. Está se saindo um ótimo namorado. - brinquei um pouco, e ele sorriu.

- Vamos almoçar? - ele me convidou. Fiquei pensativa... Eu não sabia se estava com vontade de comer algo. 

- Nha...

- Vamos! Você precisa comer, Jade. Não quero que você fique doente. - ele começou a falar para me convencer. Ainda fiquei meio pensativa. - Prometo que vai ser rápido. Olha, a gente pode almoçar lá fora se quiser. - ele propôs. Assenti.

Descemos os degraus, nos servimos e levamos nosso almoço para o lado de fora da casa. Nos fundos da casa de Mauro onde fica a área de lazer, onde fica a piscina de tamanho razoável e a área para churrasco. Daí nos sentamos na bancada que fica perto da churrasqueira, tipo um barzinho.

- Melhor agora, não é? - Joseph disse entre uma garfada e outra. Dei um sorrisinho de boca fechada, afinal ela estava cheia de comida haha.

- Sim. - respondi depois de um tempinho. - Bem melhor.

Depois de almoçarmos nada me fez sair do meu quarto. Nem mesmo Joseph conseguiu fazer com que eu saísse de lá. Deitei em minha cama e todas as minhas lembranças com meu avô e minha mãe vieram em minha mente. Sinto muitas saudades deles dois, por mais que eu converse com minha mãe todos os dias por Skype, não é a mesma coisa que conversar uma de frente para outra. O que mais desejo agora é a presença dela aqui comigo. 

''Se é pra ficar triste, vamos fazer isso direito'', pensei pegando meu celular e fazendo uma playlist das músicas mais tristes que eu tinha em meu iPod, sendo elas:

1- Lonely Day - SOAD

2- Back to Black - Amy Winehouse

3- 7 Years - Lukas Graham

4- I Hate U I Like U - Gnash

5- Hey You - Pink Floyd

6- Wish You Were Here - Pink Floyd

Depois de ouvir a metade delas, adormeci. E poucas horas depois acordei. Vi que havia uma caixa embrulhada em cima da minha escrivaninha e havia um bilhete também.

''Filha, espero que eu tenha acertado, mas aí está a sapatilha que me pediu. E espero que ela lhe traga boas lembranças, como aquela em que fui pela primeira vez em um de seus espetáculos. Você tinha doze anos, e seu tio, sua tia, sua mãe, seu avô e eu fomos prestigiar sua apresentação. Beijos, seu pai''.

O bilhete estava em cima da caixa, sorri ao lê-lo e logo em seguida abri a caixa. Lá dentro estava uma sapatilha de balé preta, com fitas de cetim, igual as que usei na apresentação que Mauro mencionou. A peguei e a calcei. Tenho que admitir que sinto falta e dançar balé. Minha mãe tinha razão, a dança nasceu em mim, não há como fugir dela, sempre encontrarei um caminho de volta a ela. Prendi meu cabelo em um coque bem firme e, enquanto descia as escadas, selecionei uma playlist das músicas dos espetáculos que eu iria reviver na varanda dos fundos da casa. Conectei o celular na caixa de som e comecei a dançar. Saltos e giros serelepes compunham a coreografia. 

Já na última coreografia, eu estava meio cansada. ''Acho que está na hora de treinar mais'', pensei. Quase no passo final, ouvi uma voz familiar corrigir minha postura com um tom rígido, mas aveludado.

- Peito para fora. Cabeça erguida. Braço direito mais acima. Leveza... - minha professora de balé. Maria Luiza, mais conhecida como Malu. Minha mãe. Depois de finalizar com classe a coreografia, me direcionei ás pressas para minha mãe e a dei um abraço de urso demorado.

- Senti muito a sua falta. - falei com os olhos marejados, eu estava prestes a chorar, de alegria e de tristeza. - Como você conseguiu vir pra cá? Junto a Mauro? As coisas estão bem turvas na minha cabeça agora. - falei, depois do abraço, meio confusa, mas admirando cada detalhe dela. Como eu a amo... 

- Bem, quando se tem uma advogada como Carol, dá pra se conseguir qualquer coisa, na medida do possível, claro. - ela disse sorrindo. Mauro ainda não abriu a boca para falar uma palavra.

- Aproveitei que Ashley não está em casa, e a trouxe para que pudesse te ver. Faz semeses que vocês não se veem. - Mauro finalmente disse algo.

- Aposto que se minha mãe quisesse, ela viria mesmo com a presença de Ashley. - dei uma leve alfinetada. Minha mãe concordou.

- Mas esse foi o melhor momento, e o mais emocionante para eu vir você, filha. Estava dançando a música da apresentação que seu avô viu e mais gostou. - seus olhos começaram a se encher de lágrimas, mas ela as conteve. - Sabe, ontem estava, marcado pra nós cinco, sua tia, Rafa, você, seu avô e eu nos encontrarmos no açaí. Mas, Deus nos deu um outro caminho, um mais sofrido, mas deu. Porém, fico feliz por Ele ter me dado a oportunidade de ter Eduardo como pai, ele foi um homem incrível. - meus olhos de encheram de lágrimas e choramos juntas, abraçadas.

Abri os olhos e vi, através do ombro de minha mãe, Joseph. Aparentemente ele estava observando, e provavelmente viu a última coreografia Ele foi chegando mais perto.

- Oi. - seu tom de voz era baixo e tímido.

- Oi, Joseph. Mãe, esse é Joseph. Joseph, essa é minha mãe, Maria Luiza. Pode chamá-la de Malu. - o apresentei a minha mãe.

- Acho que prefiro chamá-la de sogra. - ele disse baixinho, mas creio que ela e Mauro ouviram. Minha mãe soltou um sorrisinho e Mauro fechou um pouco a cara, mas era quase imperceptível. Sorri do ocorrido.

- Muito prazer, srta Müller. - ele se recompôs. 

- O prazer é meu, Joseph. Bem deixarei vocês aqui, pois tenho algumas coisas para resolver na cidade. - minha mãe disse beijando o topo da minha cabeça. 

- Ok. Beijos! - falei quando ela já estava meio longe.

- Você dança muito bem, bailarina. - Joseph me elogiou. É, ele estava me observando dançar. Um sorriso tímido abriu em meus lábios. 

- Obrigada, Cat Eyes. - ele sorriu. 

Depois dessa conversa cheia de palavras e expressões, fomos para dentro de casa. Eu apenas tomei um banho, para tirar aquele suor do meu corpo e adormeci. Chorando, mas adormeci. Demorei, mas adormeci. A morte de meu avô estava me matando, a minha vontade de viver estava acabando.

 


Notas Finais


E AÍ, GALEURA. O QUE ACHARAM? DEIXE SUA OPINIÃO NOS COMENTÁRIOS.


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